Story Of Us escrita por Mina do Jorge


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Okay Cupcakes vcs acertaram a Vilu se corta mais tb deixei muito na cara isso na quele capitulo..... Bem Agr vcs iram descobrir o Segredo do Vargas... Shuashuas Boa Leitura Queridas (os)



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Ele também não apareceu no sábado nem no domingo. Liguei na casa dele na segunda, mas ninguém me atendeu. Comecei a ficar preocupada que algo tivesse acontecido com ele e igualmente preocupada com o fato de que, talvez, ele já estivesse cansado de ter uma amiga.
Quando ele chegou, na quarta-feira, às duas horas, eu entendi porque ele não tinha aparecido. Ele tinha um olho um pouco roxo. Já estava sumindo, mas eu ainda podia ver. Quando eu perguntei a ele o que tinha acontecido, ele disse que se envolveu em uma briga em uma boate, mas não entrou em detalhes. Alguma coisa me dizia que ele estava mentindo, mas preferi deixá-lo me contar por vontade própria, porque na primeira vez que perguntei, ele me ignorou e na segunda, disse que já havia me falado o que houve, então eu não devia continuar perguntando. Um grosso, como sempre.
Saímos em direção ao carro dele e ele dirigiu até a cidade vizinha – onde as praias eram mais limpas – enquanto conversávamos.
Saímos do carro e a praia estava vazia. Ninguém gostava de ir à praia em pleno inverno. Caminhamos até a areia e nos sentamos. Percebi que ele estava com uma sacola nas mãos, e quando começou a tirar as coisas de lá de dentro, entendi o que ele queria fazer.
- Piquenique! – gritei, feliz, quase pulando no lugar em que estava. Nunca havia feito um piquenique. Ele riu e continuou tirando as coisas de dentro da sacola. Sanduíches naturais, suco de laranja, bolachas e salgadinhos.
- Quase pensei que íamos fazer um lanche saudável até ver isso. – apontei pro salgadinho.
- Se não tivesse um pouquinho de besteiras, não seria um piquenique perfeito. – ele falou, com um sorriso.
Comemos enquanto olhávamos pro mar. Quando acabamos, começamos a conversar sobre as pessoas da escola e a relembrar o que acontecia lá. Ele também não gostava dos alunos e só falava mal. Eu ri muito.
- E aquela vez que aquele menino que eu não lembro o nome pediu pra namorar com você na rádio da escola? – ele disse, gargalhando. Eu ri também.
- Ah, o Lúcio, aquele idiota. - eu senti minhas bochechas queimarem de vergonha.
- Pior mesmo foi a música que ele dedicou a você. – ele riu mais ainda e eu o acompanhei, lembrando da música velha, cheia de saxofones e outros instrumentos que eu não sei o nome. A música era horrível.
- Ele até fez um poema pra mim! – eu disse e coloquei a mão no rosto, como se estivesse com vergonha. Ele riu e puxou a minha mão.
-Vilu, flor do meu jardim, meu gramado sem capim, minha rosa sem espinhos... Meu coração palpita por você – ele disse, imitando o poema exatamente como ele foi feito, ainda segurando a minha mão – diga que também me ama e te ensinarei tudo o que sei – ele continuou, tentando conter o riso. – me dê seu coração, que eu te darei o meu...
- Ok, chega, chega! – eu gritei, interrompendo-o e rindo muito. Ele ria tanto, que estava ficando vermelho. Mas uma de suas mãos ainda segurava a minha. Quando percebi, puxei a mão e ele me olhou, surpreso, parando de rir.
- Desculpa...
- Não, tudo bem – falei, tentando rir um pouco, mas até para os meus ouvidos aquela risada soou falsa.
Começamos a conversar novamente e contei a ele mais sobre o Marco e a Fran. Combinamos de passar na casa do Marco qualquer dia pra jogar vídeo game. Ficamos um tempo em silêncio, observando o sol se por.
- Eu e minha mãe vínhamos aqui quando eu era mais novo – ele disse de repente, e o tom de tristeza em sua voz me assustou. Olhei pra ele enquanto ele continuava a falar. – Gostávamos de vir aqui no inverno... Não tinha muita gente e sempre fazíamos um piquenique. Eu contava a ela como estava indo na escola, ela me falava sobre o trabalho... Era bom. – ele terminou, olhando-me nos olhos.
- E por que vocês não vêm mais? – perguntei.
- Eu... Eu comecei a andar com uma turma que não era, digamos, uma boa influência. – Ele disse, voltando a olhar o mar. – Então comecei a achar uma idiotice perder meu tempo vindo aqui com ela nas férias de inverno se eu podia estar com eles, entende? – ele ainda não me olhava, esperei que ele falasse mais alguma coisa. – É impressionante o que as “amizades” erradas podem fazer com as pessoas. – ele falou, e pareceu esperar que eu falasse algo.
- E você continua... Hmm... Andando com essa turma? – perguntei, receosa.
- Não. – ele disse – Mas você queria saber quem fez aquilo comigo, lembra? – olhou pra mim pela primeira vez desde que começou a contar e então eu entendi.
- Por que eles estão fazendo isso com você? – eu perguntei, chocada, um pouco brava por achar isso tão errado.
Ele me olhou como se estivesse ponderando se deveria continuar me contando ou não. Percebi que ele não havia contado isso pra mais ninguém e que tinha sido por isso que ele havia me trazido até ali.
- Eu estou devendo um dinheiro pra eles... – ele começou – muito dinheiro. E eu não tenho como pagar tudo. Eu já paguei uma parte – ele falou – mas ainda falta muito pra minha dívida acabar.
- E por isso eles batem em você? – eu perguntei, ainda completamente atônita.
- Eles batem em mim porque a minha dívida está aumentando ainda mais. – ele me olhou nos olhos. – um deles ameaçou a minha mãe e bom... Eu bati nele. Aquele dia no beco foi a “vingança” deles – ele disse, com raiva, e quando olhou pra frente de novo, consegui ver nitidamente o roxo no olho dele e fiquei com muita raiva também – e eles disseram que se eu não arrumar o dinheiro até o mês que vem, eles vão cobrar dela. Você entende o que isso quer dizer? – perguntou.
- Acho que sim – falei. – eu quero te ajudar. A gente pode conseguir esse dinheiro! – falei.
- Eu vou conseguir – ele disse, apontando pro carro – está quase vendido. – falou.
- O que foi que você comprou deles pra estar devendo tanto? – perguntei, já sabendo qual deveria ser a resposta.
Ele colocou as mãos no cabelo e se balançava pra frente e pra trás, suas mãos tremiam e eu não tive dúvida do que o tinha feito dever tanto.
- Eu não quero te envolver nisso, não quero. Eu tenho medo de que, se eles descobrirem sobre você, te usem pra me ameaçar. Eles já estão me chantageando, usando a minha mãe... E eu não posso deixar nada acontecer com você – ele falou, desesperado – mas eu não consigo parar, eu não consigo parar. – ele repetia, olhando pra mim, e eu não sabia o que fazer. – Eu sei que o que eu estou fazendo é errado, eu sei, e eu quero parar! Mas eu não consigo... – ele disse, com grande esforço, com os olhos vermelhos e o rosto molhado pelas lágrimas que ele agora deixava cair. – Você disse que queria me ajudar – ele disse, pegando a minha mão. – Então, me ajuda, por favor? – eu sabia que não tinha como dizer não, mesmo que eu quisesse. Meu Deus, como era horrível vê-lo daquela forma! Por que ele tinha tanto poder sobre mim? – Por favor,Vilu! Eu não aguento mais decepcionar minha mãe, eu não aguento mais essa situação e eu preciso de ajuda, mas eu não sei a quem pedir. Eu preciso de você!
Desistindo de me fazer de forte, passei a mão por aqueles lindos cabelos, agora embaraçados, e comecei a chorar junto com ele. Coloquei um dedo em seus lábios para impedi-lo de falar novamente. Não precisava ouvir mais nada. Simplesmente não aguentava vê-lo daquela forma. Faria qualquer coisa para colocar de volta aquele lindo sorriso no rosto dele. Lentamente, aproximei-me dele e passei os braços por cima de seus ombros, aproximando os corpos, em um primeiro abraço. Um primeiro abraço há muito tempo esperado. Senti as mãos dele em minha cintura, e me senti bem, de um jeito estranho, mas bom.
- Vai ficar tudo bem,Leon. – sussurrei em seu ouvido – Eu vou te ajudar.
- Promete? – ouvi-o perguntando, sentindo a respiração quente dele em meu pescoço – Promete que não vai desistir de mim? – ri de leve, sem humor nenhum.
- Prometo que vou te ajudar – respondi – e não vou sair de perto de você. Só se você não me quiser por perto. – dei um beijo na bochecha dele e me afastei. Peguei-o pela mão, do modo como minha mãe fazia comigo quando era pequena e o tirei dali, em silêncio. Ninguém precisava saber o que havia acontecido. Não importa o que pensem nem o que dizem a respeito dele. O que importa era que ele estava ali, ao meu lado, segurando minha mão e querendo a minha ajuda.
- Vai ficar tudo bem. Eu sei que vai. – disse, baixinho, mais para mim mesma do que para ele.
É realmente incrível o que amizades erradas podem fazer com as pessoas. Era realmente incrível o poder das más influências, das pessoas que só queriam o mal dos outros e, mais incrível ainda, era o poder que as drogas tinham sobre uma pessoa. Mas eu não as deixaria destruir a vida dele, como já havia destruído tantas vidas. Não, eu cuidaria dele. Ainda não sabia como, mas cuidaria. Eu o tiraria dessa.


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Notas finais do capítulo

Heeee Então a Vilu se Corta o Leon se Droga Casalzinho estranho esse não??? kkkk Bem Espero q Tenham gostado Cupcakes =3