Story Of Us escrita por Mina do Jorge


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

BOm vcs pediram aqi esta mais um capitulo Cupcakes, boa leitura...



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POV: Violetta

Aquele dia eu acordei com uma sensação estranha. E quando eu digo estranha, eu quero dizer estranha mesmo. Como se algo tivesse pra acontecer. Algo importante. Ignorei e levantei da minha cama linda e aconchegante porque meu pai estava lá embaixo, mandando-me descer. Não sei pra que isso. Ele iria viajar esse fim de semana com uma ‘namoradinha’ que ele arrumou e que tenho grandes suspeitas de que seja a nova professora de matemática lá da escola e queria que eu descesse pra ele me falar as mesmas coisas de sempre.

- Muito cuidado se você for sair, tranque a porta direitinho, não fique acordada até muito tarde, faça todas as suas lições, não esqueça nada no fogão. Qualquer coisa, tem dinheiro no armário da cozinha, mas use somente para emergências. E, por favor, não faça uma festa na minha casa! – Viu? Era sempre isso que ele me falava. Mas espera, ainda falta uma coisa – Se cuida e vem aqui dar um abraço no papai.
Andei até ele, dei um abraço e um beijo e ele foi embora. Voltei pro meu quarto e me joguei na cama. Acordei três horas depois, com o telefone tocando.
- Alô? – atendi sem nem olhar quem era, o que é bem perigoso, poderia ser aquele garoto… Como é mesmo o nome dele? Ah, Lucio, um que ficou mais ou menos três meses me ligando todos os dias, fazendo-me declarações de amor. Até que um dia ele resolveu “tornar público” o “nosso” amor e falou na rádio da escola que queria namorar comigo. Eu mereço, não é?! Bom, depois disso, eu tive que dar um jeito nele, fazer o que…
- Oi,Vilu! É a Anne. – Ouvi aquela voz irritante do outro lado da linha. É, eu deveria mesmo ter olhado antes de atender – Você vai à festa da Natalie com a gente, né?
- Não sei, Anne, acho que eu vou ter umas coisas pra fazer e tal…- Respondi, sonolenta, querendo desligar na cara daquela vadia.
- Ah, não,Vilu, você tem que ir com a gente, a festa não vai ser nada sem…

Desliguei o celular e levantei, caminhando até o banheiro. Gente falsa. Só se aproximam de mim quando querem algo. Aposto que quando eu chegasse nessa festa, ela logo ia me pedir algum favor. Tomei um banho e me troquei.
Meus planos eram: ficar em casa e assistir às minhas comédias românticas favoritas e melosas. Eu sei, são grandes planos. Mas não tava com nem um pouco vontade de ficar em casa. Resolvi visitar oMarco, já que ele mora perto da minha casa. Provavelmente aFran ia estar lá, então poderia ser divertido.
Fiquei lá por volta de duas horas jogando vídeo game e comendo besteira. Só fui embora por que não gosto de ficar de vela atrapalhando eles, né. Mas, por mim, ficaria o dia todo lá. É engraçado, porque no começo eles não se suportavam, mas aí, eu usei os meus poderes de persuasão e os obriguei a conversar por dez minutos. Não dizem que o ódio e o amor são sentimentos semelhantes, e que eles podem mudar de um pra outro facilmente ou alguma porcaria desse tipo? Então, foi o que aconteceu. E eu fiquei feliz de verdade, porque eles combinam, tipo, muito mesmo.
Voltei pra casa, tomei um banho e comi alguma coisa. Mas quando me sentei no sofá pra assistir televisão, aquela sensação estranha voltou. Ignorei-a e fui procurar algum filme pra assistir. Vi que ainda eram cinco horas. Decidi que não estava com vontade de assistir TV. Levantei-me, tirei o meu pijama e coloquei uma roupa qualquer. Peguei o dinheiro que meu pai deixou “somente para emergências” e saí de casa.
Não sabia para onde estava indo, mas entrei em uma Starbucks e comprei um café. Fui para uma praça que havia em frente e me sentei em um dos bancos. Sempre gostei daquela praça, era um pouco longe da minha casa, mas meus pais e eu vínhamos aqui quando eu era criança. E mesmo depois, quando saía mais cedo da escola, sempre passava ali nos dias de sol, só pra olhar as árvores e as crianças correndo e brincando. E não, eu não gosto de crianças, mas até que elas são divertidas quando estão longe de mim.
Àquela hora não tinha muitas crianças por ali, mas mesmo assim, ainda era um bom lugar.
Já tinha escurecido e eu ainda estava ali fazendo porcaria nenhuma, até que notei uma certa agitação na rodinha de velhinhos jogando xadrez. É, eles ficam ali o dia todo, e se você quer saber, eles não são nem um pouco agitados. Então, eu estranhei, claro, e comecei a prestar atenção ao que eles estavam falando. E se você está pensando que eu sou uma pessoa curiosa, você está absolutamente certo. Não consegui ouvir muita coisa, porque não estava tão perto, mas o que eu ouvi foi algo parecido com isso:

-…Lá no beco… Jogado.
- Sangrando?
- Não sei, não olhei.
- Isso é perigoso, pode ser um daqueles assaltos combinados.
- Ele parecia realmente mal. Usava um uniforme de escola.
- Qual escola?
- Aquela, perto da boate chique.

Ok, não me culpem, mas eu fiquei muito, muito curiosa depois disso. Quer dizer, mais do que eu já sou. Principalmente na parte que falaram da minha escola. Qual é, a cidade era pequena, não tinha outra escola perto da “boate chique” que nem é tão chique assim. E por que alguém estaria com o uniforme da escola em pleno sábado? E mais: por que alguém estaria com o uniforme da escola em pleno sábado e jogado em um beco?
Fiquei morrendo de vontade de ir ao tal beco, ver o que tinha acontecido, podia ser algo grave, mas como os velhinhos do xadrez disseram, podia mesmo ser um assalto daqueles combinados. Esses dias, passou no jornal que tinha uma mulher caída lá no bosque e aí uns caras pararam pra ajudar e… Enfim, eu decidi que era melhor ir pra casa, já estava escurecendo, só que pra ir pra casa eu precisava passar na frente daquele beco. Pensei em dar a volta no quarteirão, mas não queria andar, e poxa, se fosse algo perigoso mesmo, seja lá o que tenha naquele beco, já teriam descoberto, não é? Decidi que ia passar por lá e não ia parar de jeito nenhum. Sou alguém que gosta de ajudar as pessoas que precisam e tudo o mais, mas a verdade é que eu sou uma medrosa nível dez mil e não queria arriscar.
Quando estava chegando perto do tal beco, ouvi uns gemidos. Parei por um instante. Não ouvi mais nada, mas fiquei com medo, estava escuro e eu era a única na rua. Decidi continuar andando o mais rápido possível. Já tinha passado do beco e os gemidos tinham parado, continuei andando, mas chutei alguma coisa que fez um barulho enorme. Olhei pra baixo e encontrei um relógio quebrado. Peguei o relógio e o analisei, era diferente, caro e eu tinha a sensação de que já tinha visto ele em algum lugar. Continuei andando e coloquei o relógio no bolso, talvez tivesse conserto. Então eu parei. Peguei o relógio de novo e lembrei onde tinha visto ele antes.

Era o relógio doLeon.


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Notas finais do capítulo

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