The Blood of Liars escrita por Little Liar


Capítulo 8
Um Tapa de Realidade




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–Não.. não.. não pode ser. - olhei para Ezra, e ele estava com uma cara que deveria ser parecia com a minha no momento.

Poderia ligar para alguém vir me ajudar mas seria estranho o bastante eu e o meu professor de inglês em uma casa abandonada trancados.

–Bem, não há nada a fazer além de esperar. - ele disse, acompanhado de uma careta. - O que você quer fazer para passar o tempo?

Dei um passo para trás, e peguei meu celular. Não poderia ficar aqui com ele. Digitei um número praticamente automático, e já estava pronta para desistir depois de três bipes.

–Alô? - a voz masculina, porém doce, me fez desistir.

–Noah.. eu preciso de você.. - falei com receio, já era mais de meia-noite e já havia dado um bolo nele.

–Depois de você me deixar de calça social na frente da sua casa enquanto você estava de shorts e camiseta?

–Desculpa.. mas eu realmente preciso. - pausei, com receio de continuar - Me meti em uma roubada. Estou trancada em uma casa abandona, e alguém trancou.. por fora.

–Agora você quer minha ajuda, é? - ele caçoou, e começou a rir.

–Por favor.. - eu implorei, completando com o endereço.

Não estava certa de que ele viria. "Vou ver se não tem nada melhor para eu fazer", não era algo que poderíamos nos apegar. Mas a minha esperança continuava.

–Ele não vai vir. - Ezra quebrou meus pensamentos.

Mal percebi no momento que ele me deu um beijo, um beijo ardente que eu não retribui - o que ele pensava que estava fazendo? Minha mão formigou, e eu dei um tapa em sua bochecha, que ficara rosada.

–O que você pensa que está fazendo? - gritei, e Ezra parecia assustado com minha reação. -Você não percebe que você é meu professor? -cuspi nele, e ele não estava mais assustado, estava nervoso.

–Quem você pensa que é para me rejeitar? Você é uma adolescente qualquer, acorda! - seu rosto mostrava uma raiva que eu nunca havia visto em um professor antes, e eu por alguma razão me sentia inferior à ele. Senti um formigamento na bochecha, e depois uma dor, e percebi que Ezra era responsável. Olhei para ele com uma fúria que nunca havia tido antes, mas antes de eu me opor alguém deu um soco no rosto de Ezra. Olhei para trás, e com uma calça jeans e uma camiseta Noah se estendia. Eu não entendia, mas ficava feliz de que ele tivesse me protegido. Ele colocou seus braços em torno de mim e me guiou para seu carro.

–Não quero saber porque você estava lá ou não. - Noah falou, pronto para falar mais.

–Desc...-ele colocou seu dedo em minha boca, sinalizando para eu não falar.

–Só eu. - ele pausou, pronto para continuar. - Eu tentei ficar bravo com você, eu tentei, eu juro. Mas.. quando você me falou que eu estava em problemas, eu não consegui não vir para cá. - Ele se interrompeu, e me beijou, suave.

Assustei. Ele estava bravo comigo e agora não... não fazia sentido. Mas ele acabou de dizer que gostava de mim o bastante para vir aqui, e eu não podia negar um beijo. Retribui-o, e seu beijo era confortável e suave nesse momento. Ele se afastou, e colocou as mãos no volante.

–Bem, temos que ir de qualquer forma.

.

A casa dos Hastings estava totalmente escura, o que significava que os pais estavam dormindo. Entrei em casa, e fui assustada por um abajur ser acendido - e minha mãe estava sentada em uma poltrona, como nos filmes.

–Eu falei para você não sair com ele. - ela começou o discurso, que parecia que duraria horas - E você me desobedeceu. Você não sabe o quanto isso é ruim para você, minha querida. Ele não é um bom menino, como você acha que ele é. Desculpe que seja eu para te dizer. Você sabe que eu sou advogada e sei de coisas, privadas, que eu não posso falar para você e nem para ninguém. Mas eu posso te proibir de falar, ver, conversar com ele. Para aprender, você ficará de castigo. - a palavra me fez tremer, e minha vontade era correr. Somente fiquei de castigo uma vez, por uma causa que eu não fiz e minha irmã colocou a culpa na caçula. Mas dessa vez, eu sabia o que não era para fazer e fiz. - Uma semana. Sem computador, sem celular, sem sair de casa, só se for para a escola. - ela parou. Tentei ver pelo lado bom, o único com certeza: Sem -A.

Depois de eu entregar o celular e o computador para minha mãe, os dois muito bem desligados, subi as escadas em tema retrô para o meu quarto. A cama, ao meio do quarto, me pareciam extremamente convidativas. Deitei nelas como um reflexo, e meu pensamento só via duas coisas: -A e Noah.

Seria bom e aliviador ficar sem -A. Mas seria horrível ficar longe de Noah, que praticamente disse que gostava muito de mim. Mas eu não sabia se realmente tinha o mesmo sentimento por eles. Sim, seu cabelo negro como o céu ao luar ficava ainda mais lindo com seus olhos cor do mar, mas, isso não seria suficiente para um relacionamento de verdade. Eu estava namorando ele há poucos dias e já acabara, e no mesmo dia voltara. Simplesmente parecia muito para um dia.

A janela aberta trouxe um ar gelado que me fez arrepiar, e junto percebi um papel. O papel rosa choque estava dobrado em quatro, e uma letra de forma em caneta vermelha destacava.

Você não verá livre de mim tão fácil. -A


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