Não se apaixone por um idiota escrita por Lua Barreiro


Capítulo 20
Clareira


Notas iniciais do capítulo

Vocês me perdoam por essa demora? Não? Tudo bem, eu entendo.
Sim? Venha cá, seu ser humano pimposo.
Eu tenho motivos, como sempre.
Meu computador estava uma bostinha, tipo desligando de cinco em cinco minutos. Fui passar anti virus tinha mais de duas mil ameças, mas ok.
Ganhei leitoras novas nesse meio tempo, sejam bem vindas ♥
Sejam bem vindas também veteranas, por que todo mundo é bem vindo nessa porra ♥
Agora vamos ao capítulo :3



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— Ama-me? — Indaguei envergonhada.

— Eu acho que sim. — Cessou. — Talvez seja apenas um sentimento de amizade, não esquenta. — Philips também usa gírias estupendas.

— Mas, eu acho que eu também (...) — Fui interrompida por ele.

— Deixa isso para lá Julie. — Estacionou o carro em frente a minha casa. — Boa noite.

Sai do carro rapidamente e bati a porta consideravelmente forte.

— Qual é seu problema Philips Mackenzie? — Gritei.

Ele saiu do carro e pediu para que eu ficasse quieta.

Coisa que certamente eu não obedeci.

— Você é o cara mais idiota que eu já conheci. — Continuei. — Sente-se logo no banco passageiro. — Falei enquanto me dirigia à porta do motorista.

— Agora vai começar a me dar ordens?— Retrucou.

— Não é uma ordem, é um pedido. — Esbravejei. — Mas, caso você não aceite a esse mero pedido farei questão de te socar.

— Meu deus, então eu vou sentar né? Afinal, estou morrendo de medo. — Cruzou os braços.

— Você é tão estupido. — Berrei. — Senta logo nessa merda.

— Tá. — Bufou.

Nós dois já estávamos aconchegados sob os bancos de couro-extremamente-brilhante de seu carro-extremamente-invejável. Não fiz questão de ligar ao som e muito menos de abrir aos vidros.

Ficamos em um silêncio perturbador por longos minutos.

— Aonde nós vamos? — Perguntou enquanto batucava com os dedos sob o painel.

— Sem indagações ou dicas.

Ele assentiu com a cabeça.

Eu responderia, caso eu soubesse o nosso destino.

Passei por ruas que jamais imaginei tal existência, zombamos alguns travecos, quase apanhamos, mas estava divertido. Até que fui alertada por Mackenzie pela falta de gasolina, procuramos pelo posto mais próximo em seu GPS e seguimos o caminho.

Chegando lá Philips desceu com a chave.

Enquanto isso eu pensava em possíveis locais para nós irmos, nada parece interessante a não ser o local do meu primeiro encontro. E quando digo primeiro encontro quero dizer o pior.

Nós dois tínhamos treze anos, minha mente era um pouco mais evoluída e ele era gatinho.

Era, do verbo passado.

Eu tinha a intenção de beijar pela primeira vez, mas acabamos que ficamos a tarde inteira brincando de Marco Polo como duas crianças idiotas. Digamos que eu até tentei beija-lo, mas quando fiz isso ele se esquivou e falou:

‘’Agora estamos brincando de quem fica mais tempo sem piscar e você nem me avisa? E, além disso, você não deveria ter comido alho em seu almoço’’.

Isso foi o bastante para que eu me rendesse as suas brincadeiras infantis.

Acho que eu sempre me apaixonei pelos idiotas.

Philips entrou no carro e me entregou as chaves. Guardei-as em meu bolso e anunciei que nós iriamos descer para comprar algumas bebidas.

— Nós temos dezessete anos. — Afirmou. — Espero que você não tenha em planos mostrar os seus peitos novamente para ganhar bebidas, por que eu não estou gostando nada disso.

Desci do carro e fui até a loja de conveniência, Mackenzie correu a fim de me alcançar. Antes que entrássemos o garoto me parou:

— Martins, qual é o plano?

— Nós dois entramos, eu converso com o cara do balcão e você pega as bebidas. Eu jogo o dinheiro no balcão e nós dois saímos correndo.

Não é de minha personalidade roubar as coisas.

Acredito que quando eu for uma tia velha, falarei de mesmo modo que falo agora. A única diferença é que eu farei questão de mascar amendoins o dia inteiro.

Ainda mais se estiverem cobertos de chocolate.

— Sem peitos? — Philips indagou.

— Sem peitos.

Ele sorriu.

Entramos na loja sem trocar olhares, para não criar suspeitas de nosso ato semi-criminoso. Encostei-me sob o balcão deixando meu decote em evidência, ele poderia simplesmente me ignorar ou me dar uma trégua.

— Quanto custa esse chiclete? — Perguntei forçando minha voz para que ficasse igual à de uma puta.

— O preço está na caixa. — Disse não fazendo questão de desgrudar seus olhos da revista.

— Interessante. — Odeio quando as pessoas não seguem o meu roteiro. — O que você está lendo?

— Ai, você acredita que a Demi Lovato contou toda sua história no Acesses Hollywood? — Sua voz mudou drasticamente.

É como se eu estivesse falando com uma mulher no corpo de um homem.

— Sério? — Eu não faço a mínima noção do que ele esteja falando.

O homem/mulher começou a rodar as páginas procurando pela noticia, no mesmo momento percebi que Philips já havia pegado as bebidas, joguei o dinheiro no balcão e nós dois saímos correndo. Efetivamente ele teria pegado as bebidas mais caras e a quantia que eu joguei no balcão estaria totalmente abaixo do valor correto.

Aumentei a velocidade do carro e tentei me localizar perante o local que nós estávamos. Decidi seguir uma das ruas mais apagadas, demorou algum tempo para que nós chegássemos à estrada.

Estacionei o carro no acostamento e pedi para que ele pegasse as bebidas. No começo ele hesitou em deixar seu automóvel por ali, mas logo o convenci que não haveria nenhum problema e que o local é seguro.

Sim, eu estou mentindo.

Seguimos em busca de uma clareira, logo encontramos uma. Estendi uma toalha sob todas aquelas folhas amareladas amontoadas e joguei todos os nossos objetos ali, bolsas e chaves.

Peguei um dos vinhos e o abri brutalmente, á medida que o Philips abria os outros dois.

Sou uma genuína garotinha.

Mackenzie ligou o som de seu celular, que certamente é bem melhor que o meu. Ao mesmo tempo em que nós dançávamos, nós riamos e bebíamos. As estrelas jamais estiveram tão claras, a noite nunca esteve tão perfeita. Em meio das quatro horas da manhã nós dois já estávamos claramente bêbados, a dança se tornou um ritual invocativo e as risadas logo se transformavam em choro.

E depois em risos novamente.

— Julie, que diabos são isso no céu? — Philips indagou com voz branda.

Joguei-me sob a toalha que ainda estava no chão e me aconcheguei ao seu lado.

— Acho que as estrelas. — Afirmei semicerrando os olhos.

— Não, não pode ser. — Ele gritou. — Nada brilha mais que seus olhos.

— Essa cantada não foi muito boa.

— Foda-se, eu estou chapado. — Bebeu o último gole. — Pra caralho.

Eu sorri.

Nós dois nos sentamos um em frente ao outro, percebi que ele se aproximava de mim logo entrei em desespero, mas ele permanecia calmo como se já tivesse feito aquilo várias vezes. Nossos olhos se cruzaram e nosso corpo estava cada vez mais contíguo, pude sentir seu calor se juntar ao meu, suas mãos selarem as minhas. Torcia para que ele não percebesse a vermelhidão me meu rosto ou meus lábios rachados, mas logo tudo isso sumiu da minha cabeça. Logo, a paixão tomou conta de nossos corpos fez com meus olhos cerrassem e nossas bocas se tocassem. Nossos lábios gélidos estavam unidos, ele foi carinhoso fazendo com que eu me acalmasse, eu jamais desejaria que isso acabasse. A única coisa que existia era nós dois e os constantes arrepios.

— Julie. — Tirou seus lábios dos meus.

Fitei-o.

— Essa foi a melhor noite da minha vida. — Afirmou á medida que se deitava novamente.

— Da minha também. — Sussurrei para que ele não pudesse ouvir.

Brevemente me rendi ao sono e só acordei com a luz da clareira colidindo sob nossos olhos.


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Notas finais do capítulo

Ah, eu postei o desafio natalino. Quem quiser ler se chama: A bússola (Sim, meus nomes são muito criativos.)
Caso você leia deixa um oi lá, aqui também.
É um pedido, não uma ordem. Mas, caso você não faça isso serei obrigada a socá-los. — Martins, Julie.
Mentiram, façam o que quiserem sjfdbvsjdb desencanei disso.