Herança escrita por Janus


Capítulo 78
Capítulo 78




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     Outro estrondo a ensurdeceu enquanto ondas de choque já abalavam a estrutura de prédios relativamente próximos. Não estava fazendo diferença se aproximar mais da cidade. Sohar – ou Solaris – não parecia se preocupar. Continuava atacando de forma implacável e claramente com intenção de matá-la, não de simplesmente detê-la.
     O plano parecia ser perfeito! Aproveitar-se do fato da sailor Urano ter ocultado o bloqueador de sua semente estelar e atacar imediatamente. Djogor já estava seguindo Sohar. Bastava apenas ele atrapalhá-lo o bastante para que quando surgisse a oportunidade ela o atacaria e pronto! Uma das maiores ameaças eliminada.
     Mas ela devia ter previsto... Sohar... não.. Soláris tinha sido considerado o maior guerreiro da cidade dourada, talvez de todo o sistema Solar. Mesmo Zeus o tinha chamado quando era apenas uma criança para avaliar o potencial do mesmo.
     Zeus... considerado o fundador dos jovianos... era apenas outro guerreiro estelar. Netuno, Plutão... líderes que levaram seus seguidores das cidades espaciais para selecionarem e colonizarem locais maiores, criando novos impérios que logo entraram em estado de guerra.
     Isso não importava mais. Foram conquistados ou anexados pelo império nemesiano ou pelo solariano. Ela própria aceitou unir forças com Nêmeses. E depois cometeu a suprema tolice de sacrificar a si própria para que sua cidade e seus súditos sobrevivessem.
     Aceitou ser uma escrava... uma mera serva em lugar de morrer como rainha.
     Tudo para que? Para o todo porderoso Kaos fugir com o rabo entre as pernas, com um enlouquecido Solaris atrás dele.
     O mesmo Solaris que ela enfrentava agora. Bom, não exatamente o mesmo – e tinha que agradecer a tudo que podia ser ou não divino por isso – se fosse essa luta já teria acabado. Alguém que podia por Kaos para correr deve ser respeitado e temido.
     A questão foi que ele estava preparado para ela. Ela tentou armar um armadilha e no fim foi ele quem executou uma. Assim que ele usou seu poder para flutuar e arremessou Djogor longe – tomara que a espinha dele tenha quebrado – tentou acertá-lo por trás, preparada para furar qualquer escudo de gravidade que ele criasse e então acertar seu esterno debilitando-o gravemente.
     Mas o que ele fez... ele não usou escudo algum, simplesmente usou os braços e sua resistência para receber todo o impacto.. todo ele! Ele conhecia seus poderes muito bem, e os utilizava de forma soberba. Ele agiu como uma mola, não como uma parede. Simplesmente segurou o impacto e se deixou ir para trás o detendo. Assim que ela percebeu isso já era tarde. Quando já havia amortecido o bastante ele a atingiu no rosto com poder assustador – um milagre seu maxilar estar inteiro ainda – fazendo-a entrar no solo e por pouco não foi morta com a seqüência dele.
     Esse era Solaris, o guerreiro lendário da cidade Dourada.
     Não lutava por esporte. Não lutava por prazer, nem para se aprimorar.
     Ele lutava para matar!
     Assim ele ficou conhecido. Era esse o seu renome antes. Antes que ele conhecesse a sua irmã, que nasceu séculos depois da cidade Dourada desaparecer. Quando o conheceu, em nada se parecia com os rumores a seu respeito, e até hoje, ela realmente acreditou que houve muito exagero nestes rumores. Um deles comentava que em Klarta ele arrasou uma divisão inteira, e sozinho. Ela não acreditou muito nisso. Até ele fazer Kaos fugir. Agora contudo, lutando contra ele, ela acreditava. Em cada rumor ou lenda.
     E ela não estava disposta a ser a próxima na sua lista. Verdade que aqui e agora ele não tinha agido como antes. Ela nem mesmo suspeitou que podia ser ele até o enfrentar pela primeira vez na véspera.
     Devia ter deixado Hefesto o enfrentá-lo. Talvez o choque lhe desse uma desvantagem. Mas duvidava.
     Outro soco potente e seu braço ardeu. Não era possível... Ele golpeava seu escudo de gravidade e o forçava a colidir contra as partes de seu corpo. Não fazia muita diferença gerar um escudo de gravidade contra ele. Que bom que ele parecia mesmo ter perdido seus poderes de fogo.
     Isso se ele não os estava escondendo. Solaris sempre escondia o que fazia, e acima de tudo, como fazia certos ataques ou ações.
     Ela girou o corpo para ter mais velocidade de ataque e escapou dele, voando para trás. Ele a seguiu, rumando para o solo junto com ela. Mais e mais próximos da cidade. Assim que ela viu melhor a iluminação de algumas janelas, foi direto para baixo e precisou desviar em seguida.
     Bolas de plasma. Ele não estava brincando. Conforme se desviava ela via estas bolas explodirem no solo. Explosões grandes.
     Sorrindo, ela começa a ziguezaguear por entre os prédios, indo em direção ao castelo. Se tudo estava ocorrendo conforme o esperado, Hefesto iria em breve tirar a rainha de lá para Jother agir e pegar o que queriam.
     Desviou-se de mais alguns disparos – estavam passando por um parque e ele aproveitou que haveriam menos inocentes agora.
     Pelo menos em algo ela acertou. Ele se importava! Não era o Solaris de antes. Este se importava com os outros, com quem podia ficar ferido na luta. Talvez depois de ter destruído duas cidades com mais de oitenta milhões de habitantes quando estava caçando Kaos o tenha feito ficar um pouco arrependido.
     Um brilho chamou a sua atenção. Na verdade vários brilhos alaranjados. Devia ser Hefesto. Mas também via brilhos azulados...
     Sailor Terra? O que ele poderia querer com ela?
     Grunhiu com raiva. Hefesto... o orgulhoso de sempre. Podia ser uma máquina assassina e sem coração, mas adorava se esbaldar em orgulho. Aquele egomaníaco. Agora se arrependia de sailor Terra ter sobrevivido ao seu ataque. Não por não a ter matado, mas por não ter tido poder para fazer isso. Aquela adolescente tinha muito poder dentro do corpo. E não era para se surpreender. Qualquer um que receba os quatro elementos de um planeta ao mesmo tempo que os elementos estelares do pai e da mãe só pode ficar mesmo sobrecarregado com energia. Não era de se estranhar que seu poder era simplesmente sua energia vital, e não um comando dos elementais.
     Teve a certeza disto na véspera, quando ela ficou restabelecida quando recebeu os ataques dos outros. Nem a rainha pode conter esse poder, e duvidava que o escudo daquela albina pudesse fazer isso.
     Mas isso não a auxiliava agora. Olhou para trás e ele estava mais próximo. Ela poderia tentar utilizar uma velocidade maior, mas sabia que seria sua morte caso o fizesse com ele por perto.
     Utilizar tal velocidade só é vantajoso quando seu oponente não tem meios ou não sabe como usar isso contra você. E com certeza ele sabia o que fazer para matá-la caso utilizasse este recurso.
     Mas não importava... já estava chegando perto do castelo. Já podia ver a sailor Júpiter lutando contra o tolo galanteador de fêmeas jovens... E por falar em fêmeas jovens, aquela seria por acaso a jovem malviana observando a luta? E perto dela estaria a pequena princesa?
     Sorriu levemente. Então enviou uma onda de gravidade no prédio que ela estava usando para se abrigar. Talvez isso desviasse a atenção de seu perseguidor.
     - Argh! – gritou ao sentir um impacto terrível nas costas. Quando girou o corpo viu ele ali, acima dela. Devia ter utilizado a velocidade de grávitons quando ela atacou o prédio. Havia um brilho em suas mãos, um brilho que não conhecia. Se ele podia apenas manipular gravidade, não podia fazer as mãos brilharem a menos que...
     Não teve tempo de concluir o pensamento. Ele juntou as duas mãos que brilhavam e a acertou com uma força tão violenta que novamente foi arremessada ao chão, incrustando-se neste. Só percebeu sua mancha indo em direção onde provavelmente estava a felina e a princesa.
    

-x-

 

     O som de estrondos estava mais forte, e tanto ela quanto Ariel sabiam o motivo. A rainha estava lutando.
     Mais assustador que isto, era que seu oponente ainda estava revidando e suportando. Qual seria o poder deste general? E seria Prismey?
     Ela não sabia. Sabia apenas que...
     Uma sombra passou acima dela, uma sombra com um perseguidor. Sohar e Prismey!
     Aquela mulher que quase matou a ela e a todas as suas amigas.
     Controlou-se. Ela tinha uma chance agora. Sabia que não seria capaz de derrotá-la, mas podia sobreviver e talvez perturbá-la o suficiente para que as sailors mais poderosas fizessem o serviço.
     - Calisto – chamou ela pelo visor – não tive noticias suas. O que está fazendo?
     Nenhuma resposta ainda. Não estava conseguindo falar com Europa, Calisto, Miranda e nem com os gêmeos.
     - Titã – chamou sua companheira que a acompanhava pelos telhados – eles não estão no Japão.
     - Como?
     - Meu visor consegue se contatar com os deles, e estes indicam que estão todos próximos uns dos outros em algum lugar a leste da China.
     Como eles foram parar lá e o que estariam fazendo?
     - Calisto – chamou ela de novo – assim que possível, entre em contato entendeu?
     Esperava que o visor de sua amiga registrasse a mensagem para ela receber mais tarde. Mas precisou esquecer tudo isso quando viu aquela mulher mover o braço e alguma coisa translúcida ir para baixo. Segundos depois um prédio que foi atingido por aquilo rachou ao meio, sendo que uma das suas metades estava tombando para o lado, e por cima de duas pessoas!
     Ariel também tinha visto, e estava já indo naquela direção. Mas não iam chegar a tempo. Foi quanto viu que uma das pessoas pegou a criança e efetuando um salto, entrou por uma das janelas da parte do prédio que estava tombando por cima deles. Segundos depois, quando aquela parte estava se despedaçando no chão e gerando um grande estrondo, ela viu a figura emergir pelo outro lado da face do prédio que caía.
     - Diana – murmurou ela entendendo como foi possível ela fazer aquilo.
     Alguns segundos depois as duas sailors se reuniam com a malviana que agora não parecia querer largar a princesinha, não importava o que esta fizesse ou dissesse.
     - Me deixa ir! – gritava ela
     - Princesa – chamou Titã – já que quer ser uma sailor e como é uma chibi-Moon, então você é uma lunar e eu sou sua líder. E eu estou lhe dando uma ordem. Vá para... –pensou um pouco - Ariel... onde estão seus irmãos?
     - No templo Hikawa. Como todos nós saímos eles estão no porão, no abrigo para furacões.
     - Muito bem... eu quero que você vá com Diana para o templo e cuide daqueles dois, entendeu? É uma missão importante, chibi-Moon.
     Ela olhou para ela com os olhos arregalados e boca aberta. Logo em seguida fechou a boca e fez um olhar determinado.
     - Sim – disse ela.
     - Ótimo. Ajude ela, Diana – e em seguida murmurou no seu ouvido – nem que você tenha de mantê-la amarrada, não a deixe sair de lá antes de cuidarmos das coisas aqui.
     Diana assentiu com a cabeça. Já tinha começado a andar quando um raio caiu do lado delas, abrindo uma cratera no chão e lançando-as longe com a onda de cheque. Titã olhou na direção de onde veio o raio e o viu. Qual era mesmo o nome? Kirratur! Isso mesmo. O malviano que tinha atacado a escola e quase seqüestrou Diana. E mais atrás dele estava sailor Júpiter, com fúria e frustração no rosto.
     - Sentiu saudades, amor? – disse ele pousando ao lado de Diana e saltando em seguida, em direção a sailor Júpiter. Esta lançou raios contra ele, mas ele simplesmente esquivou-se deles com relativa facilidade, tocou as pernas na parede da parte do prédio que ainda estava intacta e saltou de volta contra a sailor, pronto para atingi-la com suas garras. E pelo estado dela e de seu traje, ele já estava fazendo isso fazia algum tempo.
     Foi quando aconteceu o inesperado – para ele e para todas ali – ele gritou de dor quando Diana agarrou sua cauda em um salto e com este impulso o fez girar, indo de costas para o punho de sailor Júpiter, atingindo-o em cheio e arremessando-o para as alturas. Logo em seguida lançou o mais poderoso trovão de Júpiter que as jovens já tinham visto. Este também acertou o agora atordoado oponente em cheio.
     Mas não era o bastante para Júpiter. Quando ele começou a cair ela flexionou os joelhos e saltou. Mas não foi a única. Diana tinha feito o mesmo e estava saltando mais alto que ela. O malviano direcionou sua fúria para Diana, mas esta esquivou-se e agarrou a cauda dele novamente, forçando-o a um novo giro que o deixou indefeso para o novo soco de Júpiter. Desta vez ela direcionou-o para baixo. Houve um estrondo quando o atingiu e um novo estrondo quando ele acertou o calçamento, e não parou por ai. Ele atravessou o piso da rua e foi parar no metrô da cidade.
     Titã e Ariel não querendo apenas observar, pularam no buraco aberto pelo impacto dele. Assim que chegaram ao subsolo imediatamente notaram que estavam em um acesso de serviço, também usado para evacuação de emergência. Era evidente pelas luzes indicando a direção da saída.
     Um movimento atrás de ambas as deixou em alerta. Titã viu uma mão desaparecendo numa penumbra da parede. Quando correu na direção desta, a penumbra sumiu. Não viram mais nada por ali. Momentos depois sailor Júpiter se juntava a elas.
     - Onde ele está?
     - Vi algo nessa direção – indicou Titã com a mão.
     Raios surgiram ao redor do punho fechado da sailor do planeta gasoso, criando uma iluminação melhor ali. Titã olhou para o chão e viu onde o malviano tinha caído. Dava para ver os destroços e as marcas que fez na poeira do chão ao tentar se erguer.
     Ainda estava caindo poeira da destruição do teto daquele corredor, tornando a tarefa de respirar incômoda e dando um aspecto um pouco aterrador ali com o brilho da iluminação providenciada por Júpiter.
     - Aqui – disse Ariel – as pegadas vão para esta parede e somem...
     Titã e Júpiter foram onde ela indicou e confirmaram o que ela viu. Parecia que ele simplesmente tinha atravessado a parede. Por via das dúvidas Júpiter socou-a com força, abrindo um buraco no concreto reforçado. Mas havia apenas terra do outro lado. Nenhuma passagem.
     - Ele fugiu – disse ela com raiva na voz – me fez de idiota o tempo todo, apenas me distraindo.
     Um som alto ecoou pelo corredor, atraindo a atenção de todas.
     - Vamos – disse a sailor mais velha ali – ainda precisam de nós.
     Saltaram pelo buraco aberto e olharam ao redor. Viram Netuno, Venus e Marte disparando contra o céu, e na direção daqueles disparos viram um brilho alaranjado e outro ponto se movendo na escuridão da noite.
     - Serena – murmurou Júpiter – ela está enfrentando alguém.
     - A princesa?
     - A rainha – disse Titã desativando seu visor – e as outras lunares estão só Deus sabe onde...
     - Mãe – disse uma voz acima delas. Era a sailor Terra que tinha acabado de localizá-las. A sailor Moon ainda estava andando pelos jardins.
     - Sim filha- respondeu ela.
     - Papai está lutando ali – ela apontou com a mão enquanto flutuava – e adivinha com quem?
     - Prismey – murmurou Titã.
     Não puderam se organizar para fazer nada. O som de algo se partindo foi ouvido a esquerda delas, e todas viram Urano atravessar uma parede com o punho na frente e rolar no chão em seguida. Ela estava há uns quinze metros delas. Instantes depois um klartiano apareceu pelo buraco que ela tinha feito.
     Ela devia estar tentando atingi-lo, mas ele deve ter desviado. Isso explicaria ela estar falando aquelas palavrões.
     - Agora sei onde você pegou essa mania de nomes feios – comentou Terra ainda flutuando.
     Titã olhou para Diana e para a princesinha que ainda estava lá. Foram interrompidas com a luta de sailor Júpiter e não partiram.
     - Diana, você sabe o que fazer...
     Ela não conseguiu terminar a frase. Diana pulou por sobre todas elas e agarrou a princesa na cintura. Foi tão rápido e de surpresa que a mesma gritou de susto. Em seguida saltou para trás e gritou para se protegerem.
     Sem nem ao menos saber do que ela falava, cada uma pulou para trás, deixando um espaço vazio onde antes estavam reunidas, um espaço vazio que foi preenchido por um carro retorcido.
     Olharam ao redor e viram outro klartiano. Esse elas conheciam. Djogor!
     Ele não queria perder tempo falando. Assim que pousou no chão foi direto para quem ele imaginava ser a mais frágil e fácil de se atingir ali, a sailor Ariel.
     Ele fez um movimento de cima para baixo no sentido de rasgar com suas garras, e ante os gritos de medo e pânico de suas amigas imaginando que a mesma iria ficar em formato de bife, ela com olhos calmos simplesmente... saltou na direção da garra que se movia para o seu peito, a agarrou com ambas as mãos e usando-a como trampolim, ergueu ambas as pernas e as arremeteu para o rosto da criatura meio felina que apenas estava de boca aberta.
     Ao ser atingido no rosto, seu corpo se dobrou. Ainda em pleno ar, Ariel agarrou a cabeça dele com as mãos enquanto passava por esta e usou como apoio para acertar duas joelhadas na barriga dele, terminando por chutar seu peito e tomando distancia.
     Todas as outras ficaram imóveis, simplesmente observando a habilidade da mais calma e recatada das adolescentes. Já o klartiano percebeu que sua escolha de alvo fácil de atacar estava totalmente errada. Sabia que ela era fraca comparada as outras ali, mas não imaginava que fosse tão habilidosa. Sentia dor nos seus dentes e um pouco na barriga, mas não era o bastante para diminuir sua periculosidade.
     No entanto, a sailor dos raios correndo na sua direção era. Abriu suas garras prontas para decepar a cabeça da mesma, e Titã decidiu não ficar fora daquela luta. Concentrando-se, ela abriu sua mão direita e relaxou, lembrando do treinamento que tinha recebido do espectro de sua antecessora. Um círculo vermelho surgiu ao redor de seus dedos. Ela apontou o centro deste para o klartiano e um raio vermelho surgiu acertando o peito dele.
     O impacto foi como ser atingido por rocha, mas ele não teve tempo de cair no chão. A sailor Júpiter moveu seu punho para acertar bem no meio de seu corpo, o que certamente iria ser fatal. Ele conseguiu girar em pleno ar e o punho apenas encontrou o vento até abrir um buraco no pavimento abaixo. Júpiter precisou saltar para trás para evitar as garras dele no contra ataque.
     Ele percebeu que não iria adiantar uma luta ali no meio de vários oponentes, ainda mais com uma que podia lançar raios a distância, assim dando vários saltos mortais, saltou para o alto de um prédio gritando algo totalmente desconhecido. Talvez fosse sua língua nativa.
     O outro klartiano que tentava atingir Urano parou de atacar e o seguiu. Pararam no alto do mesmo prédio e ambos saltaram juntos em direção a luta de Prismey e Sohar.
     Eles decidiram atacar em grupo e pelo jeito Sohar era o primeiro da lista. Passas a sua direita atraíram Titã que ainda mantinha o círculo vermelho na mão. Era sailor Moon que se juntava a elas.
     - Mas... o que é isso Titã? – perguntou apontando para a sua mão.
     - Um truque novo – ela sorriu – se prepara que lá vem dor de cabeça... – ela olhava na direção em que foram os dois oponentes.

 

-x-

 

     Diana, que tinha saltado com a princesa para deixá-la em segurança observou a tudo atentamente, sem soltar a menina de seus braços. Esta também começou a compreender que aquela luta era demais para a mesma e estava mas disposta a ficar sob a proteção de Diana, aparentemente.
     Olhava a luta dos klartianos e as vezes olhava para o alto, vendo a rainha. Seus olhos iam para outro lado visualizando a poeira e sons enormes que surgiam onde estavam Sohar e Prismey. Seu coração ficava mais e mais aflito. Todos os que conhecia, todos os seus amigos estavam lutando. Lutando pela cidade, pelas pessoas e por elas mesmas. E ela, apesar de ter sido de grande ajuda contra o malviano estava ficando agoniada por temer que alguém ficasse ferido.
     Não conseguia imaginar isso, não queria. Temia por sua mãe e pai também. Não tivera noticias de ambos desde que fugira do castelo.
     Apesar de tudo isso, mesmo contra sua vontade seus olhos e percepção funcionavam muito bem. Mesmo com os olhos alternando entre uma área de combate e outra, ela notou algo emergindo do solo do jardim do palácio, onde ela estava para ficar a uma distância segura.
     Era um robô parecido com um robô jardineiro. Tinha seis pares de pernas como uma aranha e uma pinça. Mas nessa pinça havia algo que reluzia com o brilho das lâmpadas do jardim.
     Apesar de agoniada com tudo o que ocorria, sua curiosidade e interesse eram altos. Ela se lembrava de ter visto um cristal como aquele na mão do klartiano outro dia. Haveria alguma relação?
     - Diana! – disse a princesinha assustada – olha!
     Outros robôs estavam começando a sair do solo. E o movimento dos mesmos realmente se pareciam com o de aranhas. Aranhas bem grandes, por isso ela estava assustada. Diana a colocou no chão e pegou um deles com a mão. Observou bem o cristal que estava na pinça. Súbito os que saíram dispararam pequenos foguetes da parte de baixo e começaram a voar. Sentiu que aquele que estava na sua mão vibrou como se alguma coisa fosse aberta nele. Provavelmente iria fazer o mesmo que os outros. Ela rapidamente agarrou o cristal da pinça e o largou no chão, pisando em cima dele em seguida.
     Ficou com o cristal na mão o observando atentamente. Sentia algo estranho dentro dele, algo que parecia fazer o seu coração palpitar levemente.


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