Subentendido escrita por Anne


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, tudo bem?
Sei que estou devendo mais capítulos para vocês, mas, final de ano, sabe como é né, aquela bagunça, desordem e correria que te deixam sem tempo e te impedem de escrever, haha.
Mas, boa notícia, eu voltei e tenho várias novidades para contar para vocês.
A primeira?
Tenho esquematizado tudo que vai acontecer até o capítulo 21, preparem o coração e os lencinhos, a partir desse capítulo, teremos acontecimentos fortes e impactantes;
Sofia vai sofrer muito, assim como o Ben, mas terão momentos de esperanças e alegrias, e principalmente, o pessoal do casarão vai saber reconhecer algo bom na Sofia (será que as coisas vão se ajeitar finalmente?).
A partir do capítulo 20/21 haverá uma passagem de tempo, pouca coisa, 2 ou 4 anos, que vai ser importante para o decorrer da história.
É isso meninas, esse capítulo foi muito bom de escrever,
Espero que vocês gostem e deixem um review depois
Beijos,
E se eu não postar até o natal, um feliz natal para todas ;)



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Ben observa o pai chamar sua atenção, falando sobre sua infância e como algo assim nunca aconteceria no seu tempo, enquanto a mente de Ben está longe. A noite estava sendo pior do que ele imaginava, e as imagens dos rostos da Anita e da Sofia rodeavam a seus pensamentos, o deixando atordoado. Ele queria resolver as coisas, mas, sabia que estava confuso quanto aos seus sentimentos e que, sua impulsividade, que ele sempre julgou ser uma de suas maiores qualidades, não ajudaria nesse momento. Ele precisaria ter calma para entender essas novas emoções, não que ele fosse novato nessa área. Já havia namorado algumas meninas, havia terminado um namoro de um ano antes de voltar para o Brasil, mas toda a sua “experiência” parecia ser inexistente quando se tratava de definir o que sentia por Sofia e Anita. Deu um sorriso triste ao lembrar-se de como as coisas eram mais fáceis quando podia conversar com Hernandez sobre garotas, e por um momento se imaginou tendo essa conversa com o pai.

– Ben – Ronaldo chama a atenção do filho, notando que ele estava distante – Tem alguma coisa te preocupando?

– Não pai – Ben mentiu evitando olhar nos olhos do pai.

– Tem certeza filho? – Ronaldo continua lançando um olhar preocupado para o filho. Ainda não havia se acostumado a ver o filho tão crescido e a imagem do garoto com oito anos jogando futebol na rua, e mostrando os joelhos ralados com orgulho veio na sua mente – Você sabe que pode contar qualquer coisa para o seu velho pai né?

– Sei sim – Ben sorri sem jeito – Tá tudo bem pai – falou não querendo preocupar o pai – Vamos logo a Vera deve estar preocupada.

Os dois atravessam a rua e passam pelo portão com pressa. Ronaldo abre a porta e encontra a família o olhando com expectativa.

– Encontraram a Sofia? – Vera pergunta apreensiva, enquanto Ben e Ronaldo trocam olhares.

–------x-------

– Ótimo lugar para curar qualquer desastre, isso é algum tipo de piada? – Sofia argumenta ironicamente, enquanto observa Matheus preparar dois enormes sundaes com todo tipo de porcaria engordativa e gostosa que era possível – Porque eu não pensei nisso antes, me encher de sorvete para esquecer os meus problemas, e pensar em um desastre maior, eu gorda.

– Quanta bobagem em uma só fala, eu gostava mais quando você era uma pequena magrelinha que adorava mandar a Anita roubar doces da dona Vera por pura diversão – ele fala dando um sorriso divertido e colocando uma taça na frente dela – Qual é você é perfeita, para de fazer drama e prova logo, ou eu vou ter que dar na sua boquinha?

– Tão abusado né Matheus – ela observa enquanto pega a colher da mão do garoto. Suas mãos se tocam brevemente e ele lança um olhar divertido para ela. Os dois se encaram em silêncio e Sofia pode ver um sorriso se formar no rosto do moreno, mal iluminado. Estavam sozinhos na elegante sorveteria do avô do Matheus, que ficava na região mais nobre da Barra.

– Eu só quis ser gentil.

– Eu tenho mãos, não preciso da sua gentileza.

– Ei, isso doeu – ele faz uma careta de dor engraçada – Acho que nunca tomei tanto toco na minha vida.

– Isso porque você só sai com garotas bobinhas que se encantam com esse seu charmezinho ridículo e brega, diferente de mim...

– A gente tá saindo então? – ele pergunta não contendo a animação na voz – Isso é um encontro?

– Eca, não, sabe você é até gatinho, mas isso seria muito estranho, já que você já foi capacho da minha irmã.

– Eu não fui capacho da sua irmã!

– Ah não? – ela questiona sem acreditar e o moreno revira os olhos, admitindo.

– Talvez eu tenha sido um pouco!

– Um pouco? – ela questiona incrédula - Você praticamente se humilhava por ela!

– Quanto exagero!

– Isso se chama realidade – ela fala confiante, rindo – Eu sei, deve ser vergonhoso admitir isso.

– Lendo meus pensamentos? – ele levanta uma das sobrancelhas e sorri.

– Não preciso, sua cara de idiota que já foi apaixonado pela Anita diz tudo.

– Não vai adiantar argumentar com você hoje né? – ele fala risonho – O que foi que estragou sua noite? – ele pergunta curioso – Não vai me dizer que foi o garçom de novo.

Sofia fica séria instantaneamente, as lembranças da noite voltando a sua mente.

– Podemos não falar desse idiota hoje? – ela comenta com os olhos tristes e Matheus se arrepende instantaneamente de ter falado no tal garçom. Os olhos dela encontram os dele e ele sorri e balança a cabeça, compreensivo.

– Então eu sou gatinho é? – ele fala de um jeito sedutor e curioso, para descontrair, e sente extremamente feliz quando percebe a postura altiva da garota voltar.

– Ai, caramba, não dá pra falar nada pra você né garoto, que já fica se achando!

– Faz parte do meu charmezinho ridículo e brega – ele justifica, fazendo-a sorrir. Ela acaba achando melhor provar o soverte e se encanta na primeira colherada.

– Ai meu Deus, isso é tão bom – ela comenta não contendo a excitação na voz sentindo o gosto doce, marcante e levemente inebriante - Agora eu sei por que a Anita era uma bola quando era pequena – a loira fala pegando a colher da mão do moreno - Aposto que você sempre trazia ela para cá.

– Quanto amor pela Anita! – ele ironiza fitando a loira.

– Estou mentindo por acaso? – ela retruca com indiferença.

– Talvez exagerando – ele rebate sentando do lado dela – Mas sabe – ele hesita por um momento - Pelo menos ela era uma criança feliz

– Tá querendo dizer o que eu não fui uma criança feliz? – ela pergunta com os olhos desconfiados. Matheus apenas revira os olhos e sorri. Ele estava sem o terno e a gravata, e havia puxado as mangas da camisa. Os cabelos estavam levemente bagunçados e havia um ar de mistério e atrevimento em seu olhar. Sofia não sabia explicar porque, mas gostava de estar com ele.

– Você era bem chatinha quando era pequena – ele responde e sorri quando ela o observa com um olhar ameaçador – E passava a maior parte do tempo chorando e fazendo manha.

– Eu chatinha? – ela indaga com a voz perplexa – Você e a Anita que eram as crianças mais chatas que eu já conheci, eu morria de tédio quando eu precisava ficar com vocês... E eu não passava o tempo todo chorando e fazendo manha – ela aponta o dedo na direção dele – Talvez só se eu quisesse ganhar muito algo, ou fosse alguma situação que eu fosse me beneficiar.

– E você sempre conseguia tudo que queria.

– Pode-se dizer que sim – ela fala encarando o garoto, ficando mais séria.

– A Anita ficava louca quando isso acontecia, achava que o seus pais mimavam você demais!

– A Anita era uma sem noção desde pequena, sempre com aquele ar de superioridade porque havia feito algum ato de bondade, esplêndido demais para uma criança.

– Preciso confessar que eu também odiava isso – Sofia fita o moreno confusa – Sabe, acho que eu tinha um lado meio rebelde dentro de mim – ele se explica - Mas como as pessoas diziam que era errado, e como eu sempre queria impressionar a Anita.

– E você espera que eu acredite nisso? – Sofia pergunta com ironia, não acreditando nas palavras de Matheus – Se tá falando isso para me impressionar, não tá funcionando.

– Bom, eu puxava suas tranças e te chamava de magrela – ele pisca um dos olhos com malicia – De certa maneira, eu cometia bulliyng com você. Acredite, eu já aprontei muito.

– Você enganava direitinho, isso sim – ela continua se sentindo mais leve e risonha – Você não sabe como me deixa aliviada com isso, porque sério, eu me sinto uma bruxa perto da princesa Anita.

– Você só é diferente e eu gosto de você assim, do jeito que é.

– Vem cá, você não tem curiosidade de reencontrar ela?

– A Anita? – ela confirma com a cabeça e sorri - Eu tenho vontade sim, mas até onde eu sei ela tem um namorado e eu não quero me meter em confusões, de novo.

– Seria engraçado ver o Ben defender a honra da princesa – ela argumenta se sentindo mal só de imaginar – Acredite ou não, todos impressionantemente caem de amor pela princesa – ela ironiza, revirando os olhos.

– Talvez os caras só se encantem por ela porque ela deve ser bonita ou – ele hesita lançando um sorriso travesso na direção da garota - Gostosa.

– Você não imagina o quanto Matheus – ela diz de maneira sarcástica desviando os olhos do moreno. Ele sorri, observando com atenção cada detalhe do rosto dela, achando-a linda. Duvidava muito que a irmã mais velha da loira pudesse ser mais irresistível e linda que Sofia, mas deixou esse comentário para si.

– Eu não sei por que mais eu senti um tom de ciúme na sua voz – ele provoca até que os olhos verdes da loira o fitam surpresos.

– Eu com ciúmes da Anita? – ela indaga com a voz mais alta, gargalhando – Eu não seria tão idiota assim né Matheus?

– Quem disse que eu to falando da Anita? – ele fala num tom brincalhão e ela o fita com desdém, entendendo o real motivo – To falando de mim.

– Oi? – ela disfarça, fazendo charme – Não mesmo!

– Sério mesmo?

– Você é surdo ou o que?

– Talvez eu esteja sofrendo de surdez aguda...

– Talvez – ela responde percebendo a proximidade dos dois aumentar cada vez mais.

– Talvez eu precise de uma enfermeira.

– Talvez você precise levar um soco na cara.

– Talvez você esteja precisando de um beijo pra se acalmar – ele fala, olhando nos olhos da loira, se aproximando. Ela não se afasta e o moreno encosta seus lábios nos dela, gentilmente. Sofia sente os lábios quentes e macios nos seus, e por breves segundos é transportada para outro lugar. Um lugar onde não existe um casarão enorme no Grajaú, um monte de irmãos e principalmente, um garçom psicopata a perseguindo. O beijo é curto, doce e faz Sofia querer mais. Ela abre os olhos e encontra os olhos dele fitando-a com malicia. Ela sabia, era isso que ele queria causar isso nela e nesse momento ela pouco se importava se ele fosse insuportavelmente convencido, ou que ele a chamasse de magrela quando criança, porque, por trás de toda aquela superioridade e sarcasmo, ele a desejava, ela sabia disso, e isso a fazia se sentir bem.

– É, parece que você se acalmou – o moreno dispara irônico, procurando não deixar transparecer insegurança na voz. Sofia era diferente das outras garotas com quem ele havia se relacionado, ela o enfrentava e na maior parte de tempo dava toco e ele sabia que fazia parte do seu charme, mas, ele não era acostumado a isso. E agora não sabia se havia agido corretamente, e se ela lhe desse mais um toco, definitivo? Estaria preparado para isso? Ele desejava que ela realmente tivesse gostado, mas algo dentro dele dizia que ela havia gostado do beijo, ele sabia disso.

– É isso que você chama de beijo? – Sofia questiona com desdém, jogando charme e ele retribui com um sorriso lindo, antes de puxar a loira de encontro ao corpo dele e a beijar novamente, e diferentemente do outro esse era um beijo urgente, quente e intenso.

–x-

Ben vai até o seu quarto e encontra Anita, em pé, observando o jardim do casarão. Ela parece distante, mas, vira-se instantaneamente e sente-se mal ao encontrar os olhos do namorado tão angustiados.

– A Sofia, vocês conseguiram encontrar ela? – ela indaga não querendo saber a resposta de verdade. Temia que Ben tivesse encontrado a irmã, para falar a verdade e ao presenciar os dois mais cedo na cozinha, soube que havia algo mais em todo o desprezo que Ben destinava à loira.

– Ela voltou pra Barra – ele responde simplesmente, evitando fitar a namorada. Não sabia como começar a falar, mas sabia que precisava – Olha Anita, sobre hoje mais cedo...

– Não precisa me explicar príncipe – a morena o interrompe, dando um sorriso sem jeito que deixa Ben confuso – Eu conheço a irmã que tenho – ela se aproxima e enlaça as mãos no pescoço do namorado – Ela queria me afetar, porque ela sabe que perdeu – ele a interrompe colocando os dedos nos lábios da namorada, fazendo-a se calar. Ela percebe a tristeza no olhar do namorado e um sentimento de perda toma conta dela.

– Eu sei que a Sofia é uma menina bem difícil de conviver, mimada, fútil, mas dessa vez a culpa não foi só dela – ele faz uma pausa deixando Anita desesperada – Eu errei tanto com você princesa – ele toca no rosto da namorada.

– Tá falando do que Ben? – Anita questiona não contendo um tom de histeria e ansiedade na voz.

– Eu beijei a Sofia – o moreno confessa se sentindo a pior das pessoas, quando encontra os olhos confusos e incrédulos da namorada.

– Você o que? – Anita pergunta ainda não acreditando nas palavras que havia ouvido e vendo no rosto do Ben toda a verdade estampada em seus olhos. Ela queria morrer.

–-------x--------

– Amor, amorzinho – Bernadete chama Caetano, o balançando levemente, odiando o noivo por ter um sono tão pesado.

– O que é Bernadete – Caetano resmunga sem se dar ao trabalho de virar e encarar a mulher – Isso lá são horas de ficar me chamando, você já viu que horas são?

– Acontece que é importante – a perua se exalta fazendo Caetano se virar e fitar a noiva, impaciente e sonolento.

– O que pode ser importante tão tarde assim? Esse povo não dorme não?

– É a Vera, ela quer falar com você – Bernadete fala sem jeito fazendo Caetano despertar imediatamente – Parece que aconteceu alguma coisa com a Sofia.

– A Sofia? – ele levanta da cama e pega o telefone das mãos da loira – Onde está a minha filha, o que vocês fizeram com ela?

– Eu não fiz nada Caetano, acontece que a Sofia teve uma briguinha com a Anita e saiu daqui dizendo que ia pra Barra, só que eu to lingando para o celular dela e ninguém atende, eu to preocupada Caetano, Bernadete acabou de me falar que a Sofia não está aí.

– É óbvio que não, era para ela estar aí – Caetano fala impaciente – Aposto que isso tudo é culpa desse seu marido mulambento, se acontecer alguma coisa com a minha filha eu mato esse sujeitinho ouviu bem?

– Caetano quer parar com isso, o Ronaldo não teve culpa de nada – Vera rebate, defendendo o atual marido – Eu to ligando para a polícia agora – ela diz com a voz preocupada – E vou ligar pra Flaviana também, quem sabe ela não foi dormir na amiga e se esqueceu de avisar.

– Faça isso Vera e depois venha para cá, mas nem pense em trazer esse sujeitinho ou eu não respondo por mim.

– Caetano, cala a boca, em vez de ajudar só atrapalha – ela pega o telefone do futuro marido e tenta tranquilizar Vera do outro lado – Vera, calma, eu vou tentar ligar para a Sofia também e se você e o Ronaldo quiserem vir pra cá, podem vir, serão bem recebidos, Caetano só tá nervoso... Ah, já sei, vou ligar para a portaria também.

Vera desliga o telefone, apreensiva, enquanto o marido a fita com expectativa, observando que a mulher está mal e pode desmaiar a qualquer momento.

– A Sofia – ela balbucia com lágrimas nos olhos – Ela não foi pra Barra.


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Notas finais do capítulo

Eai meninas, o que acharam?
Gostaram do beijo MatFia?



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