Pov. Bella

1ºcapitulo

O que eu estou vivendo hoje não pode se classificar como um romance, muito menos por uma aventura. Estou tão confusa que resolvi escrever minha história para que quando alguém ler possa me ajudar a entender.

Sabe quando você encontra o amor da sua vida aquele que você sonha todas as noites aquele que só de olhar agente já fica mole? Então até mais ou menos uns três meses atrás se me perguntassem se eu tinha encontrado essa pessoa eu responderia com toda certeza do mundo que sim.

Minha vida estava perfeita eu tinha encontrado o homem da minha vida ele era bonito, educado, bom comigo, perfeito.

Quando eu o vi pela primeira vez me apaixonei já de cara e pelo jeito dele foi recíproco. Pouco tempo depois casamos. Nos dois já tínhamos terminado nossos estudos e trabalhávamos no que gostávamos então resolvemos que o próximo passo seria o casamento, e assim foi com apenas 24 anos eu estava casada e muito feliz.

Mudemos para uma casa boa, só nossa, que conseguimos comprar juntos com os nossos esforços e que se localizava na mesma rua que morei desde que nasci.

A casa tem dois andares e aproveitei uma das salas para fazer meu ateliê, onde faço minhas peças eu confecciono joias e as vendo na loja de uma amiga, onde trabalho e assim garanto um extra que esta sendo guardado para que eu, num futuro próximo consiga abrir minha própria loja.

Não somos ricos, mas passamos muito bem com o que ganhamos. Jack também esta planejando abrir seu próprio negocio, ele tem sociedade com seu irmão em uma oficina deixada por seus pais que já faleceram, mas não esta dando muito certo, pois eles não se entendem. Por isso estou pensando seriamente em entregar minhas economias para que ele consiga realizar seu sonho.

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Isabella você ama seu marido?

Se essa pergunta fosse feita a mim um tempo atrás sabe o que eu responderia?

Sem dúvida nenhuma, amo mais que minha vida

Porém se essa pergunta fosse feita hoje eu já não saberia responder e o pior é que essa dúvida foi colocada na minha cabeça por um moleque, esse cara pode ter a minha idade, mas ainda é muito imaturo e irresponsável.

Como ele ousa entrar assim na minha cabeça e cavar um caminho pelos meus devaneios até meu coração. Eu estava bem, feliz com meu casamento, meu marido, meu trabalho e agora, estou aqui em plena madrugada, em pé na sacada do meu quarto, observando-o do outro lado da rua com seus amigos se divertindo enquanto eu não consigo dormir, com um calor estranho que nem um banho frio conseguiu acalmar, a minha vontade agora é sair pela porta e ir lá falar umas verdades pra ele...meter a mão na cara daquela vadia que está se jogando pra cima dele, quem ela pensa que é pra ficar perto dele assim, perto do meu olhos verdes ..............

To ficando louca mesmo. Não posso chamá-lo de meu enquanto o meu marido está aqui ao meu lado, dormindo.

Bom, vou explicar como tudo isso começou para que você possa entender e talvez possa me dar uma luz.

Tudo começou em um dia normal.

Arrumei o lanche do meu marido para ele ir trabalhar, ele se despediu de mim com um longo beijo e se foi.

Hoje ele não foi com sua moto, resolveu ir de ônibus, achei meio estranho, mas nem liguei acabei esquecendo enquanto dava uma ajeitada em casa adiantei o jantar e logo deu o horário de eu ir para a loja, foi ai que começou meu inferno.

Estava tão distraída com meu celular, lendo a mensagem de Jack que levei um tremendo susto quando ele disse oi, olhei para o lado e lá estava ele encostado ao seu carro com um sorriso torto que de início já me perturbou só que na hora eu nem tinha percebido por que.

- Oi!

Respondi meio sem graça, pois mesmo ele morando na minha rua e mesmo o conhecendo desde pequeno nunca tínhamos trocado nenhuma palavra.

- Posso te perguntar algo?

- Só se for coisa rápida, estou muito atrasada.

- É jogo rápido.

- Então diga.

- Você é feliz? ...... digo com seu marido?

- Não consigo entender em que isso lhe interesse.

- Pode só responder.

Que cara grosso! Fiquei com vontade de nem responder, mas minha boca respondeu sem nem pedir minha permissão. Bom não tenho motivo para não responder essa pergunta já que amo meu marido e não tenho vergonha de demonstrar isso... Jack é maravilhoso.

- Claro que sou muito feliz, eu o amo.

- Sinto em lhe informar que isso não passa de uma ilusão que esta te cegando.

- Quem você pensa que é pra falar essas coisas?

Ele nada disse apenas ficou me olhando com aqueles olhos verdes que pareciam ser os mais tristes que já vi.

Já estava bem irritada e nem sei por que ainda estou parada olhando pra esse idiota... Não perdi nada em nunca falar com ele.

Sai de lá sem olhar para traz, mas senti os olhos dele queimando no meu traseiro, acabei rebolando um pouquinho mais só pra provocá-lo.

Também não sei por que aquelas palavras me perturbaram tanto o dia inteiro! Passei batida a hora do almoço, além de estar sem nenhuma fome. A única coisa que passava na minha cabeça era por que ele resolveu logo agora falar comigo? E ainda algo tão sem sentido?

...´´ Sinto em lhe informar que isso não passa de uma ilusão que esta te cegando ‘’...

O que ele quis dizer com isso? Só posso estar ficando louca.

Já me decidi, assim que tiver voltando pra casa vou perguntar a ele.

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- Tudo bem Bella?

- Sim por que Alice?

- Eu já ate fechei a loja e você continua ai esperando que algum cliente chegue!

- Ai desculpe Lice mas é que eu não estou muito bem hoje.

-Não se preocupe com isso eu reparei mesmo, mas se precisar conversar é só falar.

- Obrigada eu preciso mesmo conversar com alguém, mas no momento eu vou embora ate amanha.

- Ate amanha, não quer uma carona?

- Não precisa, beijos.

Logo eu estava pegando minhas coisas para ir embora.

Nossa nem percebi que Alice já tinha fechado a loja, tudo culpa daquele cara que me tirou a paz com aquelas palavras, aquele sorriso e aqueles olhos verdes que demonstrava só tristeza, mesmo ele sorrindo, seus olhos continuavam com um ar misterioso e triste.

É isso! Ele deve estar sofrendo e quis perturbar alguém pra sofrer junto e eu fui sua escolhida.

E olha só a ironia, por causa dele eu perdi um dia de trabalho pensando em seus olhos, quer dizer nas asneiras que ele disse e ainda passou do meu horário. Está bem mais tarde do que o meu habitual.

Agora além disso estou preocupada com a volta, não moro num bairro muito perigoso e sempre vou caminhando para casa por ser muito perto da loja, mas tenho que passar por um lugar muito deserto para chegar em casa, vou mandar uma mensagem para Jack vir me pegar, mas tão rápido quando essa ideia chegou ela se foi, pois se Edward estivesse na rua eu ia exigir minhas respostas.

Estava caminhando pela rua deserta, só faltavam duas esquinas e depois seguir reto estaria em casa com meu querido marido.

Mas assim que virei à primeira esquina fui agarrada e prensada no muro de uma casa não podia gritar, pois meu agressor avia tampando minha boca... estava escuro, me impossibilitando de ver o rosto do cara que estava usando um moletom com capuz, eu estava tão apavorada que só sabia esmurrá-lo.

- Se você ficar quieta eu solto.

Aquela voz eu reconheceria em qualquer lugar e em qualquer circunstância. Tudo bem que essa era a segunda vez que eu ouvia, não sei explicar o motivo só sei que ele está mexendo comigo de um jeito estranho, pois assim que aquela voz rouca e sussurrada entrou pelos meus ouvidos uma paz e uma tranquilidade me tomou.

Eu assenti e ele me soltou, porém não se afastou tirou seu capuz e estendeu seus dois braços de ambos os lados de meu corpo e sabe o que eu fiz?

Fique parada olhando aqueles olhos verdes tão misteriosos, como eu queria desvendar seus mistérios.

Ele foi se aproximando bem devagar e eu sabia o que ele estava planejando, o certo a se fazer era empurrá-lo e correr para os braços de meu amado Jack, porém meu lado insano não permitiu e eu fiquei ali quietinha esperando encarando aquelas duas esmeraldas.

Eu já podia sentir seu hálito, uma mistura de tabaco, álcool e hortelã nunca gostei de bebida e muito menos de cigarros, mas essa mistura nele ficou tão boa que fiquei mais entorpecida ainda.

Ele foi se aproximando bem devagar não sei se para me torturar mais ou para ter certeza que eu não queria correr, eu me convenci que foi pela segunda pois nos seus olhos eu podia ver que ele nunca faria mal a mim.

Quando seus lábios roçaram nos meus eu senti uma onda de eletricidade passar por todo meu corpo, nunca tinha sentido isso em toda minha vida, nem quando fazia amor com meu marido... E quando ele aprofundou o beijo não consegui nem pensar mais, nossas línguas estavam em uma batalha muito louca, era uma coisa muito além de tudo que eu já tinha experimentado, chegava a ser sobrenatural.

Ele me abraçava sem malicia nenhuma, parecia um beijo de amor, só que esse beijo não era em nada parecido com os beijos que eu dava e recebia da pessoa que eu achava que amava, achava por que agora não sei mais nada.

Foi tudo muito rápido logo ele estava se afastando com um brilho nos olhos que eu não consegui decifrar, eu fiquei feito uma estátua sem conseguir se mover. Queria pedir que ficasse, para que tirasse aquela dor que eu comecei a sentir com a ausência de seu toque, mas não o fiz. Eu sou casada e meu marido está em casa, me esperando. Preciso com urgência recobrar minha consciência.

Ele me entregou um papel e se foi sem dizer nada... Meu Deus o que foi isso? O que ele está tentando fazer comigo? Enlouquecer-me? Chacoalhei a cabeça para ver se a razão voltava e segui meu caminho, muito mais confuso que antes e ainda com as pernas bambas.

Assim que estava passando em frente à sua casa olhei para o lado e o vi sentado encima do capo de seu carro com um cigarro numa mão e na outra uma garrafa que não consegui identificar o que era, ele não me olhou só continuou conversando com seus amigos.

Assim que entrei em casa avistei Jack mexendo em seu not, não fui até ele só dei boa noite de longe mesmo, sabia que se eu não fosse até ele não ganharia um beijo de boas-vindas, pois sempre sou eu que dou os beijos ele nunca levanta para me receber.

- Boa noite Jack.

- Boa noite, tudo bem?

- Sim.

E ele voltou a mexer no que estava fazendo antes da minha chegada.

Se fosse há outros tempos eu iria até ele, mas hoje não queria tirar aquele formigamento que ainda estava em meus lábios, só segui até a cozinha para terminar o jantar que havia começado antes de ir trabalhar.

- O jantar já está pronto, se estiver com fome pode comer. Eu vou tomar um banho e dormir.

- Não vai comer.

- Não estou com fome e ainda estou com dor de cabeça.

- Então ta.

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Uma hora da manhã e ainda não consegui dormir, meu marido está roncando, virado para o lado e em meio aos meus pensamentos lembrei-me do papel que ele tinha me entregado e na hora eu nem tinha visto o que era corri até minha bolsa e o peguei... Meu coração já estava fugindo pela minha garganta de tanto que batia.