Silêncio Vermelho escrita por Ella NH


Capítulo 7
Capítulo 6: O vermelho da proteção


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal,
Sei que estou a tempos sem postar, mas eu não abandonei a fic, ao contrário, eu finalmente consegui terminar o capítulo! Tive algumas dificuldades nos últimos tempos, mas o afinal o que é a vida se não tivermos algum problema pra resolver? Rsrsrsrsrsrs
Bom... Aproveitem e saibam que no próximo, o grande segredo da fic será revelado!
Beijão e até mais!!!



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Meu marido chorou por nós por muito tempo e eu vi cada lágrima que ele derramou ao sentir nossa suposta e trágica morte. O que eu mais queria era dizer para a razão da minha existência que eu e nosso filho estávamos vivos e bem.

Eu não podia fazer isso.

Eu sabia que se eu fizesse isso, nós provavelmente não conseguiríamos nos salvar numa próxima e inevitável vez.

Ainda não compreendia o motivo na qual eu devia ser posta para fora do caminho. Não entendi que risco eu e meu filho podíamos oferecer, mas eu possuía certeza de que alguém queria me matar. Queria nos matar.

Por isso, Vossa majestade, eu escolhi ficar no silêncio. Decidi proteger meu filho e meu marido e cavar todo o sigilo que cobria seu nefasto passado. Agora era uma questão de vida ou morte e nada me impediria de proteger aqueles que eu amava.

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Dor... Era a única coisa que a pequena mulher de cabelos de noite e olhos de luar sentia naquele momento. Um manto de escuridão cobria seus olhos e se dissipava vagarosamente. Um barulho irritante se erguia com o tempo cada vez mais alto, mas a dor era grande demais para que seu cérebro prestasse a atenção no barulho. Todo o pequeno e delicado corpo protestava, porém com o tempo seu cérebro foi retornando duas lembranças:

Seu bebê!!!!!

Hinata abriu os olhos num rompante e com o pouco que seu corpo permitia que ela se movesse, procurou por seu filho. Ele chorava incessantemente, mas estava vivo.

A segunda coisa que seu cérebro processou era o brilho do fogo que se aproximava perigosamente do seu bebê. Desesperada tentou se mexer, mas estava machucada demais, e suas mãos ainda estavam amarradas pela corda grossa. Seus olhos se enxiam de água enquanto o desespero aumentava. Puxava sua mão das cordas sem se preocupar com a dor, se arrastava pelo cômodo mesmo sob protestos de seu corpo. Tudo que importava era seu filho.

Sentiu uma dor excruciante na mão esquerda a ponto de não conseguir mexe-la, mas em compensação conseguiu livrar as mãos. A corda foi ficando para traz enquanto a mulher arrastava seu corpo em direção da criança que chorava. O rastro de sangue se ligava ao rastro anterior já seco.

As labaredas já consumiram metade da casa, mais da metade do cômodo já fora consumido pelo fogo, esse se aproximava mais e mais a cada minuto do bebê e num esforço descomunal a senhora Uzumaki o tirou do berço. O bebê se calou ao sentir sobre si os braços aconchegantes da mãe. Andando com passos sôfregos segurando Hikaru precariamente com uma única mão, a direita, e arrastando o ombro esquerdo pela parede chegou próximo a janela. Olhando para o outro lado se jogou tendo todo o cuidado de proteger seu filho do impacto. Foi rápido. A janela mesmo pequena, não ficava tão distante do chão.

Mais uma vez uma onda de dor a dominou, mas ela já não podia desistir, continuou se arrastando até adentrar a mata fechada e ser protegida pelo véu das árvores. Ninguém lá poderia vê-la. Seu filho já não mais chorava e ela permitiu-se descansar.

Ao longe a casa dos Uzumakis queimava insistentemente. O fogo lambendo tudo que tocava até que nada havia sobrado sem serem as cinzas e as lembranças da casa que um dia fora o lar da família tão feliz.

No meio da fumaça e do fogo que padecia, luzes de tochas se aproximavam da casa destruída. O horror, a dor, o choque e a tristeza se misturavam nas expressões das pessoas que encaravam incrédulas o antigo lar, que agora sucumbia as chamas levando consigo tudo que havia lá dentro.

O próprio céu se fechou e pequenas gotas de água que despencavam do céu apagava os últimos resquícios do fogo. Era como se ele chorasse lamentando as vidas perdidas, uns pela morte, e outras condenadas ao silêncio.

Silêncio.

Silêncio...

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A morena totalmente consumida pela dor e pela fraqueza despertou ouvindo um baixo resmungo. Era o seu bebê que acordava. Mesmo com a mente em torpor se preocupou em fazer uma rápida inspeção em seu próprio corpo. O vestido estava destruído. Sujo, rasgado, ensanguentado. Seu sangue já seco grudava em sua pele e na pele de seu filho. Num instante ela entrou em desespero. Seu filho estaria machucado?

Um suspiro de alívio escapou ao constatar que o sangue pertencia a ela mesma. Sabia que havia perdido muito sangue e por isso sentia a moleza em seu corpo e a dificuldade em se manter consciente, mas também sabia que a preocupação e o senso de proteção ao seu filho eram as únicas coisas que a faziam permanecer viva e consciente. Sabia que precisava levantar, mas lembrava-se dos ferimentos na parte interna do joelho. Sentiu que a mão esquerda estava quebrada, um corte profundo na caixa torácica esquerda, mas que por estar conseguindo respirar e estar viva, não deveria ter acertado nenhum órgão importante, sentia grande parte de seu corpo dolorido, sua pele também estava bastante escoriada por se arrastar tanto no chão de sua casa quanto da vegetação que erguia do lado de fora da mesma. Sabia que estava longe de sua casa e sabia ainda mais que não poderia voltar tão cedo. Pelo seu filho. Havia conseguido escapar dessa vez, mas conseguiria novamente?

A mulher lutava para se manter consciente, e com uma força descomunal que nem mesmo ela sabia de onde tirara, se levantou. Segurava seu filho com o braço esquerdo duramente em seu peito, enquanto que usava a direita para lhe ajudar a se locomover. Passos sôfregos eram dados um a um. Olhando para trás sorriu aliviada por não ter deixado um rastro de sangue. Esse poderia denunciar sua localização, o sangue seco que grudava na pele poderia ser inconveniente, mas garantia que o rastro que o fresco faria não acontecesse.

Olhando pra frente se pôs a caminhar. Ignorava a dor, a fraqueza, os ferimentos que voltavam a se abrir. Tudo. Sua mente só se preocupava com o pequeno bebê em seus braços.

Ela andara pelo que se pareceu quilômetros, passaram-se o que se pareceram horas. O desespero, o medo, a dor, consumiam a alma da mulher. Até que alcançou um pequeno casebre no meio da floresta. Ele estava em péssimas condições. Suas portas estavam quebradas, ervas se erguiam nas paredes, as janelas abertas não possuíam proteção, muitos lugares estavam quebrados, mas nesse momento, a pequena casa parecia o mais luxuoso castelo. Ela andou ainda mancando, sentindo a dor preenchendo-a a cada movimento, mas entrou mesmo assim. Não havia móveis na casa, e os poucos objetos se encontravam quebrados com alguns lençóis embolados e sujos no chão num espaço mais distante de si. Era óbvio que a pequena casa estava abandonada.

Não se importando, Hinata entrou e se sentou no chão frio e imundo. Precisava dormir para recuperar as forças. Quando acordou, o pequeno bebê estava chorando. O amamentou rapidamente e tratou de começar a limpar suas feridas. A chuva que parara durante a manhã, voltava a cair torrencialmente, mas agora Hikaru estava protegido. Usando a água da chuva, Hinata lavou-se a si mesma, as suas vestes e suas feridas. Quando se deu por satisfeita, foi até a relva que circundava a casa e pegou algumas gramíneas que se erguiam do chão. Juntou uma grande quantidade e pegou um galho maior de uma árvore. Com um cadarço do espartilho apertado que ainda usava, amarrou as gramíneas no galho formando uma vassoura.

Entrou em sua nova casa e encontrou seu filho ainda dormindo perto do que deveria ser uma lareira. Mesmo com os ferimentos ainda abertos e sem cuidar, ela limpou o que deveria ser uma sala. Com os objetos no chão, juntou uma boa quantidade formando uma lareira e com dificuldade conseguiu acendê-la. Colocou seu filho próximo ao calor e aí sim, começou a cuidar de si mesma. Arrancou um pedaço da roupa e envolveu nos corte mais profundos e com um pedaço de maneira envolveu a mão quebrada numa espécie de tala improvisada. Os lençóis sujos no chão, ela levou de volta a chuva e lavou-os da melhor forma que pode e com um deles se pôs a limpar a lareira e o lugar onde seu frágil bebê se encontrava. Depois de tudo limpo, ela se sentou próxima a fogueira para secar seu próprio corpo e ser aquecida naquela noite fria.

No dia seguinte, a dor parecia piorar. Ela pegou, com a mão quebrada, o filho pequeno e saiu pra olhar o seu redor, pegar lenha e qualquer coisa que pudesse encontrar para lhe ser útil. Encontrou ervas medicinais e várias toras podres e úmidas — Depois de secas, seriam ótimas para se tornar lenha e aquecê-los durante a noite—e algumas frutas que saciariam a fome imensa que ela sentia. Levou tudo para seu mais recente abrigo. Sentou-se cansada. A recente perda de sangue ainda era notável.

Depois de recuperar as forças, ela voltou a pegar o filho e andou em direção ao seu antigo lar. A casa de Lady Tsunade.

Hinata pode observar a movimentação que toda propriedade exalava. Aproximou-se sorrateiramente da casa e, sem ser percebida, se pôs na janela e observou a sala. Pode ver a baronesa, LadyTsunade chorando e sendo acompanhada e acalentada por Lady Shizune. Logo seu amado senhor Naruto entrou na sala intempestivo, sua expressão trazia apreensão preocupação e dúvida. Eram diversas as emoções que se passavam em seu rosto e principalmente em seus olhos de um azul vívido, sua armadura brilhava e podia-se ver que, para a menina Hinata, seu amado estava mais lindo do que nunca.

Logo lágrimas nasceram nos olhos da senhora Uzumaki. A saudade de seu amado marido era intensa. Como queria entrar correndo lá e abraçá-lo, beijá-lo e pedir que lhe protegesse. Como queria correr até ele e deixar que ele curasse sua dor, que pegasse o bebê que a qualquer momento começaria a chorar em seus braços e o acalentasse mostrando que seu pai estava ali... Mas ela não podia. As lágrimas escorriam pelo rosto pálido e sem vida, levando os últimos resquícios resquício de vida que ela ainda tinha.

Mas...

Ela prefira sentir mil vezes aquela dor do desemparo se pudesse trocar pela dor que a envolvera no instante seguinte. Em toda a sua vida, a jovem senhora, nunca sentiu tanta dor. Ela nunca se odiou tanto, nunca sentiu seu coração pesar tanto e a agonia preencher seu ser tanto quanto no momento em que viu Naruto, seu amor, seu raio de esperança, seu sol, seu príncipe encantado, seu anjo, sua alma, sua esperança cair ao chão e de joelhos urrar de dor enquanto segurava o peito por saber da notícia de sua morte. Ela viu as lágrimas de dor caírem ao chão e banharem o rosto de seu belo anjo da guarda. Viu Tsunade correr até ele e apertá-lo contra si, viu ambos prostrados em terra chorando pela dor de perdê-la. Seu coração não apenas doía, sangrava, destruía-se... Ela quase correu até eles, mas não podia. Precisava protegê-lo.

A dor era grande demais. Vê-lo sofrer era pior do que sentir a dor que seu coração sentia por abandoná-lo e seu corpo pelos ferimentos lhe foram impostos. Vê-lo sofrer pela perda dela e do filho era pior que mil facas entrasse em seu corpo e se jogar de um precipício em seguida, pelo menos esse seria seguido pelo alívio da morte, mas a dor que a menina de cabelos de noite sentia, não haveria fuga. Ela precisava lutar, precisava não viver, mas sobreviver. Precisava aguentar a dor para que, por fim, pudesse voltar para os braços do homem que amava e ser feliz com ele, precisava aguentar a dor para que seu filho também estivesse com eles dois.

Abraçando o seu filho ainda mais junto de si, foi forte e virou as costas, pegou tudo que precisaria e voltou para o lugar onde precisava ficar até descobrir tudo que quase a levara a morte e que condenou as pessoas que ela amava ao sofrimento.

Precisava descobrir a verdade e para isso, ela precisava do silêncio.


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Notas finais do capítulo

Sem mais comentários, apenas peço a opinião de vocês.
O que acham que acontecerá no próximo? Alguma pista do grande segredo?
Se querem saber o que é, releiam os capítulos anteriores e montem sua lista das pistas.
Até o próximo , pessoal!
Vejo vocês em breve!



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