A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 42
Os sonhos atacam novamente


Notas iniciais do capítulo

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XLII

ELIZABETH

ELIZABETH AINDA ESTREMECIA pelo que Johnathan tinha dito para ela. Ela se lembrava dele como um garotinho insensível e muito mal que tinha prazer no sofrimento dos outros e que não se importava com nada. Aparentemente estava errada, por que quando suas amigas dispararam na direção da ponte ele a pegou pelo braço e a encarou com seus olhos azul-celeste.
– Por favor – ele disse – salve a Cat. Ela é tudo o que eu tenho.

Ela não teve tempo para responder antes que ele corresse na direção de suas amigas.

Ela então disparou pela floresta, não exatamente correndo, apenas caminhando rápido. Ela não tinha ideia de como chegar no Mundo Inferior em menos de duas horas sem precisar viajar nas sombras – ela realmente não queria repetir a doze a menos que fosse uma situação extrema então tinha que ter outro jeito. Ela cogitou pegar o labirinto de novo, mas encontraria uma entrada para ele ou aquela na qual ela saiu?

Evan apareceu de repente ao lado dela.
– Olá – ele disse – eu acho que é aqui que a jornada começa? – ela tentou não olhar pra ele.
– Sim – ela respondeu – alguma ideia de como chegar no Submundo?
– Viajem nas sombras?
– Nah.
– O labirinto?
– Sei lá, eu não sei se consigo achar a entrada que eu fiz. – ele revirou os olhos.
– Elizabeth, o labirinto é feito de magia. Use seu GPS sobrenatural. – ela levantou as sobrancelhas.
– Ahhh é mesmo. – ela revirou os olhos para si mesma.

Parou, fechou os olhos e tentou sentir. Ela estava quase conseguindo quando sentiu um arrepio no pescoço. Ela deu um tapa no lugar, pegando a mão de Evan no ar enquanto ele tentava se safar.
– Ha. – ela disse – Eu sou ninja.
– Desculpe – ele deu um sorriso travesso – eu não consegui resistir. – ela revirou os olhos.
– Você pode esperar eu não ter que me concentrar para fazer essas coisa? Você sabe, eu sou péssima em me concentrar. – ainda mais com você por perto.
– Ok, ok. – ele disse – Encontre o lugar. – ela fechou os olhos de novo e pegou de onde tinha parado. Sentiu a magia se contorcer com o subterrâneo a mais ou menos um quilômetro dali.
– Eu achei. – ela disse, seguindo na direção que seu GPS apontava – Ah, isso me lembra.
– O que?
– Se vamos entrar no labirinto – ela disse – e da última vez você não veio por que tinha muita magia, você vai me acompanhar dessa vez? – ela perguntou, olhando finalmente diretamente para ele e tentando mandar seu coração não pular como um acrobata de circo – Isso faria mal pra você? – ele pareceu culpado.
– Ok, eu estava mentindo – ele disse – eu não fui com você não por que era um lugar mágico. E eu vou te acompanhar dessa vez. – Elizabeth levantou uma sobrancelha.
– Por que você mentiu? Podia ter simplesmente dito “ah, eu não queria te stalkear”.
– Você acha que é por isso que eu não fui? – ela levantou a outra sobrancelha.
– Bem, não foi por isso? – ele revirou os olhos.
– Ok, ok. Pense isso então. – ela se sentia ultrajada. Mas apenas bufou e seguiu seu caminho.

Não deu dois passos até voltar ao assunto.
– Ok, por que você não veio? – ele olhou pra ela como se ela fosse louca.
– Você vai mesmo insistir nisso?
– Menina teimosa aqui – ela disse – agora me diga, eu estou curiosa.
– Hmm... ok, você vai descobrir de qualquer jeito mesmo. Eu estava falando com o seu pai. – Elizabeth quase morreu do coração.
– Por que?
– Olha – ele disse – lá esta a entrada! – Evan desviou do assunto e fez uma dancinha na direção das portas no chão. Ela fez uma cara pra ele que dizia “o assunto ainda não acabou” e chutou as portas abertas.

Ela pulou na escada em caracol deslizando pelo corrimão como geralmente fazia, apenas para cair no chão no final e quase quebrar o ombro.
– WOW! – disse Evan – Isso foi radical! – Elizabeth queria estrangulá-lo.
– Ouch. Eu tenho que aperfeiçoar isso.
– Não não, está demais! – ele provocou com um sorriso travesso. Elizabeth revirou os olhos, então um grunhido muito alto ecoou pela casa GG na qual ela tinha comido sanduíches e feito a entrada mais cedo.
– O que foi isso? – ela sussurrou para Evan. Ele parecia tão pasmo quanto ela.

Do outro lado da sala, um monstro enorme – realmente enorme, era quase mais alto que o teto muito alto da sala GG – irrompeu na sala. Era grotescamente escamoso, com nove cabeças com pescoço muito longo, uma a qual cuspia fogo. Elizabeth mordeu o lábio e pensou em pegar a espada nas costas.
– Não – disse Evan, recuando tanto quanto ela – é uma hidra. Isso não vai ajudar.
– Alguma ideia? – ela disse.
– Nop.

Ela suspirou, então olhou para Evan, olhou para a hidra, repetiu os olhares e disparou na direção da esquina da casa GG.
– Cadê sua bravura de Grifinória, fujona?! – perguntou Evan enquanto eles corriam. Ela mostrou a língua pra ele mas por causa da corrida quase a cortou fora a dentadas.
– Não estou fugindo! – ela gritou – É uma retirada estratégica!

Nisso atrás deles no corredor surgiu um mar de fogo. Elizabeth gritou, então chutou o chão com tudo abrindo um buraco de 1,5m de diâmetro sabe-se lá de quando de altura. Ela então gritou para Evan, o que ela não tinha certeza se ele ouviu, pegou a mão dele e se jogou no buraco.

***

Era a segunda vez naquele dia que Elizabeth caía com tudo para um abismo agarrada em Evan – e ela não estava exatamente propensa a reclamar. Ela pensou até quão baixo o túnel a levaria e rodopiou com a ajuda da gravidade na direção do chão.

No meio do caminho para o centro da terra, Evan abraçou ela contra ele e ela ficou com o queixo acima do ombro dele. Ela sentiu como se estivesse flutuando – o que era o oposto do que estava acontecendo, mas quem se importava – e o abraçou de volta num instinto.
– Eu acho – ele sussurrou em seu ouvido – que nós vamos chegar lá antes do que planejávamos. – ela deu uma risada leve.
– Isso é bom – ela disse – ou eu vou me matar?
– Provavelmente os mortos vão fazer um mutirão pra te pegar no ar – ele sussurrou – eu seria o primeiro da fila, mas bem, eu que estou caindo com você. – ela riu um pouco mais.
– Você é tão cavalheiresco – ela disse sarcasticamente.
– Eu sou mesmo – ele disse – mas não posso reclamar de você ser uma dama, na verdade. Eu acho isso legal de você ser toda contra vestidos e saias, embora pareça ótima em um chiton*. – ela pensou em rir de novo, mas um pensamento bateu contra ela.
– Era realmente você... – ela disse, tentando se afastar para olhar pra ele – nos meus sonhos? – ele sorriu.
– Bem, quem mais seria?

Wow isso era perturbador. Elizabeth sentiu se rosto envermelhar.
– Haha, você está corando! – ele riu dela.

Ela não teve tempo para o estrangular. Quando deu por si estava no chão, tentando lembrar de como se respirava.


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