Seis meses passaram e advinha o que aconteceu? Eu voltei a morar sozinha no meu apartamento, na verdade eu só ia pra lá pra dormir e quando queria ficar sozinha, passava o dia todo praticamente na casa da Lia ou da Ju.

Os caras ainda não tinham sido presos a policia acha que eles fugiram,saíram da cidade ou até mesmo do pais, mais eles não iriam parar a procura, continuavam em busca, já sabiam o nome do loiro era Marcos Costas, ele já era procurado por seqüestros e estupro. Eu não gostava muito de falar nesse assunto, mais eu queria que eles pagassem pelo que me fizeram.

Sim, continuei trabalhando no hostel, mesmo depois do que aconteceu, o Michel concordou que os meus turnos fossem á tarde que tem bastante movimento na rua, eu geralmente ficava das 13hrs ás 16hrs ou das 16hrs ás 19hrs.

Hoje era sábado á noite, meu programa de hoje seria, TV, cama e chocolate. A Ju iria sair com a Lia e os seus namorados, e eu não iria pra ficar de vela né? Ah o Bruno também ia, mais com a Katherine, a nova namorada dele. Não ia muito com a cara dela, pra falar a verdade não ia muito com a cara de nenhuma piriguete que o Bruno ficava.

Meu celular tocou e era a Ju.

- Fala Juliana! – Disse tentando parecer animada.

- Como vão as coisas ai Fat? – Ela tava gritando, pôs onde eles estavam tava fazendo bastante barulho.

- Vão bem! – Gritei.

- O que você ta fazendo?! – Gritou mais alto.

- Vendo TV!

- Sozinha?!

- Não Juliana, com o papai Noel!

- Eu e a Lia podemos ir pra ai ficar contigo!

- Não precisa Ju, eu to bem! – Minha cabeça tava começando a doer por conta do barulho. – Tchau Ju, o barulho ai está muito alto, pra ficar no telefone contigo!

- Tchau Fat, Lia ta mandando beijo.

- Outro. Tchau! – Desliguei o celular e joguei no outro canto do sofá.

Assistir alguns filmes que tava passando na TV e depois adormeci no sofá mesmo.

Cedo da amanhã escutei varias batidas na porta. Acordei assustada:

- Abre a porta Fatinha, é a Ju e a Lia! – Elas gritavam juntas.

- Já vai! – levantei desnorteada procurando a chave enquanto elas batiam sem parar. – Já vai porra! Para de bater!! – Gritei e as escutei rindo. Abri a porta depois de 5 minutos, eu estava com os cabelos desarrumados e com o rosto todo amassado.

- Nossa Fatinha, como você acorda linda. – Lia disse entrando.

- Eu sei que sou diva de qual quer jeito amor. – rimos.

- A noite foi boa aqui em Fat. – Ju sentou no sofá olhando a bagunça que tava a sala.

- Pois é, eu e meu chocolate fizemos muitas coisas juntos.

- Não queríamos te deixar sozinha Fat, mas você não quis ir..

- Eu? Ir segurar vela? Me poupem né. – Sentei do lado delas. – Me contem tudo sobre ontem.

- Bom, o que você quer saber?

- Ah, vamos a melhor parte Ju. – Disse a Lia.

- Qual a melhor parte? – Perguntei.

- A Katherine deu crise de ciúmes quando o Bruno ‘acidentalmente’, chamou ela de Fatinha.

- O que?! – Gritei com cara de confusa.

- Isso mesmo flor. O meu maninho gato, chamou a namorada gata dele de Fatinha enquanto eles dançavam.

- Não to entendendo nada, por que ele chamou ela de Fatinha? – Tava super confusa.

- Por que talvez ele estive-se pensando em você enquanto dançava com ela.

- Não faça-me rir Ju. – Dei risada.

- Serio, ela fez um barraco. – Ju olhou pra Lia. – Vem Lia, vamos encenar pra Fatinha ter noção. – Eu ás olhava confusa. – Vem, eu sou o Bruno.

- Ta. – Lia gargalhou.

- Olha essa musica Fatinha. – Ju estava segurando na cintura da Lia fingindo estar dançando. – Ah Fat, a musica que tocava era aquela tua favorita ‘ironic’.

- Como assim Fatinha, Bruno? – Lia falou imitando a voz enjoada da Katherine.

- Eu não falei Fatinha, Katy. – Ju imitando a voz do Bruno.

- Claro que falou! – Lia empurrou a Ju. – Sai daqui Bruno, não quero mais dançar contigo. Vai procurar a Fatinha! – Lia riu e se sentou do meu lado.

- Katy, vem aqui, me desculpa. – Ju sentou do lado de Lia.

- Acabou? – Falei rindo.

- Uhum. – Ju disse. – Não sei o resto da conversa, eles foram conversa num canto da boate, só sei que depois de uns 20min a Katherine foi embora super brava e o Bruno passou o resto da festa emburrado.

- Nossa. – Eu disse. – Ainda não entendi por que ele chamou meu nome.

- Ta tão na cara Fat.

- Eu não to vendo nada. – Falei cínica.

- Bruno ta começando a se interessar por ti assim como você ta interessada nele. – Eu gargalhei quando a Lia falou.

- Eu não estou ‘interessada’ no Bruno, ta Lia? – Falei rindo um pouco nervosa.

- Ah Fat, claro que ta. – Ju falou. – Ta estampado na sua cara ‘ to a fim do Bruno’

- Claro que não, deixe de conversa boba! – Falei ainda rindo. – O que vocês vieram fazer aqui a essa hora da manhã? – Eram 10:30 da manhã.

- Viemos chamar você pra ir á praia. – Ju olhou pra mim que fiz que não com a cabeça. – Katherine não vai, e o Bruno vai.

- Eu não vou. – Disse simples me levantando.

- Claro que vai, oras.

E não foi que eles conseguiram me convencer? Acabei cedendo de tanto que elas me encheram o saco, fui junto com elas no carro do Bruno que estava um tanto emburrado. Chegamos á praia e elas me convenceram a entrar no mar.

- Vem Fat. – Ju entrando correndo na água.

- To indo. – Tirei o short e joguei pra trás, o short caiu em cima das pernas do Bruno.

- Pô Fatinha. – Olhei pra trás e ele tava colocando o short junto ás minhas coisas.

Caminhei até a água e fui me sentindo afundar, quando a água tava na linha da cintura eu parei.

- Vem aqui Fatinha. – A Lia tava me chamando.

- Não Lia, não gosto de ir muito pro fundo.

- Deixa de bobeira Fatinha, vem! – Ju veio perto de mim. – Se algo acontecer, tem 3 príncipes na areia pra te salvar.

- Foi assim que meu pai morreu, me salvando. – Falei num to baixo, mais alto o suficiente pra ela ouvir.

- Tudo bem Fatinha, não vou insistir. – O Gil e o Dinho entraram na água correndo e me puxaram pro fundo.

- Vem Fatinha. – Dinho me segurou pela barriga e foi me empurrando, eu comecei a me desesperar.

- Me solta Dinho, me solta! – Empurrei ele e sai da água super brava.

- Pô Dinho, a Fatinha tem trauma, esqueceu? – Ouvi a Lia falando.

Me sentei do lado do Bruno com os olhos cheios de lagrimas.

- Não liga pro Dinho, ele tem essas brincadeiras.

- Muito idiotas. – Passei a mão no rosto, minhas lembranças de um quase afogamento voltaram.