O Elo Perdido escrita por Conta órfã


Capítulo 2
Guerra


Notas iniciais do capítulo

Opa! Graças à manutenção do Nyah, não pude postar o capítulo mais cedo. Mas aí está ele! Pretendo agendar os próximos. As postagens ocorrerão a cada três dias. Boa leitura!



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– Naquela parte em que o Bilbo velho encontrou seu retrato antigo, eu já tive certeza de que o filme seria excelente do começo ao fim! – Clara abafava seus gritinhos com as mãos e batia os pés no chão. O Doutor parecia genuinamente feliz pela garota, enquanto Aline bufava.

– Agora... Nós vamos para a Décima Terceira Grande Guerra. – Aline ordenou, com os olhos fechados e os dedos sobre as têmporas.

– Décima Terceira?! – Clara exclamou.

– É fora da Terra, não se preocupe. – Aline rolou os olhos, impaciente.

– Mas por que a Décima Terceira? Só a Quinquagésima Quarta foi mais violenta!... – O Doutor palpitou.

– Sem perguntas, querido. – ela apertou o queixo dele com o polegar e o indicador, num gesto brincalhão. – Nas suas palavras... Allons-y?

– Sim, senhorita. – ele respondeu, sempre de bom humor.

E, ao abrirem a porta da TARDIS, eles se encontravam numa colina, abaixo da qual se formava um vale. No vale podia ser visto um acampamento, e nada além disso. O solo era rochoso, numa tonalidade avermelhada, a mesma do céu. Não havia plantas e um sol também não podia ser visto, apesar de não estar de noite.

– Onde estamos?

– É o que vamos descobrir.

O Doutor, acompanhado das meninas, desceu a colina e infiltrou-se discretamente ao acampamento. Puderam perceber que era um acampamento militar, pois a atmosfera não era exatamente de férias, com todos os soldados e a disciplina.

Eles passavam despercebidos, e o Doutor ponderava onde poderia encontrar um mapa que lhes desse alguma indicação do paradeiro deles.

Usando algum tipo de instinto (ou conhecimento prévio), ele entrou em uma das cabanas que, para as meninas, parecia ser exatamente igual a todas as outras. No entanto, elas não o questionaram e o seguiram. No meio da cabana, havia uma enorme mesa com um mapa de guerra que fazia pouco sentido aos olhos de Clara e Aline, mas que o Doutor compreendia com perfeição. Suas expressões faciais alternavam conforme seus olhos corriam pelo mapa entre dúvida, esclarecimento, surpresa, mais uma vez dúvida... Até que, numa expressão do mais puro pavor, ele puxou cada uma das meninas por um braço e disse:

– Temos que sair daqui. AGORA.

Os três correram o mais rápido que conseguiam, contrastando com a relativamente tranquila atmosfera do acampamento. Os olhos do Doutor estavam fixos na TARDIS e ele praguejava palavras incompreensíveis.

De repente, ele empurrou as duas meninas ao chão, caindo por cima delas. Uma fração de segundo antes de haver uma enorme explosão.

Por todos os lados, ouviam-se brados desesperados. Coisas queimavam e alguns feridos eram resgatados, enquanto outras pessoas apenas corriam de um lado para o outro.

O Doutor se levantou agilmente e estendeu as mãos para as meninas. As queimaduras de Aline emitiram um brilho dourado levemente ofuscante, e, no momento seguinte, estavam curadas. Clara, por sua vez, havia uma enorme ferida na coxa.

– Vamos!! – Aline já estava alguns metros à frente, gritando impaciente.

O Doutor levantou Clara e a pegou no colo, correndo em direção à TARDIS. Ele mantinha os olhos no relógio de pulso; restavam-lhes poucos segundos. Após atravessarem todo o caminho pelo qual eles haviam passado de volta, eles estavam na porta da máquina do tempo. Aline pegou as chaves e a abriu às pressas, o Doutor correu até os paineis, deixando Clara semiconsciente no sofá. A TARDIS rapidamente zarpou, e o Doutor já se sentia mais aliviado.

– Essa foi por pouco... – ele levou a mão à testa, ofegando.

– E a garota? – Aline olhava para Clara.

– Você não pode ajudar a curá-la? – o Doutor virou-se em direção às duas.

Neste momento, a TARDIS fora atingida, de forma que o Doutor e Aline foram ao chão bruscamente.

– O que foi isso?! – Aline gritou.

– Outra explosão!! – o Doutor levantou-se e correu aos paineis, tentando reestabilizar o voo, aparentemente sem sucesso. – Estamos caindo!! – ele disse, desesperado.

E então houve um imenso solavanco, simultâneo a um barulho estrondoso. Partes da TARDIS pegavam fogo e havia curtos-circuitos para todos os lados. O Doutor estava absolutamente desnorteado, correndo de um lado para o outro à procura de ferramentas e respostas. Após apagar o fogo e evitar um incêndio, ou até a danificação de mais partes da máquina do tempo, ele disse, sério:

– Aline, fique com a Clara, vou procurar ajuda!

– Mas Dout...! – antes mesmo que ela pudesse terminar a frase, ele batera a porta e saíra.

Aline olhou para a garota desacordada estirada no sofá. Suspirou e abaixou-se para ajudá-la, balançando a cabeça.

– Será que eu me enganei sobre você? – ela murmurou. Quando elas se conheceram, Aline sentira algo. A menina do século XXI que conhecia o Doutor tinha que viajar com eles. No entanto, Clara parecia apenas um atraso agora. Ela não era especial em nada. Não era excepcionalmente inteligente e não oferecia nenhum benefício à equipe. Aline se perguntava se ela fizera o certo em trazê-la. Mas o que estava feito estava feito.

Ela segurou a pequena mão de Clara na sua, e colocou a outra por cima do ferimento. Fechou os olhos e se concentrou. Suas mãos começaram a brilhar suavemente numa luz dourada, e seu toque delicado fez a ferida de Clara desaparecer. Aline sentiu a respiração de Clara voltar ao normal, e abriu novamente os olhos. Clara segurava sua mão de volta com força, apesar de ainda estar inconsciente. Um dos reflexos humanos mais primitivos, ela pensou. Através da ligação criada, Aline pôde receber os sentimentos de Clara. Gratidão.

– Aline. – O Doutor disse, tirando-a do transe. Ele voltara para dentro da TARDIS, e trazia no rosto uma expressão mortalmente séria.

– O que foi, Doutor?

– Não tem nada lá fora.


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