Because...I Need You escrita por Sofia Lyra, Hunter Stars


Capítulo 3
Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente! Primeiramente gostaria de agradecer a todas as leitoras -e leitores- que mandaram mensagens pedindo que continuasse a fic, realmente vocês me surpreenderam.Obrigada de coração. Gostaria de esclarecer que esta é uma fic conjunta que escrevo com a Hunter Star, mas devido a vários conflitos de horário, não conseguimos nos comunicar, nós moramos em estados diferentes e por isso nosso contato é limitado. Este capitulo eu escrevi a algum tempo e enviei a Hunter para que ela fizesse as modificações que ela desejasse,como não recebi resposta e os pedidos para que continuasse a fic aumentaram, resolvi postar assim mesmo. Peço que me desculpem pelo erros ortográficos ou qualquer coisa que lhes desagradem, lembrem-se que criticas sempre são construtivas. O começo do capitulo ficou meio dramático mas logo parti para o dialogo entre nossos loiros, sempre amei escrever os diálogos entre eles, o texto parece surgir sozinho quando imagino os dois a sós. Bom chega de conversa pq está na hora de revelar algumas coisas.



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Escuridão. A simples e solitária escuridão , nada a frente para se seguir ou para trás a se recorrer. Apenas o vazio da escuridão. Nunca hesitei perante ela em minha vida, era simples e fácil me adaptar á ela, era acolhido como se fossemos velhos companheiros , e de fato, éramos.

Mas isso mudou. No momento que a vi partir. No momento em que percebi que não haveria ninguém quando eu saísse da escuridão, que nunca mais existiria alguém.

A escuridão ainda não me assusta, diferente de sua leal companheira, a solidão. É engraçado como nunca ligamos para ela quando não sabemos o que é ter alguém ao seu lado, quando si mesmo é a única pessoa que importa... Porém depois de termos uma pessoa para quem voltar, alguém a quem amamos, nunca voltamos a vê-la da mesma forma. O silencio antes acolhedor, se torna inóspito e incomodo, o vazio se torna cada vez mais gélido, como se nada pudesse nos aquecer novamente.

Em meu pesadelos, não fujo de animais, ou de seres malignos como a maioria das pessoas, não tenho medo de matar ou morrer, não, não...em meus sonhos não há nada...precisamente nada, apenas eu e o vazio. E isso me assusta.

Acordei ofegante, suor escorria pela minha face, e meu coração doia a cada batida acelerada. Outro dia, outro pesadelo, respirei fundo e olhei para o relógio, neste exato momento completam-se 10 anos, 11 meses, 07 dias, 4 horas e 42 minutos que ela partira. Poderia contar os segundos também se não tivesse ficado atordoado demais no momento para cronometrar.

Clary me abandonou em meio a uma guerra. Sebastian e seus aliados formaram um exercito com nefilins das trevas, e iam se fortalecendo a cada dia, a batalha final estava cada vez mais próxima. Todos os dias eu tinha que lidar com planos, estratégias, ferimentos,mortes, olhar nos olhos das pessoas e lhe dar esperanças quando eu mesmo já não as tinha e dar fé a pessoas que possivelmente não viveriam mais um dia. O cenário era terrível mas ainda sim estável, ambos os lados sabiam do potencial do adversário, porém nada faziam. Sebastian podia dizer onde eu estaria a cada minuto do dia e ainda assim, nada fazia, esperava silenciosamente um golpe final. E isto era alarmante. Passei a dedicar meus dias a observa=lo com cautela, tentando descobrir seu plano antes que ele o executasse, tentando prever seus passos, esperando um ataque a cada passo dado por ele. Talvez por isso tenha me surpreendido tanto quando o golpe veio de meu próprio lado, de minha própria casa.

Lembro-me perfeitamente dos acontecimentos daquele dia. Tudo estava particularmente calmo, o que aumentava ainda mais meu receio quanto ao perigo eminente. Voltei para o instituto por volta das 9 horas, ainda era cedo comparado ao horário que normalmente chegava, mas não havia nada a se fazer no QG montado na cidade dos ossos. Não havia ninguém no instituto no momento, todos haviam ido a Idris em busca de armamentos e recrutamento, voltariam no dia seguinte, apenas Clary e eu ficamos para cuidar de tudo. Tudo estava silencioso demais, logo pensei que Clary estaria dormindo. Lentamente me dirigi ao nosso quarto que parecia cada vez mais distante.

Ao adentrar o quarto não a encontrei deitada como previ, e nem em lugar algum, a cama estava impecavelmente arrumada como sempre estivera, e nada parecia estar fora do lugar, a não ser pela porta do guarda-roupa que estava aberta deixando a mostra varias prateleiras vazias. Subitamente um arrepio percorreu minha espinha a medida que compreendia. Analisei o lugar mais uma vez, agora em busca de sinais de luta, pistas sobre o ocorrido, mas novamente não encontrei nada, já ia sair do quarto para vasculhar o resto do instituto quando um brilho prateado chamou sua atenção. No criado mudo ao lado da cama jazia sua corrente com o anel Morgenstern e uma carta endereçada com meu nome.

Nunca soube o que estava escrito naquela carta. Não consegui abri-la.

Ao amanhecer ainda estava estático, olhando para o vazio enquanto segurava a carta. Isabelle teve que me chamar por horas para que eu finalmente pudesse vê-la. Ela me contou que havia recebido um recado de Clary, dizendo que era melhor ir para casa mais cedo, pois eu necessitara dela, mas ela estava enganada, porque a única pessoa que eu necessitava nunca apareceu.

Baguncei meus cabelos e respirei fundo, era sempre assim, toda noite acordava no mesmo horário, com o mesmo pesadelo, sentindo falta da mesma pessoa. No começo todos ficaram preocupados com minha nova condição, olheiras profundas, olhar cético- ainda mais- e sem vida, mas com o tempo se deram conta que não era apenas uma fase, que não era passageiro. Atualmente poucos sabem como eu era, a maioria pensa ser uma lenda, um fato impossível que eu possa sorrir verdadeiramente, sem sarcasmo ou ironia.

Sabendo que não ia conseguir mais dormir, levantei-me e fui até a cozinha começar logo meu dia.

– Sabe, acho que na sua idade dormir é realmente importante velhote. - uma voz me pegou desprevenido enquanto cruzava a sala.

– E na sua idade é importante para o crescimento pirralho. - respondi virando-me para encará-lo.

– Tóuche!-ele respondeu dando um meio sorriso.

– O que faz andando pelo instituto?-perguntei duvidoso. Confiança não era uma coisa que distribuía com freqüência.

–O que? Não posso passear por aqui? Pelo que eu saiba esse lugar pertence a todos os caçadores de sombras. - ele revidou.

– E pertence. Mas você ainda não é um caçador maior de idade, isso se for um caçador. – lhe respondi enquanto ia até ele. Embora a provocação tenha sido clara, ele não pareceu se importar, apenas ergueu a camisa mostrando varias marcas permanentes em seu corpo.

– Você é muito jovem para ter estas marcas. – respondi surpreso, muitas daquelas marcas só eram feitas após os 15 anos.

– Mamãe não queria que eu crescesse nesse mundo, mas ela nunca me escondeu o que eu era, e de onde eu vim. Ela me deu a escolha do meu destino, e eu não hesitei em segui-lo. Embora não concordasse com minha escolha, ela me treinou e ensinou tudo que sei, ela fez minhas primeiras marcas, poderosas marcas, porém nunca permitiu que eu as fizesse sozinho. Não que isso tenha me impedido. – ele contou dando de ombros. Seu olhar estava distante e perdido, longe o suficiente para não se importar em dar explicações.

– Não devia ter feito isso. É perigoso. - me surpreendi com o tom calmo de mina voz- Mas eu teria feito a mesma coisa.

–Era isso que mamãe dizia. - ele deu um sorriso amargo. Amargo demais para uma criança.

– O que ...- comecei mas logo fui interrompido pelo garoto.

– E você? O que faz acordado a esta hora ?- ele perguntou mudando de assunto. Embora soubesse que era apenas uma tática para não responder minha questão, resolvi lhe responder, senti algo me pedia para falar.

– Pesadelo. Sempre o mesmo pesadelo. - respondi ainda o encarando. Há algo nele que me intriga, algo familiar, tão familiar... Porém não conseguia descobrir o que era.

–Entendo. – ele respondeu, por um breve segundo pensei que ele realmente entendia, mas logo dispensei esta idéia. – Com sua esposa?

–Como sabe?- perguntei surpreso e desconfiado.

– Não sei. - deu de ombros- Apenas uma suposição. Você não tem companheira, porém possui a runa do matrimonio, então o mais lógico é que a tenha perdido. Pelo visto acertei. Ela morreu?

–Não. – respondi não querendo continuar o assunto, embora meu instinto dissesse que ele sabe muito mais do aparenta. Ele compreendeu e não fez mais perguntas. Passaram-se alguns minutos de silencio, quando já estava começando a ficar incomodo decidi quebrá-lo.

–E você? Não acho que curiosidade pela arquitetura nefilim tenha-o tirado da cama.- perguntei.

– Pesadelos. -ele respondeu com um suspiro irritado.

– Não consegue dormir sem a mamãe? – tentei descontrair o ambiente.

– Não , não pelo menos não sem saber se ela esta bem.- ele respondeu adquirindo um tom sério a voz.

– Você a ama muito não é?- perguntei mesmo já sabendo a resposta.

– Ela é tudo que tenho. – ele disse. A intensidade em sua voz não deixava espaço para duvidas.

–Então você não deveria deixá-la.- eu disse tentando falhamente consolá-lo, era obvio que ele se preocupava com ela.

–Estou aqui para salva-la , e só descansarei quando o fizer. – ele respondeu e se levantou. – agora que tal treinarmos? Será que ainda consegue empunhar uma lâmina serafim velhote ?

–Não brinque com fogo pirralho. – eu disse enquanto me encaminhava para a sala de treinamento. A noite seria interessante.


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Notas finais do capítulo

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