– Barão, o seu filho gostaria de conversar com o senhor.

–Mande-o entrar – disse colocando uma pilha de papéis de lado – Bom dia Max!

– Pai! Eu gostaria de conversar com você sobre o casamento.

– Que bom filho, eu também queria te contar uma coisa – disse o barão enquanto Max se sentava – Sua coroação como cavalheiro acontecerá em um semana. Precisamos organizar tudo para o mais novo Duque de Araluen. Já entregou o anel para a bela Duquesa Ágata?

–Bela? – perguntou Max não acreditando no mau gosto do pai.

–Isso não importa filho, como uma duquesa, ela será para sempre bela.

– Então pai, é sobre isso que eu gostaria de falar. Eu não quero mais me casar com a Ágata – disse Max firmemente.

– Como? – Arald perguntou incrédulo – você está me dizendo que não quer ser um Duque? Não quer viver no palácio real? Ter tudo de bom e do melhor?

– Pai, o problema é que eu estou apaixonado por outra garota.

– Apaixonado? E quem é ela Max? – disse o Barão passando a mão em seus poucos cabelos.

– É a Aloha pai – disse Max sabendo que agora era a hora do transtorno.

– Quem meu filho? Você não quis dizer Amora? A baronesa de Seaclif? Vocês se conhecem?

– Não pai, Aloha, a menina que eu salvei há uma semana. Uma moça bonita que veio aqui conversar sobre o bando de sequestradores.

– Aloha? A dançarina? – Arald perguntou se levantando – Você, filho de um barão, quer se casar com uma dançarina?

– Sim pai, nós vamos nos casar brevemente – respondeu o filho firmemente.

– E você espera que eu explique exatamente o que para o pai de Ágata? Que ela não é bonita o bastante para você? Que ela não tem belas pernas ou que ela não é experiente naquele assunto?

– Eu me explicarei com ele, sou eu quem estava noivo. Quando eu resolver tudo, vou me casar com quem eu amo.

Em um gesto de fúria o Barão arremessou tudo o que estava em sua mesa para o lado e caminhou até a janela ficando de costas para o filho.

– Você a ama, não é? Ama mais que a própria felicidade? – Max assentiu com a cabeça – Então volte aqui amanhã e me diga o que decidiu. Quer casar com ela? Case e fuja. Mandarei uma tropa para matá-la o mais breve possível. Pode viver se escondendo para sempre com ela, mas eu vou encontrá-la. Ou se não, deixe-a ir e seguir com sua vida. Você se casa com a Duquesa e a dançarina ainda leva de brinde dinheiro suficiente até que ela encontre um emprego. Se você realmente a ama como diz não vai querer que ela passe a vida se escondendo de guardas para acabar morta, não?

–Max! – Aloha correu envolta pela capa do menino na estrada já escura – Não tinha um lugar mais confortável para me beijar, não?

A menina sorria vendo o rapaz em meio à floresta com um cavalo no local marcado se perguntando por que diabos ele não marcou um encontro em um lugar mais próximo.

– Meu bem – Aloha se assustou quando Max a beijou levemente, ele parecia abatido – Eu falei com o meu pai hoje.

– O que aconteceu? – perguntou preocupada acariciando o rosto do amado.

– Você tem que ir – Max disse com sofrimento em suas palavras – Eu lamento meu amor.

– Do que você está falando? Eu não vou a lugar nenhum! – Aloha se exaltou assustada

– Meu amor, eles vão te matar se você não for.

– Vem comigo

– Se eu for eles vão te caçar para sempre. Eu não quero essa vida para você – ele disse se afastando.

– Eu não ligo. Vamos, podemos começar uma nova vida – a menina sorria esperançosa.

– Eu conheço meu pai Aloha. Nossa aventura não vai durar uma semana.

– Mas que dure um dia! Pelo menos não vou morrer pensando no que teria acontecido.

– Eu não quero isso para você meu bem – ele disse segurando suas mãos – Eu vou me casar com a duquesa, e você vai se casar, vai ter filhos e vai se lembrar de mim para sempre.

Eles se beijaram com um sentimento de despedida. Max tentou guardar aquele momento para sempre. O cheiro do cabelo dela, o coração palpitando, o sabor das lágrimas.

– Eles estão vindo – disse Max tentando esconder a pequena lágrima que lhe escapou – pensam que eu vou junto. Vá o mais rápido que puder meu amor.

– Não – ela ainda não queria deixá-lo.

– Eu te amo meu bem – disse a colocando em cima do cavalo alto de batalha ainda segurando sua mão – eu deixei um pouco de ouro para você na bolsa de couro.

– Eu não quero – disse soluçando ainda o segurando

– Vá, lembre-se de mim para sempre – terminou Max beijando o anel que ainda estava na mão de Aloha.

– Para sempre – se despediu Aloha enquanto suas mãos se separavam e o cavalo começava a cavalgar para longe.