Girl Light escrita por Nikoll Gardella


Capítulo 3
Strangely, Falsely Comforting


Notas iniciais do capítulo

Heey peoples!
Tá ai o cap :33
Dei um jeito de pegar a net e postar *.*
Espero que gostem! ;3
Até lá em baixo!



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Olhei bem para ela, ela sorria animada, mas seu sorriso era um tanto forçado, apesar de que no fundo ela devia estar mesmo animada, sei lá.

– Hey! - Ela praticamente gritou, e ficou ali, me alisando. Preferi a deixar terminar a analise, pois estava muito ocupada com minha própria analise. Devia ser um pouco mais alta que eu, mas como eu estava sentada não pude ter certeza, apenas uma nota mental... Essa porra de uniforme era tão vagabundo que meu traseiro estava quase totalmente em contato com a cadeira fria, apesar de estar um calor dos infernos...

Os cabelos eram compridos, quase até a cintura, era liso apesar de não estar nada penteados, gostei daquilo, os olhos castanhos avermelhados me fitando, lábios finos, pele clara, cabelos castanhos escuros, massa muscular normal, gloriosas coxas grossas. Sim, ela era bonita, tinha uma beleza diferente, nada delicada, mas marcante. Ela sorriu para mim.

– Oi. - Respondi ficando subitamente tímida. Ela sorriu, provavelmente achando que eu era uma demente, apoiou a mão no encosto da minha cadeira e a outra em minha mesa, se inclinando um pouco por cima de mim, olhando meu caderno lotado de desenhos.

– Você desenha? - Ela perguntou concentrada em meus rabiscos, minha vontade foi de sacudi-la e grita algo como "Olha essa droga! Tá parecendo que eu desenho? Só to fazendo essa merda porque não tem mais porra nenhuma para fazer nesse colégio de quinta cheio de gente estranha onde meu ex padrasto psicopata pode me pegar a qualquer momento."

– U-hum - Limitei-me a apenas essa resposta, simples e básica. Ela não tinha nada com meus problemas emocionais alterados. Ela voltou seus olhos para mim novamente.

– São lindos. A propósito, meu nome é Samantha, e o seu? - Ela perguntou. Forcei-me a não sorri sarcástica, mas o sorriso simples eu não pude evitar.

– Lauren Poynter - E lá estou eu com minha idiota mania de falar meu sobrenome. Ela se agachou, apoiando-se em minha mesa, assim ficávamos quase da mesma altura, eu um pouco mais alta, ela me olhou de uma forma estranha, sorriu.

– Collins. Samantha Collins já que estamos falando sobrenome. - Ela falou, eu ri, espero não ter parecido arrogante nem nada. - Novata, certo?

– É, acabei de chegar. - Eu falo rindo. Acabei de chegar e já quero ir embora... Se bem que agora esse desejo já não é tão forte assim.

– Eu sei, eu vi. Chegar atrasada logo no primeiro dia, senhorita Poynter? - Sua voz séria foi patética, mas gostei da forma descontraída que usou para chamar minha atenção, mal ela sabia que eu quase sempre chegava atrasada em tudo.

– Sempre. - Respondi séria e ela deu de ombros, como se aquilo pouco ligasse.

– Gosta de qual estilo de musica? - Ela perguntou com um tom estranho, os olhos brilhando levemente.

– Rock. - Reprimo a vontade de revirar os olhos, e existia outro estilo que prestasse? Enfim, ela sorriu largamente e olhou para cima, acompanhei seu olhar de relance, mas percebi que era ridículo isso, abaixei minha cabeça olhando minha mesa.

– Obrigada senhor! - Ela falou, eu tive que ri, é obrigado senhor. Samantha parecia o tipo de garota com quem eu me dava bem. Literalmente obrigada senhor.

– Também gosta? - Falou de musica decente? Já virei fã da pessoa.

– Claro, gosta de quais bandas? - Ela perguntou rindo. Pensei por alguns segundos.

– Avril Lavigne, Linkin Park, Slipknot, The Pretty Reckless, Beatles. - Eu falei, e nós rimos. Passamos o resto da aula falando sobre musica, era meu assunto preferido. O sinal tocou e eu joguei meu ridículo caderno de qualquer forma na mochila e o resto das minhas coisas que estavam espalhados na mesa, Sammy já me esperava na porta, sim eu pego intimidade muito rápido.

Ela me guiou sem nem perceber para a saída, fomos para o portão sem calar a boca um segundo sequer. Já me sentia um pouco mais solta.

– Hey, Samantha, vamos embora. - Uma garota loira a chamou. Senti-me bem triste na hora, o papo estava bom, eu quase pedi para que ela ficasse. Ela me olhou de relance e suspirou.

– Tenho que ir, vai de escolar? – Ela perguntou e logo ali eu já desisti de pedir para que ela ficasse. Bem ela tinha que ir, eu é que não a prenderia ali comigo.

– Não, meu irmão vem me buscar. - Resmunguei desanimada, ela não percebeu e assentiu.

– Ok, tchau. - Ela falo sorrindo e seguiu a menina, a vi atravessar a rua e desviei o olhar para onde o carro de Harry deveria aparecer, suspirei pesadamente e me encostei no muro da escola largando minha mochila aos meus pés. Eu perdi a conta depois de meia hora esperando o infeliz do Harry, ate que seu carro parou na calçada a minha frente e ele buzinou. Agarrei a mochila e entrei no banco da frente com ele, tacando a mochila aos meus pés novamente.

– Oi. - Ele me deu um beijo rápido e manobrou o carro para a rua. - Como foi o primeiro dia? – perguntou. Dei de ombros colocando o cinto.

– Legal. - Respondi simplesmente. - Conheci uma garota legal, pelo menos ela parece ouvir as mesmas coisas que eu.

– Tomara que ela não se vista tão mal quanto você. - Ele brinca dando-me um de seus sorrisos de dentes brancos perfeitos. Urgh, eu odeio esse sorriso, só porque tenho dentes desiguais e estranhos, não feios, mas não perfeitos. Revirei os olhos.

– Você veio buscar minha mãe depois? - Pergunto depois de um tempo em silencio.

– Não. - Ele responde com a cara mais lavada do mundo. Encarei-o com raiva.

– Não acredito que a fez voltar á pé com aqueles saltos! - Esbravejo.

– Abaixa sua bolinha. Te fiz um favor te trazendo e te buscando. - Ele retruca. O olhei incrédula.

– Me fez esperar mais de meia hora na saída! - Eu quase berro.

– Para de drama ou te largo aqui mesmo e ai quem vai voltar a pé é você Lauren. - Ele ironiza.

– Pois bem, amanhã nem precisa aparecer lá em casa, eu não quero que me leve e nem me busque mais na escola. - Crispo os lábios virando o rosto pela janela. O resto do caminho ate o bairro zona Sul Callegh Easter foi em silencio, e mais dez minutos até ele parar na frente do nosso prédio, Sallent Mour, um prédio pequeno de esquina, com paredes de pedra cinza e amarelo, onde só mora gente velha e chata.

Assim que ele para o carro eu desço arrastando a mochila comigo e batendo a porta do carro com força. Esmago o interfone ate minha avó abrir a portaria e subo correndo o pequeno lance de escadas, já que moro no primeiro andar, entro largando minha mochila na sala e corro para a área de fora ate o quarto dos fundos, a porta esta trancada, bato nela ate minha mãe abrir com cara de choro.

– Oi filha, como foi seu primeiro dia? - Ela me deixa entrar. Eu a abraço apertado.

– Como você esta? - Ignoro sua pergunta.

– Meu pé ta todo ferido, fora isso, tudo certo. O desgraçado do seu irmão tá ai? - Ela pergunta.

– Sei lá, não esperei ele entrar. - Eu falo sorrindo amarelo. Ela rosna e vai quente para dentro, eu fico parada no mesmo lugar, não quero ver mais nenhuma briga, não mesmo. Ouço alguns gritos, de Harry e de minha mãe e logo ela volta trazendo minha mochila.

– Vai almoçar, você deve esta com fome. - Ela fala entrando no quarto e se tacando na cama.

– Ok, já volto. - Eu falo suspirando e indo para a sala. Harry esta lá, piscando nervosamente, é um antigo tique dele. Quando esta nervoso, irritado ou ansioso fica piscando feito um doido.

– Você e sua mãe são duas ingratas. - Ele rosna para mim.

– E você é o que? - Retruco erguendo o rosto. - Um frouxo, covarde mal agradecido. – sibilei. Ele se levanta e eu já me preparo para levar uma surra.

– Harry. - Minha avó o repreende. Ele para de andar ate mim na hora, e eu sorrio venenosa para ele. Ponto para mim. Minha avó termina de colocar a mesa e eu me sento o mais afastada possível de Harry e como em silencio. Tiro meu prato o levando para a cozinha e volto para o quarto.

Minha mãe esta dormindo e aproveito para ir lá para dentro, no quarto do meu outro irmão que esta viajando a trabalho, me deito na cama e ligo a TV, acabo pegando o sono. Um sono agitado e horrível.

Por que será que não consigo ter nunca um dia normal? Por que sempre que acontece algo bom, varias outras ruins também acontecem? Só sei que vou ficar um tempo sem ver Sammy, dispensei minha carona e minha mãe esta sem dinheiro para passagem. Oh legal, já vou começar o ano faltando.

Levanto-me, tomo um banho, janto, assisto mais um pouco de TV e volto para o quarto, me deito e durmo. É, não sei o que me aguarda nos próximos dias, mas coisas boas é que não são, isso eu garanto. "E tudo tende a piorar se depender de mim"– Aquela voz rasga meus últimos pensamentos do dia antes de eu dormir. A voz do demônio, a voz do diabo. Aquele que só espera uma pequena brecha em minhas emoções conturbadas para tomar o controle de tudo. Se bem que não me resta mais muita coisa para tomar de mim.


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Notas finais do capítulo

E então? *.*
Gostaram? *w*
Me falem, please.
Como ainda estou sem net e eu só dei uma fugida pra postar, eu não sei quando vou postar o proximo. Mas vou tentar ser o mais rapida possivel!
Até lá amores, kissus!