Love Beyond Life escrita por Miss Mikaelson


Capítulo 3
Capítulo 2- À primeira vista


Notas iniciais do capítulo

Oiee meus lindos e lindas. Como foi a semana de vocês, fofos? Sentiram a minha falta? Espero que sim. Devido a reforma do site ocorreu um atraso na postagem do capítulo, mas não se preocupem eu postarei todos os capítulo em dias. Ah, eu espero que gostem de capítulos grandes, esse ficou muito grande, não sei se os outros vão ser assim. Opa, lembrando que Em Chamas estreia hoje, tem tributo aí? *-*
Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/433236/chapter/3

Aos poucos a tarde se tornou noite. Eu observava da janela do meu quarto o sol se esconder atrás dos edifícios. O céu passara de um tom bege a um azul escuro pontilhado de estrelas. Essa era a parte positiva da noite. Essa seria uma noite longa, como eu havia imaginado antes. Torturante até. Eu não tinha certeza se conseguiria fechar os olhos um minuto sequer, nem mesmo se fosse da minha vontade fazer. Se houvesse uma maneira de acelerar o tempo para fazer a noite passar mais rápido, com toda certeza eu já teria feito. Depois que convenci Piper a me ajudar na procura de portador do coração de Luke, a ansiedade me consumiu desde então.

Já passava da meia-noite quando desci até a sala de jantar. Não havia ninguém em casa, aliás, eu deveria estar acostumada com essa realidade desastrosa. Após o término do catastrófico e infeliz casamento dos meus pais, minha mãe entrara em uma fase de liberdade, no qual inclui passar dias fora de casa. Não que ela não o fizesse antes. Meu pai, por outro lado, na dá noticias há muito tempo. Levando-me a repensar se ele ainda continua vivo.

Encontro Jason sentado no sofá à luz fraca do abajur, olhando fixamente para um porta-retratos em suas mãos. Aproximo-me para observa-lo. Ele estava tão distraído com a imagem, que nem mesmo notara a minha presença. Meus olhos aos poucos se fixam na fotografia, causando certo impacto sobre mim. Era uma figura antiga, porém de grande valor. Meus pais sorridentes e de mãos dadas, sentados sobre ao que parece, um canteiro de rosas. No centro do casal estavam duas crianças pequenas, no qual imaginei que seriam Jason e eu. Apesar de não me lembrar do dia em que a foto fora tirada, o sorriso em nossos rostos demonstrava a felicidade que há muito se fora.

– Sem sono? – Jason indagou, notando-me pela primeira vez. – Acredite você não é a única. É uma bela imagem, não acha? – ele me passou o porta-retratos, mas eu recusei em recebê-lo.

– Sim, uma linda imagem – disse, evitando olhar para a fotografia. Sentei-me ao lado de Jason, me aproveitando de seu calor. Sentindo-me completa por um milésimo de segundo.

Não falamos nada por um tempo. Ficamos nos aproveitando do calor do outro, observando as brasas da lareira. Ele jogou o porta-retratos sobre a mesa, fintando o chão por alguns segundos. Seu rosto estava perfeito sob a luz âmbar. Seus olhos azuis eletrizantes iluminavam o seu rosto, e os fios louros estavam caído sobre a testa.

– Thalia - ele começou –, já se sentiu como se estivesse incompleta? Como se nada fizesse sentido? – ele virou para me encarar. Ansiando pela resposta que hesitei em dar. Sua expressão era vazia, não pude lê-la nem mesmo imaginar o que se passava em sua mente.

– A verdade é que eu nunca estive completa – retruquei. – Não mais. Não depois de tudo.

Eu tentava me manter forte por ele. Desde a separação dos nossos pais sei que tem sido difícil para Jason. Mas na verdade não consigo, eu sabia disso lá no fundo e tinha certeza de que ele também sabia. Eu estava acordada, mas meu mundo estava adormecido. Há tempos eu não desabafava com ninguém, nem mesmo Jason. Mas a verdade era que eu não aguentava mais nadar em um oceano sem fim ou segurar o peso dos céus nas costas. Isso era um farto muito grande. Eu tentei reprimir as lágrimas, evitando demonstrar qualquer sinal de fraqueza.

– Desculpe- me – ele pediu, me envolvendo em seus braços. – Eu não queria lhe fazer lembrar...

– Eu que tenho que lhe pedir desculpas – revidei. – Não queria que você me visse fraca, mas com você eu posso desabafar. Eu não sei se ainda me resta forças para continuar... É um farto muito grande, Jason.

– Eu sempre admirei sua força – ele insistiu, apertando-me contra o seu corpo. – E sinceridade – notei um sorriso sarcástico formando-se em seus lábios. – Bem... Apesar de sua áurea ruim, você é a minha pessoa favorita no mundo.

Deixei escapar um sorriso. Ele também era minha pessoa favorita no mundo, não precisei mencionar nada, pois ele sabia disso. Depois disso ficamos em silêncio. Não me sentia mais parte desse mudo após a morte de Luke, no entanto, Jason era a razão por qual eu deveria continuar. Não queria fazê-lo encarar o mundo só.

Não me lembro de como ou quando dormi. Acordei no sofá com os raios de sol atravessando à persiana e atingindo meus olhos. O sol estava forte bem ao meio do céu, não tinha certeza talvez fosse tarde da manhã ou cedo da tarde. Não havia sinal algum de Jason a não ser um bilhete sobre a mesa de centro, avisando que havia saído com Connor e Travis.

Lutei contra a vontade de ficar um pouco mais no sofá, até me lembrar de que dia é hoje. Levantei-me com um salto do sofá caminhando até o banheiro. Não houve muito tempo para relaxar no banho, mas o pouco tempo sentindo a água quente sobre o meu corpo foi o suficiente para descontrair.

Olhei-me no espelho mais uma vez pouco antes da chegada de Piper. Meus olhos azuis contornados por delineador e meus cabelos negros caídos sobre os ombros. Terminei de colocar minha roupa; uma blusa do Guns N’ Roses e um short jeans escuro e rasgado nos bolsos. Não tive tempo suficiente para escolher uma roupa, portanto, a primeira a cair do armário foi à escolhida. Passei pela cozinha aproveitando para ingerir algo, enquanto eu terminava de pentear o cabelo.

Desci ao encontro de Piper, me deparado com uma BMW preta estacionada em frente ao meu apartamento. Piper estava o mais casual possível, aliás, como sempre. Ela não usava maquiagem ou qualquer acessório que seja capaz de chamar atenção, apenas uma trança de lado tomava conta de seus cabelos cor de chocolate. Usava também uma baby look branca, calça jeans e all star preto.

– Então, por onde devemos começar? – Piper indagou, assim que adentrei o veiculo.

– Isso eu já pensei – retruquei. – Rachel Elizabeth Dare.

– Rachel? – disse Piper incrédula. – O que a Rachel tem a ver com isso? – O sinal fechou. Retirei um pedaço de papel amassado do bolso do short e entreguei a ela.

– O hospital em que Luke ficou internado, por um acaso era o mesmo em que Rachel estagiava na época – expliquei. – Também foi o local em que ocorreu a doação. E, com isso, presumi que talvez ela me ajudasse a conseguir os dados do portador. E ajudou. Esse é o endereço dele. – Piper me fitou por um segundo e, em seguida olhou novamente para o papel amarrotado.

– Perseu Jackson – ela disse incrédula, sua voz soando em tom de brincadeira. – Certo, vamos combinar que o nome é estranho. Enfim, vamos lá, em busca do tal Perseu.

Não pude deixar de sorrir com o comentário. No caminho até a casa de Perseu, também não pude deixar de pensar em como me apresentaria. Como ele me receberia? O que exatamente eu deveria falar? Como eu deveria agir? Tentei me colocar no lugar dele e pensar em como eu reagiria se depois de um transplante recebesse a visita da namorada do doador. Seria uma reação indescritível, sem sombra de duvidas. Fiquei submersa em meus pensamentos o caminho inteiro. Algumas vezes Piper me perguntava algo, mas eu não dava atenção, ou não ouvia. Minha ansiedade voltou a predominar quando o carro estacionou em frente a uma casa branca integrada a um cercado verde natural. Eu hesite em sair do veículo.

– Algum problema? – disse Piper, com uma expressão perplexa.

– Não, é só que... – gaguejei. – Bem, eu não sei o que fazer... Quer dizer, o que eu devo falar?

– Não se preocupe. Vai dar tudo certo – ela afirmou, embora eu não estivesse muito certa disso. O celular de Piper tocou e assim que ela desligou minha ansiedade piorou. – Desculpe-me Thalia, mas eu não posso ficar com você. Meu pai acabou de me ligar, eu preciso encontrá-lo. Eu volto para lhe buscar... acha que consegue?

– Claro – concordei. – Te vejo mais tarde.

Honestamente, eu não estava convencida disso. Isso vai dar certo, eu repetia em minha mente, tentando me fazer acreditar. Por um milésimo de segundo que seja eu acreditei nessas palavras. No entanto, a incredulidade voltou a predominar quando eu estava em frente à residência. É melhor desistir dessa ideia, pensei. A essa altura meu subconsciente estava em guerra.

Finalmente reuni coragem para tocar a campainha. Um garoto magro, de cabelos encaracolados e orelha pontuda me recebeu. Ele estava nu da cintura para cima, coberto apenas por um short azul e uma toalha verde entrelaçada em seu pescoço.

– Olá, eu estou procurando Perseu... Perseu Jackson – declarei. – É aqui que ele mora? – analisei a expressão do garoto. Ele me fitava perplexo. Seus olhos dançaram sobre o meu corpo, me deixando em uma situação desconfortável. – Algum problema?

– Oh... Não... Problema nenhum – ele gaguejou. – Só estou surpreso que um avião tenha pousado fora do aeroporto – fingi não entender a cantada. –Enfim, pode entrar gata – ele continuou a falar, porém desta vez abrindo caminho para que eu entrasse.

Eu o segui pelo imenso jardim. Ouvindo suas piadas insanas e cantadas sem noção. Meu sangue fervia ao ouvi-lo me chamar de gata. Entretanto, resolvi ignorar a vontade de agredi-lo fisicamente. Por mais difícil que seja. Paramos em frente à piscina no interior do jardim. O jardim estava completamente desprezível deste lado. Copos, garrafas e vários objetos espalhados sobre a grama. Alguns adolescentes no interior da piscina, enquanto outros estavam deitados sobre o gramado. Focalizei todos os rostos presente a fim de encontrar Perseu.

– Aquele garoto do outro lado da piscina é o Percy – disse o garoto magricela, apontando para o menino sentado do outro lado. Percy. O que traduzi em minha mente como um apelido carinhoso para Perseu. – Mas lembre-se gata, eu não sou astronauta, mas te faço chegar ao céu – eu não hesitei em lançá-lo na piscina. Alguns garotos riram da cena, enquanto outros observavam boquiabertos. Talvez a água fria fizesse-o refletir.

– Eu odeio altura – murmurei entre dentes.

Caminhei até o encontro de Percy, que se encontrava do outro lado da piscina. Ele estava distraído sentado sobre o gramado e arrancando pequenos fios do mesmo. Não era uma criança como eu havia imaginado, talvez fosse um ou dois anos mais novo que eu. Eu não tinha certeza do que falar ou como me apresentar, mas resolvi seguir em frente.

– Percy... – engasguei. – Perseu Jackson?

Seus olhos verdes deslizaram ao encontro dos meus. Ele parou de escavar a grama do jardim e se focou em mim. As palavras começaram a fluir em meus lábios, tentando desesperadamente formar frases ou explicações. Normalmente, isso sempre acontecia quando eu deveria agir sobre pressão. O que me ajudava às vezes.

– Ah... Oi – ele suspirou. – Desculpe-me de onde eu a conheço?

– Não, você não me conhece – esclareci. – Eu sou Thalia. Thalia Grace – ele limpou as mãos na camiseta azul e tratou de me cumprimentar.

– É um prazer – ele sussurrou.

– Pelo visto já conheceu o Leo.

Percy sorriu apontando para o garoto que eu empurrei na piscina. Leo mantinha seus olhos fixos em mim. Sua expressão era infantil e, por mais que ele tentasse me fitar de modo contrário, o seu sorriso continuava o mesmo.

– Oh, então o garoto que me cantou mais cedo se chama Leo? – indaguei.

– Acostume-se – Percy riu. – Ele é assim mesmo. Talvez até pior – sua expressão descontraída tornou-se sólida ao me fitar novamente. – Me desculpe... Não estou reclamando da sua companhia, mas você ainda não me disse o motivo dessa visita... Não que eu esteja reclamando é que... Quem é você?

Respirei fundo mais uma vez. Sentei-me ao seu lado no gramado tentando buscar as palavras cabíveis. Fitei a grama vivida por um segundo. Senti palavras engasgando na minha garganta, porém não conseguia proferi-las.

– Eu sei que é algo insano – expliquei. – Na verdade, é uma ideia muito insensata, mas eu peço que não se assuste com isso... Nem ache ridículo da minha parte. Há nove meses eu perdi meu namorado, Luke. Ele sofreu um acidente. Passou três dias no hospital e... Bem, no terceiro dia a morte encefálica foi contatada. A mãe dele permitiu a doação dos órgãos, pois esse seria o desejo dele – senti os olhos arderem, mas nem uma lagrima sequer escorreu. – Você, Perseu, foi quem recebeu o coração dele – parei a história ao perceber o estado de choque de Percy. – Eu sinto muito, é algo demais para digerir, não é mesmo? É algo insano lhe procurar...

– Não, não é insano – ele afirmou, contornando o peito com a palma da mão, provavelmente sentindo a marca da cicatriz. – É só que... Bem, eu não sei o que lhe dizer. Eu sinto muito, por ele.

– Tudo bem – sussurrei.

– Mas ainda há algo que eu não entendi – ele começou a dizer, então naquele momento eu percebi que Perseu não era muito bom em compreensão. – Você me procurar depois de todos esses meses, por quê?

– Achei que talvez, isso me ajudasse a suprir minha perda – continuei. – Conhecê-lo talvez me fizesse bem.

Ele sorriu com sinceridade. Lá no fundo eu tinha outra razão. Eu sempre imaginei que ele carregaria um traço da personalidade de Luke. Mas eu estava enganada. Percy e Luke, literalmente não tinham nada a ver. Era ingenuidade minha pesar assim. Portanto, resolvi guardar o pensamento demente somente para mim.

As horas passam rápido. Logo Piper retornou como havia prometido. Mas é claro, eu não poderia sair do local sem levar mais uma cantada de Leo. Enquanto eu caminhava até a BMW de Piper, ouço Leo berrando atrás de mim.

– Linda, você não é sexta- feira, mas eu te espero ansiosamente – Leo balbuciou. – Me liga!

Que ótimo. Era tudo o que eu merecia. De certa forma, eu não pude evitar não sorrir. Entrei no carro, me deparando com uma Piper extremamente risonha. Como se um Leo não fosse o suficiente.

– Ah, quem é o admirador? – ela questionou, segurando um sorriso.

– Não começa – revidei. – Você não sabe o que eu aguentei.

– Então, como foi? – disse Piper, erguendo a sobrancelha.– Tudo ocorreu bem?

– Oh, claro – respondi. – Mas eu suponho que depois disso ele me ache insensata.

Piper riu em concordância. Seguimos o caminho em silêncio. O meu dia estava impecável até retornarmos a casa. Logo o dia foi desencadeando como uma imensa avalanche incapaz de ser controlada. O apartamento aparentava estar vazio, isso até chegarmos à sala de estar. Reyna de mãos fixas no rosto de Jason, beijando-o fervorosamente. Jason, por outro lado, não expressava reação alguma. Não tentava se livrar dos braços de Reyna, nem mesmo retribuía o beijo. Estava estático. Interrompi a cena com uma tosse. Deslizei os olhos para encarar Piper logo atrás de mim, com os olhos marejados. A expressão de Jason tornou-se perplexa. Enquanto Reyna encarava a situação atônica.

– Piper... – Jason implorou. – Eu...

– Não fala – ela rosnou. Logo em seguida se retirou do local com Jason a tira colo.

– Eu preciso ir – disse Reyna. – Eu... Eu sinto muito.

– Não é a mim que deve desculpas – revidei, soando o mais calma que pude.

Observei da janela Jason tentando explicar o ocorrido a Piper. Sem sucesso. Ela se esquivou dele, batendo a porta do carro contra os dedos do mesmo. Jason se sentou em frente ao apartamento com os cotovelos pousados sobre os joelhos e a cabeça entre as mãos. Eu tentei imaginar o que doía mais; a mão ou a consciência.

A semana que se seguiu foi estável. Jason não saia do quarto há exatos sete dias. Piper não retornava as ligações de Jason, assim como Jason não retornava as chamadas de Reyna. Eu retomei a rotina monótona frequentando a faculdade no período da manhã e enfrentando a ociosidade que se acompanhava à tarde. Já minha mãe também não dava noticias há dias.

Passei pelo quarto de Jason, preocupada com o estado deplorável que ele se encontrava. Ele estava deitado sobre a cama com a cabeça inserida no travesseiro. Pouca luz invadia o ambiente caótico. Caminhei até a janela me esquivando dos objetos espalhados no chão. Abri a persiana apesar das alegações de Jason. Ele estreitou os olhos e afundou a cabeça no travesseiro. Sentei-me ao seu lado na cama deslizando a mão sobre seus cabelos louros.

– Jason... – murmurei. – Levanta.

– Me deixa em paz – ele berrou. – Vai embora.

– Não, você vai me ouvir – forcei-o a me encarar. – Eu não aguento mais vê-lo nessa situação, Jason Grace.

– Droga! – ele exclamou. – O que você quer que eu faça?

– Eu não sei, mas tenho certeza que o Jason que eu conheço sabe como agir – desabafei. – O Jason que me deu força para prosseguir quando Luke se foi. Eu suportei a perda do Luke, o abandono do pai e até mesmo da mamãe, que eu não faço ideia onde esteja – prossegui, com a voz fraca. – Mas você não, Jason – me virei para sair.

– Eu não quis beijar a Reyna – ele admitiu. – Não quis magoar a Piper. Eu a amo. Eu estou confuso... Você sabe, eu amo a Piper, mas também sinto algo pela Reyna. Só não sei explicar o que sinto. Thalia... você sabe...

– Não, eu não sei – revidei, com uma dureza inexplicável na voz.

As palavras que proferi obtiveram impacto. Retirei-me do quarto sem olha-lo nos olhos. Nunca havia falado sério com Jason. Um pensamento me ocorreu, há alguns dias quando Jason me perguntou sobre estar incompleto ou dividido, imaginei que isso estava relacionado à separação dos nossos pais, mas somente agora compreendi o verdadeiro sentido da conversa.

Encontrei meu primo, Nico, subindo as escadas. Ele usava uma calça jeans escura, all star preto e uma camiseta do Green Day. Nico e sua irmã, Bianca, nos visitavam com frequência, principalmente agora na situação que Jason se encontra.

– Como está o Jason? – Nico questionou.

– Nada bem – confirmei. – É melhor você ir vê-lo. Pode fazer bem a ele.

– Thalia – Nico começou –, tem um garoto querendo falar com você lá na sala. Eu o mandei entrar, disse que se chama Perseu.

Desci até a sala me encontrando com os olhos verdes de Percy. Fiquei perplexa ao vê-lo parado em meio à sala amparado na parede próximo à lareira. Ele estava distraído segurando um porta-retratos, que sequer notou minha presença. Logo após três ou quatro segundos ele me notou, colocando o porta-retratos sobre a mesa de centro.

– É uma linda imagem – afirmou. – São seus pais?

– Sim – disse secamente.

– Eu... queria lhe pedir desculpas por Leo – Percy sussurrou. – Mas...

– Tudo bem – interrompi. – Diga a ele que eu sinto muito pelo banho.

Mas não era verdade. A cena de Leo no fundo da piscina atravessava meus pensamentos algumas vezes, fazendo-me rir e desejar fazer tudo novamente. No entanto, achei que isso seria algo sensato de se dizer.

– Ah, o banho – Percy riu. – Mas na verdade eu não vim lhe procurar somente para pedir desculpas. Bom, aquela conversa que tivemos outro dia a respeito de Luke... eu desejei saber um pouco mais sobre ele, um pouco sobre você. Enfim, isso é o mínimo que eu poderia fazer, afinal, uma parte dele vive em mim. Então, podemos sair algum dia, é claro se você não se importar.

– Claro – aprovei. – Por que não?

A semana havia sido conturbada. Minha mãe que sumira há uma semana ou mais, as controversas entre Jason e Piper, que indiretamente acabavam me afetando. Mais alguns dias, semanas ou até meses sem noticias do meu pai. De qualquer forma, eu resolvi me dar uma chance de quebrar a ociosidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentário serão importantes assim como recomendações e favoritos.
Beijos!!!