A New Day Has Come?a História daqueles que Foram contra a Profecia. escrita por Kai oliveira, Eire


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Kai caiu inconsciente no chão, a força que o acertara era muito poderosa, Sakura sentiu-se fraca depois de enviar tamanha energia, ela caiu de joelhos no chão e ficou olhando para Kai. Sakura sentiu uma dor enorme em seu coração.”O que eu fiz...Eu o matei.....Não pode ser, eu sou um mostro.”



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Capitulo 11

         Kai caiu inconsciente no chão, a força que o acertara era muito poderosa, Sakura sentiu-se fraca depois de enviar tamanha energia, ela caiu de joelhos no chão e ficou olhando para Kai. Sakura sentiu uma dor enorme em seu coração.”O que eu fiz...Eu o matei.....Não pode ser, eu sou um mostro.”

        

Kagome correu em direção a Kai. Kouga apontou seu arco para Sakura que parecia estar em outra realidade, perdida em seus pensamentos.

        

_Morra seu demônio.

       

  Como um raio Inuyasha pulou na frente de Kouga, Inuyasha passou suas garras no braço de Kouga que deixou seu arco cair.

        

_Deixe-a  em paz.

        

Kouga e Inuyasha olharam um nos olhos do outro e era visível o ódio e a raiva que cada um deles estava sentindo.

       

  _Só mesmo um demônio para pedir por outro demônio.

     

    _Kouga, vá embora, por favor!

         Kouga se virou para Kagome.

         _Não consigo acreditar que você esteja do lado desses seres abomináveis, logo você, que eu sempre considerei como a companheira perfeita pra mim.

         Ao ouvir o que Kouga dizia, Inuyasha sentiu o sangue ferver e procurou partir pra cima dele.        

_Kagome está muito melhor conosco do que com você, seu caçador fedido. Vai me pagar caro pelo que fez.

Os dois iniciaram uma luta. Kagome os ignorou e se ajoelhou junto de Kai, colocou sua cabeça em seu colo.

        

_Kai fala comigo, por favor.

         Não havia resposta de Kai, ele estava mesmo inconsciente, Kagome pode ver que havia uma queimadura em seu peito, onde a energia havia batido com mais força.

         _Kai!? Inuyasha, pare com essa briga, temos que tirar o Kai daqui, ele está ferido.

         Ao ouvir a voz de Kagome dizendo que Kai estava ferido Sakura voltou a si, e olhou para Kai nos braços de Kagome, Sakura não tinha forças para andar e foi de joelho até Kai. Ela colocou a mão no rosto de Kai, lágrimas de desespero desciam dos seus olhos.

         _Kai, fala comigo , por favor, eu não queria te ferir.

         Ali perto, a briga de Inuyasha com Kouga estava prosseguindo. Kouga tentava se desviar dos golpes de Inuyasha enquanto também acertava murros e chutes nele, estava tentando se defender de Inuyasha, mas estava ferido e sem a sua arma, antes havia pegado Inuyasha de surpresa, mas agora com a luta no corpo a corpo, ele estava percebendo que não tinha muitas chances, Inuyasha era bastante forte. Estava sendo bastante difícil.

_ “Não vou conseguir vencê-lo ferido desse jeito. Preciso  de uma estratégia para capturá-lo de novo e também para pegar a menina.”

_Inuyasha pare com essa briga, Kai precisa de ajuda. Kouga por favor vá embora.

_Está me pedindo pra deixar esse caçador fedido ir embora, eu não posso. Ele tem que pagar pelo que fez.

Inuyasha mirou suas garras no pescoço de Kouga mas foi interrompido pelos gritos de Kagome.

_Inuyasha, não! Por favor, pare com isso!

_Está me pedindo para poupar a vida deste assassino?

_Está vendo, demônio. Kagome está preocupada comigo. Eu sempre soube que ela tinha uma quedinha por mim. – Kouga deu um sorriso malicioso e olhou em direção à Kagome, mesmo diante das garras de Inuyasha ele não perdia a arrogância, falou para ela ouvir – Kagome, eu perdoarei você se me ajudar a prender essa menina e se me devolver este daqui. Ficaremos ricos depois de apresentarmos eles na Feira e depois vamos poder morar numa casa maravilhosa, com empregados nos servindo o dia todo, com lençóis de seda na cama onde nós nos amaremos todas as noit...

Kouga  não conseguiu terminar de falar, pois foi interrompido por um murro de Inuyasha, com o impacto ele foi parar longe, ao olhar para Inuyasha, pode perceber o quão transtornado ele estava com o que Kouga havia acabado de dizer.

_Eu mato você antes que possa encostar essas suas mãos sujas na Kagome.

_Falando assim até parece que vocês dois têm alguma coisa.

Kagome e Inuyasha ficaram vermelhos.

_Pela cara de vocês dois parece que sim. Como pôde me trocar por esse demônio Kagome? Tem noção do que vai acontecer com você quando souberem disso? Minha mãe sempre me disse que você não prestava, mas eu não quis acreditar, até agora.

_Cale essa boca. Não há nada entre Kagome e eu, ela apenas teve compaixão de mim, quando nenhuma outra pessoa teve, por isso não posso permitir que você fale essas coisas dela. Vai morrer agora.

_Inuyasha, por favor, pare com isso! Temos que nos preocupar com o Kai agora. Se matar o Kouga, vai estar sendo igual a ele.

Inuyasha não sabia o que fazer, estava com muita raiva, queria que Kouga pagasse pelo que tinha feito com ele, com Sakura e Kai, afinal, de uma certa forma, ele era o responsável pelo que tinha acontecido com Kai, ele também tinha ficado com muito mais raiva depois de tudo aquilo que Kouga havia dito sobre Kagome. A insinuação sobre os dois estarem juntos fora o estopim. Não que ele não quisesse isso. Ele balançou a cabeça espantando o pensamento, isso era algo impossível, ele devia estar ficando maluco. Olhou para Sakura chorando sobre Kai. Quantas vezes ele também não tinha se arrependido de coisas que fizera. Matar Kouga era ficar igual a ele? E prendê-lo? Inuyasha abaixou a guarda e Kouga aproveitou para sair correndo dali, afastou-se do lugar, e de longe gritou para Kagome.

_Ainda vou fazer você ver o erro que cometeu ao escolher ficar do lado desses demônios. Vai terminar como Kai. Ou acha que esse demônio vai te tratar com o mesmo carinho e atenção que eu te trataria? Lembre-se de que estamos em lados opostos agora, mas, estou esperando sua volta.

Kouga desapareceu na mata, ia para um lugar longe, tentar se recuperar, pois depois ele voltaria para pegar o maldito demônio que Kagome tinha libertado, o maldito demônio que tinha roubado sua Kagome e o demônio mais poderoso que ele já tinha visto, aquela garota.

Inuyasha sentiu vontade de acabar com Kouga, principalmente por causa das suas palavras e por causa da sua covardia, já que estava fugindo, ele estava morrendo de raiva de si mesmo porque tinha poupado a sua vida, estava resolvendo ir atrás do rastro de Kouga quando foi interrompido pela voz de Kagome novamente implorando para que ele a ajudasse a tirar Kai de lá.

        

As pessoas do vilarejo olhavam tudo admiradas e assustadas, nenhuma delas tentou ajudar Kai, principalmente depois que Sakura se aproximou, as pessoas estavam assustadas, o maior medo das pessoas de que a filha do demônio surgisse acabara de se concretizar.

         Sakura acariciava o rosto de Kai, na esperança de que ele reagisse , Kagome fez força e conseguiu pegar Kai no colo.

         _Vamos Inuyasha!

         Inuyasha foi para junto de Kagome, pegou Kai nos braços, ao pegar Kai nos braços uma estranha lembrança surgiu em sua mente.

         Flasback

         Uma criança de cabelos pretos de aparentemente 10 anos carregava outra de cabelos bicolor de aproximadamente 4 anos, corria tentando com toda sua força carregar o outro.

         _Mãe o ,,,,,,(era como se o nome da criança não existisse em sua mente) pisou em um prego e machucou o pé. Vem logo mãe.

         O menino chorava de dor.

         _Tá doendo muito!!

Fim do flasback

         Inuyasha balançou a cabeça tentando afastar essa estranha lembrança que insitia em voltar.

         Kagome pegou Sakura pelo braço e a ajudou a se levantar.

         Os três fugiram do vilarejo, não poderiam ficar ali esperando por ajuda, as pessoas estavam amedrontadas e nenhuma delas iria querer ajudar dois demônios.

         Kai mexeu a cabeça no colo de Inuyasha.

         _Mãe! – Kai se lembrara de que toda vez que se machucava sua mãe estava lá para ajudar e dessa vez ele esperava o mesmo. A dor que ele sentia era muito forte sentia sua pernas fracas e o peito ardia muito. Mas por mais incrível que poderia parecer a dor maior que Kai sentia era no coração.Ao ver Sakura o atingindo Kai sentiu uma estranha dor, pois através do ataque Kai pôde perceber que poderia mesmo prosseguir com seu plano.

         Kagome avistou uma pequena  cabana abandonada no meio do caminho, era o melhor lugar para ficarem, até que Kai se recuperasse. Ela foi a primeira a entrar na cabana, ela estava bastante suja, havia teia de aranha por todos os lados, mas apesar de tudo havia uma pequena cama, onde Inuyasha colocou

Kai deitado.

         Sakura correu para junto de Kai.

         _Kai me perdoa.

         Não houve resposta de Kai que ainda mantinha seus olhos fechados ele podia ouvir o pedido de Sakura, mas ele não estava no momento nem um pouco interessado  em  falar com ela.

         Kagome tirou a camiseta de Kai.

         _Temos que curar esse ferimento.

         Por sorte Kagome tinha em sua mochila algumas folhas de

uma planta curativa que ela havia guardado no caso de Inuyasha precisar para passar em seus ferimentos.

         Kagome preparou a pasta e passou no ferimento de Kai, Sakura observava tudo aflita do lado dele, era tão difícil para ela ver Kai sofrendo ele tinha sido durante esse tempo todo um amigo tão especial para ela. O coração de Sakura se enchia de culpa e de dor cada vez que Kai se remexia na cama de dor.

         Kai sentia uma dor forte no peito, mas tentava não demonstrar o que sentia de  nenhuma maneira, mas era tão difícil, até para respirar ele sentia aquela dor que parecia queimar em seu peito.

         Sakura não suportava ver Kai sofrendo, ela podia ver pela expressão de seu rosto que ele estava sofrendo demais, sem pensar em mais nada Sakura sentiu vontade de sumir, e foi isso que ela tentou fazer, Sakura saiu correndo pela porta como um vento antes que Kagome e Inuyasha pudessem impedir.

         Sakura não tinha para onde ir, para onde quer que ela fosse a dor de ter ferido Kai iria permanecer com ela, Sakura sentou debaixo de uma árvore e colocou a cabeça entre as pernas e lá ela chorou um choro sentido.

         _O que eu fiz? Eu sou um mostro.

         Um vento frio soprou nos ouvido de Sakura e junto com ele uma voz tenebrosa que fez Sakura tremer de medo.

         _Você é como todos os demônios.

         _Quem está ai? –Disse Sakura com o coração quase pulando para fora da boca.

         _Você nasceu para libertar os demônios dessa prisão de dor e sofrimento. Os humanos matam os demônios sem piedade, eles merecem a morte.

         Ao ouvir o que a voz lhe dizia Sakura se lembrou de como Kouga matara o demônio sem piedade dele.

         _Vai embora, eu não quero ouvir nada. Sai daqui.

         _Não há como fugir.

         Sakura tapou os ouvidos para não ouvir o que a voz lhe dizia mas ela parecia estar dentro de sua mente.

         _Você, não pode fugir do seu destino, você é um demônio e  está começando a agir como um, você acaba de matar um humano.

         Matar um humano essas palavras penetraram fundo na alma de Sakura, se ela tinha matado um humano isso significava apenas uma coisa. Kai estava morto.

         Sakura correu em direção a cabana e deu de cara com Inuyasha no meio do caminho.

         _Onde você estava?

         _O Kai. Como ele está? –As palavras quase não saiam da boca de Sakura, ela estava nervosa e chorando muito.

         _A Kagome já fez os curativos, eu sei que ele vai ficar bem.

         As palavras de Inuyasha acalmaram Sakura, pois ela sabia que Kai estava vivo, mas o que ela não tinha certeza é se ele ia sobreviver. Sakura sentou e começou a chorar um choro triste e sentido, ela tinha medo de perder Kai, essa seria uma dor que ela não iria suportar, Inuyasha observou os pássaros voarem.

         _Não fique assim Sakura, ele vai ficar bem.

         _Eu espero que fique, se ele morrer jamais vou me perdoar.-A palavra perdoar fez Sakura se lembrar que talvez Kai jamais a perdoasse. _Eu sou um monstro eu quase matei o Kai, depois de tudo que ele fez para mim.

         _Você agiu como um demônio, o que você é. Nós demônios às vezes fazemos coisas que não queremos quando estamos em perigo ou nervosos, você em momento algum pensou em ferir o Kai, você estava com raiva daquele humano fedido, e isso te fez agir desse jeito, o Kai tentou evitar o seu ataque.

         _Mesmo assim eu me sinto mal, por ter ferido o Kai, estou me sentindo a pior pessoa do mundo, ou o pior demônio.

         _Você gosta muito do Kai, não é?

         As bochechas de Sakura ficaram vermelhas, Inuyasha tinha razão ela gostava muito de Kai, ele a salvou do rio, e estava do lado dela esse tempo todo, e ela se sentia tão protegida do lado de Kai.

         _Sim.

         _Você é como eu, se eu ferisse a Kagome sei que iria sofrer como você está sofrendo.

         _A Kagome? Você também gosta muito dela. Não gosta?

         Inuyasha ficou um pouco vermelho, mas tentou disfarçar.

         _Eu tenho uma dívida de honra com ela só isso.

         _É difícil ser um demônio?

         _Sim, as pessoas têm medo de você, quando você passa elas correm de medo. Alguns te caçam e apenas desejam sua morte apenas pelo fato de você existir. Eu sempre quis estar perto dos humanos, é como se eu já tivesse sido um, eu tenho lembranças que me fazem pensar que eu já fui....

         _Eu posso te purificar, e você vai voltar a ser o que era antes de se tornar demônio.

         _Não!

         _Mas porque não?

         _Vamos voltar.

         Sakura não compreendera porque Inuyasha não queria voltar ao normal, era como se ele tivesse medo de voltar ao seu estado normal. Sakura se levantou e foi com Inuyasha para a cabana, ao entrar ela pode ver que Kai estava com os olhos fechados, seu coração doía ao ver Kai ferido, Sakura ajoelhou ao lado de Kai, passou a mão em seus cabelos e beijou sua testa.

         _Me  perdoa.

         Com um pouco de dificuldade Kai abriu os olhos e se mexeu na cama, ele olhou e pode ver que Sakura estava do seu lado, com os olhos aflitos.

         _Kai.

         Inuyasha pegou Kagome pelo braço e a puxou para fora da cabana.

         _Vem, eles tem muito que conversar.

         _Eu sinto muito Kai, eu não queria te ferir.

         _Eu sei, você queria ferir o Kouga, eu pensei que quando eu me pusesse na frente do seu ataque você iria parar.

         _Eu estava nervosa, eu vi ele matar um demônio, um demônio que eu sei que eu poderia ter purificado.

         _Nunca pensei que você fosse tão perigosa.

         _Nem eu. Kai, quero que você vá para casa, eu peço para o

Inuyasha te levar para casa.

         _Eu não quero ir para casa.

         _É muito perigoso o que estamos fazendo e...não quero que você se machuque por minha causa.

         Kai sentiu seu coração acelerar ao ver Sakura dizer que não queria que ele se machucasse, parecia tão real o que ela dizia, o coração de Kai estava acelerado assim como o de Sakura, seus olhos se encontraram e os dois se olharam fixamente, Kai pode perceber olhando para ela, que seus olhos estavam cheios de bondade e que ela era linda.

         Kai sentiu uma força estranha o puxar para mais perto de Sakura e ele pode olhar fundo nos olhos dela e sentir sua respiração perto da sua, Kai colocou sua mão no rosto de Sakura, ela sentiu sua pernas bandas e seu coração batendo a mil, era uma sensação tão nova para ela, jamais havia sentido nada desse tipo antes, Kai retirou a mão do rosto de Sakura, e virou a cara.

         _Eu quero ficar sozinho Sakura.

         Sakura não discutiu com Kai saiu calada. Kai sabia que algo de errado estava acontecendo em sua mente, ele tinha um plano a seguir, mas seu coração não estava querendo deixar, ele sabia que a sensação que sentia ao lado de Sakura não era normal.

Inuyasha e Kagome foram buscar água em um rio próximo, teriam que fazer isso de qualquer jeito, então estavam aproveitando que tiveram que deixar Sakura e Kai sozinhos na cabana. Os dois percorreram todo o caminho em silêncio e sem olhar diretamente um para o outro. Inuyasha estava bastante pensativo.

_ “Essa é a primeira vez que fica sozinho com ela Inuyasha e tudo que consegue fazer é fingir que é mudo. Preciso falar alguma coisa, mas o quê? Ora! Mas por que eu estou tão nervoso assim, eu não preciso me sentir desse jeito. Essa garota é como todas as outras, não há nada de diferente nela. Mas então por que estou me sentindo assim. Ela me transmite uma paz quando sorri e não tenho conseguido tirá-la da cabeça. Será que é isso que dizem que é estar apaixonado? Claro que não! Eu não posso estar apaixonado por ela, a conheço há muito pouco tempo e além disso, isso é algo impossível, é algo que não deve acontecer, humanos e demônios não se apaixonam. Essa garota deve ter é pena de mim. Ela nunca me olharia de outra forma. Mas ela é tão linda! Que droga, odeio me sentir assim!”

_O que foi Inuyasha? Por que está me olhando assim?

_Não foi nada e...não estou olhando de modo diferente pra você.

_Olhe só, já chegamos. Vamos encher esses baldes logo e voltar, não é bom a gente deixar o Kai e a Sakura sozinhos por muito tempo.

_Está com medo do que ela pode fazer com ele?

_Claro que não. Sakura o feriu sem querer, qualquer um pode ver isso. Dá pra ver até que ela está sofrendo com isso.

_Por isso temos que deixar os dois sozinhos por um tempo. Eles precisam conversar e se acertar.

_Você gosta de bancar o durão, mas se preocupa com os outros, não é mesmo?

_Por que está dizendo isso?

_Por que foi você que tomou a iniciativa de deixar o Kai e a Sakura sozinhos. Percebeu que eles precisavam conversar.

_E quem não perceberia isso? Sakura provavelmente vai querer pedir desculpas a ele, afinal os dois são amigos, não são?

_Eu não posso dizer com certeza. Kai parece ficar diferente com ela por perto e isso é bom porque ele sempre foi um garoto triste e amargo. Precisa mudar e a Sakura com esse jeito meigo e essa doçura parece estar fazendo isso mas...

_Ela é um demônio. É isso o que você ia dizer. É um demônio em quem não se pode confiar, um ser que nunca se preocuparia com outros seres, muito menos humanos. Um ser que merece a morte. Não é isso o que pensa caçadora?

_Não, não é bem isso. Eu... - Kagome sentou-se na beira do rio e jogou uma pedrinha no leito, olhou para Inuyasha - Ultimamente ando confusa com relação ao que penso, ao que sempre acreditei e...ao que meu coração sente. Desde pequena eu ouvi falarem que os demônios eram seres malditos, seres das trevas e que mereciam a morte. Eu não conseguia entender. Uma vez, quando tinha por volta de oito anos eu e um amigo ajudamos um pequeno demônio que apareceu ferido no quintal da minha casa. Nós o escondemos, mas acabamos sendo descobertos pelo Kouga que contou para nossos pais. Ele tinha raiva porque Tenshi e eu éramos muito amigos, estávamos sempre juntos. Ele queria que eu brincasse apenas com ele, mas eu já o achava um chato desde aquela época. Lembro que o chefe do vilarejo pegou o demônio e o levou para longe de nós, mesmo a gente pedindo para não matá-lo, já que ele era nosso amigo e não tinha feito nada de errado. Ninguém nos ouviu. Minha mãe me carregou pra dentro de casa aos prantos. A mãe do Tenshi também o levou pra casa. Eles não queriam que a gente visse aquilo. Sei que mataram aquele demônio naquele dia mesmo. Fiquei com raiva e triste por um bom tempo. Eu não conseguia entender porque tratavam os demônios daquela forma até que um deles levou meu amigo embora. Tenshi foi levado por um demônio e nunca mais ninguém o viu. Com certeza ele foi morto. Ele era o único amigo de verdade que eu tinha. Ele era o irmão mais velho do Kai. Depois disso o pai do Kai ficou obcecado em matar demônios e nessa obsessão esqueceu de uma certa forma do outro filho. Eu também me tornei caçadora por causa disso, decidi isso quando fiquei mais velha e tenho feito isso mesmo contra a vontade de meus pais que não queriam que eu me arriscasse tanto. Para eles eu deveria estar em nosso vilarejo, casada com um bom rapaz, cuidando dos netos deles e não me arriscando, mas eu nunca consegui ficar muito tempo naquele lugar. Tudo me lembra o passado. Eu estava certa de que caçando demônios eu estaria evitando que outras pessoas sofressem, mas, agora eu não sei de mais nada. Depois de tudo o que eu vi nesses últimos dias acho que talvez, eu estive errada durante todo esse tempo. Depois que eu vi a Sakura purificar aquele demônio tenho tido dúvidas se todos são maus. Aquele demônio voltou a ser apenas uma simples árvore e desde então eu fico pensando se não existem outros assim por aí. Olha só, a Sakura mesmo, sempre falaram que ela seria o pior de todos, mas eu não consigo ver ameaça nenhuma nela, é apenas uma pobre criança assustada que não sabe lidar com os poderes que tem. Até mesmo você, Inuyasha, não parece ser tão mau.

Kagome deu um meio sorriso e Inuyasha pôde perceber que os olhos dela estavam brilhando, ela devia estar tentando segurar o choro, ele não pode evitar olhar para ela de forma diferente. Vê-la se abrir daquela forma para ele o fazia se sentir especial, pois, afinal, pouquíssimas pessoas compartilhariam suas angústias e sentimentos com um demônio. Ele não conseguia entender o que a estava levando a dizer tudo aquilo para ele, talvez ele devesse fazer o mesmo? Se abrir com ela. De repente ele percebeu que as lágrimas começaram a escorrer dos olhos dela e tentando fazer com que ele não percebesse Kagome olhou para o rio, desviando o olhar dele.

_Sabe, Inuyasha, depois de ter visto tudo isso, eu...tenho pensado se o que eu estive fazendo até agora não era errado. Eu caçava demônios. Cheguei a matar alguns. Quase matei você na primeira vez em que nos encontramos e se tivesse conhecido a Sakura em outras circunstâncias, provavelmente eu faria de tudo para matá-la também. Nunca agi como o Kouga, mas acho, que no fundo sou igual a ele.

Kagome começou a soluçar mais e mais e já não conseguia controlar o choro. Inuyasha sentou perto dela e  a puxou pelos braços fazendo com que ela olhasse para ele, a distância entre os dois era mínima.

_Você não é igual aquele caçador fedido, de jeito nenhum.

_Eu sou igual a ele sim. Eu...devo ter matado tantos seres inocentes. Não queria que as pessoas sofressem, mas acho que acabei fazendo muitos sofrerem, quantos demônios iguais àquela árvore eu devo ter matado, ou igual a você, ou igual a Sakura? Por mais que você diga que não, Inuyasha, não vai me convencer, eu sou igual ao Kouga.

_Não, você não é e sabe por quê?

_...

_Porque você tem a consciência de que o que fez foi errado e está arrependida. Aquele lá nunca seria capaz disso. É isso que  você tem de especial. Você quer consertar esses erros. Está arriscando sua própria reputação para ajudar a Sakura, se arriscou para me salvar. Você não é igual a ele, Kagome. Você é nobre. O seu coração é puro. Coisa que aquele fedido metido a besta nunca vai ser. Agora, pare de chorar. Você... - Inuyasha esticou a mão para tocar o rosto de Kagome. Ele o tocou de leve procurando secar as lágrimas dela, Kagome não fez nada para afastá-lo, concentrou-se no olhar dele e o que viu nos olhos dele a fez sentir o coração disparar, principalmente depois do comentário dele  -  fica menos bonita quando está chorando, é tão linda quando está sorrindo.

Inuyasha se aproximou mais de Kagome, a distância entre eles agora era questão de centímetros, ambos estavam corados e podiam ouvir o pulsar de seus corações, Inuyasha fechou os olhos, Kagome fechou os dela e percebeu segundos depois o que estavam prestes a fazer, foi aí que a razão voltou e ela se afastou bruscamente dele levantando-se em seguida.

_É...Nós precisamos voltar. Como eu disse antes, não podemos deixar aqueles dois sozinhos por muito tempo.

_Kagome, eu... – Inuyasha tentou falar com ela, mas Kagome já seguia para longe dali. – “Droga! O que deu em mim? Onde é que eu estava com a cabeça? Ela realmente está me deixando maluco. Quase fiz uma besteira. Se eu a tivesse beijado provavelmente iria me arrepender.”

A alguns metros de distância dali Kagome pensava o mesmo que Inuyasha, ainda estava sentindo seu coração batendo de forma descompassada, mas estava determinada a fingir que nada tinha acontecido. Parou e olhou para trás, Inuyasha ainda estava parado na beira do rio, ao vê-lo ela sentiu um sentimento que parecia remorso. Seria porque ela interrompera o que poderia vir a ser o primeiro beijo dos dois? Kagome ignorou o rubor que ainda sentia em sua face e o chamou.

_Inuyasha, vai ficar aí? Vamos, nós precisamos voltar.

Inuyasha caminhou até onde ela estava, procurando evitar olhar diretamente para ela.

_Vai embora sem levar a água?

_Ah! É mesmo, eu estava esquecendo da água. Foi pra isso que viemos aqui, não é mesmo?

_Eu carrego pra você.

Inuyasha voltou até onde eles tinham deixado o balde e depois voltou para perto de Kagome. Os dois foram embora dali como se nada tivesse acontecido, mas no interior de cada um, a cena ocorrida minutos atrás ainda cismava em voltar. Ambos ainda sentiam o coração batendo acelerado, ambos ainda tinham um tom rosa nos rostos e nenhum deles ousou olhar diretamente nos olhos do outro durante todo o caminho. Também pouco falaram. Apenas tinham certeza de que alguma coisa estava acontecendo entre eles, algo que consideravam impossível de acontecer.


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