– Eu não acho que deveria voltar.

Edward estava no carro segurando firme o volante e eu sorrindo querendo gargalhar de suas preocupações infundadas.

– Eu vou ficar bem. George está comigo e ... como é o nome do outro segurança?

– Bill Carter. – ele respondeu sem tirar os olhos da entrada do hospital.

– Isso foi um exagero Edward Cullen!

– De maneira nenhuma.

– Até onde eu sei nós dois estamos correndo perigo. – falei séria, mas ele ficava olhando irritado para o hospital.

– Eu tenho meus dois seguranças Bella, os seus são mais visíveis. A empresa que Emmett indicou é muito competente e eu confio minha vida nas indicações dele. George lidera tudo o que torna tudo ainda mais seguro.

– Eu preciso entrar. – peguei minha maleta no banco de trás junto com meu jaleco.

– Você acha isso prudente?

– Eu não estou com uma gravidez de risco, não tenho sangramentos ou cólicas, o hospital tem um regime de carga horária reduzida e plantões diurnos para grávidas. Eu entro agora e saio as cinco da tarde como o diretor do hospital já explicou isso duas vezes para você Edward Cullen eu não posso e nem vou ficar em casa quando estudei cinco anos para estar aqui.

O meu tom sério e revoltado o abalou.

– Eu não quero que aconteça nada.

– Eu sei disso. - Passei a mão pelo seu rosto tentando tranquilizar. – Estamos bem.

– Não suma no hospital e use o relógio que George te deu.

– Tudo bem, tenha um bom dia e mande um beijo para Emmett, agradeça a ele por mim.

Saí do carro depois de um longo beijo que retirou todo o gloss que tinha colocado. Eu entrei sorrindo e vendo meus seguranças se posicionarem junto comigo, atrás, mas não do meu lado. Enquanto eu me preparava para um meio plantão eu repensava nos últimos dias em que voltei. É claro que passamos todo aquele dia deitamos na cama saciando nossos desejos e vontades, tomamos café na cama enquanto Edward falava com minha barriga. Eu vivia algo mágico quando ele se inclinava e falava durante minutos com a barriga como se o bebê estivesse em seus braços. Esme tinha ficado maravilhada com a notícia e deu um jantar com todos presentes para comemoração. Eu revi Alice e ela finalmente conheceu Rose, nosso trio saiu no dia seguinte para compras de emergência segundo Rose e acho que o trio – Jasper, Emmett e Edward – também se divertiu com um jogo que Emmett tinha gravado.

– Pensei que nunca mais a veria. – Victória sorriu quando eu saí do vestuário.

– Eu precisava rever algumas coisas na vida pessoal.

– Eu sei, o diretor me ligou e disse que seu marido pediu que eu tomasse conta de você. O que ele acredita? Grávidas não podem atender?

Ela e eu rimos indo em direção a emergência, eu realmente não fui privada de fazer nada, mas eu tinha que usar máscara em caso de pacientes com gripes, eu lavei minhas mãos com mais cuidado e uma enfermeira sempre me lembrava de passar álcool nas mãos. Eram cuidados simples, o plantão correu bem com só um acidente que só resultou em um deslocamento que levou o motorista a procedimentos simples. Eu sentia falta da sala de cirurgia, da tensão do traumatologia, mas ao mesmo tempo eu ficava feliz de nada grave ter acontecido com ninguém.

As cinco em ponto quando olhei meu celular Edward estava me mandando mensagens, perguntando se eu comi, como foi o plantão e assim que saí o vi parado conversando com George e Bill.

– Boa tarde senhores.

Edward virou imediatamente e percebi o alívio e seus olhos. Como Victória mesmo tinha dito no almoço sem saber de muita coisa, demoraria para ele se acostumar que eu não sou uma boneca de porcelana e que eu não ficaria em casa tomando conta da paisagem. É claro que isso era a mais pura verdade.

– Oi meu amor, vamos? Quer comer alguma coisa?

– Hum... eu gostaria muito de uma pizza com coca-cola o que acha?

– Tem uma ótima pizzaria a caminho de casa. Vamos?

Eu só percebi como estava com fome quando comecei a comer, eu comi metade deixando Edward satisfeito com cada pedaço que entrava. Eu revisei alguns números sobre colesterol na gravidez ou até mesmo pressão alta causada por má alimentação. Tudo isso foi para o espaço quando Edward colocou um pouco mais de um molho feito pelo restaurante e eu comi com gosto. Sue é claro quando chegamos pediu um relatório completo do nosso dia, Edward tinha voltado para a empresa com Emmett e a venda da sua parte na empresa de Carlisle foi notícia na Wall Street e eles passaram o dia contendo algumas especulações. Mesmo assim o preço das ações caíram consideravelmente.

Essa notícia me deixou inquieta. Carlisle estava agora um pouco mais chateado do que antes e se tudo isso não bastasse ele poderia saber da minha gravidez a qualquer momento. Eu ficava imaginando ele entrando armado em minha casa e apontando uma arma para mim, eu fiquei imaginando ele tentando matar Edward e isso eu não poderia permitir jamais. Eu sabia que Esme estava com o marido perto daqui, Sue comentou que eles tinham comprado uma casa no bairro e eu temia até mesmo por ele. No dia em passamos juntos ele contou o que Esme passou por Edward e ver ele chorar por saber que a mãe biológica e mãe adotiva dele passaram para dar a ele alguma chance foi pesado demais. Deus o que fazia Carlisle nesse momento a não ser planejar algo?

– O que faz acordada? – Edward perguntou quando me viu em pé na janela de nosso quarto.

– Eu não estou...

– Vamos agora para o hospital. – ele se levantou e eu me assustei com a rapidez. A cada frase que eu começava e ele terminava com a dele.

– Não se preocupe, o bebê vai ficar bem.

– Edward eu estou realmente bem. – avisei, mas ele apenas me ignorou e eu pensei que se ele visse que eu estava bem não ficaria tão tenso.

Ruim foi ver ele acordar a todos como seu eu realmente estivesse sentindo alguma coisa e tirar o carro como seu eu fosse ter um filho.

– Eu não acho isso necessário. – comentei com Sue enquanto ele tirava o carro. Ela apenas sorriu e segurou na minha mão.

– Sabe, eu o vi fazer isso diversas vezes com Kate. E se posso falar, ele voltava mais calmo e muito envergonhado porque acordou o médico a toa.

Nós rimos disso e eu pediria para o médico dar uma bronca nele só para garantir que ele não faria isso de novo. Quando chegamos no hospital eu vi o plantonista me sorrir e ir em nossa direção.

– O que temos aqui? Venho trabalhar Isa?

– Ela está passando mal. – Edward apressou em dizer e então eu vi o rosto de Garret tomar uma nova cor.

– O que você tem? – ele pediu a um enfermeiro preparar o quarto dois antes mesmo de eu responder. Edward como um bom desesperado me acompanhou rapidamente.

– Eu estou bem. – avise quando ele pegou o aparelho de pressão e me fez sentar.

– Sabe que qualquer coisa em uma gravidez é algo não é Isabella?

Edward parecia agora muito satisfeito com o típico exagero de Garret.

– Não estou sentindo nada, só tive insônia.

Mesmo assim ele mediu minha pressão, verificou os batimentos cardíacos do bebê com um simples aparelho e só não fez uma ultra porque o chamaram na recepção.

– Eu estou bem viu? – Edward estava mais aliviado e muito feliz porque o coração do bebê foi ouvido por todos nós graças a uma cortesia de Garret para um pai protetor e exagerado chamado Edward Cullen.

– Desculpa te trazer no meio da noite.

Eu o abracei e senti seu cheiro maravilhoso me acalmando.

– Está tudo bem, 30% das mulheres grávidas sofrem de insônia em algum período da gravidez. Isso é comum em mulheres com a minha profissão também devo dizer. Aumenta essa porcentagem em 20%.

– Adoro quando fala como médica.

– Eu adoro quando é um pai exagerado.

Nos beijamos até sermos interrompidos por uma enfermeira sorridente.

– Garret não vai voltar, estamos esperando dois pacientes.

– O que aconteceu?

– Acidente, mas a polícia acha que é uma invasão seguida de roubo e tentativa de homicídio.

– Como assim acidente que vira algo tão ruim?

– Fomos avisados que era acidente, mas a Laura enfermeira chefe conhece um dos policiais e ele disse que aquilo está longe de ser um acidente.

Nessa hora o celular de Edward tocou e ele atendeu. Eu pensei que fosse Sue ou até mesmo Esme, mas quando eu ouvi falar com Emmett seu rosto estava pálido.

–... mas... o que aconteceu? – ele perguntou tentando se afastar de mim, mas eu já tinha ouvido ele citar o nome de Jasper e isso me despertou. – Não é possível...

– Edward o que está acontecendo?

A porta abriu com Garret chamando a enfermeira e eu então saí com ele.

– Quer ajuda?

– Sim, só estou com meus estagiários. A outra médica passou mal.

Eu voltei na sala vendo Edward segurando o telefone meio perdido.

– Edward o que aconteceu? Preciso ir, Garret está sozinho.

– Não! – ele gritou e eu me assustei.

– O que está acontecendo?

– É Alice. Foi no apartamento deles. Jasper e ela estão vindo.

O mundo parou por dois segundo. Dois longos segundos até meu cérebro processar a informação.

– Isabella! Venha!

Eu então corri para a entrada do hospital. Uma enfermeira colocou em mim as roupas enquanto ambulância parava e os paramédicos imediatamente saíam. Alice foi a primeira.

– Dois tiros no peito. Parada respiratória no meio do caminho...

Garret assumiu quando viu que eu não conseguia andar vendo Alice de camisola cheia de sangue e entubada. A outra ambulância parou e Jasper saiu na maca. Ele estava apenas com um respirador, tinha sangue e os paramédicos começaram a falar eu andei junto com eles até a sala cinco.

– Um tiro, tórax...

– Vamos abrir ele agora. – mandei e todos começaram a se mover.

– Raio-x, hemograma, uma bolsa de sangue e adrenalina.

Eu precisava não pensar que era minha melhor amiga e meu amigo na sala. Eu precisava ser tudo que aquilo que eles precisavam. Eu podia ver Garret trabalhando em Alice, as gazes cheias de sangue no chão e as enfermeiras correndo de um lado para o outro. A porta de comunicação se abriu e eu vi uma enfermeira retirar as luvas e jogar no lixo.

– Doutora Isabella, Garret quer sua ajuda.

– Fala! – gritei e ele virou.

– Não consigo parar a hemorragia. Precisamos trocar, você é boa!

Tirei as luvas correndo e joguei fora todo meu avental e duas enfermeiras nos ajudaram a colocar os novos. Eu entrei e não olhei para o rosto de Alice, só para onde a enfermeira estava fazendo uma sucção. Trabalhei duas horas em Alice até conseguir estabilizar ela. Eu quase a perdi duas vezes e eu jurei a mim mesma que mataria Carlisle com minhas próprias mãos assim que tirasse Alice dessa situação.

– Vamos colocar ela na UTI. Ela está com coma induzidor e só depois de 48horas vamos ver como ela vai reagir sim?

– Já ligamos para eles, estão nos esperando. – a enfermeira nos disse e eu olhei para Garret que já fechava Jasper. Olhei para as duas balas que ele tirou de Alice antes de entregar ao policial que esperava na porta. – Posso entregar para a perícia doutora Cullen?

– Claro que sim.

Tirei tudo novamente e fui até Garret. Jasper não tinha tantos riscos como Alice.

– Como ele está?

– Vai sobreviver. A bala passou de raspão em áreas perigosas, mas não foi nada comprado a outra paciente. Soube que colocou ela em coma induzido.

– 48 horas. O suficiente para o organismo se recuperar dos primeiros traumas. E ele?

– Foi apenas colocar ele em um medicamento que o fará dormir. Eles não precisam disso agora não é mesmo? Ver a realidade. Vou falar com a família, quer ir?

– Garret, Alice e Jasper são meus melhores amigos.

– Deus! Você não deveria estar aqui! – eu sabia que ele falaria isso. – Por isso não conseguiu fazer nada quando ela saiu da ambulância. Nunca a vi hesitar nem ao menos uma vez antes.

– Eu aviso.

– Sabe que terei que te afastar do caso não?

– Eu sei disso.

Enquanto eu andava para a sala de espera eu sentia o peso de todos os acontecimentos. Eu entrei vendo a sala cheia. Esme, Sue, Rose e Emmett junto com Edward que levantou assim que me viu,

– O que aconteceu? Pelo amor de Deus Bella.

– Eles estão em observação. Alice levou dois tiros, está estável, mas as próximas 48 horas serão cruciais. Jasper só está sedado para se recuperar da cirurgia de emergência, não atingiu nenhum órgão vital.

– Deus menina como você está? Foi você que atendeu Jasper?

Sue me abraçou e de repente eu senti os braços de Edward em mim e a escuridão.