Herança escrita por Janus


Capítulo 15
Capítulo 15




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/43095/chapter/15

     Já estava ficando tarde, e, a diversão do sábado, como já havia ocorrido com tantos outros, estava no fim. Rita, após certificar-se de que seus trajes de banho estavam secos, vestiu sua roupa e foi até onde estavam os outros, terminando de limpar os potes que tinham usado para trazer comida para ficar mais fácil leva-los embora. Se bem que, daquela vez, tinham uma vantagem... o flutuador que as Astreroid Senshi tinham usado para chegar – alguém ia levar um bronca danada por manobrar aquilo em uma área de lazer – o que facilitaria e muito para leva-las de volta para casa.
     Todos já estavam bem satisfeitos, mas tanto Rita como Serena sempre conseguiam arrumar espaço para mais alguma coisa, de forma que, novamente, não sobraria nada do lanche, pois a súbita "dieta" que Joynah tinha adquirido fora compensada pela presença de quatro penetras daquela vez.
     Estando todos satisfeitos, se reuniram para ir embora, e Anne avisou que não iria com eles, pois tinha sido convidada a passear pelo Tony. Puxa... ela tinha lhe dado o fora e ele já tinha conseguido cair em cima da Anne... foi tão rápido que ela ficou um pouco enciumada.
     Depois de uma briga para saber quem é que iria pilotar o flutuador, decidiram deixar aquilo com Suzette, a mais capacitada depois da Anne. Deixaram cada um na porta – ou o mais próximo possível – de sua casa e, terminaram a viagem no grande jardim do palácio, não muito distante de sua casa. Difícil foi não ficar com medo pela Jun-Jun ficar disputando o assento do piloto – Suzette também teve de sair, quando passaram pela casa dela – com a Serena, que também não era lá uma exímia piloto, mesmo com a ajuda do computador de bordo. Estranho até hoje não terem inventado nada para manobrar aquelas naves de forma totalmente automática.
     Ela se despediu das amigas - quase morreu de rir quando viu que a Sereninha estava com dor de barriga, provavelmente devido aos sorvetes que andou tomando as escondidas – prometendo uma revanche para o sailor quarteto qualquer dia no vôlei, e seguiu para casa.
     Ela queria um bom banho quente, de banheira. Sentia que seus longos cabelos loiros – a única loira da turma, alias – estavam impregnados de algas e talvez partículas de poeira, devido ao banho do lago. Ela também sentia coceira nas partes de sua pele apertadas pelos tencionadores de seu maiô. Provavelmente acumularam resíduos quando a água evaporou, coisa comum de ocorrer na praia, e não muito raro de acontecer nos lagos, mesmo estes sendo artificiais.
     Parou em frente ao portão de sua casa, tomando um pouco de fôlego depois da caminhada de quinze minutos. Parecia que não tinha ninguém, o que a deixava com o fim da tarde livre para fazer o que bem entendesse. E só haviam duas coisas que ela queria fazer: Um bom banho, e caminha.
     Abriu o portão e, seguindo quase que saltitante pelo quintal, espalmou a sua mão no painel da porta, para o reconhecimento de seu DNA. A porta se abriu depois de alguns instantes, e ela entrou, largando sua surrada mochila ao lado da porta.
     - Mãe? Pai? Tem alguém ai?
     Nenhuma resposta. Isso confirmava a sua impressão. Ela tirou os sapatos – a sua ainda era uma das poucas casas em que tal coisa era exigida – e seguiu para a cozinha, para filar alguma coisa para comer antes de seu banho. Encontrou um cubo holográfico na mesa, que, provavelmente sua mãe devia ter esquecido lá.
     - Computador – disse ela enquanto abria a geladeira – algum recado?
     "Sua mãe está na casa de Lita, pediu para avisar que chegaria no começo da noite"
     - Alguma coisa do meu pai? – questionou agora, mordendo um pedaço de melancia que tinha surripiado de dentro da geladeira com as mãos.
     "Negativo"
     - Bom, se alguém ligar, apenas anote recado. Vou tomar banho.
     "Ordem compreendida"
     Nada mal os computadores entenderem comandos verbais indutivos. Ainda custava a imaginar um mundo sem eles, como àquelas civilizações que, volta e meia Anne comentava ocasionalmente, com profunda admiração na voz.
     Pensar nisso a vez formar uma careta. Anne tinha saído com Tony, a quem ela tinha acabado de dar o fora. Tudo bem que ela tinha decidido que não ia dar certo com eles, e, estava perfeitamente feliz que ele já tinha superado o evento... mas... puxa vida! Ele tinha que conseguir substituí-la tão facilmente? E ainda mais com a Anne?
     Voltou para a porta de entrada e abriu a sua mochila, pegando a caderneta eletrônica que tinha jogado dentro dela. Acionou os comandos e reviu os pedidos que tinham deixado em sua incumbência a tarefa de determinar a quantidade de material necessário para faze-los, bem como providenciar a compra dos mesmos. Ela já tinha seus contatos – ter uma mãe que praticamente tem acesso a qualquer informação no planeta era muito útil – para fazer os pedidos, só precisava determinar a quantidade. Faria aquilo mais tarde. Correu para o seu quarto, quase tropeçando nas escadas e largou a caderneta em cima da cama.
     Tirou a sua roupa e a jogou no criado mudo, ficando apenas com o maiô. Teve de resistir a tentação de se coçar, para não causar vergões em sua pele. Rita era muito vaidosa, e, apesar de não ser uma caçadora de qualquer coisa que a deixasse mais bonita, também não se distraía e fazia gafes que podiam diminuir a sua beleza natural. Só iria esfregar estas partes com a esponja, e só depois que a água a cobrisse totalmente.
     Pegou o seu roupão e seguiu para o banheiro, para tomar seu merecido banho de espuma. Assim que entrou, fechou a porta, abriu a água quente para encher a banheira, e começou a se despir. Quando foi colocar o maiô no cesto, ao passar pelo espelho, parou e se deu uma boa olhada. Talvez a Serena tivesse mesmo razão. Ela era praticamente uma cópia de sua mãe, quando tinha a mesma idade. Haviam fotos dela no álbum de recordações que ela se lembrava de ter visto uma vez, mas, na época, ela ainda tinha uns dez anos, e ainda não se achava assim, tão parecida. Especialmente por seus cabelos serem curtos, então.
     Agora contudo, observando seu corpo inteiro no grande espelho, ela tinha que reconhecer. Se não fosse por seus olhos verdes, seria praticamente uma irmã mais nova de Mina, sua mãe. Era uma das únicas que tinham tal semelhança com a sua genitora. A outra era Joynah, outra cópia natural de sua mãe. Serena, apesar da indisfarsavel semelhança, não a lembrava tanto assim.
     O vapor que preenchia o local lhe lembrou de seu objetivo ali. Deu uma última olhada no espelho e pensou se devia arrumar o cabelo igual ao dela. Podia ver isso depois. Pulou na banheira, espalhando um pouco de água pelo piso, e relaxou logo em seguida. Ia ficar ali por uma hora, no mínimo.
     Acordou quase duas horas depois, sentindo calafrios com a água gelada que agora estava na banheira. Ela tinha ficado cansada mesmo. Tirou a tampa do ralo da banheira e abriu o chuveiro apenas para se aquecer um pouco com a água quente. Dez minutos depois, ela já estava entrando no seu quarto vestindo o seu roupão.
     Ouviu a porta da entrada se abrir, e, temendo ouvir algum sermão por ter deixado a roupa largada no quarto, a pegou do criado mudo e correu para o banheiro, para deixa-la na cesta. Os robôs de limpeza cuidariam disto durante a noite. Voltou correndo para o seu quarto e pegou uma roupa para o dia a dia. Estava descendo as escadas minutos depois. Ao fim delas, viu a luz acesa da cozinha – nossa! Já era noite – e seguiu para lá. Encontrou o seu pai preparando o jantar, cortando alguma coisa na pia, ficando de costas para ela.
     Ela era uma das poucas privilegiadas do planeta, por poder comer comida caseira. Praticamente apenas os pais das sailors sabiam ainda como cozinhar uma ampla variedade de alimentos – descontando, logicamente, os mestres culinários que se espalhavam pelo mundo – por serem sobreviventes de uma época em que, tal coisa era rotina diária. Quando surgiram os robôs cozinheiros, eles pararam por algum tempo, mas não resistiram a saudade e voltaram aos velhos hábitos.
     Era bem verdade que atualmente não havia tanta variação da mesma comida nos mercados, apenas uma enormidade de produtos naturais que os robôs cuidavam de transformar nos alimentos "sintéticos" que estavam habituados. Era raro existirem utensílios culinários nas casas, de forma que, os poucos que existiam, ou eram herança de família, ou feitos especificamente sob encomenda. Os filhos de Ray tinham recebido uma grande encomenda destes no último mês.
     - Oi pai! Boa noite – disse ela se aproximando para lhe dar um beijo na sua face.
     Assim que chegou do seu lado, ela levou os braços até o seu pescoço e tentou faze-lo se abaixar um pouco, e, ela já estava acostumada, ela é quem foi erguida suavemente por mãos invisíveis até a sua altura.
     - Boa noite, filha – disse ele enquanto ela o beijava – viu sua mãe?
     - Não – ela já estava de volta no chão – ela deixou um recado. Foi até a casa da Lita. Deve ter aproveitado e ido até o restaurante, filar uma bóia junto com a rainha. Se bem que ela já foi lá na semana passada.
     - Ë... ela comentou comigo que ia dar uma passada na casa dela. O Tony ligou.
     - Foi? – ela ficou olhando o que ele estava fazendo. Estava picando cebolas.
     - Sim. Disse que pensou bem e queria terminar com você.
     - Ele disse isso? – ficou surpresa – mas eu falei com ele no parque. Nós terminamos tudo lá. quer dizer, eu terminei.
     - Que horas foi isso?
     - A tarde. Logo depois do almoço.
     - Ele ligou de manhã. E... – olhou para ela com aquela cara de "adivinha o que aconteceu?" – sua mãe o atendeu. Ela ficou bem chateada de vocês terem terminado. Na verdade, ficou mais chateada de não saber de nada.
     - Mas o que todas essas guerreiras mais velhas tem que sempre ficam xeretando nossas vidas amorosas? A Lita faz isso, a tia Ray faz isso... hum... acho que a Amy não o faz...
     - E não faz mesmo – ele sorriu – nem a Haruka e Michiru. Seja paciente com elas... quando jovens, elas adoravam ficar vendo como as outras estavam se saindo com seus amores. Sempre foram muito curiosas... agora que todas estão com as vidas amorosas estabelecidas, só sobraram as filhas para ficarem de olho. Mas vocês também aprontam das suas. Semana passada, por exemplo... foi a sexta ou sétima vez que andaram perseguindo a Setsuna?
     Ela ficou vermelha de vergonha. Realmente, elas também eram muito curiosas. Observou ele colocar as cebolas picadas em uma panela, e, logo depois, colocar azeite nesta. A levou até o aquecedor e, logo depois, o ar foi inundado pela cebola – e alho – sendo fritos.
     - O que vai fazer hoje?
     - Uma sopa simples. Uma mistura de Misso-shiro com macarrão e tofu torrado com cebolas. Pode pegar o tofu na geladeira?
     - Tá bom - ela abriu a geladeira e pegou o prato com doze tofus que sua mãe tinha feito na véspera – mas eu não estou com fome não. Fiquei bem satisfeita hoje, com o nosso piquenique padrão de sábado no megaparque.
     - Por falar nisso, como foi o treino?
     Ela o viu colocar dois pedaços de tofu na panela, e a começar a mexer estes, para que fritassem por igual.
     - Foi bom. Acabamos com mais um robô maluco do Orion e... hum... não vai ficar bravo não, vai?
     - Pelo que?
     - Bem... a gente... brigou para valer hoje. Com uma sailor. A sailor Saturno.
     - Realmente? – ele ficou surpreso – e aquela ordem da rainha...
     - Saturno não faz parte desta ordem... ainda.
     - Sei... – ele voltou a prestar atenção em seu refogado – e, quem venceu?
     - Não sei dizer bem... mas eu diria que foi a gente. O Treinador parou a briga logo quando a sailor Terra ia lançar o seu mega raio contra ela.
     - Mega-o-que?
     - Mega raio, pai. Como ela não diz nada quando invoca seu poder, a gente andou tentando dar nomes as coisas que ela faz. Quando junta as duas mãos e lança aquele seu ataque mais potente, chamamos de mega raio. Aquelas bolinhas brilhantes normais que ela faz são chamadas de bolas trovão. Quando ela faz aquela bola enorme com as duas mãos é a bola terremoto. E, aquilo de lançar duas bolas para que colidam perto do oponente, chamamos de bolas um-dois. Não é só por brincadeira não. Para coordenar ataques, precisamos saber o que os outros estão fazendo. Por isso tivemos que dar nomes ao que ela faz, e também para os ataques dos meninos. Apenas eles tem variedades de ataque. Bom, a Titã também tem.
     - Muito profissional – ele balançou a cabeça com um certo orgulho - E como chamam os ataques do Sohar?
     - Bem... ele não faz parte das nossas equipes... acho que você é quem devia saber disto. Não tem nome não?
     - Só conheço por bola de plasma – respondeu ele retirando os dois tofus fritos e temperados da panela, e já colocando mais dois – então... vocês conseguiram subjugar uma outer... interessante...
     - Estávamos em maior número – ela estava tentando diminuir o valor real do feito – e ela não sabia o que podíamos fazer.
     - Vocês também não sabiam as capacidades dela. Acho que, nestes termos, estavam equiparados.
     - Talvez... o curioso é que ela parece ter alguns dos mesmos poderes de Titã... conseguiu fazer um anel de defesa da mesma maneira que Titã faz.
     Ele tirou mais dois tofus da panela e ficou satisfeito, desligando o aquecedor. Pegou o prato com os tofus restantes e pediu a ela que o pusesse de volta na geladeira.
     - Não acho tão curioso assim. Afinal, elas são parentes.
     - Tanto quanto Anne e Suzette – disse Rita olhando um pouco sem graça para ele – Não! Isso não é resposta. Não sei como ou porque, mas elas tem poderes parecidos. Mas... acabamos não comentando nada a respeito, só passamos o dia no parque nos divertindo. Até que a Hotaru joga bem vôlei. Salvou as Asteroid Senshi de uma derrota terrível.
     - Um viva a tecnologia médica – disse ele levando os tofus fritos até a mesa da cozinha. Ele já tinha posto água no que tinha sobrado das cebolas fritas e agora esperava ferver um pouco, para acrescentar os outros temperos para a sua sopa simples – antes, ela tinha muita dificuldade em atividades físicas. Tinha uma saúde muito debilitada. Foi só quando se submeteu a um tratamento genético que pôde viver normalmente como todo mundo.
     - Faz tempo isso?
     - Uns quatrocentos anos... puxa! Como o tempo voa. Estou ficando velho.
     - Que nada pai! Você ainda é bem jovem. Eu até podia ser a sua namorada, se já não fosse casado.
     - Você está bem parecida mesmo com a sua mãe...
     - Ela era mesmo assim... quase igual a mim?
     - Bastante. Jogava vôlei muito bem, errava feio em qualquer ditado, era assim, meio tontinha também...
     - Como assim tontinha?
     - Deixa para lá...
     Ela o olhou desconfiada. Tontinha? Será que queria dizer que ela era meio boba ou que fazia besteiras as vezes? Melhor deixar aquilo para outro dia.
     - Bom, eu acho que vou no meu quarto ouvir música e dormir um pouco. Mas... aproveitando que mamãe não está aqui... pode me dizer uma coisa?
     - Se me for possível...
     - Porque a tia Ray fica tão nervosa quando ela a chama de cunhadinha?
     Era raro ela ver seu pai gargalhar daquele jeito, e, por algum tempo, ficou sem saber como reagir.
     - Por que isso é tão engraçado?
     - Desculpe... – ele tentou sufocar ainda algumas risadas – desculpe filha... mas é que... só vivendo naquela época para entender. Sabe, sua mãe e sua tia tinham marcado seus casamentos mais ou menos na mesma época, e, tanto eu como Nicholas tivemos de fazer exames de sangue. Lembro que aproveitamos e fizemos isso no mesmo dia, e na mesma clínica. Quando o resultado saiu, soubemos que podíamos fazer testes de DNA para descobrir outros parentes nossos, já que, ao que tudo indicava, éramos totalmente órfãos. Como não tínhamos nada a perder, pedimos para fazer esta análise.
     - E descobriram que eram irmãos...
     - Foi – ele sorriu – somos na verdade gêmeos fraternos, com metade da carga genética idêntica, como seus primos. Você precisava ver o que sua mãe fez quando soube... A Ray, coitada... – ele começou a soltar algumas risadas de novo – ficou meio maluca com o fato. Mina conseguiu convencer a "futura cunhada" a ambas fazerem a festa de casamento no mesmo local, o templo do avô dela. Que confusão foi aquela...
     - Certo... eu entendo isso. Mas... porque é tão engraçado?
     - Filha... acho que a melhor maneira de entender é fazendo uma comparação. Eu já notei que Joynah e Serena são competidoras, e estão sempre disputando os mesmos garotos. Não seria irônico que elas um dia acabassem sendo cunhadas?
     - Como o senhor soube disso?
     - Saber do que?
     - Ops! – ela sorriu sem jeito – eu... acho que entendi agora. A mamãe e a titia brigavam pelos mesmos garotos?
     - Não exatamente... mas faziam muitas aventuras juntas, bem como tiveram suas parcelas de desentendimentos. Eram muito diferentes, mas com sonhos em comum. Só as conhecendo naquela época você iria entender. Mas a relação entre elas era um pouco parecida com a de Joynah e Serena. Acabou sendo ironia do destino elas serem cunhadas. A sua tia até hoje fica um pouco reticente quando é lembrada disto.
     - Vai ficar mais ainda quando conhecer as noras – disse ela em voz baixa.
     - Hã?
     - Nada não! Acho que sua sopa está fervendo. Vou subir. Tchau!
     Ela subiu correndo as escadas, e seu pai ficou um pouco pensativo, lembrando-se cuidadosamente das palavras da filha, especialmente daquelas que ela não queria que ele notasse que ela tinha dito.
     Se Rita já não estivesse ouvindo música, iria perceber que seu pai acabou tendo outro acesso de risos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Herança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.