Não se apaixone por um idiota escrita por Lua Barreiro


Capítulo 17
Esquinas


Notas iniciais do capítulo

Demorei dois dias para postar, mas postei. Desculpas, tento postar o mais rápido que posso, mas as vezes é foda mesmo. E eu não recompensei nesse, desculpa de novo hue.



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Eu poderia fazer como qualquer outra adolescente e me entupir de bebidas ou de guloseimas com um teor de gordura saturada gigantesco, enquanto choro e reclamo de tudo o que me parece errado.

Mas, na verdade tudo é errado.

Não importa o tanto que você tente surpreender ou ser melhor, sempre haverá alguém para te jogar no lixo e simplesmente dizer:

– Você é uma merda pare de tentar.

É uma grande bobeira viver a realidade, eu admiro tanto as pessoas que criam o seu próprio mundo. Onde tudo o que lhes cerca por mais simples que seja se torna perfeito.

Talvez eu esteja fazendo de tudo isso uma grande tempestade fervorosa. Talvez os meus sentimentos sejam uma grande tempestade, daquelas que arrancam o telhado de milhares de casas, que derrubam prédios e destroem pessoas inocentes e seus familiares. Tudo por causa de uma estupida evaporação da água.

Mas, há quem goste dela. Há quem goste de viver em seu próprio mar de fel.

Andava pelas calçadas desejando que Philips estivesse em alguma esquina, em algum lugar.

Sentei em um banco gélido de uma praça qualquer, eu poderia ser sequestrada. Mas, com minha extrema idiotice o sequestrador provavelmente acreditaria não valer à pena, e sentaria ao meu lado para me dar uma tonelada de conselhos de como deixar de ser uma completa imbecil. Encostei minha cabeça na parte mais alta do banco e decidi que passaria a minha noite flertando com as estrelas. É estranho pensar que a luz emitida pelo céu, são de estrelas que não existem mais.

É como as pessoas, um dia estão aqui, outro vão embora, mas continuam em nossas memórias, como se ainda estivessem aqui.

Eu não gosto muito de pensar.

Rendi-me ao sono, minha mãe detestaria imaginar que estou largada em um banco de praça. Que supostamente, está coberto por coco de pombos. O que pode me trazer uma série de doenças e perebas. Acredito que perebas sejam nojentas.

Irei sair daqui.

Levantei-me e deixei de lado todo o meu drama juvenil, tentei localizar se eu deveria descer ou subir para chegar a minha casa. Cheguei à conclusão que eu deveria subir, já que eu vim de lá. Demorei eternos minutos para chegar até o gramado de casa, o carro de Spencer não estava mais lá. O que me trazia certa felicidade já que eu poderia ficar em paz, chorando igual a uma adolescente retardada.

Voltamos à primeira opção.

Não demorei muito para cair em devaneio, como de costume acordei apenas quando os raios de sol insistiam em ultrapassar o limite das venezianas. Escovei meus dentes, me troquei e ignorei a alimentação diária. Liguei o carro e fui até ao que muitos chamam de casa de satã.

Eu prefiro chamar de lugar aonde aprendemos tudo o que é necessário para realizarmos um vestibular, o que nos permitirá entrar na faculdade, ter um emprego razoável e filhos. Então os educaremos para que façam o mesmo o que nós fizemos.

É uma denominação longa, eu sei.

Entrei sem fitar o que me cercava, afinal não faz a mínima diferença, ninguém faria questão de me cumprimentar. Estou de volta ao começo do ano, todos me ignoram e eu ignoro a todos. Cada um em seu destinando grupo com seus ditos amigos. Algo que eu considero patético.

Caso houvesse um grupo de pessoas que consideram tudo patético, eu seria a líder dele. Principalmente se ele fosse formado por pessoas patéticas, como eu.

Coloquei algum de meus livros no armário e fui direto a aula de biologia. Sentei-me ao lado de um garoto estranho. Não estranho de aparência e sim de eu nunca ter visto-o antes. Ajustei os fones aos meus ouvidos e proporcionalmente a professora fez um sinal para que eu os tirasse, eu a obedeci.

A velha bigoduda anunciou que ela formaria trios para um suposto trabalho bimestral. O problema de professoras formando os grupos é que desejando ou não, você vai cair com as pessoas que menos deseja.

E não adianta pedir para que ela te troque de grupo, a mesma sempre ira recusar. E ainda fará questão de lhe jogar alguma moral de vida em sua cara.

Como por exemplo: você tem que fazer novas amizades, se aproximar de outros colegas. E a sua mente só pensa em: foda-se.

– Julie Martins, Spencer Peters e Philips Mackenzie. – Quão grande é alegria em ouvir esses nomes.

Nem um pouco grande, hipoteticamente ela não existe.

Todos nos erguemos à mão em verdadeira sincronia e desanimo. Eu admito que evitei olhar para eles, mas pude perceber certa agitação dos dois. Talvez, estivessem comemorando por caírem no mesmo grupo no estilo: Isso ai brother, parceiro de jinga. Caímos no mesmo grupo ou o mesmo grupo caiu na gente? — Risadas redundantes.

Espero que garotos não se comuniquem entre si desse modo, do jeito que eu sempre imaginei.

— O grupo de vocês deverá montar uma maquete sustentável. — Pigarreou logo depois.

Anotei o que deveríamos fazer em algum canto do caderno e coloquei meus fones novamente, imaginando como seria esse trabalho. Digo que minhas classificações foram razoáveis, algo como: Merda, lixo e desprezível.

Quando a aula terminou os dois vieram em minha direção, pensei em ignorá-los e ir embora, mas não seria uma atitude considerada adulta. Fiquei para ouvir o que eles tinham a dizer. Apenas marcaram a data e local de onde seria e saíram.

Fiquei feliz por nossa prosa ser tão rápida e direta.

Mas, meu coração aumentou seu ritmo consideravelmente.

Ao chegar a minha casa troquei a blusa do uniforme por uma que sempre apreciei por sua bela estampa. Um homem comendo uma coxinha de frango. E querendo ou não eu amo coxinhas de frango e ele também.

Fui até a casa de Spencer andando, o dia estava calmo e com repentinas brisas. O que de certa forma tira um pouco de toda a minha preguiça. Quando cheguei demorou alguns segundos para que ele atendesse a campainha.


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Notas finais do capítulo

Amo vocês