Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

...'' Peeta coloca a mão sobre a dele nós trocamos olhares e repetimos ao mesmo tempo – Juntos!''..



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O meu tempo de desespero acabou, já chorei o que eu tinha pra chorar, agora só me resta uma opção, me conformar e enfrentar seja lá o que tiver que ser, mas pra isso eu preciso estar preparada e saber onde eu estou me metendo.
– E como nós vamos fazer isso? - eu pergunto agora minha voz já está mais segura e confiante.
– Bom, por enquanto não a nada a ser feito, nós só vamos daqui a 2 semanas, o trem vai passar por cada distrito seguindo pra capital, eu ainda não sei ao certo qual a programação, mas a gente pode contar, com aparição na TV, festas na rua e algum tipo de celebração presidencial, Plutarch irá nos informar melhor no decorrer da semana. – Haymitch fala tudo de uma vez também concentrado e sério.
– Nada que nós não estejamos acostumados – Peeta fala distraidamente, em seguida ele me olha e diz com firmeza – A gente consegue!
Eu concordo com a cabeça. É, a gente consegue, nós já conseguimos antes, e eu não estou disposta a abrir mão de nada que eu já tenho, pode não ser muita coisa, mas pra mim é muito.
– Tudo bem! – eu digo me endireitando pra me levantar.
Haymitch e Peeta também se levantam.
– Eu acho que por enquanto é só isso – ele fala já se virando pra sair – amanhã a gente se fala.
Então ele me olha e me lança um olhar triste, eu devolvo o olhar mas não mais de desespero ou pânico, agora eu estou decidida a lutar contra o que for, a passar por tudo que for preciso.
– Até amanhã! – eu falo controlando minha voz.
Ele sai e fecha a aporta atrás dele. Peeta me olha e se aproxima ele me abraça mais uma vez, seu rosto no encaixe do meu pescoço.
– Já está tarde, vamos deitar? – ele pergunta baixinho no meu ouvido, eu concordo com a cabeça.
Nós subimos as escadas, por mais que eu esteja decidida e saiba que não tem mais tempo pra fraquezas eu ainda estou me sentindo completamente confusa, uma mistura de sentimentos, por um lado eu estou com medo mas por outro eu estou totalmente decida a não deixar nada me tirar o que eu já conquistei.
– Eu vou tomar banho! – a voz de Peeta me desperta.
Eu apenas concordo com a cabeça e me sento na cama ainda perdida entre meus pensamentos. Eu observo enquanto ele anda pelo quarto e vai pro banheiro, antes de entrar ele me lança um olhar que me mostra o quanto ele também está abalado com isso, e é então que eu começo a pensar no quanto isso vai ser muito mais difícil pra ele, claro que pra mim vai ser ruim, mas pro Peeta acho que vai ser ainda pior, foi pra lá que ele foi levado quando foi tirado da arena, lá que ele ficou preso por tanto tempo, quantas lembranças será que não devem estar passando pela cabeça dele. Eu sei que ele vai tentar me passar segurança e confiança mas agora eu me dou conta de que talvez ele precise mais dessa confiança do que eu. Na verdade como sempre nós precisamos mais ainda um do outro, eu não vou conseguir passar por isso sozinha e nem ele, assim como nós dissemos lá em baixo nós precisamos estar juntos, aconteça o que acontecer.
Alguns minutos depois ele sai do banheiro e quando eu olho pra ele, meu coração se aperta e eu sinto uma dor profunda, ele rapidamente vem pra cama, se senta e tenta desviar o olhar de mim, mas eu consigo ver seus olhos ainda vermelhos, com certeza ele chorou mas não quer que eu saiba, o que só confirma o que eu estava pensando, o quanto isso vai ser duro pra ele, ele continua a desviar o olhar do meu.
– Peeta – eu chamo enquanto me aproximo dele – ainda tem uma coisa que eu preciso falar com você.
Ele me olha forçando seu olhar confiante de sempre.
– Pode falar! – sua voz sai baixa.
– Você tem certeza disso? – eu pergunto mantendo o meu olhar no dele – de ir pra lá, com tudo que aconteceu – eu êxito antes de continuar – talvez seja melhor a gente não ir.
– Não. – ele fala rapidamente porém calmo – Nós vamos, eu também não quero eles por aqui, na padaria ou andando atrás da gente a cada passo, nós vamos pra lá passamos por isso e pronto – ele diz se virando pra mim e pegando minha mão – além do mais se é la que você vai estar é lá que eu devo estar também – ele força um sorriso que eu retribuo mas ambos sem muito sucesso.
– Tudo bem! – eu falo envolvendo meus braços nele.
Nós ficamos assim abraçados um ao outro, sem dizer mais nada, eu não sei ao certo quando foi que eu consegui dormir mas quando eu abro os olhos de novo o sol já está invadindo o quarto, nós ainda estamos abraçados do mesmo jeito que antes. Eu me mexo tentando não acordá-lo mas ele já está acordado.
– Bom dia – ele me fala baixinho, pelo semblante dele posso dizer que ele passou a maior parte da noite acordado.
– Bom dia! – eu respondo me sentando – você não vai pra padaria? – ele sempre sai cedo.
– Vou, mas estava esperando você acordar, nós podemos ir juntos. Essa é a vantagem de ser o patrão. – ele fala tentando melhorar o clima. Eu sorrio e me levanto pra me arrumar, e ele também vai se arrumar, e algum tempo depois nós estamos prontos e saímos.
Não demoramos muito e chegamos a padaria, nós tomamos café por lá mesmo e depois eu sigo meu caminho pra escola, chego um pouco antes do horário e fico na sala esperando as crianças chegarem, minha cabeça ainda está pensando em tudo que aconteceu ontem, em como eu vou fazer essa viajem e em como o Peeta ficou abalado também por mais que ele tente não demonstrar, aos poucos as crianças vão chegando e conforme elas vão entrando na sala, sempre sorridentes e alegres, me dando bom dia, e distribuindo sorrisos e beijos eu me dou conta do quanto isso me faz bem também, e do medo que eu sinto de perder isso daqui, eu sei que no começo eu nem queria fazer mas agora eu sinto como se já fizesse parte de mim e eu não quero ter que abrir mão disso também.
Quando a turma está completa nós iniciamos a aula, as crianças como sempre animadas e falantes, na metade da aula a diretora aparece pra avisar que daqui a duas semanas irá ter uma apresentação na praça do distrito e que a nossa turma foi escolhida pra cantar, as crianças dão pulos de alegria e ficam super contentes, e isso só pode ter a ver com a comemoração na capital e então eu me lembro que eu tenho que falar pra diretora que não estarei aqui.
– Nós precisamos conversar – eu digo quando me aproximo dela
– Eu te espero no final da aula na minha sala – ela diz enquanto se despede da turma pra sair da sala, deixando todos os alunos falando alto e animados querendo saber qual será a musica que eles irão cantar, o restante da aula segue sobre essa questão, as crianças falando suas preferências de musica, então eu decido fazer uma votação, nós elegemos a musica mas o tempo acaba antes que dê pra fazer o primeiro ensaio. Quando a aula acaba eu sigo pra sala da diretora.
– Com licença – eu digo depois de bater na porta e abri-la.
– Entre Katniss, eu já estava te esperando – ela diz se colocando de pé – e então o que você queria me falar? – ela pergunta me mostrando a cadeira e se sentando.
Eu também me sento e começo a explicar.
– É sobre a comemoração! Eu não estarei no distrito, ontem eu recebi uma ligação e eu terei que ir pra capital – eu falo de forma simplificada e direta.
– Oh sim, será uma pena, mas nós já esperávamos por isso. Ontem nós também fomos avisados sobre essa comemoração e foi falado algo sobre a capital receber as principais pessoas dos distritos, então eu contava com isso. – ela fala naturalmente – mas será que teria como você ensaiar as crianças ao menos essa semana? – ela pergunta preocupada.
– Posso, claro que posso, só não estarei presente no dia da apresentação.
– Que pena, será a primeira apresentação da escola, as crianças irão ficar desapontadas, mas acredito que teremos outras oportunidades não é mesmo? – ela pergunta sorrindo.
Eu sorrio e concordo com a cabeça. Nós encerramos a conversa, eu saio da sala dela e começo meu caminho pra padaria, enquanto eu estou indo pra lá minha mente se volta novamente pro motivo dessa viajem, eu sei o que eles estão falando, essa historia de comemoração mas algo me diz que não é só isso, que tem mais algum motivo oculto, sempre há, foi assim nos jogos, na turnê, na minha retirada da segunda arena, eles sempre tem algo escondido que eu não sei, e eu sempre acabava enfiando os pés pelas mãos, mas dessa vez tem uma diferença eu não confio em ninguém, as únicas pessoas que eu sei que eu posso confiar é no Peeta e no Haymitch, e então eu tenho um estalo, quando penso no Haymitch eu me lembro do que ele fez da ultima vez, ele também mentiu pra mim, me prometeu coisas que não cumpriu e me escondeu todo o plano dos rebeldes e imediatamente minha lista se diminui apenas a uma pessoa, só existe uma pessoa que eu posso confiar de olhos fechados e é essa mesma pessoa que eu vou proteger custe o que custar. Mas antes disso eu preciso tirar essa história a limpo, então eu mudo rapidamente meu caminho e não vou mais pra padaria, vou pra casa do Haymitch, quando chego lá, bato na porta e espero alguns segundos, mas o silencio e a demora me dizem que ninguém vai atender, então eu abro a porta e entro, tem roupas espalhadas pelo chão e enquanto eu me desvio eu vou chamando por ele.
– Haymitch! – eu chamo e continuo a andar por essa bagunça. Mas ele não reponde eu chamo de novo e nada, até que eu escuto o ronco dele, e sigo o som, encontro ele caído nos primeiros degraus da escada, agarrado a uma garrafa vazia e na outra mão a faca que ele nunca larga. Depois de ontem eu não imaginava encontrar uma cena muito diferente do que essa, ele segurou a onda todo esse tempo mas eu confesso que até eu pensei em beber alguma coisa ontem. Eu tento acordá-lo ciente de que não será uma tarefa fácil.
– Haymitch! – eu o chamo alto enquanto sacudo o corpo dele mas ele permanece indiferente – Haymitch! – eu grito mais alto, mas eu sei que será inútil, então eu penso em fazer o mesmo que já fiz antes, jogar água nele, costuma funcionar, mas dessa vez eu vou retirar a faca. Quando eu me aproximo e tento pegar a faca ele rapidamente encolhe o braço se levanta com os olhos arregalados e em posição de defesa, eu me assusto com a rapidez que tudo acontece, ele permanece olhando ao redor tentando entender o que houve.
– Está tudo bem Haymitch – eu digo depois de recuar alguns passos – A gente precisa conversar – ele agora me olha ainda confuso, mas desfaz a sua posição de defesa, eu me viro e vou até a cozinha coloco água em uma panela e coloco no fogo, quando me viro ele ainda está se localizando.
– Anda Haymitch vai lavar esse rosto, eu preciso falar com você agora – eu falo alto e decidida enfatizando o agora, ele me olha sério e então vai pro banheiro, alguns minutos se passam eu coloco algumas folhas de menta na água pra tentar fazer um chá já que não tem nada pra se fazer alem disso, quando a água ferve, ele reaparece com o cabelo ainda molhado, porém com uma cara um pouco melhor, ele puxa uma cadeira e se senta, eu dou a ele uma caneca e pego outra pra mim, também me sento de frente pra ele, ele dá um gole na caneca e me indica com a cabeça pra começar.
– Olha só, eu vou ser direta – eu digo de uma vez e séria – O que você sabe além do que você me falou ontem? – eu pergunto encarando ele, ele me olha como se não entendesse nada.
Depois de alguns segundos ele finalmente fala alguma coisa.
– Do que você está falando? – ele me pergunta lentamente como se cada palavra fosse um sacrifício pra ele, e pela aparência dele deve ser mesmo.
– Haymitch essa não seria a primeira vez que você nos esconde algo, mas agora é diferente, eu quero saber tudo, se tiver alguma coisa a mais eu quero e mereço saber – eu falo séria.
Ele me olha novamente, coloca a caneca na mesa.
– Eu sei o que eu fiz antes, mas foi necessário fazer, agora você pode se apegar a isso e não acreditar em mim ou você pode confiar quando eu digo nós estamos juntos nessa – ele fala e me encara seriamente sem desviar os olhos nenhum segundo, mas por mais que eu queira acreditar eu me lembro do que ele fez. No final eu decido dar um voto de confiança pra ele.
– Só mais essa vez, essa á ultima chance – eu falo já de pé – não faz o mesmo que você fez antes, eu estou confiando em você, não mente pra mim.
Eu termino de falar e saio deixando ele sentado ainda se recuperando da ressaca.
Agora eu sinto um pouco mais de segurança, não que eu confie cem por cento nele, mas eu realmente acho que ele não sabe de mais nada, e vendo o estado dele acho que ele está tão surpreso como nós, ainda assim eu decido manter meu pé atrás com ele, o único que merece minha confiança é o Peeta e ele é único que me importa nisso tudo.
A semana passa rapidamente, eu começo o ensaio com as crianças na escola, elas estão animadas, porém quando eu falo que não vou estar no dia algumas se desanimam, mas basta algum tempo e elas já se animam novamente, nós ensaiamos bastante e elas logo estão perfeitas, como num piscar de olhos a semana acaba e nós já estamos iniciando a semana da ‘’comemoração’’, Plutarch ligou novamente pro Haymitch e passou mais detalhes.
A festa começará na segunda feira, por isso no domingo a tarde nós devemos ir pra capital, mas ele mandará alguém pra nos auxiliar e garantir nossa chegada. Nós aguardamos, até que no domingo de manhã a pessoa chega logo cedo, Peeta e eu vamos atender a porta juntos e é preciso alguns segundos pra que nós reconheçamos quem é, a maquiagem menos extravagante e a peruca mais simples, nos confunde um pouco mais basta ela abrir a boca que se torna impossível não reconhecer.
– Meus queridos! Minhas verdadeiras pérolas – ela diz alto enquanto nos abraça e aperta.
Eu e Peeta trocamos um olhar mas nós não podemos negar que também sentimos falta dela. Effie Trinket. Agora sim parece que a equipe está completa..


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Notas finais do capítulo

Gente, obrigada por estarem acompanhando, vocês são DEMAIS'
Obrigadaaaa'
Agora, uma novidade não sei se vocês sabem, na verdade já tá um pouco velha essa informação, mas eu sempre esqueço de colocar aqui rsrs', enfim....
O nosso querido e amado Francis Lawrence (pelo menos pra mim ele é querido e amado), adiantou em uma entrevista que o filme que nós vimos no cinema (Em chamas) é apenas uma versão pro cinema, pois tem limite de tempo, o verdadeiro e original filme tem uma versão estendida que tem nada mais nada menos que 3 horas e 30 minutos!!!!!!!!!!!!!!! E estará disponivel em Dvd e Blu-ray!
AAAAAAAAH, se o filme já é perfeito assim imagina estendido! ÉPICO né?!
O que vocês acham???
Beijos até a proxima'



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