Eu estava extremamente ansiosa para a viagem de volta para casa e morrendo de saudades de Elliot, por isso acordei primeiro do que todo mundo nem parecia que tinha dormido quase seis da manhã. Trombando com tudo que tinha na minha frente cheguei ao banheiro tomando um rápido banho, um verdadeiro recorde pra quem adora cantar e pensar na vida vendo a água ir por ralo a baixo, mas minha agitação não me deixava em paz.

Coloquei um vestido curto de mangas compridas branco, coturnos marrom e um maxi colar de pena que encontrei perdido em uma caixa de joias na estante, soltei o cabelo que estava em coque e ele caiu como ondas, ele tinha crescido um pouco estava quase no meio das minhas costas, fiz uma maquiagem básica e fui checar minha mala pela milésima vez, como tinha dito o entusiasmo de voltar era tão grande que as malas já estavam prontas fazia tempo e agora eu olhava de dez em dez minutos para ver se não ia esquecendo nada.

Por volta das oito horas desci para tomar café eu não ia fazer nada para comer por isso esperei a empregada acordar para arrumar a mesa, não esperei meus pais descerem e tomei café sozinha, com a empregada é claro, tivemos uma conversa breve sobre a volta para casa e depois eu já estava entediada de novo. Corri para sala me jogando no sofá e ligando a televisão, estava passando shows legais e eu não poderia perder, o voo seria as 14:00 horas e ainda era 11:00 teria que esperar mais e eu já estava morrendo.

Estava quase dormindo de novo quando meu celular começou a tocar me despertando, estiquei os braços preguiçosamente sem levantar até alcança-lo na mesinha de centro da sala, olhei o numero e não tinha na agenda decidi atender.

–Quem? – perguntei docemente para a pessoa.

–O amor da sua vida – Daniel fazia uma imitação barata do Johnny Depp.

–Ah não sabia que chocolate falava – comecei a rir

–Para de ser chata menina – ele voltou sua voz ao normal rindo comigo

–Eu chata? Olha quem fala! – disse séria

–Ok, ok – ele ria me fazendo revirar no sofá de tanto rir.

–Mudou de número?- perguntei quando consegui parar o ataque de risos

–Sim, por perseguição – disse indiferente.

–Perseguição? – me sentei preocupada

–É perseguição de ex-namorada sabe como é... – ele riu

–Ah seu idiota, me deixou preocupada.

–Que bonitinha toda preocupada com o primo

–É que gosto de você por mais idiota que você seja, se alguma coisa acontecer contigo eu nem sei. – falei séria

–O mesmo com você Viollet e é por isso que vou passar alguns dias em sua casa.

–O que?- gritei sem perceber.

–Nossa não sabia que era tão amado assim, calma, calma está me sufocando de tanto amor – ele ria

–Estou surpresa só isso e... – me interrompi

–E... – ele insistiu que continuasse a falar

–Eu não moro com meus pais Dan

–É eu fiquei sabendo e é por isso que você irá voltar a morar com eles – agora era sua vez de falar sério comigo

–Mas tem Elliot e minha vida e...

–E mais nada Viollet você vai e pronto, nem que eu te amarrar.

–Vou pensar – ri sem humor, eu ainda não tinha pensado em voltar a morar com meus pais e não sei o que vou fazer agora.

–Que horas é seu voo? – ele me perguntou me tirando de meus devaneios.

–As 14:00 horas porque?

–Então estamos no mesmo, só não baba do meu lado quando dormir – ele riu.

–Eu não babo – disse brava o fazendo rir mais ainda.

–Arram sei... Então em meia hora nós nos vemos, agora tenho que ir beijos linda te amo.

–Beijos também te amo – disse melosa desligando o celular.

Os programas bons já tinham acabado e então teria que voltar para o meu tédio, mas antes iria até a cozinha morrendo de fome, encontrei meus pais sentados a mesa.

–Viollet que horas você acordou? – minha mãe perguntou

–Acho que ás sete não sei direito – me juntei a eles pegando comida em meu prato.

–Tudo isso é vontade de voltar para casa – ela ria

–É acho que sim

Tivemos uma refeição silenciosa como sempre fizemos o que já estava começando a ficar estranho, porque ultimamente sempre brigávamos, não demoramos, pois já estava na hora de ir, olharam a casa pela milésima vez para vê se não estava esquecendo de nada e enfim fomos para o aeroporto.

No saguão uma pessoa me chamou atenção, no meio daquele calor todo Daniel estava lá sentado todo de preto na sala de espera. Fizemos o check-in e fui encontrá-lo, toda feliz o agarrei ali e nos abraçamos, eu o adorava era como se fôssemos irmãos.

–Então eu trouxe o babador – ele puxou seu lenço do bolso me fazendo corar de vergonha

–Idiota – gritei socando de leve seu braço, ele não parava de fazer piadas comigo e os ataques de risos não cessavam.

Não demorou para nosso voo ser anunciado Dan se sentou ao meu lado fazendo uma criança trocar de lugar com ele, não foi fácil convencer ela ainda mais com Daniel quase querendo o matar, Depois da guerra entre crianças começamos a conversar para o tempo passar, Dan foi falando mais sobre seus amigos me deixando mais tranquila, eu estava extremamente ansiosa e faltava muito pouco para encontrar Elliot novamente.