The G-files - depois do Filme escrita por giveluvbadname


Capítulo 11
Impressões de um agente Mulder




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Santuário
Atenas - Grécia
23:37PM

Já era bem tarde quando deixaram o templo de Touro. Mulder estava absolutamente impressionado, mais do que jamais imaginou que poderia ficar em toda a sua vida. Mesmo trabalhando com o absurdo diariamente, nunca pensou que um dia chegaria a fazer realmente parte de algo assim. Se sentia um personagem de HQ ou filme.

Depois que Mu os deixou no templo de Capricórnio, Shura o acompanhou até a casa menor atrás do templo, e não o deixou sozinho sem antes se certificar de que ele não precisava de algo e, para impaciência de Mulder, se a "senhorita Scully" estava bem acomodada.

Quando Shura os deixou, Mulder se deitou no confortável sofá. Não tinha sono, e mesmo que tivesse, estava muito ocupado em tentar organizar as idéias para simplesmente dormir. Aquilo tudo era muito... ele não sabia como definir.

Como a coisa da telecinese. Os rapazes tanto perturbaram que fizeram Mu mover a travessa que estava na cozinha do cavaleiro de Touro até a sala onde estavam reunidos. O rapaz estava no mínimo constrangido, dava para ver que não gostava nada de estar em evidência. Mesmo tendo usado aquilo que eles chamavam de teletransporte já várias vezes desde que chegara alí, vê-lo mover coisas sem esforço algum era algo bem chocante.

Chocante como o rapaz chamado Afrodite. Sem dúvida era o mais bonito entre os rapazes alí, no sentido puro do que possa significar beleza. Mas as histórias que Camus contou diziam outra coisa. Não podia ainda acreditar que aquele rapaz tão angelical - ele nem parecia pertencer a este mundo - pudesse ser tão mortal como o cavaleiro de Aquário dizia. E dizia como se estivesse falando do tempo.

"Mulder?" - Scully apareceu na saleta e sentou-se no pequeno espaço entre os pés de Mulder e o braço do sofá. - "Chegou há muito tempo?"

"Não, menos de meia hora. Dormiu bem?" - Teve vontade de rir ao ver que ela tinha os cabelos totalmente em desalinho, e os olhos pequenos de sono ainda.

"Dormí demais. Acho que não durmo tanto desde o segundo ano de faculdade..."

"O primeiro ano foi fácil assim?" - Mulder gracejou, ganhando uma careta dela como resposta - "Está com fome? Posso te preparar um chá e trazer torradas se quiser..."

Scully estranhou a solicitude do parceiro. Lembrou-se da conversa que teve com Shaka e sorriu. Desse jeito ficava muito fácil perdoar a quase-discussão de antes.

Mulder não esperou ela respoder, levantou-se e foi até a pequena cozinha. Enquanto punha água a ferver para o chá, resolveu dividir com a parceira suas ultimas impressões.

"Scully... eu acabei de conhecer mais três dos cavaleiros daqui."

"É?" - Scully se acomodou embaixo da manta que estava dobrada no sofá.

"Sim... um deles se chama 'Máscara da Morte'... acredita nisso?"

"Máscara da morte... puxa, que nome..."

"Claro que este não é o nome dele, mas eu preferi não tentar saber..." - Mulder voltou com torradas em um pratinho - "Outro que conhecí foi o Aldebaran. Ele é brasileiro. Você não vai acreditar quando o vir, acho que é o cara mais forte que já ví na vida, e pensar que não deve ter nem metade da nossa idade..."

"Da sua idade, Mulder. Sou mais nova que você, muito obrigada."

"Ok, da minha idade." - Mulder consertou - "E, por fim, Afrodite."

"Afrodite. É uma amazona?"

"Amazona, Scully?"

"É, amazona. Feminino de Cavaleiro. Afrodite é um nome feminino, não é?"

"Scully... é o cavaleiro de Peixes, Afrodite."

"..."

"E, acredite quando eu digo, é um rapaz. E eu não vou elaborar mais, porque quero que você o conheça e tire suas próprias conclusões."

"Por quê?"

"Bom, não quero que pense que eu..." - Mulder hesitou, não sabia como expor sua opinião - "er... é que ele é assim, absurdamente bonito." - Terminou a frase absolutamente vermelho.

"Mulder?"

"O que?"

"Ficou vermelho por achar um homem bonito?"

Mulder se levantou para preparar o chá, a água fervia. Scully ria. Quando ele voltou ela tentou parar, para não constranger mais o parceiro, sem sucesso.

"Scully, quando você o vir, vai entender. O rapaz nem parece ser desse mundo."

"Ninguém aqui parece ser desse mundo, Mulder..."

Mulder balançou a cabeça. Lembrou-se de novo de Mu e sua telecinese.

"Scully?"

"Hum?" - Scully levantou os olhos para o parceiro enquanto comia as torradas com vontade.

"Mu tem mais poderes além daquela coisa de transportar pessoas..."

Scully levantou uma das sobrancelhas, interessada. Mulder continuou.

"Telecinese, Scully."

Scully quase se queimou com o chá. Ajeitou-se melhor no sofá. Telecinese?

"Eu fiquei bem chocado também. Não foi como aqueles fenômenos poltergeist que já investiguei, Scully. Ele faz isso sem o menor esforço, sem precisar de preparo, nem de concentração... simplesmente faz. É um absurdo..."

"Nossa... quero dizer, sei que a coisa do teletransporte já é chocante, mas isso... eu gostaria de ver." - Scully disse mais para sí mesma.

"Mas acho que ele não gosta muito de demonstrar, sabe..."

"Por que diz isso, Mulder?"

"Porque ele ficou bem constrangido por terem-no feito demonstrar esse truque..."

"Mu deve ser um rapaz bem tímido. Parece ser tão novinho..." - Scully divagou, sem perceber que o parceiro não gostava nada da expressão enternecida que ela tinha no rosto ao falar do cavaleiro de Aries.

"São mesmo bem jovens esses cavaleiros, Scully. Muito jovens. Mu não deve ter nem a metade da sua..."

"Mulder!" - Scully cortou, olhando perigosamente para o parceiro - "Não comece. Que coisa desagradável, está agindo como se eu fosse me jogar em cima de um desses meninos a qualquer momento... pare com isso, por favor."

E se levantou, indo para o quarto. Mulder teve vontade de se dar um murro, e pelas contas, não era a primeira vez.

Antes de entrar no quarto, Scully ainda se voltou, com um sorriso estranho no rosto.

"Quer saber? Estou no meio de tantos rapazes tão lindos, não seria problema seu se eu resolvesse me divertir um pouquinho. Sou livre, lembra? Boa noite."

E entrou. Mulder não podia crer naquilo... ela estaria considerando a ideia de se divertir com um daqueles mocinhos ou dissera aquilo apenas para lembrá-lo de que ele estava sendo um completo idiota?

Nas escadarias do templo de Capricórnio, Shura estava sentando olhando a noite na companhia de Afrodite, que decidiu parar por alguns minutos antes de terminar a subita até seu templo. Ambos sentiam a energia agitada do agente federal, e Shura sabia direitinho do que se tratava.

"Aquele camarada é desses que não tem jeito mesmo..." - comentou.

"Parece ser do tipo ciumento." - Afrodite comentou, levantando-se e batendo a poeira da roupa.

"Pior que isso. É ciumento e besta. Morre pela ruiva mas não a deixa saber que gosta dela."

"Parece alguém que eu conheço..." - Afrodite sorriu.

"É, parece mesmo..."

"Bom, vou embora. Não estava brincando quando disse que estava cansado..."

"Até amanhã, peixes... não se esqueça do treino livre, hein..."

"Eu sei..."

Afrodite acenou e foi subindo as escadas, sem pressa. Shura deu mais uma olhada para o céu de lua nova e entrou.

To be continued...


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