A Origem do Silencio de Hannibal escrita por MeuNomeéElio


Capítulo 2
Capítulo 2 - Entrée


Notas iniciais do capítulo

Tudo de novo, e o começo da caçada.



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O dia no hospital começa cedo, já atendi 12 pacientes e só são 11 horas da manha. Finalmente, penso. É o meu ultimo paciente, depois direto para o refeitório, estou morrendo de fome.

Observo meu próximo paciente chagar agonizando pelo corredor. Abro um sorriso ao ver aquela cena. Recebo meu paciente ainda sorrindo.

Ele estava deitado na maca com um ferimento grave no peito. Ao me aproximar pude perceber que era um corte profundo de cinco centímetros. O sangue não parava de escorrer de seu peito, fazendo minha boca se abrir involuntariamente. O cheiro de ferro penetrante e ardente fez meu coração bater mais rápido. Agora o sangue pingava, gota a gota, da maca ao chão, formando uma pequena poça. A goteira de sangue fez com que eu me desequilibrasse, forçando-me a dar um passo para trás. A adrenalina corria em minhas veias mais que qualquer um. Foi então me lembrei de que tinha um paciente para atender. Foquei dele, era preciso somente costura-lo.

–NÃO!!! Não quero ser atendido por você. Nem saio da faculdade, não sabe nada. É um pirralho. VOCÊ VAI ME MATAR!!!

A adrenalina correu ainda mais por todo meu corpo. A vontade era de me jogar em cima do homem. A raiva, a fúria, o ódio estavam controlando minha mente. Varias imagens e pensamentos passavam por minha cabeça. Varias atitudes, uma mais plausível que a outra, foram ganhando forma em minha mente. Mas não era possível, minha imagem nesse hospital era impecável. O resultado desses pensamentos foi um só: a sede. E essa era uma boa oportunidade para eu matar a fome. Achei minha vitima. Ao concluir isso dou um leve sorriso de canto de boca e falo para mim mesmo:

– Eu vou te matar? Tenha a certeza que vou fazer isso.

Aviso a enfermeira que o paciente precisa urgente de uma cirurgia. Destravo a maca com facilidade e deslizo sobre os corredores até a sala cirúrgica, ignorando totalmente os gritos de desespero e pavor do paciente. Na verdade, são musicas para meus ouvidos. Coração acelerado, mãos tremendo. Finalmente chego ao meu destino, rapidamente o cheiro de sangue invade a sala, o homem ainda gritando. Posiciono a maca, coloco a seringa na veia do paciente que gritava no meu ouvido para eu parar. Percebi que os cirurgiões estavam me olhando.

– O paciente precisa urgente de uma cirurgia. Suponho que perfurou uma veia, por isso o alto nível de sangramento. Por favor, se preparem.

– O QUE?? CIRURGIA??? COMO ASSIM?? EU PRECISO AVISAR MINHA..... - não deixei ele terminar, coloquei a anestesia via intravenosa quando os médicos se viraram. Queria ser rápido antes que eles voltassem.

Meu corpo se acalmou: o coração desacelerou, minha mão parou de tremer, minha respiração voltou ao normal. Agora era só um corpo, sem vozes gritando, sem preocupações. O homem está totalmente inconsciente, assim é melhor.

Agora tenho que tirar o corpo dali. Fui calmamente ate o aparelho que omitia o barulho constate do coração do paciente. Troquei algumas peças e, de repente, aquele barulho constate virou um simples e agudo barulho. Teoricamente o paciente estava morto. Teoricamente. Coloquei o dedo no pescoço dele para ter certeza. Estava vivo.

Os médicos começaram a entrar na sala, todos sem intender nada.

– Ele teve um choque fulminante. Não deu.... – falei confiante, tentando mostrar um pouco de tristeza que eu não sentia. Choque fulminante. Tenho que me lembrar para colocar no atestado de óbito, pensei comigo.

Sai da sala sem dar mais explicações. Calmamente fui me dirigindo ao necrotério, que tem uma saída pelos fundos que dá ao estacionamento, onde está meu carro. Foi difícil colocar aquele corpo no porta-malas do meu carro. Ele era pesado, mas isso era bom, mais carne para mim.

O porão estava cheio de papel filme: nas paredes, na porta, no sofá, na mesa em que estava minha vitima. Droguei-o para ficar meio sonolento, porém acordado. Ele estava gemendo algumas palavras, mas não dei ouvidos, enfiei minha faca na altura do umbigo e cortei da direita para a esquerda. O sangue começou a jorrar em cima de mim, como uma cachoeira. O homem sentiu a dor, se remexia, tentava me chutar. Aquela cena era adorável. Segurei mais forte a faca e fiz um corte de cima a baixo, cortando todo o tórax. Mais sangue começou a escorrer, do corpo a mesa, da mesa ao chão, formando uma grande poça. O homem não parava de se mexer, de gritar, de sangrar.

Ria alto tirando o fígado, o estomago, o intestino. A essa altura o homem já deve ter morrido, mas não me importava mais. A parte mais legal estava por vir. Quando agarrei o coração do homem e tirei me senti Deus. Estava com o órgão que mantinha aquele ser humano vivo. Agora não mais. Senti-me confiante, forte, poderoso. Finalmente, depois de tanto tempo, eu teria um jantar gostoso. Aquela sensação era prazerosa, por que eu parei mesmo?

– Dr. Hannibal Lecter voltou a ativa – falo alto, minha voz faz eco na sala quase vazia.


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