Love Beyond Life escrita por Miss Mikaelson


Capítulo 5
Capítulo 4 - Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oii, oi, meus lindos, tudo bem? Sorry, pela demorar, mas eu fiquei sem PC o final de semana inteiro e, não me perguntem o motivo rsrs...
Capítulo extremamente atrasado, mas, enfim, aqui está. Caso haja algum problema no link tentem este aqui http://www.youtube.com/watch?v=DW7UMDUShPQ



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Após uma longa caminhada pelo Central Park, Percy e eu finalmente paramos para um segundo de descanso. Passamos a manhã inteira caminhando pelas ruas da cidade conversando sobre temas íntimos e, muitas vezes, filosóficos. De alguma forma, eu me sentia livre para conversar com ele sobre qualquer tema. Percy era uma espécie de diário humano, com quem eu podia partilhar absolutamente qualquer coisa.

Notei que o dia estava designado a ser um dia péssimo assim que encontramos Leo Valdez próximo a um Agile azul-marinho. Ótimo. Era tudo o que eu merecia. Depois da visita desagradável que recebi da minha mãe na noite passada, pensei que não havia nenhuma maneira de deixar a semana pior, mas era muito cedo para imaginar isso e mais uma vez eu estava enganada. Sempre podia ficar pior.

Ele sorriu sarcasticamente quando me viu. Não me restou escolha a não ser ignora-lo. A água fria com certeza não foi o melhor método de fazê-lo refletir, mas de qualquer forma, hoje ele receberia um destino pior se ousasse proferir qualquer palavra.

– Cara, quando eu levantei da cama hoje cedo não pensei que seria uma coisa tão boa – diz Leo. – O que eu fiz de tão bom para encontrar uma deusa logo pela manhã?

– Muito engraçado – retruquei. – Já imaginou como seria sua língua presa na porta de um carro? Poderíamos experimentar isso agora, o que acha?

Percy riu. Leo ergueu as mãos em sinal de rendição. Permanecemos em silêncio, até que Leo resolveu a se manifestar. Mas é claro, ele não seria tão tolo em voltar a me incomodar, portanto resolveu a fazer algo mais seguro; afastar-se.

– Bem, eu vou até ali conhecer aquelas outras deusas – ele murmurou, apontado para um grupo de garotas que caminhavam próximo ao lago – Me chame quando resolver as coisas com a esquentada.

Logo ele desapareceu em meio a elas. Não demorou muito para que conseguisse anotações em seu braço, pelo que presumi números de telefone. Leo olhou de relance para Percy, soltando uma piscada com o olho esquerdo.

– Bem, já vimos que nosso amigo não perde tempo – sussurrei.

– Às vezes queria ser como Leo – ele sibilou, soando pensativo. – Falar o que eu penso sem medo das consequências.

– Veja pelo lado bom, pelo menos você não vive com o olho roxo – revidei. – Ou no fundo de uma piscina.

Ele sorriu. Seu sorriso desapareceu com a mesma intensidade que surgiu, ele trocou o peso dos pés desconfortável e apoiou-se contra uma árvore. Pela primeira vez notei que havia algo o incomodando. Ele deslizava os olhos para mim e logo em seguida voltava a fitar o chão, mantinha as mãos inquietas e o olhar preocupado.

– O que aconteceu? – indaguei.

– Não é nada – diz Percy, amargurado. – Eu vou viajar daqui a pouco. Ficarei fora por alguns dias... por causa do meu pai, sabe? Ele disse que quer me ver, mas... – Ele trocou o peso dos pés, desconfortável. Suas mãos dançaram sobre a camiseta branca, numa tentativa de amenizar a ansiedade, talvez.

– E o que te incomoda? – questionei. – Você não quer vê-lo?

– Não, não é isso – ele devolveu. – Você já esteve em algum lugar, mas na verdade desejava estar em outro? – balancei a cabeça em sinal afirmativo. – Pois bem, não é que eu não deseje vê-lo, mas eu só queria estar em outro lugar... com outra pessoa, entende?

– Outra pessoa? – sorri. – Seria uma garota? Eu a conheço?

– Oh, isso eu não poderia afirmar – diz ele, sorridente. – Mas eu poderia lhe dar uma pista, se você concordar em voltar aquele Park comigo.

– Nunca – resmunguei.

Agarrei o celular de sua mão, afinal são nos celulares em que descobrimos os segredos das pessoas. Ele tenteou inúmeras vezes apodera-se novamente do objeto, mas ele já estava em minhas mãos. Corri pelo Central Park em uma tentativa fracassada de me esquivar. Mas ele me alcançou. Percy agarrou-me pela cintura, jogando-me contra a grama vívida. Empurrei-o contra a grama, apoiando um braço contra o seu pescoço, enquanto o outro segurava o aparelho.

– Devolva-me – ele sussurrou, rouco devido a minha mão em sua garganta. – Thalia...

– Nem tente se mover – revidei. – Você me confessou outro dia na trotulalândia, nada mais justo que eu faça o mesmo com você.

Ele se afastou num movimento rápido e se livrou dos meus braços. Percy lançou o celular do outro lado do gramado, apertou meus pulsos e olhou no fundo dos meus olhos. Pude ver um amor reprimido em seus olhos verdes, uma saudade ou um sentimento conturbado tomando conta de si.

– Você... – ele murmurou. – Você é a garota.

Tentei imaginar a minha reação nesse exato momento, provavelmente os olhos saltaram para fora das órbitas. No entanto, tal reação não foi pior do que a que se seguiu. Ele segurava os meus pulsos, não como uma forma de se livrar das minhas mãos em volta de sua garganta, mas sim como uma forma de me puxar para si. Ele me puxou num beijo, antes mesmo que eu pudesse intervir. Seus lábios eram salgados e calorosos. Possuía um hálito refrescante e inigualável. Livrei-me do beijo mordendo o seu lábio inferior.

– Não faz isso – rosnei, levantando-me do gramado. – Não estrague a amizade que possuíamos.

– Eu poderia ter falado as coisas erradas mil vezes – ele esclareceu. – Essa era a única maneira de demonstrar sem falar. Você sabe que não muito bom com palavras.

– E nem com atitudes, pelo visto – proferi, as palavras escorregando pela língua, soando mais grossas e estúpidas proferidas em voz alta. – Não pensou em perguntar o que eu sentia? – prossegui, sem lhe dar chance alguma de defesa. Ele segurou em meu pulso no momento em que me preparava para partir.

– Thalia... – ele implorou, me seguindo pelo Park. – Espere... – Virei-me para encará-lo. Sentindo o sangue fervendo em meu organismo.

– Percy, você nunca vai poder realmente consertar meu coração – digo, me retirando do local sem olhar para trás.

A noite não demorou muito a chegar e junto com ela a chamada noite das garotas. Não é a coisa mais racional do mundo, mas é algo habitual que costumávamos fazer desde o jardim de infância. Nós nos reunimos em casa sempre no primeiro sábado do mês, para assistir filmes ou falar sobre a vida pessoal. Nada que me interessasse realmente. É inconveniente. Entediante, até. Normalmente, é algo que não fazíamos há muito tempo. Talvez na sétima ou oitava série fora a última vez que nos reunimos de fato. Sinceramente, hoje eu não estava com um clima para uma reunião desse tipo, mas de acordo com Jason essa noite seria “especial”.

Deitei-me no sofá com os pés apoiados na mesa de centro e uma almofada entre as mãos. Meus dedos brincavam com algumas mechas do meu cabelo, enquanto eu tentava afastar a ociosidade do meu ser, já que o filme que elas estavam assistindo me embrulhava o estômago. Uma paixão adolescente com um fim trágico. Excelente! Era o que eu precisava para a noite.

– Troca esse filme – Clarisse ordenou. – É tão doce que já estou com diabetes.

– Acho que não tenho mais estômago para tanto açúcar – Piper retrucou.

– Que tal o Massacre da serra elétrica? – sugeri, embora ninguém concordasse.

– Ótima escolha – diz Clarisse. – Eu concordo.

– Às vezes eu fico surpreendida com o sentimentalismo de vocês – discutiu Silena, com um tom irônico. – Esse filme é algo real. Uma história de amor.

– Filmes que fantasiam a realidade – murmurei, em tom de desdém. – Certo, é muito real uma garota de quase vinte anos nunca ter tido um namorado. Que tipo de realidade é essa?

– Talvez ela estivesse à procura do home ideal – Bianca aconselhou.

– E onde ele estava? – interroguei. – Em Nárnia, por acaso? – Risadas espalhafatosas tomaram conta do ambiente. As palavras saíram mais grossas que o normal, mas eu não me dei conta. Silena finalmente rendeu-se as minha criticas, desligando a TV. Entretanto, fora Rachel, sentada no chão próximo à lareira, quem tornou a situação inconveniente.

– Acho que todos se focaram no filme, mas acabaram esquecendo-se de algo importante. – Rachel começou. – Qual o real motivo de todas as suas criticas a filmes românticos, Thalia? Há uma razão em particular? – Todas focaram sua atenção em mim. Mas eu hesitei em responder.

– Uh! Acho que eu sei – diz Piper. – Tem a ver com aquele garoto... qual era mesmo o nome dele? Perseu?

– Percy – corrigi. – E não, não tem nada a ver com ele.

– Ah, sim – acrescentou Silena. – Já está até chamando pelo apelido?

Eu não pensei duas vezes antes de lhe lançar uma almofada. Normalmente, eu lançaria qualquer coisa, mas felizmente, digamos que eu não me dei conta do abajur a minha esquerda. Uma música tomou conta do ambiente, fazendo com que todas se dirigissem até a janela a fim de descobrir de onde vinha tal melodia. Pétalas de rosas espalhadas pela calçada, pequenos corações formados por velas vermelhas e uma faixa da mesma cor com a seguinte frase: "Do fundo do coração, lhe quero comigo eternamente. Te amo, para sempre, para sempre..."

Connor Stoll segurava a faixa do lado esquerdo, seu irmão Travis segurava-a do lado direito e Nico, por sua vez, dava apenas um apoio no centro. Jason, por outro lado, estava no centro dos corações, segurando um buquê de rosas vermelhas.

– Te olho nos olhos e você reclama... Que te olho muito profundamente. – Jason resfolegou. -Desculpa, tudo que vivi foi muito profundo. Você sempre foi tudo para mim, e eu não quero ser apenas mais um capítulo seu. Se esse amargurado coração pudesse falar... ele diria que você é a única. Desculpe-me se falhei com você... Eu te amo!

– Que lindo! – diz Silena, entre lágrimas. – Que fofo da parte dele. Piper, você não vai falar nada?

– Eu... – Piper gaguejou, atordoada– Eu... não sei o que dizer.

– Ela aceita seu pedido de desculpas – exclamou Silena, apoiando-se no parapeito de janela.

Piper lhe lançou um olhar recriminador, mas logo sua expressão de desmanchou em um sorriso. Ela desceu ao encontro de Jason, que lhe entregou as rosas puxando-a num beijo. Logo o silêncio deu espaço a palmas e suspiros desejosos. No meio da noite, o sono deu espaço a dois sentimentos em meu ser; culpa e arrependimento.

Culpa por ter deixado as coisas irem muito longe. Por não ter esclarecido que talvez eu não fosse capaz de amá-lo como ele merece. Mas, por outro lado, o arrependimento também predomina. Arrependimento, pois uma parte mim, uma minúscula parte havia gostado daquele momento. Embora eu nuca fosse capaz de admitir tal estupidez.

Fui consumida por uma vontade de dirigir a toda velocidade e ultrapassar todos os sinais. Pois é mais fácil fugir do que encarar o que sentimos. Infelizmente, eu não posso fugir de algo que está dentro de mim. Mas posso simplesmente ignorar. Ele não é Luke. Carrega dentro de si uma parte de Luke, mas não é ele. É isso, talvez meus sentimentos estejam confusos por parte dele pertencer a Luke. Isso não é amor. Nem paixão. Nem atração. Ou muito menos desejo. Confusão é a palavra correta para descrever o que sinto. Apenas uma confusão que se ajustará com o tempo. Eu espero.

Entretanto, tudo que eu sabia era que, naquele momento, quando nossos lábios se tocaram pela primeira vez, aquela lembrança duraria para sempre.


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Notas finais do capítulo

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