A New Day Has Come?a História daqueles que Foram contra a Profecia. escrita por Kai oliveira, Eire


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

_O demônio deveria ter levado você e não o meu Tenshi.
Os olhos de Kai se encheram de lágrimas ao se lembrar do passado.



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Pela tarde do dia seguinte Kai se levantou enquanto Sakura e Kagome descansavam, ele se levantou com um pouco de dificuldade o ferimento doía bastante, ele passou por Sakura que estava sentada ao lado da cama dormindo, Kagome estava sentada no chão e também estava cochilando, Kai saiu com a mão no peito que estava ardendo bastante, ao respirar Kai sentia uma dor forte.

         _Onde você pensa que vai?

         Kai olhou para cima e viu que em cima de uma árvore estava Inuyasha observando Kai.

         _Não é da sua conta.

         Inuyasha fechou a cara para Kai.

         _Você está ferido tem que descansar.

         _Eu não preciso descansar, eu estou bem. - Kai colocou a mão no ferimento, era mentira quando ele dizia que não estava doendo, o ferimento doía demais.

         _Tá vendo você está com dor.

         _E o que você tem a ver com isso?

         _Nada. Eu não entendo uma coisa Kai: porque você salvou aquele humano fedido?

         Kai não estava totalmente certo do que tinha feito, mas duas razões tomavam conta de seu coração, proteger Sakura e impedir que ela fizesse alguma loucura, e ele não queria ver nenhum demônio ferir um humano outra vez e ele não poder fazer nada.

         _Não é dá sua conta. - Foi a resposta que Kai deu para Inuyasha.

         _Você é sempre assim, tão mal educado? Sua mãe não lhe deu educação?

         Kai ignorou as palavras de Inuyasha e saiu caminhando para longe de Inuyasha.

         Kai sentou no chão e colocou a mão no peito, ele queria ficar só para pensar.

         “O que está havendo comigo, porque me importo tanto com a Sakura. Kai seu idiota ela é um demônio igual ao que matou o Tenshi, mas ela parece ser tão doce. Doce? Só você mesmo Kai, esse ferimento foi ela que fez, está na hora de você fazer o que é certo para o mundo inteiro.”

         Os pensamentos de Kai foram interrompidos pela voz de Kagome.

         _O que você está fazendo aqui Kai? Você precisa descansar.

         _Eu estou bem, não preciso de nenhuma babá no meu pé.

         _Eu estou vendo que você está bem melhor.

         _Temos que sair daqui.

         Kai levantou com a mão no peito, ele ainda sentia muita dor, mas tentava não demonstrar o que sentia.

         _O Kouga pode aparecer e tentar pegar a Sakura.

         _Eu sei Kai, mas ele também estava ferido provavelmente não aparecerá tão cedo.

         _Não conte com isso.

         Kai deixou Kagome para trás e retornou para a cabana. Sakura já estava na porta esperado por Kai.

         _Onde você estava Kai? –Sakura tinha em seu rosto um olhar de preocupação.

         _Eu precisava sair um pouco.

         _Me deixou preocupada. Você está melhor?

         _O que você acha?

         Kai passou por Sakura, sendo indiferente com a pergunta de Sakura.

         _Eu pensei que tivesse me desculpado pelo que aconteceu.

         Kai abaixou a cabeça e se lembrou de cada palavra que tinha falado para Sakura.

         _Sim.

         _Eu sabia que você tinha perdoado.

         Sakura correu e abraçou Kai pelas costas, Kai sentiu suas bochechas ficarem vermelhas de vergonha.

         _Pode me soltar.

         Sakura soltou Kai, ela também estava vermelha.

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         O sol já estava se pondo quando Kagome e Inuyasha  saíram para procurar comida, Sakura preferiu não ir, ela queria cuidar de Kai. Os dois percorreram uma parte do caminho em silêncio, estavam se evitando desde o ocorrido na beira do rio, logo eles encontraram algumas árvores frutíferas e começaram a colher. No lugar também havia algumas ervas medicinais e Kagome aproveitou para colhê-las também, para mais tarde trocar os curativos de Kai. Foi aí que ela se lembrou de que Inuyasha talvez também estivesse precisando, reuniu toda a coragem para poder falar com ele.

         _Inuyasha eu vou levar algumas ervas curativas também, para o Kai. Você deve estar precisando também, não fizemos mais curativos em você. Me desculpe se eu esqueci.

         _Está tudo bem. Eu me recupero facilmente, já nem tenho mais marcas.

         _Mas faz tão pouco tempo que você se machucou.

         _Pois é, são algumas das vantagens de se ser demônio.

Ferimentos se curam com mais rapidez e quase não deixam

marcas.

         _Então você poderia ter se recuperado sem a minha

ajuda!?

         Inuyasha parou de colher as maçãs que estava colhendo e olhou para Kagome, ela estava mais linda ainda com a luz do entardecer mas  parecia desapontada.

         _Eu sei que você vai ficar bem convencida depois disso, mas, saiba que eu não teria conseguido me livrar daquele veneno contido nas flechas se não fosse o antídoto que você me deu. Você salvou minha vida Kagome.

         _E você ainda foi capaz de dizer que teria se livrado do Kouga sem mim.

         _Eu pensei, naquele dia, quando estava na jaula e ti vi com ele. que vocês dois eram amigos.

         _Eu, amiga do Kouga?

         _Ele ficou falando aquelas coisas de você aquele dia.

         _Inuyasha, eu sei que o Kouga disse aquilo, mas eu nunca tive nada com o ele. Ele chegou até a me pedir em casamento,

fez a proposta para o meu pai, mas eu não aceitei. Nunca gostei dele e nunca teria nada com ele.

         _Por que está me dizendo isso? É como se você me

devesse alguma satisfação. Eu não sou nada seu, se você quiser namorar ele é problema seu.

         _Você disse que o matava se ele encostasse as mãos sujas dele em cima de mim.

         _Eu sei que disse isso, mas não posso controlar as pessoas com quem você se envolve. Você é livre para fazer o que quiser.

         _Então, se eu disser que vou atrás do Kouga agora você não vai fazer nada?

         _ “Onde ela está querendo chegar com isso?” Não. Você é livre pra fazer o que quiser, inclusive para mudar de opinião, afinal, você havia me dito que achava o Kouga um chato desde que era criança.

         _E ainda acho. Ele é um idiota.

         _E você ainda foi capaz de achar que era igual a ele.

         Quando Inuyasha disse isso Kagome imediatamente se lembrou das circunstâncias em que ela havia dito aquilo para ele, na mesma hora ela ficou sem palavras. Inuyasha percebeu e também ficou quieto até terminar de colher as frutas. Foi quando ele resolveu contar para ela uma coisa que ele considerava muito importante.

         _Kagome, você tinha razão ao dizer que aquele demônio-árvore não é o único existente por aí. Da mesma forma que ele era uma simples árvore, existem outros demônios por aí que nem sempre foram demônios.

         _Como!?

         _Existem dois tipos de demônios nesse mundo, Kagome: aqueles que já nasceram demônios e aqueles que foram transformados em demônios. Aquela árvore foi transformada em demônio.

         _Como assim transformada? Como ela foi transformada?

         Inuyasha respirou fundo. Agora que tinha  começado iria até o fim.

_É melhor você se sentar. Talvez essa conversa demore.

Kagome se sentou na raiz saliente de uma árvore, Inuyasha sentou-se de frente para ela com uma expressão séria no rosto.

_Você sabe que há muito tempo houve uma grande guerra entre humanos e demônios, não sabe?

_Sim, é claro que eu sei. Foi nessa época que o chefe dos demônios, que era o pior de todos, foi vencido por um mago. Ele prendeu o demônio, mas o encantamento não foi muito forte, por isso demônios continuaram a existir e esse poderoso demônio consegue se libertar de tempos em tempos. Todo mundo conhece essa história de cor e salteado.

_Pois bem, quando esse demônio foi lacrado parte do poder dele não foi lacrada com ele e se transformou numa espécie de veneno. É uma substância estranha, não é exatamente líquida, também não é exatamente gasosa. Quando uma certa quantidade desse veneno entra em contato com a pele, ou é aspirado, ou é absorvido ele transforma todas as células daquele que foi afetado, em outras palavras ele o transforma em um demônio, ou em um meio-demônio, como é o meu caso.

_Então, quer dizer que você nem sempre foi um demônio!? Eu tinha certeza disso.

_Kagome, eu não me lembro muito bem de como fui transformado no que sou hoje, mas eu sempre tive algumas lembranças de quando eu era criança e essas lembranças sempre me fizeram pensar que, talvez, eu tenha sido humano um dia e provavelmente me transformei nisso que sou hoje quando ainda era criança. Só sei que, há uns 10 anos eu vivia em um templo que ficava escondido em uma montanha, lá vivia apenas um monge que também não era humano. Ele sempre dizia que tinha me encontrado na floresta depois de ter passado por lá uma grande nuvem desse veneno de que lhe falei. Diferentemente de mim, ele conseguia se lembrar do passado dele, por isso ele logo pensou que a minha situação deveria ser a mesma dele. Ele cuidou de mim por um certo tempo e me ensinou muitas coisas, principalmente sobre esse veneno. Ele dizia que esse veneno existia para transformar o mundo todo em demônios. Ele dizia que alguma coisa tinha que ser feita para evitar que mais seres inocentes fossem transformados contra a vontade. Um dia eu descobri que ele tinha tido uma família  antes de ser transformado, mas eles pensavam que ele estava morto e ele fazia questão de que eles pensassem isso. Ele sabia que eles nunca o aceitariam daquela forma. Vivi com ele por 1 ano e meio até que ele morreu. Foi morto por caçadores. Eles o atacaram na floresta, ele conseguiu, mesmo ferido, fugir para o templo, mas os ferimentos eram muito graves e ele não resistiu. Ele sempre me dizia para não ir até a floresta pois era perigoso e naquele momento eu vi o porquê. Sabe o que ele tinha ido fazer na floresta? Tinha ido tentar impedir que animais da floresta fossem afetados pela nuvem de veneno que  estava vindo. Antes de morrer ele me pediu que sempre tentasse, que fizesse o máximo, para impedir que outros seres inocentes fossem transformados em demônios também, principalmente humanos. Ele me fez prometer e eu tenho tentado cumprir. Sem que as pessoas saibam, tenho feito de tudo para protegê-las desse perigo, por isso que, na primeira vez em que nos vimos eu estava naquele restaurante. Apesar de ter sido sempre caçado por humanos, eu estava lá para impedir que mais pessoas fossem transformadas em demônios. Eu tinha ouvido falar que uma grande energia demoníaca tinha surgido naquele lugar. Felizmente não havia nada na cidade, mas na floresta sim. Eu tentei impedir que o veneno afetasse as árvores do lugar, principalmente a mais velha de todas, me arrisquei  até mesmo a receber mais doses do veneno, o que poderia me transformar em um demônio completo. Mas eu não consegui proteger a árvore, fiquei preso nos seus cipós e galhos enquanto ela se movia pela floresta. Foi aí que vocês apareceram de novo e acho que você sabe do resto.

Kagome olhava para Inuyasha incrédula. Era difícil acreditar no que ele estava dizendo, ela estava muito confusa.

_Se esse veneno existe, por que eu nunca ouvi falar disso, por que nunca ninguém viu?

_Kagome, na maioria das vezes quem vê acaba  se tornando um demônio e também, o veneno pode ficar invisível. Às vezes acho que ele pensa e age por conta própria. Em algumas situações apenas os demônios conseguem vê-lo.

_E como se enfrenta isso? Como você faz para impedir que o veneno transforme algum animal ou uma planta, ou até mesmo um humano?

_Normalmente não dá para enfrentá-lo, é preciso fugir. Na maioria das vezes eu uso  um pó feito de uma planta, eu espalho o pó e o veneno não consegue passar, é como se formasse uma barreira natural. O problema é que o efeito do pó passa muito rápido. Naquele dia, com aquela árvore eu gastei o resto do pó que eu ainda tinha e mesmo assim não foi o suficiente. Parece que o veneno esta´ficando cada vez mais forte e resistente.

_E como você faz esse pó?

_Aprendi com o velho monge. Ele o usava para proteger os seres daquela floresta.

_Pelo que eu pude per

ceber, você anda por aí tentando salvar criaturas de se tornarem demônios como você!

_Ou até piores do  que eu. Apesar de eu não me lembrar de quem eu era antes de ser transformado, a minha consciência ainda existe.

_Você disse que, para tentar salvar aquela árvore, você se arriscou a se tornar um demônio completo. Isso pode mesmo acontecer?

_Receio que sim. Provavelmente eu iria perder a consciência e faria coisas sem pensar, sem nem ao menos saber que estava fazendo. Eu corro o risco de me tornar um monstro sem vontade própria, mas, na maioria das vezes eu procuro não pensar nisso. Sei que mais dia ou menos dia, se continuar a me expor a esse veneno, isso vai acabar acontecendo mesmo. Eu só espero que, quando isso acontecer, você não esteja perto de mim. – Inuyasha ficou vermelho,se levantou de onde estava e ficou de costas para Kagome, ele não queria que ela percebesse o seu olhar sobre ela – Nem você, nem o Kai e nem a Sakura. Eu nunca me perdoaria se machucasse um de vocês, “principalmente você”. – Inuyasha acrescentou as últimas palavras em pensamento.

_Inuyasha, e se você pudesse voltar a ser o que era antes? Talvez a Sakura consiga te purificar, assim como ela fez com a árvore e com o gorila. Por que não tentamos?

_Ela mesma já se ofereceu para fazer isso e eu recusei.

_Mas por quê? Você não quer voltar ao normal?

Inuyasha virou-se para Kagome com uma expressão indecifrável no rosto.

_Qual é o meu normal Kagome? Este aqui ou algum outro que eu nem sei como é? Minhas lembranças são confusas demais, acho que algumas são até invenções da minha cabeça. Eu me lembro de que eu tinha uma família, acho que tive um irmão, ou uma irmã. Não sei. A lembrança mais forte é da minha mãe. Eu lembro do sorriso dela, da voz dela. Mas são poucas lembranças. Eu não me lembro de quem fui e prefiro que continue assim. Provavelmente eles pensam que estou morto e é melhor que pensem assim. Imagine como eles agiriam ao saber que o filho deles foi por algum  tempo um demônio! Além disso, se eu for purificado vou perder meus poderes, minha força. Como vou fazer  para lutar?

_Você não vai mais ter de lutar.

_Não há garantias disso mais.

_Como assim?

_Kagome, olhe para tudo o que está acontecendo. Ele está voltando para esse mundo. Prova disso é o número de demônios que tem aumentado e a maior prova disso é a existência da Sakura. Você sabe o que a profecia fala sobre ela, sobre essa época. Provavelmente ele vai tentar pegar a Sakura e nós vamos precisar de protegê-la, de evitar que ele consiga realizar seus planos. Como vou fazer isso sem meus poderes? Você e Kai sozinhos não vão dar conta. Olhe, todos pensavam que a Sakura fosse ser o pior dos demônios, mas ela não é. É até mais inocente que qualquer criança da idade dela e é aí que reside o maior perigo dela.

_Como assim?

_Qualquer um pode fazer a cabeça dela. Ela é ingênua demais, não conhece os problemas desse mundo, o tipo de gente que existe por aí. Tudo que encontramos pelo caminho para ela parece que é a primeira vez que ela vê.

_E é. Ela cresceu isolada do resto do mundo. O pai adotivo dela tentou protegê-la do mundo.

_E fazendo isso ele colocou a filha em mais perigo ainda. Se deixarmos Sakura sozinha ela logo vai ser ludibriada pelo verdadeiro pai dela e aí vai ser o fim de tudo. Nós não podemos deixá-la, temos que protegê-la e para isso eu preciso dos meus poderes de demônio. Isso é até irônico, não é mesmo?

Kagome percebeu que Inuyasha estava forçando um sorriso, ela se levantou de onde estava e foi até perto dele, tudo  o que ele tinha dito parecia inacreditável, mas ele tinha sido tão convincente. Não conseguia deixar de admirá-lo por tentar impedir que inocentes fossem transformados em demônios também.

_Minha intuição estava certa sobre você. Eu sabia que havia uma imensa bondade em você, sabia que não era mau. Por isso confiei tão rápido em você.

Inuyasha desviou os olhos para não olhar diretamente Kagome.

_Mas você preferia que eu voltasse a ser o que eu era ates. Preferia que eu fosse um humano.

Kagome esticou a mão e puxou uma mexa do cabelo de Inuyasha para forçá-lo a olhar para ela.

_Não me importo se é humano ou demônio. – ela olhou nos olhos dele e tocou em seu rosto, quase podia ouvir as batidas aceleradas do coração dele, Kagome ficou na ponta dos pés e se aproximou mais, uma das mãos agora tocava o braço dele – Eu gosto de você do jeito que é.

Depois que terminou de falar, Kagome tocou de leve nos lábios de Inuyasha e fechou os olhos esperando pela resposta dele. Ela levou alguns segundos. Tempo em que ele ficou imóvel sem saber o que fazer, ainda não acreditando no que estava acontecendo. Por fim ele fechou os olhos, enlaçou-a pela cintura e correspondeu ao beijo procurando beijá-la de leve, apenas para saber se aquilo era real, se não era apenas mais um sonho. Era bom demais para ser verdade. Parecia que uma eternidade havia se passado no tempo em que estiveram unidos por aquele beijo, mas o beijo levou pouco mais de um minuto. Terminou por vontade de Inuyasha que se separou bruscamente dela.

_O que foi Inuyasha?

_Nós não devemos.

_Por quê?

_Nós não podemos. Eu e você: nunca dará certo.

_Mas eu ...

Inuyasha deu as costas para Kagome.

_Eu gosto de você. Gosto muito de você. Acho até que eu...

_Por favor Kagome, não fale mais nada. Não torne as coisas mais difíceis do que já são. Eu quero que esqueça o que aconteceu agora, foi um erro. Um erro que nunca deveria ter acontecido. Um erro do qual eu me arrependo.

_Mas...você não gosta de mim?

_É por gostar demais de você que estou te dizendo pra esquecer. Finja que nada aconteceu.

Inuyasha pegou o cesto de frutas que havia colhido e saiu depressa de lá. Kagome ficou olhando sem saber o que dizer  e o que falar. Estava confusa demais, o coração ainda batia acelerado e ela ainda podia sentir o gosto dos lábios dele nos dela. O que a levara a fazer aquilo? Pegou as frutas e ervas que havia colhido e começou a caminhar, ia bem devagar pois ela estava tentando colocar seus pensamentos em ordem. Por fim chegou a uma conclusão: ela estava apaixonada por Inuyasha. Estava apaixonada por um demônio. Uma caçadora apaixonada por um demônio! Talvez, o fim dos tempos estivesse realmente próximo.

 

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Kai se deitou e ficou observando Sakura que olhava pela janela o pôr-do-sol.

         Sakura olhava para o pôr-do-sol e se lembrava do pai, quantas vezes ela e o pai haviam observado  juntos, o  sol se por. Era tão difícil para ela suportar a dor de estar longe do pai, ele sempre estivera do seu lado, ensinando a ela tudo que ela sabe.

         Kai pode perceber que uma lágrima escorria do rosto de Sakura.

         _Você está chorando?

         _Não! -Sakura enxugou a lágrima.

         Kai se levantou com dificuldade e se aproximou de Sakura, e para o espanto dela e  dele mesmo ele sorriu para ela e pegou em sua mão.

         _Kai!

         _Porque você está chorando?

         _Eu estava me lembrando do meu pai, eu estou com saudade.

         _Também estou com saudades da minha mãe.

         _Não sente falta do seu pai?

         _Às vezes. Duvido que ele sinta minha falta, ele nunca se importou comigo. Sempre me tratou de uma maneira tão estranha, frio, ele sempre foi frio comigo, mal olha na minha cara quando está em casa. Ele sempre desejou que eu tivesse morrido no lugar do Tenshi.

         _Não fala assim do seu pai, ele jamais iria pensar isso.

         _Eu sei que ele pensa.

         _Ele já lhe disse isso alguma vez?

         _Não dessa maneira, mas uma semana depois da morte de Tenshi ele....-Kai fechou os olhos e retornou sua mente ao passado.

Flasback

         O dia nascera chuvoso e Kai levantara cedo, a casa não parecia mais a mesma, estava tudo tão quieto, uma sombra estranha parecia rondar a casa, Kai sentiu um medo ao levantar e não ver ninguém, para sua alegria seu pai estava na cosinha sentado olhando em direção a porta que dava para sala, Kai surgiu diante dele e sorriu para o pai.

         _Oi papai!

         Kai não ouviu resposta do Pai, ele pode perceber que a mãe não estava na cosinha preparando café.

         _Cadê a mamãe?

         Kai olhou para o pai com o olhar de preocupado, não era normal a mãe dormir até tão tarde.

         _Papai, a mamãe não vêm preparar o meu leitinho?

         _Sua mãe está deitada, ela só conseguiu dormir às duas horas da manhã depois que eu convenci ela a  tomar um chá calmante.

         Kai não tinha a menor idéia do que o pai estava falando, ele apenas queria que sua mãe estivesse ali do seu lado.

         _Posso ir brincar papai?

         _Você não percebe que suas brincadeiras destruíram nossa família.Você tinha que inventar de ir para a floresta brincar, e agora, a sua mãe está lá no quarto sofrendo, você matou o Tenshi.

         Os pequenos olhos castanhos de Kai se encheram de lágrimas, ele sabia que a teimosia de ir brincar na floresta tinha causado o sumiço de seu irmão.

         O pai de Kai se levantou e olhou feio para Kai.

         _O demônio deveria ter levado você e não o meu Tenshi.

Fim do flasback

         Os olhos de Kai se encheram de lágrimas ao se lembrar do passado.

         _O que aconteceu Kai?

         _Nada.

         _Você está chorando.

         _O que seu pai lhe disse que fez você ficar assim?

         _Disse que eu deveria ter morrido.

         Sakura abraçou Kai.

         _Não fica assim Kai, ele provavelmente estava muito nervoso.

         Kai se sentiu tão protegido no abraço de Sakura que ele a abraçou mais forte.

         A porta se abriu e Kagome e Inuyasha entraram. Ao ver os dois entrando Kai se afastou de Sakura.

         Kai abaixou a cabeça para que Inuyasha e Kagome não  vissem que ele estava vermelho de vergonha. Ele nem percebeu que os dois estavam bem estranhos e evitavam se olhar.

Sakura não teve muito tempo de ficar envergonhada pois ela percebeu que suas mãos estavam brilhando e não era por causa de Inuyasha , ela se acostumara a presença dele e sua mão não brilhava mais, se ela estava brilhando era sinal de que um demônio estava por perto e muito perto.

         _Tem um demônio por perto.

         Kai olhou pela janela, para tentar ver se o demônio estava mesmo por perto mas ele não pode ver nada.

         A única coisa que eles podiam perceber era um barulho estranho como se algo se aproximasse devagar deles.

         _Saiam da cabana – gritou Inuyasha

         Os quatros saíram depressa da cabana, e deram de cara com um demônio-aranha, mas ele não era como uma aranha normal, pois ela aparentava ter dois metros de altura.

         _Essa não.

         O demônio- aranha observou os quatros que olhavam para ela espantados, Kagome não estava acostumada a ver demônios tão grandes, desde que se encontraram com Sakura, demônios mais poderosos tem se aproximado deles.

         O demônio–aranha se moveu em direção a eles, com sua boca aberta,

         _Corram- gritou Inuyasha.

         Kagome atirou uma flecha para tentar atordoar o demônio para que Sakura pudesse purificá-lo, ele se desviou da flecha e atirou em Kagome uma bola de teia, Kagome se viu em uma encrenca das grandes, ela estava toda enrolada com os fios de teia e o demônio-aranha caminhava em sua direção. Inuyasha pulou por cima da cabeça do demônio-aranha, passando suas garras em parte dos seus olhos.

         _Pare!-Gritou Sakura desesperada, ela não conseguia ver um demônio sofrendo.

         O demônio-aranha se remexeu e jogou Inuyasha longe. Kai pegou a espada e partiu para cima do demônio-aranha, ele passou a espada em uma das pernas dele, o demônio deu um grito de dor, Sakura sentiu mais pena do demônio, e ao mesmo tempo uma raiva subiu em seu coração, o demônio estava sofrendo bem diante dela e ela não sabia o que fazer, parecia que uma voz dentro de sua cabeça lhe dizia “_Acabe com esses traidores, eles disseram que iriam te ajudar. E estão fazendo o contrário, estão ajudando a matar um demônio, mate-os.”

         Parecia que a voz repetia essas palavras dentro de sua mente, com mais força e com mais freqüência, Sakura segurou forte seu bastão, correu em direção a Kai que lutava com aranha, ela pulou em cima de Kai derrubando ele no chão.

         _O que você está fazendo Sakura?

         Sakura olhou nos olhos de Kai, e ao vê-los foi como se ela tivesse voltado para a realidade.

         _Kai!

         _O que você pensa que está fazendo?

         _Não sei. Havia uma voz, e ela me disse coisas ruins.

         _Voz.

         _Me desculpe.

         Sakura se abraçou em Kai que ainda estava caindo.

_Eu juro  que não queria te machucar.

         Kai não estava entendendo o que estava acontecendo com ela, não tinha entendido nada sobre a voz, Kai não tentou se soltar dos braços de Sakura pois ele estava se sentindo tão bem no seu abraço, parecia que todos os problemas haviam sumido de sua mente nesse momento.

 

         Kagome se soltou das teias e correu para  junto de Inuyasha que ainda estava caído.

         _Inuyasha?!

         Inuyasha se levantou, com a ajuda de Kagome, os dois se olharam fixamente.

         _Obrigada por ter me protegido.

         _Eu não fiz mais do que a minha obrigação. – Inuyasha respondeu sem olhar nos olhos dela.

         _Por que está evitando me olhar?

         _Eu não estou. Apenas...

         _Está com raiva de mim por causa do beijo?

         Inuyasha não teve tempo de responder pois o demônio-aranha arremessou para o lado dos dois uma teia grande que os prendeu, um ao lado do outro. O demônio-aranha olhou para eles, ele estava fraco o olho sangrava bastante, mas o ódio que havia nos olhos dele, não tinha desaparecido, ele abriu sua boa enorme em direção aos dois.

         Kagome olhou para Inuyasha com os olhos cheios de lágrimas.

         _Eu acho que vamos morrer.

_Deixe de falar bobagens e de chorar, eu já te disse que fica menos bonita quando está chorando.

_Inuyasha, eu preciso dizer que...foi bom lhe conhecer, eu queria que soubesse que eu....-Kagome estava ficando vermelha de vergonha.

         As palavras de Kagome foram interrompidas por Sakura que pulou na frente dos dois, ela sorriu para eles, e em seguida pulou para perto da cabeça do demônio, e tocou em sua face, uma forte luz saiu do demônio, ele estava sendo purificado, uma simples aranha caiu no chão, ela estava fraca e não resistiu muito, Sakura pegou a aranha nas mãos e ficou observando.

Inuyasha conseguiu se soltar da teia, depois ajudou Kagome  a se soltar, ambos coraram ao se olharem, Inuyasha novamente desviou os olhos dela  e viu como Sakura estava, ele caminhou então  em direção a ela.

         _Não havia nada para se fazer, ele tentou nos matar, eu sei como se sente, mas tínhamos que nos defender.

         _Eu sei.

         Ninguém ousou dizer mais nada, todos perceberam o quanto Sakura estava triste.

 


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