–Cabeça erguida e nariz empinado. –o rapaz chamado Lucio gritou pra Mingau. Ela revirou os olhos e ergueu a cabeça e empinou o nariz. –Lembre-se de jogar as pétalas delicadamente.

Estávamos no local onde seria o casamento, faltavam apenas dois dias para o casamento e estávamos treinando. Mingau estava com a cestinha com pétalas de lírio e de salto alto, essa já era a quinta vez que ela entrava novamente.

–Agora é a vez dos padrinhos da noiva. –Lucio disse e os padrinhos da Nick entraram, era uma amiga e um amigo da faculdade. –Pegue no braço dela querido. –Lucio ordenou. –Entrem com a cabeça erguida e sorrindo como flores na campina. –Lucio disse sorrindo como exemplo. Acho que esse cara é gay. –Isso! Estão maravilhosos! Agora os padrinhos do noivo. – ele disse e eu olhei pro Bernardo, ele me estendeu o braço e eu o peguei. Ainda estava de bota ortopédica. Então por esse motivo estaríamos meio que mancando. –Sorria! –Lucio gritou com a voz levemente afinada.

–Acho que esse cara é gay. –Bernardo sussurrou pra mim. Eu comecei a rir.

–Sem cochichos! – ele gritou. –Padrinhos não conversam na hora da entrada.

Olhei pro Bernardo que estava mordendo os lábios pra não rir.

Entramos lindamente mancando e fomos para o nosso lugar perto do altar, logo após a Nick entrou com o pai do Jorge e do Bernardo.

–Querida, lembre-se que você é a estrela desse lugar. –Lucio deu pulinhos gays.

–Definitivamente ele é gay. – o Bernardo sussurrou de novo.

–Fica quieto. – sussurrei de volta pra ele. –Senão a libélula vem brigar com a gente.

Minha irmã já tinha chegado ao altar.

–Você foi estupenda! –Lucio começou a bater palminhas.

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–Se eu cair a Nick é capaz de me matar. – Mingau disse.

–Eu não duvido disso. –Bernardo concordou.

–Ei gente, a minha irmã não é um monstro. –eu olhei com a cara feia pra eles

–Não é o que a moça do Buffet pensa. –Bernardo riu.

–Ela só está um pouquinho estressada com o casamento. –eu disse dando os ombros.

–Imagina se ela estivesse muito. –Mingau começou a rir. –E ai Yu, já empacotou suas coisas?

–Sim, mas ainda faltam os livros. – eu respondi. Depois do casamento Nick e eu nos mudaríamos pra casa do Jorge e do Bernardo. Essa novidade me deixou muito feliz. Mas, muito triste também. Por quê? Porque vou morar no mesmo teto do menino que eu gosto e não posso fazer nada.

–Eita poxa! Vai demorar ainda. – Mingau disse. –Você tem mais livros que a biblioteca da escola.

–Já sei com quem vou pegar livros emprestados agora. –Bernardo disse me olhando.

–E quem disse que vou empresta-los? – eu perguntei.

–Tomou distraído. – Mingau gritou rindo.

–Quanta ignorância moça. – ele se fingiu de ofendido.

Estávamos na casa da Mingau vendo filmes.

–Tem um celular vibrando. – Bernardo falou.

–É o meu. – eu disse pegando o celular na mesinha. Olhei na tela e vi que o Jonas. –Alô.

–Oi amor da minha vida. – ele falou com aquela voz melosa.

–Oi. – respondi.

–Como você tá?

–Eu tô bem e você?

–Tô melhor agora. – ele respondeu e eu percebi que estava sorrindo. –Posso passar na sua casa agora pra gente sair?

–Eu não tô em casa.

–E tá onde?

–Na Mingau.

–Eu passo ai então. – ele disse. –Vou te levar pra tomar um sorvete pode ser?

–Pode.

–Em vinte minutos tô. – ele disse. - Beijos minha princesa.

–Tchau. – deliguei o celular.

Voltei pro sofá e sentei entre a Mingau e o Bernardo.

–Quem era? – Mingau perguntou.

–Jonas. – respondi e senti os olhos do Bernardo me queimarem.

–O que ele queria? – ela perguntou.

–Me chamar pra sair.

–E você vai? – Bernardo perguntou.

–Vou. – dei os ombros.

–Hm. – ele e a Mingau disseram juntos.

Ficamos assistindo o filme até alguém bater no portão.

–É o seu namorado Yummi. – Bernardo disse.

–Vou lá. – disse levantando. – Tchau gente.

–Tchau, Yu. – eles responderam juntos, quando abri a porta olhei pra traz e vi o olhar triste do Bernardo.

Abri o portão.

–Oi minha princesa. – ele me beijou. Um beijo sem graça.

–Oi. – eu respondi e ele abraçou de lado tipo me apoiando pra eu não andar mancando. – Como você tá?

–Melhor agora. – ele deu aquele sorriso de “arranca calcinha”. –Como vão os preparativos do casamento da sua irmã?

–Vão bem. – eu respondi. –Você já alugou sua roupa?

–Claro. – ele sorriu. –Quero estar a sua altura quando dançarmos coladinhos. – ele disse e imaginar aquilo embrulhou meu estomago.

–Eu não vou poder dançar Jonas. – eu respondi. – Esqueceu que tô de bota ortopédica?

–Ih... Foi mal. – ele me deu um selinho. –Quando você vai tirar essa coisa?

–Uma semana depois do casamento. – respondi. Chegamos à sorveteria.

–Qual sabor você quer?

–Chocolate. – respondi e ele foi lá pedir. Olhei pra cadeira do lado e tinha um menino me encarando, estranhei e olhei pra mim mesma pra ver se eu estava com alguma coisa estranha. Mas não tinha nada na minha camiseta e nem no meu short. Vi ele se aproximando de mim.

–Oi. – ele disse. Ele era bonito, tinha cabelos loiros e olhos esverdeados.

–Oi. – franzi a testa.

–Te achei muito bonita e tive que vir perguntar seu nome. – ele disse na lata. –Qual o seu nome?

–Yummi. – eu sorri sem graça.

–Hm, nome legal. –ele sorriu. –Meu nome é Guilherme, mas as meninas bonitas que nem você eu deixo me chamar de Gui.

–Uma pena Gui, que essa menina bonita tem namorado. – Jonas disse e eu nem tinha percebido que ele já tinha voltado. –Acho melhor você deixar minha namorada em paz ou você vai ver o que é bonito.

–Foi mau cara. – o tal Gui saiu todo sem graça da sorveteria.

–Eu não sabia que você fazia a linha ciumento. – eu ri pegando o sorvete.

–Engraçadinha. – ele sentou com a cara feia do meu lado. –Se eu pegar ele de novo ele não me escapa.

–Fica calmo querido. – olhei pra ele rindo.

Tomamos o nosso sorvete e depois fomos pra uma pracinha, ficamos lá umas duas horas até a Nick me ligar me mandar voltar pra casa e terminar de empacotar meus livros. Jonas me deixou em casa. Entrei e vi a Nick e o Jorge se pegando no sofá.

–Ai que nojo! Esperem a lua de mel. – eu gritei e os dois se soltaram e ficaram vermelhos.

–C- cunhadinha. – Jorge ficou vermelho igual um pimentão.

–Não precisa ficar com vergonha Jorge. – eu comecei a rir. –Mas, eu só quero um sobrinho daqui uns anos.

–Yummi! – Nick gritou com os olhos arregalados.

–Já tô indo pro meu quarto. – eu ri. – Finjam que eu não estou aqui e continuem. – eu fui pro meu quarto.

Comecei a tirar os livros das prateleiras, mas eu não ia os guardar sem limpa-los antes. Já tinha passado um bom tempo e eu ainda estava limpando os meus livros.

–Quer ajuda? –Era o Jorge.

–Quero sim. – eu sorri.

–Quantos livros você tem! – ele olhou.

–Ler é praticamente meu amor maior. – eu disse.

–E o Bernardo fica aonde? – ele perguntou sorrindo e as minhas bochechas queimaram.

–C-como assim? – perguntei sem graça.

–Ai cunhadinha, você acha que eu não percebi que você gosta do Bernardo? – ele perguntou. –Todo mundo vê seus olhos brilhando quando ele chega.

–Você tá delirando.

–Eu? Tem certeza? Quem tá delirando aqui é você e é de amor. – ele começou a rir.

–Jorge! – joguei o pano nele.

–Saiba que eu prefiro você a aquela menina lá que ele namorava. – ele fez cara de nojo.

–Eu tenho namorado Jorge.

–Outro babaca. – ele disse. – Prefiro o Bernardo a ele.

–Vamos mudar de assunto? – perguntei.

–Vamos. – ele riu. –Quer comer no Mc Donald’s ou no Burguer King?

–Mas é claro que é no Mc Donald’s. – eu respondi.

–Então vamos terminar isso logo pra gente ir jantar.

Terminamos de empacotar os livros, e deram umas cinco caixas.

–Vou tomar banho. – eu disse.

–Tudo bem, vou lá em casa buscar o Bê. – ele disse. – encontro vocês daqui a pouco.

Entrei no chuveiro e tomei banho, vesti um vestido florido e um pé de uma sapatilha vermelha.

–Nick tô pronta. – gritei na porta do quarto dela.

–Eu também. – ela abriu a porta.

Bem na hora o Jorge buzinou na porta.

–Vamos lá. – Nick pegou sua bolsa.

Saímos e entramos no carro, sentei ao lado do Bernardo e ele estava lindo demais.

–Quer colocar a perna na minha coxa? – ele perguntou lindamente.

–Se não for te incomodar.

–Imagina, pode colocar. – ele disse e eu levantei a perna e coloquei a perna.

–Com quem vamos deixar vocês quando formos pra lua de mel? – Nick perguntou.

–Por que não os deixamos sozinhos? – Jorge perguntou.

–Você tá maluco? Deixar dois adolescentes de 17 e 18 anos sozinhos em casa? – minha irmã olhou descrente para o noivo.

–E qual o problema? Eu confio muito nesses dois. – ele nos olhou através do retrovisor. –Duvido que eles fariam algo que pudesse nos decepcionar.

–É você tem razão. – ela pensou um pouco. – e eu posso pedir pra mãe da Mirely dar uma olhada neles.

–Vocês tão falando sério? – eu perguntei.

–Estamos. Vocês vão ficar sozinhos durante o mês que passaremos em Paris. – Jorge deu um risinho de lado.

Minha cabeça estava a mil. Eu iria passar um mês inteirinho sozinha com o Bernardo? É sério produção?

–Vocês podem confiar em nós. – Bernardo me olhou sorrindo e mostrando aquelas covinhas lindas que faziam meu coração sambar.