Demigods in Hogwarts escrita por SeriesFanatic


Capítulo 17
Arai




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As primeiras pessoas que Annabeth viu quando entrou no expresso de Hogwarts foram Luke e Thalia. O casal estava discutindo em uma cabine e parecia que a briga era bastante séria. Ela continuou andando e viu vários conhecidos. Piper e Jason tentavam apagar o cabelo de Leo, que pegava fogo (pra varear). Silena e Beckendorf estavam abraçados e conversavam com Katie, Miranda, Connor e Travis em uma cabine. Frank, Hazel, Will, Dakota, Gwen, Jake e Chris brincavam de um jogo que envolvia jujubas. Ela também avistou Clarisse sozinha em uma mesa. Annabeth achou estranho Beckendorf, Miranda, Luke, Silena e Katie não estarem no vagão dos monitores, mas tentou não se importar com isso. Malcolm queria ir com ela até a escola, mas terminou encontrando algumas crianças do primeiro ano e parecia já ter feito amigos. Em um dos últimos vagões, ela encontrou Percy brincando com Nemo. O peixe dourado dele cuspia água na cara do dono como sempre.

– Inventaram algo chamado mensagem de Íris. – ela disse se apoiando na porta, com raiva.

Ele levantou a cabeça e quase derrubou o pequeno aquário do peixe. Colocou o objeto no assento, levantou e deu um abraço bem forte nela.

– Pelos deuses Annabeth! Eu achei que você tinha morrido! – exclamou.

– Eu é que achei que você tinha morrido. – ela disse surpresa com o abraço.

Era estranho abraçar Percy, não por causa da força dele, mas por causa do tamanho. A ponta da cabeça do menino batia no nariz dela. Até que era engraçado. Eles se separaram do abraço com as bochechas corando.

– Mandei milhares de mensagens de Íris para você, mandei Palas levar diversas cartas... nunca tive um retorno. – ela disse evidentemente chateada.

– Palas nunca chegou lá em casa. Também mandei diversas mensagens de Íris, mas nunca aparecia nada. – ele disse estranhando a situação.

– Eu mato a minha mãe! – ela exclamou e sentou.

– O que sua mãe tem haver com as mensagens de Íris? – ele perguntou sentando na frente dela.

Annabeth não sabia se Percy falava esse tipo de coisa para irritá-la ou se era inocência ou apenas burrice.

– Mamãe deve ter lançado um feitiço lá em casa para que as mensagens não pegassem. Ela deve ter pedido para Ella pegar as cartas de Palas e queimá-las. – disse com raiva.

– Quem é Ella?

– É uma das harpias que trabalham lá em casa. Ella é a chefe da segurança e é bem competente.

– Tem algum problema se eu também ficar com raiva da sua mãe? – ele perguntou inocente. – É que eu realmente precisava de um amigo nas férias.

Ela respirou fundo e se inclinou para frente, pegando na mão dele. Então foi que notou uma pessoa adormecida ao lado de Percy, coberta com um uma manta.

– Ah... quem é seu amigo? – ela disse.

– Ah esse cara? Sei lá. – deu de ombros. – Entrei aqui ele já tava roncando.

Annabeth notou que tinha uma mala no compartimento com as iniciais V. Smith.

– Acho que ele é o professor Smith. – apontou para a mala.

– É o primeiro professor que eu vejo a pegar o trem. Tirando Plutão quando a Hazel insiste. – comentou.

– Ei, o que foi que aconteceu nas férias de tão ruim? – ela disse esquecendo-se do professor.

Percy contou sobre seu meio-irmão Tyson, a briga com Poseidon e toda a história. Disse que foi o tártaro ficar em casa, Sally queria que o filho mantasse segredo, mas que ainda assim fosse gentil com Tyson. As brigas com o pai aumentavam e não era só ele quem brigava com Poseidon, Sally parecia que ia explodir. A única coisa boa foi Blackjack. Annabeth contou sobre o aniversário e como ela fez Mark virar um balão e do castigo extremamente exagerado de Atena. Passou um tempão falando maravilhas sobre a Grécia e isso até que animou Percy um pouquinho, ele sempre quis ir para a Grécia. Estavam conversando sobre mitologia quando alguém bateu na porta do vagão e o menino pareceu que ia ter um ataque cardíaco. Parados do lado de fora, havia um casal. Ambos tinham pele extremamente clara, olhos e cabelos negros como a noite e olheiras, pareciam ser irmãos. Os dois usavam vestes da Sonserina.

– Com licença, podemos ficar aqui? O resto do trem está cheio. – a menina disse forçando um sorriso.

– É claro. – Annabeth deslizou para o lado, abrindo espaço para os irmãos.

Percy parecia mais pálido que os irmãos e também tava com cara de quem ia desmaiar.

– Sou Bianca di Angelo e esse é meu irmão menor, Nico. – a menina sorriu.

– Sou Annabeth Chase e esse é Percy Jackson. – Annabeth disse sem jeito.

O resto da viagem foi extremamente silenciosa, o que incomodou um pouco. Depois de algumas horas começou a chover até demais para Inglaterra. Simplesmente do nada, o trem parou. Nico caiu no chão e as meninas o ajudaram a levantar. O professor V. Smith continuava dormindo, tanto que roncava. Nemo parou de cuspir água em Percy, até porque a temperatura pareceu cair 20º C em dois segundos, o vidro do vagão congelou e todos começaram a esfregar as mãos.

– Mas que tártaros? – disse Bianca.

– Acho que o tártaro é mais quente do que aqui. – Percy disse.

– O que está acontecendo? – Nico olhou para Annabeth.

– Não faço a mínima ideia, isso nunca aconteceu antes. – ela respondeu tremendo.

Parecia que o trem estava tremendo, então a porta congelou. Uma velha de aparência demoníaca enrugada com asas de morcego, esporões de metal e olhos vermelhos reluzentes apareceu à porta. Olhos mortos, expressões imóveis, como se fosse um fantoche... seja lá o que aquilo fosse, era horrível e medonho. Abriu a porta e foi devagar para cima de Annabeth, os demais estavam aterrorizados de mais para fazer alguma coisa. Pelo canto do olho, a menina viu Percy tentando puxar a varinha do uniforme, mas não teve muita sorte. Uma lembrança apareceu em sua mente. Era a pequenina e doce Annabeth de três anos, brincando no berçário de Malcolm, enquanto Atena ninava o bebê. Ela não sabia por que, mas aquela lembrança feliz a machucava; doía ver a mãe cantando para o irmão. Doía MESMO. Fisicamente falando, era como se a cabeça dela estivesse explodindo. Antes de a lembrança parar de ser dolorosa, ela ouviu um grito de mulher e então saiu do transe.

O rosto de Percy pareceu aliviado quando a viu de volta a sanidade. Annabeth estava deitada no banco, com a cabeça no colo do amigo. Ela sentou mesmo sentindo-se tonta. Os irmãos di Angelo a encaravam apreensivos. O professor havia acordado, estava sentado ao lado de Nico. O rosto tinha algumas cicatrizes, o cabelo e os olhos eram castanho chocolate e ele parecia corpulento, do tipo de pessoa que ganhou peso por causa do trabalho manual. Percy continuava pálido, mas a preocupação ainda era evidente em seu rosto.

– O que aconteceu? – ela perguntou segurando o vomito.

– Aquela coisa te atacou. – Percy disse protetor, ele pousou a mão em cima do rosto dela e acariciou.

– Pelo Estige, o que era aquilo? – ela disse ainda com dor de cabeça.

– Arai. São os guardas de Alcatraz, estavam revistando o trem atrás de Dédalo. – disse o professor. – Aqui coma, vai ajudar. – ele deu um pedaço de ambrósia.

– Obrigada. – ela pegou.

– SOCORRO! O JASON DESMAIOU! – Piper McLean gritou de algum lugar próximo.

– Ô novidade... – Percy sussurrou.

– Se me dão licença, eu preciso falar com o maquinista. Cuidem-se crianças. – o professor levantou e deu um leve sorriso antes de fechar as portas do vagão.

– Você tá legal? – Bianca perguntou.

– Mais ou menos, vocês ouviram aquilo? – Annabeth disse encostando a cabeça no ombro de Percy, ele a abraçou.

– Ouvimos o que? – Nico estranhou.

– Aquele grito. Eu ouvi uma mulher gritando. – Annabeth respondeu fechando os olhos.

– Nenhuma mulher gritou, Sabidinha. – Percy disse delicadamente. – Só o Jason que surtou na cabine do lado quando viu a Arai indo embora. Mas ele não gritou.

– E creio eu que Jason seja um cara. – Bianca acrescentou.

Annabeth encarou a janela e suspirou. Deixou-se ser aquecida pelo amigo. Já na escola, depois da seleção dos novatos (Malcolm foi para a Corvinal), os alunos mais velhos cantaram o hino da escola, o que era legal porque Will Solace tinha uma voz belíssima e era ele quem comandava o grupo de canto. Júpiter, em suas vestes lunares, foi para detrás do púlpito de águia dizendo as regras da escola, como sempre.

– Antes de todos vocês irem descansar, eu gostaria de dar alguns avisos. Primeiro, gostaria de agradecer ao professor Vulcano Smith que aceitou a vaga como professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. – Júpiter apontou para o professor de vestes marrom e os alunos aplaudiram. – Em segundo, gostaria de apresentar a vocês o novo professor de Trato das Criaturas Mágicas, o querido Quíron.

O salão quase explodiu, não havia quase ninguém que não gostasse de Quíron. Annabeth viu Percy olhando para ela na mesa da Lufa-Lufa, com o polegar positivo. Provavelmente ele queria assistir a aula de Quíron. O que seria os campos de punição para ela, que quase nem tinha horário livre. Por mais que Annabeth gostasse do adorável centauro, era estranho vê-lo sentado junto com os professores. Obviamente com sua cadeira de rodas.

– E por último, mas não menos importante... a pedido do Ministério da Magia, Hogwarts irá, até segunda ordem, ter como hospedes as Arai de Alcatraz até que Dédalo seja capturado. As Arais ficarão nas entradas da propriedade, embora Zeus Grace tenha me prometido pessoalmente que a presença delas não irá atrapalhar em nada o ano letivo... eu peço cuidado. As Arais são seres da noite, monstros que não conseguem distinguir quem é caça e quem somente está no lugar errado. Aos jovens quem gostam de caçar uma boa aventura... – ele olhou para Percy e Annabeth. – prestem atenção a onde estão indo e cuidado com a ausência de luz, é de lá que as Arais gostam de se camuflar. Não é da natureza desses monstros, perdoar. Mas sempre pode-se achar a luz, até mesmo onde ela parece não existir.

Os alunos ficaram em silêncio, a maioria com medo. Annabeth viu Percy animando Frank Zhang. O filho de Marte só tinha tamanho. Era um excelente jogador de Quadribol, mas era doce e medroso demais. Hylla Ramírez-Arellano e as gêmeas Gardner guiaram os alunos da Corvinal até a torre; Malcolm e os novatos ainda estavam estupefatos com a escola e ficaram mais ainda quando viram o belíssimo salão comunal, mas não gostaram da história de “a porta da sala comunal só se abre se você responder corretamente à pergunta feita”. Uma sala grande e circular, com paredes com tecido seda azul e bronze, um carpete azul-meia-noite; o teto ornamentado com estrelas, as janelas tem forma de arco com vista para as montanhas, o lago, a floresta proibida, o campo de Quadribol, as estufas de Herbologia e o terreno da escola. Não era tão caro e chique quando o da Sonserina, mas era bem organizado.

– Ei Chase, soube que sua festa de aniversário foi uma droga. – Drew Tanaka disse colocando creme no rosto.

– Como foi que ela conseguiu entrar nessa casa hein? – Annabeth perguntou para Reyna, que deu de ombros.

Drew Tanaka não era inteligente, na verdade havia repetido um ano. Isso fazia com que todos os Corvinos se perguntarem se o Velocino estava com a bateria quebrada.

– Ignore-a. – Reyna respondeu se cobrindo com o edredom.

– Soube que seu namoradinho nem foi pra festa. – Drew disse tirando a blusa do pijama.

– Pelos deuses! – Reyna exclamou. – Coloca um sutiã!

– Algum problema RARA? Ou será que meus seios te dão inveja?! – Drew provocou.

– NINGUÉM ME CHAMA DE RARA! – Reyna levantou com a varinha em mãos e apontou para Drew, que deixou o creme cair no chão com o susto. – E no dia que eu tiver inveja de alguma coisa sua, podem me mandar para o hospício.

– Vai dormir Reyna. – disse Nyssa. – Não vale a pena.

– É, é só a Drew. – Lacy respondeu.

Reyna semicerrou os punhos e voltou pra cama. Annabeth fingiu que nem tinha visto a briga. Era algo normal. Ela já estava deitada quando Katie bateu na porta.

– Sua tia quer te ver na sala dela. – a monitora falou.

– O que foi que você fez dessa vez, Chase? Foi pega fazendo aquilo com o Jackson? – Drew provocou.

Annabeth respirou fundo, contou até dez mentalmente e caminhou para fora do quarto, mas na hora que ouviu a risadinha irritante de Drew, ela balançou de leve a varinha e a menina ficou com a pele toda cheia de espinhas. As demais colegas de quarto caíram na risada enquanto Drew gritava desesperada. Katie piscou para Annabeth e a acompanhou até a sala de Minerva. Para quem não conhecia, Minerva Chase parecia ser severa e chata, mas os alunos da Corvinal não achavam isso. Sempre que tinha um problema, ela estava disposta a ajudar e ainda dava cupcakes. Katie não entrou na sala, o que fez o coração de Annabeth acelerar um pouco. A tia nunca havia chamando-a tão tarde da noite para uma conversa. A sala da professora era simples, arrumada, sempre cheirando a livros. Minerva estava em trajes de pijama cor branco, tomando um chá em frente à lareira, o cabelo loiro com poucos fios brancos estavam soltos.

– Boa noite professora. – Annabeth disse.

– Boa noite. Sente-se. – indicou para a poltrona a sua frente.

A menina fez o que ela mandou. Estava com medo de que Minerva fosse dar o mesmo discurso que Atena: “não quero que você seja amiga de Perseu Jackson”. Mas não. A professora tirou do bolso do roupão um colar e deu a sobrinha. A corrente era de bronze celestial, assim como a esfera como pingente. No meio da esfera, havia uma foice de prata.

– Obrigada tia, mas... o que é isso? – estranhou.

– Eu vi que você se escreveu em diversas matérias, entre elas algumas que tem aula no mesmo horário que as outras. Isso, minha querida, é chamado de A Foice do Tempo. É um objeto mágico muito raro. Gire a foice e você voltará no tempo. Mas cuidado Annabeth, coisas horrendas aconteceram com bruxos que mexeram com o tempo. Use apenas para assistir as aulas. – disse séria.

– Uau... – ela estava atônita, já havia lido sobre as Foices, mas nunca achou que fosse ver uma. – Tia... eu... eu não sei como agradecer... – seus olhos brilhavam de alegria.

– Apenas tire boas notas e não conte para os seus pais que eu te dei isso. Nem para Malcolm e muito menos para seus amigos. – ela virou a cabeça um pouco para a direita, na intenção de que seu olhar firme ganhasse mais ênfase.

– Certo. – Annabeth guardou no bolso do pijama.

– Lembre-se, ninguém pode ver você enquanto estiver utilizando, por tanto, sempre use seu boné da invisibilidade.

– Pode deixar. – ela levantou e deu um abraço na tia. – Muitíssimo obrigada. MESMO.

– De nada minha querida, agora vá dormir. – ela abraçou de volta.

Annabeth foi dormir mais tranquila. Até porque Drew havia saído do quarto na tentativa de acordar todos os alunos da casa para que alguém fizesse alguma coisa. Mas Malcolm e outros novatos a trancaram no armário de vassouras. O que foi um alívio para o ouvido de todos. Enquanto isso, no dormitório da Lufa-Lufa, Percy sonhava com Rachel Elizabeth Dare.


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