A guerra, finalmente, havia acabado. Depois de estarem bem alimentados, Harry, Rony e Hermione foram para o salão comunal da griffinória, sendo recebidos por uma feliz Mulher Gorda, que os parabenizava.

Lá, cada um subiu para seu antigo dormitório e pegaram roupas que alguém havia deixado ali para vestirem depois do banho.

Logo, Harry já estava jogado em sua antiga cama, assim como Rony. Ambos estavam com sorrisos idiotas no rosto. Sorriram ainda mais quando Monstro chegou lhes deixando uma bandeja cheia de doces deliciosos.

– Cara, eu tô exausto – falou Harry dando um longo suspiro.

– Nem me fala, mas também, não é pra menos, não é? Dá pra acreditar que tudo acabou?

– É claro que dá! – falou uma Gina entrando no dormitório deles e se sentando na cama de Harry. – esperei anos por isso! – ela beijou Harry.

– Hey, sem saliências na minha frente!

– Certo, certo. – ela se deitou na cama.

– Você é muito saidinha, Gina, ainda me pergunto com quem você aprendeu isso!

– Com você é que não foi, tapado do jeito que é! – Harry apenas ria olhando os dois irmãos discutirem. Pensando em como eles eram fortes em esconderem tão bem a dor que estavam sentindo por perderem um irmão.

– Brigando novamente? Vocês não mudam nunca? – falou Hermione já dentro do quarto e indo em direção a bandeja pra colocar um pedaço de pudim num pires. Ela se dirigiu a cama de Ron e se sentou com as costas na parede e as pernas esticadas ao lado dele.

– Você sabe, como sempre a culpa é de Ron, ele sempre implica comigo.

– Só porque eu disse que você é meio saidinha? Já brigamos por coisa pior!

– Tipo quando Fred colocou uma bomba de bosta debaixo da minha cama e disse que tinha sido você? – a menção do nome de Fred fez Gina e Rony se olharem imediatamente com os olhos cheios de lágrimas.

Gina se levantou e correu pra cama do irmão, se jogando em cima dele chorando. Rony também chorava enquanto acariciava os cabelos e o braço de Gina.

– Porque ele? Porque? – Rony não respondeu, pois ele se fazia a mesma pergunta desde que viu o irmão morto no chão.

Ele olhou pra Hermione, procurando respostas, ela também tinha lágrimas nos olhos. Ela se curvou e deu-lhe um beijo nos cabelos ainda molhados, lhe passando forças.

Depois que Gina se acalmou, ela se dirigiu a cama de Harry e se agarrou a ele, tentando dormir, sua mente estava cansada demais. Hermione percebeu que Rony estava do mesmo jeito e decidiu ir pro dormitório feminino e o deixar descansar. Quando ela estava se levantando, foi impedida por Ron que segurou seu braço.

– Aonde vai?

– Vou deixar você descansar, vou pro outro dormitório.

– Preciso de você aqui, Mione... – ela se derreteu ao ouvi-lo chamar seu nome daquela maneira.

– Promete que vai descansar se eu continuar aqui?

– Prometo! – ele sorriu e lhe deu um beijo. Então se sentiu em casa novamente.

Rony fechou as cortinas nas cores da casa ao redor de sua cama e virou-se de lado para que Hermione coubesse confortavelmente ao seu lado, já que ele estava mais forte e mais alto do que era quando chegou naquela cama.

Hermione amarrou um cabelos em um coque alto e se deitou de lado também, Rony logo a puxou pra perto com um braço e entrelaçou seus dedos com os dela, deu-lhe um beijo no ombro e sussurrou...

– Bons sonhos, Mione...

Ao acordar, Hermione sentiu uma leve sensação de conforto que não sentia há um bom tempo. Percebeu que aquilo se devia ao forte braço de Rony a envolvendo pela cintura e lhe agarrando a mão. Com a outra mão, ela fez uma leve carícia no braço dele, foi surpreendida ao ser respondida com um beijo na nuca.

– Pensei que estivesse dormindo – ela perguntou ao se virar de frente pra ele.

– Eu também pensei que você estivesse – ele acariciou seu rosto – você ainda vai querer namorar comigo?

– Como assim?

– Bem, você vai querer ficar comigo mesmo depois da guerra?

– Você acha que eu te beijei só porque estávamos em guerra? Você esteve esse tempo comigo só porque estávamos em guerra?

– Estive esse tempo com você porque é o que eu quero desde nosso quarto ano.

– E eu estou com você porque gosto de você! Você acha mesmo que eu iria te deixar depois da guerra?

– Bem, eu estava preparado pra tudo... – ele tinha um olhar envergonhado.

– Espero que também tenha se preparado caso eu não queira mais deixar você! – ela se jogou por cima e se sentou em sua cintura com cada perna de um lado.

– O-o que você está fazendo? – Rony levou as mãos às pernas dela em um gesto automático.

– Garantindo que você será só meu pra sempre! – ela respondeu antes de se inclinar o beijando, Rony não via motivos para não corresponder.

Só bastou girar a varinha para que as cortinas caíssem ao redor da cama e murmurar "Abaffiato".