O Mundo do Outro Lado escrita por Alasca


Capítulo 23
Voltando ao que era antes


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas veio! Época de provas, agora é FÉRIAS! Lançou A Escolha, e eu fiquei satisfeita com esse livro, mas eu queria que tivesse mais coisas. Vamos agora ser fiéis aos três livros, eeeh! Espero que gostem do capítulo e que não me matem por demorar demais.
Manatica.



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POV Maxon

Assim que chegamos no refúgio, os feridos foram atendidos. Fiquei mais aliviado, mas vi dois rebeldes carregando um guarda que fora atingido no peito, sangrava muito e ele parecia não conseguir respirar. Só consegui realmente me acalmar quando ele foi levado para dentro da tenda médica, junto com muitos outros soldados e rebeldes. E por incrível que pareça, haviam mais guardas que rebeldes ali. Alguns rebeldes julgavam ter recebido ferimentos muito leves, e esperavam fora da tenda até que todos fossem atendidos. Tenho que admitir, gostei disso.

Assim que meu estresse passou, lembrei que America estava comigo de novo. Estava ali, do meu lado, com uma expressão no rosto que misturava o alívio, o medo, a alegria, a confusão e preocupação. O que eu não daria para ver o sorriso dela? Para a ver feliz? Bem, arrisquei minha vida só para saber se ela estava bem primeiro que todos, e se não estivesse, eu ia acertar as contas com os que a machucaram. Eu não sabia o que tinha acontecido, mas parecia que não muita coisa. A abracei, ainda não acreditando que estava de volta.

–Você está bem, não é? Realmente bem?- Perguntei, minha voz saiu um pouco trêmula. Tinha que me segurar para não chorar de alegria.

–Maxon, eu já disse. Estou bem- Respondeu baixo

–Desculpe... é que... eu soube o que eles poderiam fazer...- Falei, isso fez ela fechar as mãos em minha camisa e engolir em seco. Um pensamento ruim passou pela minha cabeça –Eles...

–Não.- Respondeu ela bem rápido, e acrescentou baixinho –Não comigo...

–Como assim?- A afastei segurando-a nos ombros e falando com seriedade –Fizeram com as outras?

–Eu... não sei dizer...- Ela não estava me contando alguma coisa, eu sabia. Ela olhou para os lados confusa –Maxon, o que está acontecendo? Rebeldes e guardas sem tentarem se matar? Você participando da luta? O que é tudo isso?

Expliquei cada detalhe para ela, desde a invasão ao acampamento nortista até minha ideia de seguir todos sem perceberem. Essa ideia foi repentina, acho que minha mãe gastou todas as lágrimas que tinha ao descobrir, os dois filhos foram para uma luta sanguinolenta que podia resultar na morte. Ainda estou surpreso de ninguém ter vindo atrás de mim. Foi difícil deixá-la, mas eu sabia que devia ir com todos, America era minha noiva, eu devia ajudá-la com o que pudesse.

Certo, não era minha noiva... ainda! Eu já estava completamente decidido a casar com ela, mandar todo o resto da Elite embora sem me incomodar com seus choros. A única coisa que faltava era ela decidir, queria ficar comigo ou não? Se não, eu não ia obrigá-la a casar. Fiz tudo o que podia, mas ela poderia querer voltar para casa e para seu ex namorado cinco. Se ela não me quisesse, eu não ia prendê-la, sua felicidade era mais importante do que a minha.

Ela me deu uma bronca por eu ter ido, disse que eu podia me machucar seriamente ou até mesmo ser morto. Respondi que, para tê-la de volta, valia a pena. E mesmo morto, eu ainda iria procurar por ela. Foi meio exagerado, mas era verdade, queria que ela soubesse o quanto era importante para mim. Então começou a perguntar outras coisas.

–O que seu pai fez quando soube?- Perguntou

–Ele... ainda não sabe. Ainda está de cama e não queremos estressá-lo dizendo que tem outro filho e que ele é um rebelde. Nem que eu saí sem a permissão dele pra ir em um encontro armado.

–Quando vai contar?

–Quando ele melhorar o suficiente. Mas o importante agora é que eu tenho você de volta. Viva e sem ferimentos. Posso ouvir sua doce voz de novo e sentir os calos de seus dedos.– Falei pegando nos dedos de sua mão -É isso o que importa.

Ela sorriu e me abraçou, tão forte que não sei como consegui reprimir um gemido de dor, mas ela notou, é claro.

–O que foi?- Perguntou

–Nada- Respondi, mas minha voz saiu fraca.

Ela baixou o olhar para onde me abraçara e seus olhos se arregalaram de preocupação, isso me assustou um pouco. Ela havia notado o corte na roupa na área das minha costelas e o sangue, a mancha estava maior do que quando olhei da última vez. Tentei tapar com o braço mas ela já havia notado.

–Disse que não é nada.- Falei com a voz recuperada

–Você levou um tiro!- Gritou

–Fala mais baixo!- Olhei para os lados e abaixei a voz -Se os guardas ouvirem ficam loucos!

–EU vou ficar louca! Você levou um tiro!- Disse ela cobrindo a boca com as mãos. (NM:Por que mulheres fazem isso quando estão surpresas e assustadas? NA: Olha, eu não sei. NM: Você é uma garota, autora, devia saber. NA: Só que eu não sei, tá? Volta logo a narrar!)

–Não foi bem um tiro, a bala não entrou, só raspou na minha pele.

–É um tiro do mesmo jeito!

–Se acalme! Tem gente pior que eu, vou ficar bem. Assim que os mais graves foram resolvidos eu levo os pontos.

–Tá! Mas pelo menos limpe.

–Certo...- Ela pegou minha mão e me puxou para perto de Jonatan e Mellynda.

Eles estavam conversando, pareciam tão felizes quanto nós a alguns minutos atrás. Jonatan não parecia ter levado um tiro de raspão e escondido da namorada, se ele tivesse feito isso, seríamos duplos idiotas iguais. Essa frase não faz muito sentido agora que eu disse.

–Ele levou um tiro!- Disse America

–O que?- Perguntaram juntos

–Não. A bala só arranhou minha pele.- Expliquei

–E feio. Preciso limpar isso, onde tem panos e água limpa?- Perguntou.

–Vem, eu te mostro.- Disse Mellynda saindo com America.

–Cara, não se esconde tiros de namoradas. Só se vocês estivessem em uma situação que envolvesse sua morte para salvá-la. Então você podia mentir que está bem para ela fugir.- Disse Jonatan quando elas estavam longe. -Mas ela ia ficar irritada do mesmo jeito.

–Isso é muito reconfortante.- Falei.

–Não falei pra lhe reconfortar.

–Ótimo.

Ficamos em silêncio, desviamos os olhares para o chão, nuvens, flores e árvores, mas não nos olhávamos diretamente. Era estranho olhar para o rosto de Jonatan, ele era uma outra versão de mim, parecia vir de um universo paralelo e sua missão era complicar minha vida ao máximo. Eu o podia imaginar entrando em um espelho no mundo ao contrário e falando ao seu chefe que seu objetivo havia sido concluído. Minutos depois, elas chegaram com a água e o pano.

America e eu nos afastamos um pouco, eu teria que tirar a camisa e não queria que todos vissem, não gostava de ficar seminu perto de muita gente, nem das minhas cicatrizes. Melly disse que podíamos usar a tenda de Jonatan para lavar o corte. Ele protestou mas ela acabou o convencendo. Fomos a tenda, e fiquei bem feliz que ele não estivesse contente, adorava isso, não sei porque. Chegamos e entramos, era como eu imaginava uma tenda por dentro, pequena.

Tirei a camisa do uniforme de guarda enquanto America molhava o pano. Lembrei de quando meu pai havia me chicoteado e ela limpara no abrigo no castelo, aquele ferimento era bem menos feio, mas ia ficar uma cicatriz como os outros. Naquele espaço minúsculo, eu conseguia voltar no tempo, o tempo que eu não ficava pensando nas torturas e em sua morte o tempo inteiro. Eu queria voltar para esse dia, mas como não podia, o destino me deu uma tenda ao invés de um abrigo.

Quando America pôs o pano molhado no ferimento, ardeu. Não como as chicotadas, mas ardeu o bastante para uma careta e reprimir um grunido. Ela escondeu um sorriso, eu sabia que tinha lembrado daquele tempo também. Eu podia muito bem limpar sozinho, mas aquilo me trazia boas lembranças, e a ela também. Era bom ver o sorriso em seu rosto de novo.

–Não sabia que gostava de limpar ferimentos, da última vez você odiou.- Disse ela notando meu sorriso.

–É... é só bom estar com você de novo.- Falei

–Gosta da minha companhia? Achei que já tinha sido irritante o suficiente.

–E foi, só que é bom uma irritação de vez em quando.

–Deve ser porque não conviveu comigo o suficiente. Daqui a alguns meses, você vai me querer longe da sua vista.

–Quer uma aposta?

Ela sorriu.

–De que tipo?

–Você diz que em meses eu vou me cansar das suas chatisses. Eu digo que não. Quem ganhar decide o premio.

–Feito.- Apertamos as mãos

–Vou querer o meu agora.- Falei

–O que?

–Eu já me cansei delas dias depois de te conhecer, eu só gosto de ter elas por perto. Não foi em alguns meses, foi antes. Eu ganhei.

Ela jogou o pano na bacia d’água, pôs as mãos na cintura e fez uma cara perplexa. Ri, ela ficava muito engraçada fazendo isso. Principalmente sem a maquiagem(por mais que seja leve, esconde partes do rosto dela) e os cabelos super arrumados. Ela levantou as sobrancelhas ao meu riso, e tive que conter o próximo.

–Trapaceiro.- Falou

–Não, eu só usei uma informação que você não sabia.- Expliquei

–Ainda sim, trapaceiro.

–Ainda sim, ganhei.

–Não. Trapaceou. Não ganha premio nenhum.

–Ah, por favor!

–Não.- Insistiu

–Pelo menos ouve ele.

–Hmmm... não.- Disse de novo. Persistente...

–Ah, então... terei de conseguir sozinho.- Conclui

–Com toda certeza. E se é algo que pediu para mim, tenho certeza que não vai conseguir.

–Sério?- Perguntei

–Sério.- Disse pegando o pano molhado.

Ela estava errada, eu ia conseguir aquilo. Assim que ela se virou, puxei-a para perto e a beijei.

POV America

Já estava no meio da noite, eu não conseguia dormir, imaginava os sulistas nos achando e matando. Tentei pensar em coisas boas, como eu vendo minha família outra vez, os nortistas não serem presos, Aspen não ter se ferido, eu ter saído daquele lugar sem ninguém ter tocado em mim, o beijo de Maxon... nem isso conseguia tirar os sulistas da minha cabeça. Quando ouvi um barulho lá fora, me assustei e sentei rapidamente.

–Sou eu!- Disse um vulto sussurrando. Eu conhecia aquela voz.

–Aspen!- Reclamei depois de abrir o zíper da tenda. -O que está fazendo aqui?

Ele não me respondeu. Só me puxou para perto e me beijou, me abraçando tão forte que não conseguia respirar, ele parecia ter medo que eu escapasse outra vez. Ele parou de me beijar e encostou sua testa na minha, mas eu o afastei antes de ele conseguir respirar duas vezes.

–Aspen! O que está fazendo? Tem muitos guardas aqui, e Maxon...- Tentei falar mas ele não me deixou terminar

–Meri... Meri, eles podiam te matar. Achei que estivesse morta!- Ele disse

–Não estou morta, estou bem.- Falei permitindo um abraço.

–Ainda bem... ainda bem...- disse ele a cada exalação de ar.

–Shh...- Tentei acalmá-lo, não queria vê-lo triste. -Eu tô bem.

–Vamos fugir...- Falou baixo, mas eu ouvi claramente, como se tivesse gritado.

–O que?- Perguntei o afastando

–Vamos fugir!- Repetiu -Daqui, do castelo, da cidade, dessa vida! Podemos viver bem na floresta por um tempo. Eles podem desconfiar dos rebeldes por um tempo, mas assim que a poeira baixar podemos pedir ajuda a eles em algumas coisas. Pego todo o dinheiro que precisar pra cuidar de você depois, mas temos que ir agora.

–O que?- Perguntei de novo sem acreditar -Fugir?

–Sim, agora!

–Agora?- Ainda não acreditava -Mas... e...

–Pegamos algumas roupas depois também, vamos, antes que os outros guardas venham...- Ele puxou minha mão enquanto se levantava(estávamos de joelhos o tempo todo.)

–Não!- Eu disse, foi a vez dele ficar confuso.

–Não?

–Não!- Repeti soltando minha mão e me levantando -Eu não vou fugir! Não vou abandonar tudo, não posso! E mesmo se pudesse, não ia incriminar os rebeldes, são meus amigos! Não posso fazer isso com eles, não posso fazer isso com... com Maxon!

–Meri...- Ele tentou falar

–Não! Já chega, eu não posso mais fazer isso! Não vou fugir com você, não posso mais ficar com você! Eu o amo, Aspen, entenda! Eu amo Maxon!

–M...

–Não, eu não mudei como você acha, eu continuo a mesma. Eu não vejo dinheiro, como você pensa, eu vejo o homem. Mesmo se Maxon fosse um Oito eu ia amá-lo. Você nunca entendeu isso em mim, não é?- Eu já estava quase gritando, e ele quieto, até que ouvimos um barulho e viramos para a sua direção.

Era Melly tentando sair de sua barraca discretamente, mas o zíper não ajudou. Como se nada tivesse acontecido, ela terminou de abrir o zíper, saiu e pôs as mãos na cintura.

–O que é que está acontecendo?- Perguntou.

Tive que explicar tudo, pareceu a história da minha vida inteira. Comecei pela casa na árvore, pelo jantar, e foi assim até chegar no dia em que Aspen fora recrutado para o palácio, narrei os dias que se seguiram depois até agora enquanto Aspen ficava calado enquanto processava o que eu dizia misturado ao que eu tinha dito antes. Era muito para ele absorver, eu amava outro, e não ele. Bem nessa parte, algo se moveu na barraca.

–Espera- Disse Jonatan saindo da barraca de Melly -Você traiu meu irmão?

E lá se foi, outra vez contando a história da minha vida. Mas eu dei enfase na parte em que contaria para Maxon sobre tudo, que isso havia acabado completamente e que eu amava Maxon. No meio disso tudo, não pude deixar de perceber os olhares de ódio que Jonatan lançava a Aspen toda vez que seu nome era mencionado ou ele movia um músculo. Até que consegui convencê-los.

Então notei suas roupas, Melly usava uma blusinha que ia somente até o meio da sua barriga e um short de pano super curto, Jonatan usava só uma calça, e pude ver que, não só o rosto, mas o corpo parecia muito com o de Maxon, o que me deixou um pouco nervosa. Mas não só isso, eles estavam na mesma barraca!

–Hmmm... Melly... o que vocês tavam fazendo lá dentro?- Falei e eles ficaram confusos. Melly entendeu mais rápido.

–America! Que mente poluída! Não rolou nada!- Disse ela com raiva

–Bom, tiveram uns beijinhos... mas logo a gente dormiu. Nada além disso.- Completou Jonatan na pura normalidade.

–Certo...- Disse antes de Aspen resolver falar novamente.

–Acabou?- Perguntou muito baixo e olhando para o chão.

–Sim, acabou.- Respondi. Ele saiu, Jonatan pareceu mais aliviado.

–Por que ele?- Perguntou sussurrando, mais para ele mesmo -Podia ser qualquer um, mas por que ele?

–Jon?- Perguntou Melly

–Algum problema com o Aspen?- Perguntei

–Problema... claro que sim.- Respondeu.

–Foi ele que te prendeu?- Perguntei e ele sorriu sarcasticamente.

–Se fosse só isso, não existia problema.- Disse e entrou na tenda. Melly foi atrás.

Respirei fundo, achei que ia ficar mais triste. Terminei meu grande namoro, o homem que amei pela primeira vez, mesmo não sentindo mais nada, eu não me senti tão triste, e sim, aliviada. Agora, só faltava contar para Maxon, ia fazer de manhãzinha, antes de irmos ao castelo. Vi um vulto perto de uma das tendas, mas ele sumiu tão rápido quanto apareceu, não pude ver quem era. Segundos depois, ouço um grito.

–COMO ASSIM?- Gritou Melly dentro da barraca e saindo em seguida.

Ela estava correndo, Jonatan saiu logo depois, a alcançou e enrolou seus braços nela, a levantando e impedindo que continuasse a correr. Melly se debateu e gritou enquanto ele tentava acalmá-la com a voz, não obteve sucesso. Melly esperneou tanto que algumas pessoas acordaram, eu disse que estava tudo bem e elas voltavam, até que fui ver o que a irritava tanto.

–ELE ATIROU NO MEU IRMÃO! ELE TENTOU MATÁ-LO!- Gritou

–Quem?- Perguntei

–Aspen...- Falou Jonatan numa voz fina tentando imitar a minha.

–Que?- Não acreditei -Aspen não faria isso!

–ME SOLTA! VOU MATAR O DESGRAÇADO!- Gritou Melly de novo.

Eu conheci o irmão dela, ele invadiu minha cela uma vez para perguntar sobre o castelo e algumas coisas indecentes. Mas era uma criança, tinha em torno de dez anos. E ainda havia um mais novo, não sabia sua idade, mas Melly contava que era bem novo. Aspen não atiraria em crianças, não as mataria, nem apontaria uma arma para elas. Ele nunca faria isso!

–Bem, ele fez.- Disse Jonatan em meio aos gritos -Eu estava lá, vi e ouvi tudo. E pode perguntar para o irmão dela também.

Sem ainda acreditar, ajudei ele a acalmar Melly, com a promessa de que ela podia bater nele de manhã. Então fui dormir.

No dia seguinte, todos os guardas estavam estirados no chão, Mahi apareceu e me explicou que era por causa de uma erva que os fazia dormir por um tempo. Ela estava com uma muleta improvisada, já que levara um tiro no tornozelo. Eles os botaram para dormir pois iam embora e não queriam ser seguidos.

–Mas... já vão?- Perguntei.

–Sim, temos que achar um local novo ainda, e a melhor hora é agora.- Respondeu

–Vou sentir falta de vocês. Foram carcereiras legais.- Falei

–E você a refém mais legal até hoje.- Disse -Quem sabe a gente te sequestra de novo? Mas nada de sulistas, eles estragam tudo.

–Certo, mas não me acertem de novo, minha cabeça ficou latejando por três dias inteiros. Só avisem que são vocês e eu vou.

Andamos até o local que os rebeldes se preparavam, Maxon estava conversando com Jonatan bem distantes do grupo, parece que só ele e eu estávamos acordados além dos rebeldes. O resto arrumava as coisas e ajudava os feridos a conseguirem um lugar nas celas de cavalos. Mas não vi alguns rostos que conhecia, não pude deixar de ficar triste em pensar que eles nunca mais voltariam ao seu acampamento. Melly estava arrumando seu cavalo quando cheguei com Mahi, logo deu uma pausa no seu trabalho.

–Está adorando essa folga, não é? Não precisando arrumar as coisas...- Disse Melly

–Adorando!- Disse Mahi, e as duas riram.

–Vai conseguir montar?- Perguntou Melly

–Vou, mas não conduzindo. Vou ter que ir no carona.- Respondeu Mahi meio sem animo.

–Ei, gente.- Disse Sofie chegando -Não pude deixar de ouvir a conversa. E Mahi, fique feliz em saber que eu pensei nesse seu desgosto. Então você pode ir no seu cavalo.

–Ele não gosta de gente nova, vai ser difícil.- Disse ela torcendo o nariz.

–Ah, é a melhor parte. Quem vai cavalgar com você é o Lucca!

Um sorriso foi contido por ela, mas tarde demais para não ser notado.

–Ele cavalga?- Perguntou

–Não tenho ideia.- Disse Sofie

–Ótimo, você escreveu minha sentença de morte, obrigada!

Rimos. Conversamos até eles terem que partir. Maxon estava do meu lado e segurou minha mão, o que eu estava precisando. Eu tinha que falar algo pra ele e tinha que ter certeza que ele aguentaria, que ele não me odiasse por isso. Enquanto eles iam embora, apertei sua mão mais forte e ele retribuiu o gesto. Quando não estavam mais em nosso campo de visão, me virei para ele e encarei seus olhos castanhos.

–Preciso te contar uma coisa.


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Notas finais do capítulo

E aí? Quem gostou? Esse cap foi mais pra enrolar, mas é um cap.



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