Apanhador De Medo escrita por Ju Mikaeltelli, Beatriz Hunter


Capítulo 30
Como convencer alguém a morrer


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoas! Quase não consegui acabar esse capítulo, mas ai está... Focado mais no drama da Amber e do Ivan. Talvez tenham visto que este capítulo não tem 2.000 palavras, o motivo é o seguinte... Chegou um certo ponto que não podia mais escrever, se não ia entrar no assunto do outro capítulo, que não vai sair no domingo aliás. Leiam as notas finais para mais informações! Tem coisas realmente importante, então leia. Nos vemos lá, boa leitura.



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Naquele mesmo dia mais cedo Azazel adentrava as fundações antigas e bem preservadas do Murphy’s. Carregava um saco de papel munido de velas e ervas nativas, o cheiro delas incomodava seu olfato aguçado. Sentou-se no balcão e pôs o saco de papel aos seus pés, encarando as costas da bela loira pigarreou para chamar sua atenção, a mesma se virou no mesmo segundo, já se preparando para o homem que encararia. Livrou-se da flanela que usava para limpar as prateleiras de bebidas e deu atenção a ele, com um sorriso no rosto. Um sorriso bem ensaiado, Azazel analisou em pensamentos.

– Bom dia... Azazel. – o conhecimento de seu nome era resultado da breve troca de palavras no outro dia, no dia ela exagerava nos sorrisos, mexia nos cabelos freneticamente, não muito diferente daquele momento. Ele havia percebido segundas intenções na garota e agora tinha as suas ao tratá-la com gentileza.

Um sorriso cheio de malícia abriu-se em seu rosto ao retribuir o cumprimento. Amber convenceu-se que ele retribuía o flerte, e aquilo lhe deu náuseas. Estava flertando com um assassino.

– Vodka ou uísque? – pergunta com as mãos apoiadas no balcão.

– Hoje será apenas um café. – Amber fez pouco caso da escolha e se deslocou para a máquina de café ao seu lado. Quando ela empurrou a xícara em sua direção ele fez uma pergunta inesperada. – Você tem namorado Amber? - ela olhou em todas as direções, menos para ele.

– Eu... – Azazel a interrompeu.

– Desculpe, estou sendo indelicado. – sorriu falsamente. – E curioso sobre o anel no seu dedo.

No anel tinha gravado as iniciais A&A. Ela observou o anel e voltou sua atenção a ele.

– Costumava ter. Mas então ele foi assassinado. – Azazel fingiu não ser apático ao que ela dizia.

– Que tragédia... – diz, o liquido quente e um pouco amargo descendo pela sua garganta.

– Sim... – ela se perde por alguns segundos e sacode a cabeça para ajudar a voltar à realidade.

– Eu quero te fazer um convite. – descansou a xícara, mas ainda segurava em sua alça. O olhar de Amber lhe deu o sinal pra continuar. – Vou oferecer uma festa em minha casa mais tarde, nada muito grande, apenas para alguns amigos... O que acha?

– Acho que chamar onde você mora de casa é um insulto.

Amber hesitou em cima dos saltos quando Azazel tocou seu ombro e fez menção de conduzí-la para a sala de estar, de onde o grito perturbador havia saído da garganta de Ivan, fazendo Rebecca e os três vampiros encará-lo um pouco espantados e acima de tudo curiosos.

– Não existe uma festa não é? – ela perguntou ingenuamente para Azazel, que permaneceu calado, praticamente a empurrando para sala.

A loira que fora obrigada a seguir anfitrião empacou no batente da porta observando o cenário desequilibrado que era a sala de estar da mansão. Azazel entrou na sala e parou ao lado de Rebecca, que encarava Amber assim como o resto deles. Todos os olhares curiosos foram mirados com precisão a ela. Observou o homem prostrado no chão, até ele tinha seu olhar direcionado a indefesa Amber, uma presa no meio de caçadores natos. Fincou as unhas nas palmas das duas mãos, simultaneamente, abriu e fechou os olhos, aquilo só podia ser um pesadelo.

Com o olhar Rebecca exigiu as devidas explicações de Azazel.

– Amber veio se juntar à festa! – abriu um pouco os braços, em um teatro exagerado. Adorava atiçar a presa de todas as formas, expor cada gota daquele sentimento que era tão prazeroso para ele, o medo. Era isso que Amber era a partir do momento que entrou naquela mansão, uma presa. Ela recuou dois passos quando Azazel tentou se aproximar.

Outro grito de Ivan encheu a sala silenciosa, e toda a atenção foi voltada para ele novamente que levava as mãos à cabeça, desejando poder arrancá-la.

– Faça isso parar. – diz entre dentes para Victoria. A mulher por sua vez o amparava segurando seus ombros.

– Eu não posso. A dor é inevitável para você recuperar todas as memórias, algumas vão ser mais dolorosas do que as outras. – explica para o homem de cabelos desgrenhados. – Mas não lute Ivan, renda-se.

Diante das palavras de Victoria, Ivan passou por cima de seu orgulho já desgastado pela dor que ele só queria que parasse. A dor lhe tomou, tirando lhe a consciência de espaço e tempo em um segundo, no outro ele não estava mais na sala. Sua figura havia se personificado em uma praça na Überlingen, era inverno na Alemanha e Ivan vestia as mesmas roupas que estava vestindo na sala de estar de seu filho. Mas não sentia frio, e as pessoas esbarravam nele como se fosse invisível. Sentado em um banco de pedra bem conversado estava um homem bem agasalhado, com o cigarro entre os lábios, parecia familiar e sua presença distinta dos outros atraiu Ivan para se aproximar.

Quando o homem levantou a cabeça e guardou o isqueiro no bolso do casaco, Ivan recuou automaticamente, os olhos se arregalando um pouco. O homem sentado era ele. Ele parecia estar prestando muita atenção em algo, e o Ivan de pé que assistia a cena descobriu que não era algo, e sim alguém. Uma mulher de aparência comum, o rosto branco e pálido de uma americana que havia ficado muito tempo na Alemanha, os cabelos eram levemente ondulados e castanhos, caiam como uma cascata em seus ombros. A mulher falava ao telefone.

– Eu não vou voltar com ele... Nunca mais! – parou no meio da praça, sua expressão não era uma das melhores. – Pouco me importa se ele é rico ou se meu casamento com ele vai ser benéfico para a empresa, eu quero que Christopher Wilde e sua empresa se danem! – lançou o golpe final e desligou o celular. Estava agitada, suas mãos suavam, ela bufava quando se sentou na outra extremidade do banco de pedra. O perfume doce da mulher invadiu as narinas de Ivan rapidamente e ele resolveu não resistir à tentação de abordá-la.

– Dia ruim? – sorriu de lado para a mulher, que o olhou pela primeira vez. – Bem vinda ao clube.

Ivan foi retirado de seu transe sem aviso prévio, estava de volta à sala, e a primeira coisa que avistou foram os olhos de Joshua, atentos a cada movimento dele. Amber, se aproveitando do que acontecia na sala, fez menção de virar as costas e caminhar alguns passos até Azazel segurar forte em seu braço.

– Você não vai a lugar nenhum. – as palavras frias de Azazel a atingiram como uma faca. Seus olhos lacrimejaram. Sentia-se extremamente estúpida por ter se metido naquilo.

– Deixe-me ir. Você não precisa de mim. - derramou algumas lágrimas ao falar.

– Eu aviso quando deixar de ser útil. – a puxou para o corredor.

– Para onde está levando-a? – Francis questionou.

– Não é óbvio? Para o porão. – Rebecca diz, sem se deixar afetar pelo drama de Amber.

Victoria levantou do chão de madeira, incrédula com o que acontecia.

– Vocês vão deixa-lo matar a garota?

– O que podemos fazer? É o Azazel. – Chester deu de ombros.

Victoria fechou a cara e desembocou a ir atrás de Azazel.

– Solte-me! – ela os alcançou a tempo de ver Amber quebrando um vaso de flores em cima da mesinha, não acertou Azazel, mas o fez ficar ainda mais agressivo. – Assassino de merda.

Ele a puxou para si, colando seus corpos, falando bem próximo ao seu rosto.

– Quando eu terminar com você, vai desejar ter morrido rápido como seu namorado.

– Você matou Aaron... – ela afirmou erroneamente.

– Errado. Mas conheço quem o matou, e seu modus operandi é bem diferente do meu, é rápido e rasteiro. Você não vai ter essa vantagem. – a assombra com as palavras.

– O que eu fiz pra você? – fez um ultimo questionamento antes de Victoria intervir.

– Deixe-a Azazel. – diz tentando ser o mais firme possível ao falar.

– Ou o quê? – a desafiou.

– Ou eu juro que vou passar por cima de toda a consideração que tenho pelo seu pai e te fazer sofrer.

Azazel sorriu diante da audácia de Victoria, aos seus olhos era algo divertido. Ainda segurando no braço de Amber, ele se vira no mesmo momento em que um a um, Joshua, Rebecca, Chester e Francis chegam ao corredor. E no mesmo momento em que Victoria ergue uma das mãos no ar e a fecha lentamente, o que Azazel sente é uma mão forte se fechar em sua garganta, o fazendo soltar Amber que se aninha em um canto do corredor. O desespero é grande em seus olhos quando percebe que está sendo sufocado. Diante do sofrimento de Azazel, Rebecca intervém.

– Você vai mata-lo. – sacode Victoria, que parecia ter entrado em transe. Francis corre para amparar Amber, a levanta do chão e a leva para cima junto com Vick antes que Azazel pudesse impedir. Quem ampara Azazel é Rebecca, mas ele se arrasta para se encostar-se à parede amaldiçoando a bruxa que havia acabado de se retirar.

No andar de cima Amber é conduzida ao quarto de Victoria, ela se debate, tentando se livrar de Francis.

– Me solte, você é igual a ele. – repetia como se tivesse alucinando. Victoria pôs as mãos em seu rosto.

– Fique calma, você está a salvo. – diz de um jeito brando, para acalmá-la. – Pode nos deixar Francis, obrigada. – ele hesita, mas acaba se retirando. Victoria se apressa em trancar a porta, ela ajuda a garota desesperada a se sentar na cama. Ficaram alguns segundos em silêncio até Victoria tentar consolá-la, pondo a mão em seu ombro desnudo por causa do vestido tomara que caia que usava naquela noite. Sua mão foi afastada agressivamente.

– Não me toque! – ela se afasta de Victoria. – O que você é?

– Uma bruxa. – achou melhor ser sincera com ela. – Mas não quero lhe fazer mal...

– Eu não confio em você.

– Eu te entendo, também não confiaria em mim... – ela se aproxima da garota. – Mas eu posso fazer parar.

– O quê? – seus olhos pareciam que nunca mais iam deixar a expressão perturbada.

– A dor, o luto, o desespero... Tudo pode desaparecer. – diz em um sussurro. – Pode ver Aaron novamente.

– Como? – seus olhos encheram-se de esperança. As lágrimas caiam intensamente.

– Só o que preciso é do seu sangue.


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Notas finais do capítulo

E então? Não deixe de deixar um comentário expressando sua opinião, ela é super importante! Aquela coisa do feitiço para tirar do oculto os leitores fantasmas ainda está de pé u.u E vai ser dolorido. Agora vamos aos avisos.
1. Quero falar sobre o próximo capítulo, ele vai ter uma prévia, mas não uma prévia em texto... Mas em vídeo, como a promo de uma série. Ela sai na quarta, vai ser postada no blog! ;)
2. Os dias de postagens irão mudar. Agora serão dois dias! Ambos capítulos com o minimo de 2.000 palavras, mas claro que há exceções, como este de hoje. Os novos dias serão Terça e Sexta. "Mas então tem capitulo na terça?" Não, não tem. Mas tem na sexta! E aí sim, na outra semana é na terça e sexta.
3. Estamos caminhando pra reta final desta história :c Agora é sério. Eu estou feliz e triste ao mesmo tempo. Mas o que queria dizer que logo devo liberar a trilha sonora de Apanhador de Medo, que foi feita com muito carinho.
4. Ao deixar um comentário, pressionem a Bia para postar a one-shot magnifica que ela escreveu ontem, e não quer compartilhar com outras pessoas. Façam esse favor pra mim ok?
Até o próximo capitulo sweeties, e não se esqueçam de entrar no blog na quarta (; Beijos da Ju



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