A Feiticeira escrita por rkaoril


Capítulo 4
O Acampamento




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IV

SUZANA

QUANDO PEQUENA, SUZANA TINHA pulado em uma piscina em um dia quente de verão. A piscina estava muito fria, tinha sido recém enchida e Suzana quase tivera um choque-térmico fatal. Mas aquilo tinha sido no verão em uma piscina, então havia um limite de quão fria a água poderia ser.

Infelizmente, agora era o inverno e ela tinha ouvido a fina superfície de gelo quebrar no impacto. O frio da água tirou o ar de seus pulmões, ela instantaneamente parou de sentir os pés e era como se seus olhos estivessem congelando. De repente, uma mulher de cabelos negros longos e grandes olhos dourados apareceu diante dela, sorriu e a pegou pela cintura, flutuando para a superfície com ela.

Ela respirou o ar frio – porém não tão frio quanto a água – e abriu seus olhos, achando que podia ouvir o gelo quebrar neles quando o fez. Ela observou enquanto vários jovens se aproximavam do lugar, lançando uma espécie de ar quente com chapas de metal em suas mãos, então ela se secou quase que instantaneamente. Ao seu lado, ela viu enquanto algumas crianças enrolavam Elizabeth e Sabrina em toucas e cachecóis, pois ambas continuavam com os lábios roxos e tremendo. Ela mesma estava. Quando percebeu, estava sentada ao redor de uma fogueira embalada em um futon tomando chocolate quente.

Certo, talvez esse acampamento fosse melhor do que um campo de concentração.

Ela tomou algum tempo observando os arredores antes de que alguém viesse até elas para explicar a situação. Ao redor da fogueira, haviam cerca de cinco jovens quase que na mesma situação do que ela – apenas ela, Elizabeth e Sabrina estavam completamente enroladas em lã e eram maiores de cinco anos, mas os outros também bebiam chocolate quente. A fogueira crepitava quase que magicamente, diferente das outras que Suzana já tinha visto. Ela achou a fogueira laranja de mais.

Ao redor, parecia que o lugar cheio de vegetação e neve era uma espécie de hospital ao ar livre – centenas de jovens de cinco a 20 anos em camisas laranjas corriam de um lado para o outro, como uma sala de emergência. Suzana sabia por que seu pai era um médico, e já havia ido para a emergência, também.

Ela se surpreendeu com a quantidade de material medieval do lugar – haviam garotos e garotas em armaduras de bronze de todos os tipos, crianças brincando com facas reluzentes e garotas usando tônicos de cura em feridos estendidos pelo chão. Não havia neve, mas uma fina camada de geada no chão de terra escura e grama. Ela pôde ver cerca de 24 mesas um pouco mais longe da fogueira onde estava, subindo a colina havia uma mansão azul em estilo alemão e descendo-a haviam vários chalezinhos de todos os tipos, estendidos em fileiras.

Ela tomou um gole de chocolate, e olhou para Sabrina, que parecia tão pasma quanto ela. Sabrina olhou para ela e falou sem emitir qualquer som.
– Eles estão se recuperando de uma batalha.

Um arrepio passou pela espinha de Suzana. Isso certamente explicava os feridos no chão, as armaduras e as crianças com facas.

Foi quando um garoto se aproximou do grupo, ele era o menino que segurava a espada de bronze na carruagem. Ele estava enrolado em um cachecol assim como elas, seus cabelos estavam praticamente congelados e seus lábios estavam roxos. A espada estava em uma bainha em sua cintura, atada por um cinto. Suzana pensou que ele parecia um personagem de desenho animado.
– Olá pessoal. – ele disse para as três garotas – Vocês três são as novatas, bem, esses dois pestinhas na frente de vocês são Mark e Lea. – as duas crianças abanaram as mãos para elas – Vocês não vão ficar aí sentadas para sempre, vão? Levantem-se, eu vou apresentar o acampamento meio-sangue. A propósito, meu nome é Raphael.


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