Não se apaixone por um idiota escrita por Lua Barreiro


Capítulo 6
Proposta aceita


Notas iniciais do capítulo

Cara cada comentário perfeito, luana chorando everywhere. Não sei como escrever mas é a vida que segue hue. Ontem eu comprei um crepe e não consegui come-lo inteiro, missão perdida T-T



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/431630/chapter/6

Arquei a sobrancelha direita.

— Faça Spencer Peters se apaixonar por mim. —Esclareci a proposta.

— Se eu fosse Jesus eu até poderia te ajudar e jogar um milagre nessa sua cara, mas como eu não sou, então acho que não posso te ajudar.

— Idiota. — Suspirei. — É isso ou nada.

Certifico-me de que dar carona em um opala não é o melhor favor do mundo, contudo é o que ele precisa. Á medida que pensava sentou-se na janela e eu nas almofadas espalhadas pelo chão, ficamos por minutos nos encarando e decidindo qual seria a melhor opção.

Resumindo eram quatro horas da manhã e eu não tinha tocado em um volante e ele não havia respondido nada.

— Fala logo, se aceita ou não. — Levantei-me provocando um barulho um tanto alto, minhas articulações não são mais as mesmas.

— O.K.

Ele suspirou.

— E então?

— Tá, eu faço ele se apaixonar por você. — Revirou os olhos. — Agora vamos por que eu só tenho mais duas horas.

Ele desceu primeiro a janela e eu fui logo em seguida, o garoto pulou como um verdadeiro criminoso, já eu parecia uma gelatina velha sendo debatida sobre um muro.

Liguei o escopeta sem nenhuma preocupação de acordar a vizinhança, minha mãe não se importa já que quase me expulsa de casa para me socializar-com-pessoas-da-minha-idade. Philips me passou o endereço da casa do Spencer e fomos até lá, demoramos meia hora para chegar ao terceiro quarteirão da minha rua.

—Philips? Sério? — Perguntei como uma garotinha entusiasmada. — Ele mora a três quarteirões da minha casa?

— Não me importa. — Sucedeu reforçando o maxilar.

— Agora importa sim.

Ele tampou minha boca com sua mão de tamanho gigantesco para que eu ficasse em silêncio, já que estamos em uma vizinhança um tanto quanto comportada. Descemos do carro sem bater as portas, Philips estava com alguns ovos na mão e rolos de papel higiênico.

— O que vai fazer? —Murmurei.

— Fique olhando. — Ele disparou na minha frente e eu não me preocupei em ir atrás.

O garoto começou a jogar os ovos sob o carro do calouro, a cada lance ele caia na gargalhada. Uma verdadeira criança se divertindo, só que a diferença é que ele não está brincado com carrinhos e sim destruindo o carro de uma família. Depois de atirar todos os ovos partiu para o arremesso de papel, que aconteceu até o alarme do carro disparar.

Demorou menos de cinco minutos para que Spencer descesse apenas de bermuda.

Depois disto quero que nosso casamento seja na praia.

O garoto abriu a porta com uma feição séria durante o esbravejamento de prováveis xingamentos, Philips corria em volta do carro e anunciava que aquilo era o trote do calouro. Não contive minha risada.

Ele corria como uma salamandra.

Entramos no carro que por algum milagre ligou em menos de quinze minutos, acelerei até chegar à velocidade máxima.

60 km/h.

— Foi melhor do que eu esperava. — Comentei.

— É eu sei. —Ele ainda ria com certa dificuldade, por conta da respiração acelerada.

— Fizeram o trote do calouro em você? — Indaguei.

— Sim, mas foi um pouco pior. -— Suspirava a cada frase. — Envolveram minha aparência e tal.

— É mesmo? Por que nunca te vi sem esse maldito gel no cabelo ou com algum pelo fora de seu devido lugar.

— Não foi algo visível. — Ele abaixou um pouco da sua calça. — Fizeram a tatuagem de um macaco comendo pênis amarelos, no lugar de bananas.

Não contive minha risada.

— E por que não tirou isso até hoje? — Isso seria uma pergunta idiota se fosse feita para mim, mas neste caso ele é rico.

— A graça do trote é você não se livrar dele, então eu não me livrei. — Seu folego já voltou ao normal. — E você? Qual foi o seu trote?

– Colocaram depilatório em creme no meu shampoo do vestiário, fiquei com uma falha gigantesca na cabeça por um ano. Mas em compensação ganhei uma grande coleção de lenços.

— Eu já sabia, afinal fui eu quem planejou. — E novamente soltou o seu sorriso cafajeste.

— Idiota. — Ofeguei. — E obrigada pelos lenços.

Ele virou o rosto para a janela do carro e depois disso não falamos mais nada. O silêncio era constrangedor e ao mesmo tempo gostoso, eu podia observar suas reações e ele as minhas.

Deixei-o em sua casa que é a três quarteirões a abaixo da minha. Somos tipo um trio, ele fica três a cima eu no meio e o Spencer três a abaixo. Segui para a minha casa, já são seis da manhã e não tenho muito que dormir, então eu fiquei na sala vendo um programa de TV qualquer.

— Filha. — Minha mãe soltou uma risada maliciosa. — O filho da advogada?

— Mãe, cala a boca. — Ri envergonhada. — Só estava ajudando.

— O.K.— Sorriu novamente.

Olhei torto para ela.

Esperei até dar quinze minutos para as sete e fui até ao colégio. Não espero que tudo seja diferente, a rotina é sempre a mesma, as exceções nós devemos guardar na memória. Estacionei o carro e me dirigi até ao anfiteatro. Todas as terças nós temos aulas apresentadas em slides, a breve explicação desse fato é para que nós nos acostumemos com a tecnologia.

Spencer abancou na cadeira ao meu lado.

— Ontem eu conversei com a Miles por bate-papo.

— Ah, é? E como foi? — Indaguei entediada e sonolenta.

— Ela escreve como uma porca desnutrida digitando enquanto come uma espiga de milho.

Eu vou fingir que entendi a gíria dele e assim continuaremos em prosa.

— Eu sei como é. —Sorri. —Te avisei que ela mal sabe o alfabeto.

— É. —Sorriu torto. — Fizeram o trote do calouro comigo está madrugada, meu carro está um verdadeiro caos, acho que não vou poder convida-la para ir a sorveteria, mas você quer ir?

— Tá, pode ser.

— Philips falou que você aceitaria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?