Herança escrita por Janus


Capítulo 13
Capítulo 13




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     - Ora Tony, não precisa ficar tão chateado assim né? Vocês não estavam firmes, apenas estavam vendo se podia surgir alguma coisa ou não.
     - Laura... me deixa em paz, tá? A dona Amy disse que elas estavam por aqui, e eu vou enfrentar Rita pessoalmente e dizer que não vou em frente.
     - Mas a mãe dela já disse que ia dar o recado. Porque não deixa isso para segunda feira, quando se encontrarem na escola? Agora você vai estragar o fim de semana dela.
     - Puxa vida! Porque eu não nasci filho único? – bufou ele, já não agüentando mais.
     Nem sabia porque tinha trazido ela, ou melhor, sabia sim. Ela podia dar um jeito da mensagem ser melhor transmitida. Ao menos, foi o que imaginou quando ela insistiu em vir junto, quando ele tinha avisado que ia até o Megaparque para falar pessoalmente com Rita. Como ela tinha ouvido toda a ligação que tinha feito até a casa dela – e, com certeza andou estragando algum momento intimo dos pais da mesma - sabia muito bem sobre o que ele iria falar com ela, e, como toda irmã mais velha, queria dar seus palpites.
     Belos palpites, tinha ficado noiva duas vezes e acabou desmanchando antes mesmo de marcar casamento, nas duas ocasiões, e, agora, já tinha decidido ficar solteira até acabar a faculdade e ter uma profissão. Interessante como andaram chovendo partidos interessantes para ela depois que decidiu isso. Mas, com vinte anos, ela estava mais interessada em homens maduros, e não garotinhos de dezoito anos, como ela os chamava.
     Bom, ele tinha dezessete, e já podia dirigir um girociclo sem a trava de velocidade. Ainda queria saber como Joynah podia fazer o mesmo sem ter a idade certa. Como conseguiu passar no exame?
     - Filho único? Deixa eu te contar um segredinho, meu querido irmão. Papai e mamãe já estavam satisfeitos com uma filha, você foi um acidente de percurso.
     - Ah tá... e o Matshiba é o que?
     - "Defeito na laqueação de trompas" – falou ela sem pestanejar – sabia que eles ganharam uma indenização do hospital? Ele nasceu ainda durante a garantia do pós operatório.
     - O sua filha da...
     - A mãe é a mesma... vê lá o que vai dizer – riu ela.
     - Desisto. Onde será que elas estão?
     - Em algum lugar dos oito mil quilômetros quadrados do parque – ela sorriu – fácil. Agora, se quer ajuda mesmo, sugiro que vá até uma barraca de informações, e veja se localizam os transmissores que estão usando. Todos tem de estar registrados para entrarem aqui, lembra? – ela mostrou o pequeno cordão em seu pulso direito, com uma pequena placa metálica no mesmo - E o registro é nominal.
     - Mesmo assim, deve ter umas quinhentas Ritas por aqui.
     - Que irmão burro que eu arrumei... – ela balançou a cabeça com desprezo – quantas Ritas vão estar próximas de uma Suzette? Ou de uma Joynah?
     - Hum... faz sentido.
     - Claro que faz. Mas, mesmo assim você está lento com o pensamento. Quantas Yamada Aino Rita existem no planeta? – ele fez uma careta ao notar que não tinha percebido isto – eu sabia! Quando eu nasci, peguei o de bom e melhor da bagagem genética da família. Você ficou com as sobras. Ali tem uma, vamos lá.
     Eles seguiram em direção a barraca circular de informações. A mesma já estava um pouco rodeada de pessoas, principalmente pais e mães procurando por seus filhos. A maioria destes, estavam em um toboágua próximo. Quando finalmente chegou a sua vez, ele pediu a localização de Rita e a atendente, após verificar o mapa, disse que ela estava em outro distrito do parque, e que sua localização exata só podia ser dada de lá.
     Enchendo-se de vontade, paciência e muita, mas muita energia, começaram a andar em na direção indicada. Apesar do caminho ser lindamente pavimentado com ladrilhos cinzas formando desenhos no piso branco, e de ter muitas flores nas beiradas, era uma caminhada dura, especialmente pela distância, coisa de seis quilômetros, e também por haver muitas colinas no parque. Mas ele não estava se incomodando com isso – ao contrário da irmã – estava era imaginando como seria, simulando mentalmente a conversa que iria ter em breve.
     Como seria? OI Rita, oi, tudo bem? Claro! Ótimo, meu lindo. Sabe, eu andei pensando no que você me disse ontem e...
     Era ai que as coisas se complicavam. Ele primeiro imaginava que ela iria chorar, depois imaginava que ela ficaria apenas triste, ou chateada, ou qualquer coisa parecida. Imaginava ela pedindo para ele tentar de novo, ou apenas fazerem uma pausa... imaginava a conversa várias vezes. Em uma ele ficava frio e impessoal, mostrando dureza, em outra ele ficava compreensivo, mas firme. Sempre firme, sempre conseguindo falar o que queria e como queria.
     Só que, na prática – e ele sabia muito bem – nada disso iria acontecer. Provavelmente ele iria ficar mudo, apenas ouvindo. Ficaria com pena dela e iria adiar o abandono por algum tempo. Não seria a primeira vez.
     Não seria a última.
     Seria apenas mais um fracasso a ser registrado em sua já respeitável lista de mal sucedidos quase namoros – alguns tinham sido mais ou menos – a serem lembrados e imolados pela sua irmã, sempre disposta e presente para lhe dizer que era um inútil em qualquer sentido que se der a esta palavra.
     - Ei! – chamou sua irmã o cutucando não muito educadamente com o dedo em seu ombro.
     - O que?
     - Ali! Onde está com a cabeça? Aquela ruiva lá na barraquinha... não é a Allete?
     Ele observou melhor onde ela estava apontando. Haviam umas doze barraquinhas ali, com um monte de pessoas em volta destas. Era difícil saber a qual delas ela estava se referindo. Mas até que não foi difícil achar o "cabelo de fogo" que tinha lhe chamado a atenção. Parecia ser ela mesmo.
     - Pode ser – disse distante – mas tem muitas ruivas por aqui.
     - Elas não estão na mesma sala? Pode ser que tinham vindo para cá juntas.
     - Será mesmo?
     - Ah meu Deus! Vamos lá perguntar, ou tem algo melhor para fazer?
     Ele ficou mudo, mais de vergonha do que pela forma como ela disse. Ele não estava com muita pressa de achar a Rita. Apesar de sua determinação inicial de resolver tudo de uma sé vez, o tempo que estava demorando para ficar frente a frente com ela, em conjunto com a presença incômoda da irmã, o estavam fazendo mudar de idéia.
     Controlando sua vergonha – e raiva – ele seguiu em direção a moça que se parecia com a Allete. Conforme ia chegando perto, mais e mais se parecia com ela, até que ele viu as duas tranças que ela costumava fazer em seus cabelos, e não teve dúvidas. Era ela realmente. Parou ao lado dela e, educadamente, aguardou o melhor momento para interpela-la, pois ela estava conversando com o dono da barraca.
     - ... mais oitenta coxinhas especiais a base de alho e vinte de salsinha, mais alguma coisa?
     - Aqueles pasteis de peixe com chadderary(*), vocês já decidiram por de vez como produto?
     (*)Um tipo de queijo delicioso a ser inventando no futuro
     - Ainda não – respondeu ela – mamãe está querendo exclusividade para o restaurante.
     - Isso não é justo – chorou ele – como é que nós ficamos? As pessoas adoraram aquilo, e sempre perguntam quando teremos mais.
     - Vou ver o que posso fazer – comentou ela sem jeito para tranqüiliza-lo – mas não posso fazer promessas. A Joynah é a única que sabe a receita daquilo. Bom, isso é tudo?
     - É... – ele parecia um pouco chateado por não conseguir aquilo – para o próximo fim de semana é só isso.
     - Perfeito. Pode pegar na terça-feira, lá em casa, como sempre. Mas venha antes das oito. Meus pais já disseram que não é para atender ninguém depois deste horário.
     - Tudo bem, até terça.
     Eles apertaram as mãos e ela confirmou o pedido dele em sua caderneta eletrônica. O homem dirigiu-se a ele, perguntando o que iria querer.
     - Nada não... eu quero falar com ela – indicou Allete.
     - Oi Tony! Tudo bem?
     Ela lhe deu um beijo na face, cumprimentando-o, e, logo em seguida, fez o mesmo com a sua irmã.
     - Estou sim. Mas... é impressão minha ou você estava vendendo alguma coisa para ele?
     - Você não sabia? Eu, a Marina e a Joynah temos esse negócio já faz seis meses. Fazemos salgadinhos para as barraquinhas do parque. Já temos mais de sessenta clientes.
     - Pensei que vocês só trabalhassem no restaurante de seus pais.
     - Não vamos fazer isso para sempre, né? Quando Joynah tirou a licença para trabalhar como autônoma, mamãe sugeriu que talvez fosse melhor que ela fosse fornecedora das barracas, ao invés de ser uma poderosa e até odiada concorrente. Começou a dar tão certo que ela nos convidou para entrar de sócias, pois já não estava mais dando conta de tantos pedidos. Já juntei dinheiro para comprar meu próprio girociclo. Pena que não tenho idade para dirigir ainda.
     - Então... vocês são as responsáveis desta nova onda de salgadinhos deliciosos que andaram aparecendo nos parques? - Perguntou Laura sorridente.
     - É isso ai. Descobriu o nosso segredo. A cada semana, aparecem mais pessoas querendo comprar nossos quitutes. O antigo quarto de hóspedes lá de casa agora é nossa fábrica. Temos uma cozinha completa lá. O problema é que temos de alugar o forno industrial do restaurante para pré cozinhar algumas massas. Mamãe é mercenária mesmo.
     - Vocês fornecem para mais de sessenta barracas? Os mesmos salgados?
     - Hum... não exatamente. Tony, desculpe, mas eu ainda preciso ver mais duas barracas.
     - Claro. Antes de ir, pode me dizer se viu a Rita?
     - Sim. Vou me encontrar com ela daqui a pouco. Se não se incomodarem de andar um pouquinho...
     - Considerando o que já andamos – disse Laura – por mim tudo bem.
     Foram com Allete em passos largos – ela puxou a mãe, pernas compridas e boa resistência física – pelos tortuosos caminhos do parque, em direção aos outros clientes que ela pretendia conversar.
     - Allete...
     - Sim?
     - O que você quis dizer com "não exatamente"? Vocês fazem salgadinhos diferenciados?
     - Fazemos sim. Cada barraquinha pode escolher até duas variedades de cada tipo de salgadinho, para evitar que os vizinhos tenham sempre e exatamente os mesmos produtos, o que deixaria os consumidores enjoados, mais cedo ou mais tarde. Contando com essas pequenas variações, temos quase cem produtos. Isto sem contar com aqueles muito especiais que mamãe tenta pegar exclusividade, como esses pasteis que Joynah inventou há duas semanas e distribuiu como brinde pelos clientes.
     - Tudo isso com... quantos anos? Quinze? – quis saber Laura.
     - Eu fiz quatorze, e Marina está com treze, apesar de ter a minha altura e ter jeito de quinze. Joynah vai fazer dezesseis daqui há duas semanas.
     - Estou com vinte anos e preciso trabalhar por um ano para comprar um girociclo. Três se quiser comprar um carro... Vocês vão ser milionárias quando chegarem na minha idade.
     - Estamos pensando em juntar para comprar um ponto comercial – vangloriou-se ela – meus pais já disseram que, em mais um ano, vão contratar alguém para administrar o restaurante e talvez tentar outro tipo de negócio. O que vai nos deixar livres para seguirmos nosso caminho.
     - Vocês vão sair do Tokio Café? – Tony ficou abismado – não vai ser a mesma coisa sem vocês...
     - Nada é eterno – disse ela simplesmente – com licença.
     Tinham chegado a outra barraquinha e Allete estava negociando novamente com o seu cliente. Tony e Laura esperaram pacientemente que eles terminassem a transação e seguiram adiante, ainda a acompanhando até a última barraca. Finalmente, estavam a caminho de se encontrar com Rita, embora, pessoalmente, ele começasse a ficar se ruminando sobre o porque dela ir falar com ela. Mas isso acabou ficando esclarecido, vinte minutos depois, quando Rita, em toda a sua glória de quatorze anos apareceu diante deles.
     - Boa tarde lindinho – disse ela – só um minuto que eu preciso falar com a Allete, está bem?
     - Está... – ele ficou um pouco curioso.
     - Bom Rita – disse Allete – aqui está. Todos os pedidos. Vamos precisar do material na segunda a tarde, tudo bem?
     - Vai estar lá – disse ela pegando a caderneta e a encaixando em seu pequeno cinto na cintura, que dava firmeza a saia que nada mais era que continuação de sua camiseta sem manga – como sempre.
     - Hã? – comentou Tony sem entender nada.
     - Rita é nossa funcionária – disse Allete sorrindo – ela junta todos os pedidos e não só verifica os insumos básicos necessários como os compra para a gente. Assim a gente fica toda a noite de segunda feira fazendo os salgadinhos, que é quando o restaurante não abre. Como eu folgo na terça, eu fico em casa para entregar os pedidos e receber o dinheiro... Bom, se divirtam que agora eu vou disputar uma corrida a nado com a Suzette. Tchau!
     - Juntou dinheiro para comprar um girociclo em seis meses... e trabalha praticamente apenas um dia por semana... – comentou Laura em voz baixa, de forma que apenas Tony ouviu – não acredito... e eu estou aqui perdendo tempo tentando pagar minha faculdade...
     Considerando que estavam em um mundo em que comida caseira era praticamente artigo de luxo – tudo ou já era comprado pronto ou então feito por robôs – sua irmã não podia realmente se queixar da diferença de salário. Tanto Tony quanto Laura observaram ela sair correndo em direção ao lago, e logo reconheceram algumas das meninas daquela turminha quase sempre unida, já vestindo roupas de banho, apenas aguardando que ela chegasse. Tony ainda teve tempo de ver ela se despindo – na verdade, apenas tirando a bermuda e o top – revelando o traje de banho que tinha por baixo. Com o calor que estava, ele provavelmente iria secar logo. Um pouco mais adiante, já no lago, eles viram a pequena princesa e suas protetoras, brincando na água.
     - Acho que vocês costumam vir muito a este parque – comentou Laura não disfarçando a inveja – queria que meus fins de semana pudessem ser assim.
     - E podem... – disse Rita sorridente – nada impede de você fazer o mesmo. Laura... se importa de eu pegar o Tony um pouquinho para uma conversa particular?
     - Claro que não – respondeu ela – alias, foi só para isso que ele veio.
     - Que bom – ela o pegou pelas mãos e o puxou com força – eu já o devolvo.
     - Não precisa ter pressa! – gritou ela para Rita que já o tinha puxado por cerca de quinze metros.
     - Rita... – murmurou ele
     - Shhh! Deixa eu falar. Pelo menos, enquanto tenho coragem. Tony, você é um doce de pessoa, fofo mesmo, mas... bom... eu... eu acho melhor nós pararmos por aqui. Você é muito maduro, maduro demais para mim, tenho que admitir, ou eu que sou ainda muito criança... não sei. Bom. É isso ai. Estou pegando meu cristal para brilhar em outro lugar. Desculpe.
     - Hum... tá bom.
     - Só isso?
     - Na verdade, eu queria te dizer coisa parecida.
     - Bom, já que tá tudo certo – ele lhe deu um beijinho na face – tchauzinho...
     Acompanhou ela com os olhos, correndo para junto de sua turma, na beira do lago. Segundos depois, sua irmã apareceu do seu lado.
     - Como foi?
     - Fácil – murmurou – fácil demais. Se eu soubesse que seria tão simples assim...
     - Então vamos embora.
     - Pode ir – ele lhe entregou o cartão do girociclo – eu vou mais tarde, de transporte público. Quero ficar por aqui mais um pouquinho.
     - Porque?
     - Bem... foi tão fácil que, subitamente, estou sem vontade de fazer algo. Acho que vou tirar um cochilo numa daquelas árvores.
     Laura deu de ombros e começou a dura caminhada de volta aonde tinham deixado o veículo. Tony deu mais uma olhada na turma se divertindo e seguiu lentamente para as árvores. Estava mesmo um dia quente, raro no Japão, mas muito comum em seu pais de origem, a América – no verão, lógico.
     Ele se sentou ao pé de uma árvore e encostou as costas no tronco desta, fechando os olhos e relaxando na sua sombra fresca. Era incrível como a sombra de uma árvore é sempre mais fresca que outras sombras, feitas por materiais não vivos. Seu professor de biologia havia explicado uma vez o porque daquilo. Algo a ver com a as folhas e seus estômatos.
     - Como era mesmo? – começou ele falando sozinho e em voz alta – Os estômatos se abrem, captam o gás carbônico, a planta o processa pela fotosintese nas folhas e expele o oxigênio e a água, dando esse ar mais refrescante aqui?
     - Não exatamente – ele ficou sobressaltado ao ouvir aquela voz feminina – as plantas usam o gás carbônico e a água como matéria prima para produzir o oxigênio e glicose, por meio da energia da luz. Em termos técnicos seriam O2 e CH2O. A glicose é usada como alimento e energia pela planta e o oxigênio é descartado, durante o dia ao menos. O ar fresco aqui de baixo é mais devido ao fato desta... bem, expulsão de oxigênio ser feita de forma constante, e, por ser mais frio que o ar ao redor, ele acaba descendo, como um tipo de ar condicionado.
     Durante àquela explicação acadêmica, ele olhou ao redor da árvore, tentando saber de onde estava vindo a voz, começou a engatinhar por ela e, diametralmente oposta a onde ele estava sentado, estava uma garota, jovem, de cabelos brancos gelo, sentada a base da mesma árvore que ele, com as mãos na nuca e de olhos fechados.
     - Acho que já te vi antes...
     Ela abriu os olhos e sorriu para ele – só agora notou que ela estava com um visor no olho direito, não era um visor escolar, mas algo claramente particular e bem avançado – mostrando seus lindos olhos que eram uma mistura estranha de azul celeste nas bordas e verde esmeralda mais ao centro, próximo das pupilas.
     - Claro que viu! Na escola, quando ia ver a Rita. Não sei se ela falou de mim. Meu nome é Anne, e o seu eu sei qual é. Tony. Está no último ano, não é?
     - É... – disse ele um pouco encabulado – estou. Acho que ela falou de você sim. Você está na classe da princesa, não é?
     - Exatamente! A primeira da turma, chamada de computador ambulante pelas amigas e de mulherenga pelas inimigas.
     - Mulherenga?
     - Vamos deixar isso para lá... se está atrás da Rita, ela está lá – apontou com o dedo – na borda do lago.
     - Não... – ele decidiu sentar-se, pois seus joelhos já estavam doendo – eu já falei com ela. A gente terminou.
     - Que pena... ou que bom para as outras meninas, incluindo ai eu mesma.
     - Como?
     - Brincadeira minha. Eu falo besteiras as vezes, pode se acostumar.
     - Aquilo que você disse da árvore não foi nenhuma besteira. Você é bem inteligente...
     - Está me passando uma cantada é?
     - Não... apenas fazendo um comentário.
     - Que pena...
     Tony a olhou um pouco confuso. Ela tinha voltado a fechar os olhos e a, aparentemente, voltar a cochilar um pouco. Estranhamente, ele começou a acha-la mais interessante.
     - Você... você vem sempre aqui?
     Alguns inícios de cantadas são eternos...


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