Beijos Letais escrita por WhiteKiller


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Agora que a historia de Jasmine, Julie, Marcos, Peter, Jasper, Leonard e Laura finalmente começa. Espero que gostem ((: Deixem comentários



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A cela da prisão fazia com que o sol nascesse quadrado no horizonte, o teto era tão baixo que não permitia que eu ficasse totalmente de pé, não tinha uma cama, nem mesmo um banheiro, a única coisa que podia se ouvir eram os passos pesados dos guardas andando de lá para cá fazendo suas rondas, com isso ninguém nunca tinha prestado muita atenção no rosto meu e Julie, poucos sabiam como nós eramos, consegui manter esse segredo muito bem . Os guardas trocavam de lugares a cada vinte minutos e demoravam cinco para fazer isso, era o tempo em que eu tinha para poder arrumar as armas que eu havia roubado da sala de armas, coloquei uma delas presa por um trapo na minha perna e dei a outra para Julie. Um erro e minha cabeça estaria rolando pelo chão.

Estou presa a quase quatro meses, eu acho... Já perdi a noção de tempo a dias, a única coisa que me matinha inteira era a minha companheira de cela Julie. Ela era impossível de ser quebrada ela era uma porta de ferro, nada a derrubaria, ela sempre me manteve alegre e positiva, Julie era o que eu podia chamar de amiga. A única, todas as outras amizades foram provadas falsas, como eu fui estúpida em acreditar em mentiras, por causa da minha idiotice estou aqui agora, nessa fétida prisão.

Não importa o que aconteceu, tenho vergonha de falar sobre meus erros, agora eu preciso voltar a acertar, eu e Julie tínhamos achado uma passagem secreta que dava para os esgotos da prisão e aquela porta era a nossa porta para a liberdade, não poderíamos desperdiçar a nossa única chance de fuga, senão era a forca. Talvez eu precisasse derrubar algum sangue, mas nada como uma assassina como eu não conseguisse lidar com, apesar de estar na prisão de maior segurança do reino, nada seria capaz de me parar. Quando eu quero alguma coisa eu não desisto e não vou deixar Julie na mão.

“Julie, hoje é o dia em que teremos nossa liberdade de volta” sussurrei para que os guardas não ouvissem.

“Estão pronta para isso Jasmine?” ela encostou sua mão na minha.

“Me responda, quando eu não estive pronta para alguma coisa?” ela deu um risinho.

“Nunca Jas.” eu sorri tranquilamente para ela.

Uma espada bateu nas grades:

“O que as duas estão fofocando ai?” era Buner o guarda que mais me odiava.

“Boa-tarde para você também.” ele sorriu irônico.

“Só não te mato porque não tenho permissão.” eu ri em alto e bom som.

“Um homem como você não conseguiria matar, você é fraco Buner!” ela cuspiu no chão perto de Julie e saiu andando com o nariz empinado.

“Ridículo.” Julie olhava-o com repulsa.

Um alto sino soou nove vezes, hora do café-da-manhã, hora da minha liberdade. As celas de abriram ruidosamente. Vários prisioneiros vestidos todos iguais, de preto e com a cara de tristeza e morte. Eu e Julie demos as mãos para não nos perdemos, nos misturamos a multidão e seguimos os seus passos. Nossos olhos cruzavam com os de vários prisioneiros, eramos as únicas mulheres lá. Identifiquei o local, dez guardas ao total naquele corredor. Não podia me esquecer, dois corredores vira a esquerda no terceiro e siga reto, escale a quinta pilastra da direita e entre no buraco da esquerda.

Um... dois... três, virei a esquerda com Julie logo atrás de mim. Olhei para os guardas que estavam ocupados com uma briga entre dois presos e não perceberam a nossa mudança de rota. Contei as pilastras e subi na quinta, eu sou boa em escaladas então não foi difícil para mim, o pé direito deveria tem uns cinco metros. Me espremi para passar no buraco e então fui seguida de Julie, o primeiro passo tinha sido concluído, agora eu e Julie precisávamos nos rastejar pelos esgotos. Quanto mais fundo íamos mais fedido ficava, mas era o preço que precisávamos pagar para conseguir a liberdade.

Estava tudo muito escuro, então fui pega de surpresa por uma descida extremamente ingrime, rolei até chegar ao esgoto, tinha cortado minhas mãos, pernas e costas. Julie caiu na água logo atras de mim. Tudo cheirava a merda e lixo, eu podia ver a luz do sol brilhando lá fora. Nadei com todas as minhas forças para lá, a corrente nos levaria para um lago ou rio fora da prisão.

Eu estava chegando cada vez mais perto da liberdade, mergulhei para passar por baixo de um portão que impedia que grande objetos passassem flutuando, e lá eu estava, fora da prisão que eu tanto odiava.

“Julie! Estamos livre! Livres! Você sabe o que é isso.” ela nadou para o meu lado.

“Agora eu sei Jasmine, agora eu sei.” eu e ela gargalhamos de alegria.

“Não podemos descansar ainda, precisamos ir o mais longe possível daqui.” Nadei até a beirada e ajudei Julie a subir.

A vista era maravilhosa o Sol não era mais quadrado mas sim redondo, o céu era de um azul maravilhoso, as nuvens dançavam uma valsa inacabável sobre a minha cabeça e eu podia dançar livremente com elas, meus pés descalços sentiam a macia grama que os tocava, o cheiro das flores acariciavam o meu nariz suavemente.. Dei alguns pulos para me livrar do excesso de água e não tive mais que pensar eu simplesmente comecei a correr em direção a enorme floresta de pinheiros. Julie vinha logo atrás de mim, meus pés estavam doendo de pisar na terra batida e nas raízes, mas quem liga. Eu estava livre!

O dia passou voando, mas eu e Julie não paramos de nadar nem por um minuto, queríamos nos afastar o máximo possível daquela prisão para ficarmos em segurança. A Lua sorriu para mim, e aquele era o sinal de descanso.

“Não acenda uma fogueira, a fumaça só vai chamar atenção.” Julie se apoiou em um tronco de árvore.

“Eu sei” sentei ao seu lado e tirei uma fruta de minha calça, tinha colhido ela na caminhada “tome metade.” ela aceitou e comeu rapidamente.

“Obrigado, estava uma delícia.” eu comi a minha metade “Jas, posso te perguntar uma coisa?” ela olhou para mim.

“Já perguntou, mas vá em frente.”

“Você vai continuar comigo, porque digamos que agora não estamos mais presas uma a outra, e bem...”

“O que você quer... Quer que eu fiquei com você?” eu a interrompi.

“Bem... Sim, eu me sinto bem mais segura perto de alguém como você.” eu não abandonaria Julie de jeito nenhum.

“Então parece que vamos continuar juntas.” ela me abraçou com força, e caiu no sono.

Eu olhei para a tranquilidade de Julie em meu colo e passei as mãos pelos seus cabelos sujos, olhei para o céu e vi as lindas estrelas, até que eu poderia ser feliz com Julie.

Eu fechei os olhos e deixei minha alma passear.

A luz do Sol em meus olhos me acordou, Julie ainda dormia, tirei a cabeça dela de meu colo me levantei e me espreguicei fazendo com que as minhas mãos tocassem o céu. Estava na hora de voltar a forma. Era hora de me exercitar, comecei com flexões e abdominais, depois escaladas em árvores e corri até certo ponto onde consegui avistar uma cidade e voltei e Julie já tinha acordado e estava cozinhando um coelho.

“Bom dia princesa adormecida.” já fazia quase duas horas que estava me exerciando.

“Acordei a um bom tempo, mas você não estava então matei um coelho e esse será nosso café.” minha barriga roncou.

“Que ótimo.” lambi os lábios “Quando vai ficar pronto?”

“Agora” ela tirou o coelho do fogo “espere esfriar um pouco.”

Alguns minutos se passaram e eu estava me esbaldando na carne de um coelho gordo, estava uma delícia.

“Achei uma cidade aqui perto.” ela grudou sua atenção em mim “é só andar mais alguns metro e encontraremos uma estradinha e entraremos em uma cidade, acho que é Eliorn a cidade do rei.”

“Acha que já perceberam que a gene sumiu?” eu ponderei um pouco.

“Buner vai sentir falta de nos xingar, sim devem ter percebido.” Julie sabia o que isso significava, fugir da polícia.

“Bem, melhor irmos andando então.” ela se levantou e me ajudou.

Caminhei na direção da estrada e logo estávamos caminhando ao lado dela, seguindo passos curtos e tranquilos, o som do trote de cavalo fez com que eu me exaltasse, abaixei em meio a arbustos e Julie não demorou para fazer o mesmo.

Um carruagem provavelmente de um duquesa. Uma das minhas mãos tinha pego a adaga, os músculos tensos tinham relaxado. Até eu ouvir, um grito, de dor e terro, espiei por cima do arbusto. Um grupo de cinco ladrões invadiu a carruagem, sangue escorria pela porta e pingava no chão. O motorista da carruagem estava morto no chão. Droga, não poderia deixar isso acontecer, observei a cena, três cercavam a carruagem apenas um olhava na minha direção, outros dois estavam lá dentro, nada que eu não pudesse dar conta.. Sai do arbusto e corri até a carruagem com a adaga firme na mão, o primeiro homem não teve tempo nem de me ver antes de eu enfiar a adaga fundo em seu peito, segurei seu corpo e o coloquei no chão em silêncio, fechei seus olhos e passei para o outro, ele me viu, mas como o outro não teve velocidade para parar o corte no pescoço que sangrava, e mais um estava no chão, e então o terceiro morreu com uma adaga em sua cabeça, Julie havia a lançado. Puxei-a com força e entrei na carruagem e matei os últimos dois pelas costas.

Mas, foi tarde demais. Duas mulheres novas e lindas mortas, pela mão de ladrões estúpidos. Eu não tenho muita moral, mas aquilo era uma atrocidade não fora uma morte limpa, os rosto estavam deformados, os vestidos rasgados e sujos de sangue e os olhos arrancados.

Apesar da destruição eu poderia ver quem elas eram pelos anéis das famílias. As duas usavam. Tirei os dois das mãos das mulheres com delicadeza e fechei seus olhos pedindo para que os deuses as levassem com eles.

“Julie, de uma olhada nos anéis e veja se o nome está escrito em algum lugar.” Joguei-os para Julie.

Ela os examinou com cuidado.

“Elas são duquesas da família Lasse e Amir, então provavelmente são Vivian Lasse e Beatrice Amir, as únicas filhas dos duques.” peguei o anel de Vivian e o coloquei no dedo.

“Vai ser um bom disfarce por enquanto.” Julie colocou o anel no dedo “Eu sei que isso é desrespeitoso, mas me ajude a despi-las.”

Tiramos os vestidos das duquesas e limpamos o sangue num riacho ali perto, e então enterramos os corpos devidamente, os três um ao lado do outro. Peguei a capa do condutor da carruagem e joguei por cima dos meus trapos da prisão, era uma capa longa que raspava no chão e tinha um capuz que cobriria minha cara. Julie vestiu um dos vestidos e guardou o outro na carruajem.

“Suba, vamos para a cidade, você consegue entender meu plano não?” ela assentiu e subiu.

Me sentei no lugar do condutor e segurei as rédeas, os dois cavalos relincharam e seguirão a galope lento. Até as portas da cidade. Uma tropa de guardas checou a carruagem.

“Nome?” O guarda perguntou para mim.

“Estou escoltando Beatrice Amir” engrossei a voz.

“Estão liberados, o baile será esta noite o castelo e subindo o morro, o rei estará esperando a duquesa.” assenti e continuei cavalgando.

Eu ouvia as pessoas na rua conversando sobre a minha fuga, mas não falaram em momento algum meu nome somente “Assassina de Brenoria” como todos me chamavam, ao ouvir as conversas descobri coisas interessantes. Os assassinos mercenários estavam atrás de mim. Marcos, Peter, Jasper, Leo e Laura. Eles teriam que me encontrar, e não conhecem meu rosto. Então poderia relaxar um pouco, mas não podia bobear, se eles estavam atrás de mim, algum me queria morta, provavelmente o rei.

Acho que íamos começar a nossa vida com uma festa, e uma das boas. Iria aproveitar a boa vida uma noite. E depois voltaria a fugir.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler!