A cidade da Luz escrita por Raquel de Oliveira


Capítulo 2
Revelation


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal,nesse segundo cap. não acontece muita coisa, é a revelação da origem verdadeira de Sofia.
Espero que gostem, beijoos :*



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- Há quase 19 anos, a cidade da luz estava em crise, as trevas estavam tomando conta. Havia as duas famílias mais poderosas, a família Salvatore e Baker que disputavam o trono. Durante muito tempo existiu entre elas uma espécie de “guerra fria”, até que Bruce Salvatore começou uma guerra de verdade, que durou quase três anos, muitos bruxos morreram defendendo as duas famílias. Porém em meio à guerra surgiu um amor proibido, Bruce Salvatore e Katherine Baker se apaixonaram, e por um período muito curto viveram aventuras de amor. – o menino parou para respirar, parecia tentar lembrar-se de mais detalhes, num tom mais baixo continuou – Ambas as famílias começaram a desconfiar e prometeram matar os dois se os descobrissem, cada vez mais o amor de Bruce e Kath foi ficando impossível de acontecer. Entretanto o inesperado aconteceu, alguns meses depois Katherine estava grávida, e Bruce ficara desesperado e não sabia o que fazer, quando não dava mais para esconder Katherine revelou seu segredo com esperanças de seu amor ser compreendido, mas não foi! – o garoto parou, lamentando, arrumando seu cabelo. – A família Baker prometera matar o bebê quando o mesmo nascesse, a donzela morena ficara com medo e fugiu para longe, ela não poderia permitir que matassem seu bebê. A mulher parou em cidadezinha pequena e já estava perto de dar a luz, o tempo em que ficou lá, fez amigos, muitos diziam que era uma linda e simpática mulher, poucos dias depois Kath deu a luz a dois bebês, uma menina e um menino. Norah a bruxa com quem Katherine deixara os bebês disse que a mulher morreu no parto, mas antes pediu- lhe para cuidar de seus lindos bebês, a mulher decidiu então mandar um dois bebês para o mundo dos humanos, onde só os bruxos mestiços eram jogados, ali nunca iam procurá-la e o outro deixara com uma bruxa que estava de passagem, que prometera enviá-lo a cidade Diligis, a mais humilde do mundo dos bruxos. – o menino parou observando a morena, parecia estar preocupado.

A menina estava, parada, ficara assim o tempo todo, estava sem reação. Ela baixou a cabeça lentamente, repassando tudo o que ouvira, ela precisa entender tudo aquilo.

- Você disse que também passou por isso, mas por quê? – a menina olhava para as margaridas que ocupavam todo o campo.

- Meu pai foi um grande bruxo e se envolveu com uma humana quando estava foragido, ele foi condenado, pois matara um dos grandes bruxos do conselho. E então eu nasci, sou mestiço, mas herdei todos os poderes de meu pai.

- E por que foi enviado para me salvar, por que você? Por que preciso de proteção? – a morena ainda estava confusa, a cada informação que recebia, lembrava de um momento de sua vida, e agora notava que fora tudo mentira.

- Eu fui escolhido! Eu sou mestiço, não sou bem vindo no mundo dos bruxos, a minha única chance de viver lá é servir ao conselho. – o menino contou isso com certa vergonha e desconforto. – O mundo dos bruxos está sendo tomado pelas trevas, seu pai Bruce foi morto pelos odiuns, e ele era nossa ultima esperança. – agora o menino estava com um olhar perdido. – Nós queríamos te poupar Sofia, mas você é a única que pode vencê-los, você tem o sangue das famílias mais poderosas de bruxos, e o poder também. – o menino começara a falar rápido, demonstrava tensão. – Eu tenho te seguido desde que completara 16 anos, os odiuns sabem que você está viva, e se eu demorasse mais um pouco para te revelar tudo isso, eles te capturariam. Você tem que vir comigo, não está segura no mundo dos humanos, eles já te encontraram!- essas ultimas palavras vieram como facas afiadas.

A garota estava pasmada, nunca pensara em nada parecido, apesar de sempre se sentir diferente. Ela estava esgotada, precisa de um amigo, ela precisava de tempo para absorver tudo aquilo, estava prestes a desabar.

- Mas e meu irmão? – a voz da menina estava tremula.

- Ele nunca fora encontrado, o conselho acha que ele foi morto.

Dave a olhou enquanto a menina estava de cabeça baixa, por um momento ele se recordara da primeira vez que a viu, saindo da escola com Jessie, o que sentira aquele dia ele preferiu ignorar, mas toda aquela sensação estranha voltara.

- Eu preciso ao menos ver minha família, me despedir. – disse a garota levantando a cabeça e o olhando, Sofia estava triste, dava para notar. – Tenho que falar com Jessie e Steven, preciso dar alguma explicação.

- Você vai ter tempo para fazer isso, vamos voltar para o mundo dos humanos. – o garoto disse observando a menina. – Mas isso tudo é segredo, a maioria dos humanos não são capazes de entender.

A bruxinha estava cansada demais para retrucar ou tentar explicar que Jessie e Steven eram diferentes, então ela só fez um gesto com a cabeça, concordando.

Os dois se levantaram e de novo fizeram uma caminhada, poucos minutos depois, Dave fez o feitiço de transporte, e voltaram para o mundo dos humanos.

Dave e Sofia acordaram próximos dos carvalhos. Já estava quase anoitecendo, eles haviam perdido a noção do tempo. A menina logo se lembrou da família e não queria imaginar o quanto estariam desesperados a sua procura.

- Eu preciso ir, devem estar malucos me procurando. – disse a bruxinha levantando-se. – Você vai para minha casa, é isso?

- Bom, eu acho que seus pais não gostariam que eu passasse a noite no seu quarto. – o garoto falou com um ar irônico, quando sorrindo. – acho que vou ter que pular sua janela.

Sofia por um momento quase sorriu fitando-o, mas logo desviou o olhar. Eles já tinham começado a andar, a menina precisava chegar rápido em casa e arrumar uma bela desculpa.

Os dois passaram o caminho todo em silêncio, a menina estava pensando em tudo que ouvira novamente, tentava entender melhor. E o bruxo mestiço a observava, e quando se pegava fazendo isso tentava disfarçar.

- Pronto, chegamos! – a garota disse parando enfrente a uma casa grande e bonita, parecia ser bem antiga e em volta um jardim com diversas flores.

- Eu vou esperar aqui! Faz um sinal quando eu puder entrar.

- Ok. – a morena disse subindo as escadas da varanda. Ela sabia que lá dentro o clima não estaria bom, mas precisava entrar e inventar alguma coisa.

Sofia parou enfrente a porta, contou até três, e entrou. Todos estavam na sala, e quando a viram todos pareciam aliviados. Até que Jessie veio até a amiga e a abraçou.

- Você sumiu, não levou o celular, o que pensa que está fazendo? – disse a linda ruivinha com 1,53 de altura.

- Eu posso explicar! – a menina disse essas palavras olhando para todos que estavam na sala.

Todos, principalmente seu pai Leonard a olhava. A bruxinha terminou de entrar e sentou-se junto com Steven.

- Eu estava na missa com Steven e Jessie, porém comecei a não me sentir muito bem, então eu preferi sair e tomar um pouco de água. – a menina parou tentando inventar alguma coisa. – é, mas eu estava muito tonta, resolvi vir embora para casa, mas lembrei que estava sem a chave, então aproveitei e fui para o parque, precisava de um tempo para mim. Eu sei que devia ter avisado, mas perdi a noção do tempo, desculpa.

A morena não pode ficar para ver se tinham acreditado ou não no que dissera. Ela saiu sem olhar para trás, subindo as escadas em direção ao seu quarto. Steven e Jessie foram atrás, sabiam que tinha algo de errado.

- Ta! Agora pode dizer a verdade, o que aconteceu? – perguntou o garoto alto fechando a porta do quarto.

- Bom, vocês não vão acreditar, mas eu sou uma bruxa e tenho que salvar uma cidade que dizem que é minha, eu tinha uma irmão, mas ele morreu, assim como toda a minha família, eu fui a única que sobrevivi, então resolveram vim atrás de mim. – a bruxinha disse tudo com um ar irônico, ela mesma teve vontade de rir.

- Você está ficando maluca! Do que está falando? – a menina ruiva parecia estar ouvindo uma grande piada.

- Eu sei que não vão entender agora, só que mais tarde eu vou precisar de vocês. – a menina falou olhando-os com tristeza. – eu amo vocês!

Sofia abraçou os amigos chorando, todas as lembranças vieram à tona, os momentos desde criança que passara com Jessie, de todas as vezes que Steven esteve ao seu lado, tudo!

- Vocês precisam ir! – a menina disse soltando-os

- Mas Sofia, eu então estou entendendo.. – antes que Jéssica pudesse terminar o menino alto a segurou, levando-a até a porta.

- Eu confio em você, sei que não está mentindo. – ele disse dando uma piscadela para Sofia fechando a porta do quarto.

A morena ficou parada enfrente a porta durante um tempo, depois abriu a janela e fez sinal para Dave. Após alguns minutos, com um pouco de dificuldade ele conseguiu entrar no quarto, meio sujo.

- Pensei que ia me deixar congelando lá fora. – o garoto disse limpando a camisa que já não era mais branca.

- Eu pensei nessa possibilidade, mas não sou tão maldosa assim. – a garota falou encarando-o com um ar desafiador.

- Será que eu posso tomar um banho? – o bruxo falou esticando a camisa imunda.

- Desde que não use minhas roupas, tudo bem! – a menina o olhou rindo, apontando para a porta do banheiro.

- Ah, até que um vestidinho não cairia mal. – o menino falou devolvendo o sorriso e indo em direção ao banheiro.

Sofia o observou andar até o banheiro, depois caiu na cama. Ela estava bem, apesar de tudo que estava acontecendo, ela nunca se sentira tão bem, tinha a sensação de liberdade. Ao mesmo tempo lamentava ter que ficar longe das pessoas que amava, mas eu vou voltar, pensava.

25 de julho, depois de tudo!

Vou tentar escrever sempre que puder, eu sei que comecei o dia hoje te falando coisas estranhas, e adivinha, aconteceram. Não entendo muito bem, mas parece que sempre esperei por esse dia, eu me sinto bem, ao mesmo tempo triste porque sentirei saudades da minha família, amigos. Mas eu vou voltar! Ainda não sei quem é aquele homem, mas logo saberei quem é. AAH, eu conheci o carinha, ele vem-me “perseguindo” para me proteger de alguma coisa, ele é extremamente lindo, mas não é hora para isso, tenho que me vigiar, meu foco agora é desvendar todo esse mistério que ainda não entendo. Bom, acho que ele está saindo do banho, preciso ir. Até a próxima!

A menina fechou seu diário de veludo vermelho e o colocou encima da escrivaninha ao lado da cama. Dave estava saindo do banheiro, mas agora diferente, estava com uma calça jeans, camisa preta e sem sapatos.

- Nós precisamos ir! – o menino disse aproximando-se da cama.

- Agora? Mas eu preciso arrumar minhas coisas e ..

- Você não vai precisar de nada disso, ganhará tudo o que precisar lá.

A menina levantou-se demonstrando cansaço. Ele a olhou segurando suas mãos, ele queria falar alguma coisa, mas aqueles olhos o hipnotizam.

- Ás vezes eu paro para pensar, parece mais um daqueles sonhos, mas eu não sei se quero acordar. – a menina disse essas palavras fitando-o.

Dave e Sofia estavam cada vez mais próximos, ele podia sentir sua respiração e quase se deixara levar por seu olhar felino. – Nós precisamos ir, vamos!


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Notas finais do capítulo

Geeeeente, no próximo cap. começará a acontecer mais coisas, você vão conhecer o mundo dos bruxos!!!



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