Apanhador De Medo escrita por Ju Mikaeltelli, Beatriz Hunter


Capítulo 29
Que a festa comece


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas do planeta terra, humanos frágeis! Primeiro vou começar me desculpando por está postando essa hora, calma irei explicar! E quem disse que não estão calmos? '-' Beleza, a Julia está sem internet, e essa era a vez dela de postar. Então como não deu eu estou aqui postando. E a causa do atraso é que eu estava muito longe de casa comemorando o aniversário da minha mãe e era tão longe que só pra voltar demorou umas 3 horas, enfim. Tá explicado. Agora falando do capítulo, o tão esperado feitiço que irá devolver as lembranças de Ivan finalmente vai se realizar. Estão ansiosos? Então leiam. Aguardo nas notas finais.



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A garota entrou apressadamente pela porta dos fundos na cozinha, Antonieta a olhou com preocupação no olhar. Vestia jeans e uma blusa rendada, a bolsa nos ombros, respirava rapidamente quase sem folego, encostou-se na porta e encarou a empregada que a encarava de volta, olhando-a de cima em baixo.

– Carmen... – diz o nome da patroa, temendo que ela tivesse descoberto que havia saído.

– Não se preocupe. Ela está muito ocupada com uma daquelas visitas misteriosas. – explicou. – Vá se vestir e me ajude com o café da manhã.

Charlotte assentiu e foi em direção ao seu quarto, agradecida por ela não lhe questionar onde havia ido e com quem havia estado.

– Você não veio nos visitar por que está com saudade, Yan. – Carmen diz, a voz carregava de frieza. O homem de idade avançada era um dos integrantes do clã Chelsea, clã este que era subordinado da família Powell. – Então pare de me enrolar e fale o que tem pra dizer. Não tenho todo o tempo do mundo.

O homem sentado em frente ao casal de vampiros engoliu em seco, pigarreou e se ajeitou no sofá.

– É sobre o apanhador... Ivan. – começou, Carmen apertou os olhos, agora atenta e interessada no assunto da conversa. Ter aqueles dois pares de olhos sobre si deixou Yan com as mãos suando. – Ele fugiu. – disse de uma vez.

– O quê? – Joel deixou pra trás sua posição inicial no sofá e se curvou para frente.

Carmen cerrava os punhos, os olhos estavam em chamas.

– Fugiu com Victoria, uma das bruxas na casa. – e a que tirou sua memória, Carmen pensou.

Sabia exatamente onde ele estava agora.

– Seu inútil. – Carmen se levantou em um movimento rápido e olhou-o de cima.

– Não me mate, por favor. – o homem suplicou.

– Eu não vou te matar. – ele soltou o ar que prendia dentro de si, parecendo aliviado. – Mas ele vai. – encara o vampiro de guarda na porta e se retira da sala. Joel permanece e assiste os olhos de Yan perde a vida junto com a pele que assumiu um tom acinzentado.

•••

– O que acha que fez Victoria mudar de ideia? – Ches perguntou a Rebecca, ele estava sentado na cama enquanto ela estava sentada no chão, finalmente organizando suas roupas e pertences no guarda-roupa a sua frente. Estava estressada, precisava fazer algo, odiava ficar de braços cruzados esperando uma guerra começar. Uma guerra que talvez nunca acontecesse.

– Eu acho que Francis pode nos explicar. – palpitou de costas pra ele, no tom mais calmo que conseguiu, não queria descontar em Chester só por que estava impaciente.

– Por que ele teria algo a ver com isso? – Rebecca parou e suspirou, virando apenas a cabeça para olhá-lo.

– Talvez pelo fato dele não ter vindo nos perturbar com sua estranha alegria de viver, mesmo sua namorada estando morta. – explica e não esperando uma reposta de Chester para aquilo, ela se vira para continuar o que estava a fazer.

– Talvez... Seja uma maneira dele não surtar com tudo isso acontecendo. – refletiu, Rebecca não respondeu. Chester olhava por cima do ombro da morena quando avistou um rosto familiar em uma das fotos que ela carregava no meio de algumas roupas. – Ei! Essa é você? – ele foi rápido ao pegar a foto do chão.

– Dê-me isso. – ela se levantou junto com ele, tentando pegar a foto de suas mãos, o que foi inteiramente inútil. Então pôs as mãos na cintura e o observou analisando a foto.

Rebecca tinha longos cabelos castanhos, e não negros e curtos como estavam agora. Ela não estava só na foto em frente à torre Eiffel, uma mulher de intensos olhos claros e cabelos loiros sorria ao seu lado enquanto se abraçavam.

– Quem é essa? – pergunta com interesse no belo rosto da moça.

– A conheci no avião, acabamos virando amigas e... – para de repente, o que fez Chester a olhar. – Ela foi uma das minhas primeiras vitimas.

Ela olhou para todos os lados, e finalmente encarou Chester, que estava paralisado.

– Bom... – ele se recupera. – Você fica melhor de cabelos longos...

Rebecca o olha feio.

– E castanhos! – completa para rir logo em seguida.

– Que audácia a sua! – ela pega a foto de suas mãos e a olha por alguns segundos antes de guarda-la.

– Por que ainda guarda isso? – questiona com os olhos espremidos e curiosos.

– É uma foto em frente à torre Eiffel. – diz como se fosse óbvio. – E eu estou uma gata nela. – quando seus olhos correm pelo quarto e para na porta, ela vê a cabeleira loura de Francis, que acabava de passar em frente ao quarto.

Ele empurra Chester para o lado sem olhá-lo, por pura implicância e se apressa indo atrás dos cachinhos dourados.

– Ei você! – gritou fazendo-o parar no meio do caminho, se virou e deixou-a que se aproximasse dele. – Por acaso está me evitando?

– Desculpe, eu não estou no meu mais bom humor hoje. – diz, tentava ser ríspido ao falar para afastá-la, mas o que fez foi fazê-la ter certeza que havia algo errado.

– O que aconteceu? – pôs as mãos em seus ombros e segurou firme. – Eu não vou te deixar em paz até me falar o que está acontecendo. Posso ser muito persuasiva.

– Eu sei. – a olhou nos olhos. – Tudo bem. Vamos ao quarto.

Sentada na cama Rebecca ouvia toda a história atenta a cada detalhe.

– Ok... Então Victoria é tia da sua ex-namorada? E ela culpa você por ela ter morrido?

– Sim.

– Que estúpida! – ela levantou gritando. – Você não tem culpa de nada.

– Rebecca... – ele a segurou pelo braço. – Eu a deixei para trás.

– Você fez o certo, e Anne sabe disso. – diz se referindo a uma das suas visões com ela, quando ela disse que amava Francis. – E você também sabe.

Ele emudeceu diante da afirmação de Rebecca e soltou o braço da morena.

– Acho que a bruxa precisa ouvir algumas verdades. – e saiu do quarto, sem dar tempo de Francis impedi-la, só o que lhe restava era segui-la até o quarto de Ivan, onde Vick ficou assustada quando Rebecca empurrou a porta com tudo e adentrou o quarto, lançando um sorriso para o casal. – Bom dia!

– Você é louca? – se levantou da cama.

– Bom, acho melhor do que condenar vampiros inocentes. – lançou, destilando um veneno doce pelos lábios, em um sorriso. Vick franziu o cenho. – Eu estava começando a simpatizar com você...

– Do que está falando? – fez a pergunta típica de quem desconfia do assunto falado, ou até tem certeza.

– Estou falando de você ter culpado Francis pela morte de Anne, sem levar em conta que ela também foi uma grande perda para ele. – Victoria ficou muda diante da declaração de Rebecca. – Anne o ama.

– Ama? – perguntou desconfiada.

– Ela me disse. – diz firme. Victoria arregalou os olhos, entendendo o que ela queria dizer.

– Minha sobrinha se comunica com você? Mas... Por quê?

– A pergunta que você queria fazer era: Por que eu? Eu não sei. Talvez ela julgasse que você não a entenderia. – sabia que não era isso, que ela se comunicava com Rebecca com segundas intenções, mas não perdeu a chance de ferir a bruxa como ela ferira Francis. – Ela estava certa afinal.

Foi essa a frase que deixou no ar quando saiu, passando por Francis na porta. Victoria abaixou o olhar diante dele, que também se retirou em seguida. Quando se virou para Ivan, ele a encarava sem entender.

– Está na hora meu amor. – ela estendeu a mão para o rosto do homem, que não a afastou quando ela o tocou. – Vou te devolver o que lhe foi tomado. – acariciou seu rosto enquanto ele a olhava, atônito.

Azazel fechou a porta atrás de si e encarou a escada por alguns segundos antes de seguir para a cozinha, carregava uma sacola cheia de velas e algumas ervas que ele julgava o cheiro ruim, que não pareciam ter nada de especial para um feitiço. Depositou a sacola no balcão e abriu a geladeira, enchendo um copo d’água. Enquanto a bebia observou Joshua entrar na cozinha e começar a ler o jornal do dia sentado à cadeira em frente ao balcão. Azazel soltou o copo na pia, fazendo barulho propositalmente ao cair, mas Joshua permaneceu com os olhos fixos nas noticias.

– Vai mesmo se tornar mudo? – zombou, as mãos se apoiando no balcão. O encarou durante um tempo até que outras duas pessoas prenderam sua atenção.

– Você foi um pouco rude com ela. – Francis dizia enquanto seguia a mulher.

– Rude? – se virou pra ele depois de revirar os olhos. – Ela foi rude com você antes.

Ele se encolheu e lançou lhe as palavras.

– Eu não preciso que me defendam. – diz, a voz quase sumindo pelos lábios. Pra surpresa de Rebecca as palavras não a feriram. Parecia que Francis não tinha essa capacidade.

– Que pena, por que eu sempre irei te defender. – Azazel pigarreou, o que a fez olhá-lo esperando que ele dissesse algo, mas não disse. Até Joshua observava a declaração de Rebecca para Francis. – O quê? Ciúmes? – Joshua voltou ao jornal e Azazel se retirou da cozinha aos olhos da mulher.

– Homens. – ela revira os olhos e vai até a geladeira. Quando deposita o copo de suco pela metade no balcão, ela encara Joshua e Francis no balcão. Francis com o olhar vago e Joshua fingindo que não percebia que ela o olhava. Bufou.

(...)

Já era noite quando Victoria começou a acender as velas, as cortinas e janelas da casa toda estavam fechadas, mas as luzes estavam acesas, no centro do círculo que construiu, de velas em chamas estava uma cadeira. Um cálice e uma faca brilhante, muito afiada pousando em cima. Os demais moradores da casa - com exceção de Ivan – observavam a bruxa, encostados em uma parede.

– Tragam-no. – ela ordenou, pra qualquer um que voluntariasse quando terminou de acender as velas e as colocar no em seus devidos lugares.

Ela começa a murmurar uma frase em latim enquanto espalha as ervas dentro círculo quase perfeito, sua voz aumentando a intensidade.

Ancestrais, ouçam-me... – repetia em latim e continuou a repetir até ter espalhado todas as ervas, o cheiro já estava impregnado em toda a casa àquela altura.

Ivan chegou à sala andando, em passos lentos, mas era orgulhoso demais para deixar Chester e Francis ampará-lo. Victoria o encarava com a expressão séria enquanto ele se aproximava do círculo, parou de frente a ela, apenas uma vela os separando.

– Entre. – diz suavemente e se afasta um pouco para que ele entre, passando as pernas pelo espaço entre as velas.

Ela pegou o cálice e a faca para que ele se sentasse, quando ele se sentou lembrou-se de quando fez aquele mesmo feitiço há 21 anos, a diferença era que na primeira vez ele estava amarrado à cadeira. Assim que ele se sentou, entregou-lhe o cálice e empunhou a faca, passando com precisão na palma da mão, deixando o sangue escorrer dentro do recipiente prata, quando o colocou dentro da mala tinha certeza que precisaria, só não imaginava que tão cedo.

– Sua vez. – ela lhe deu a faca e pegou o cálice de suas mãos.

E ele fizera o que havia de ser feito, um cálice cheio com sangue dos dois quase chegando à borda. Em seguida faz algo que espanta a todos na sala, mesmo sendo algo previsível, bebe uma boa quantidade do sangue, sem hesitar nem um pouco. Limpa o sangue nos lábios antes de entregar o cálice para Ivan, que encara o liquido por alguns longos segundos antes de levá-lo até a boca em silêncio. Enquanto ele bebe ela dá a volta, ficando atrás dele, murmura outras palavras em silêncio, essas eram quase inaudíveis.

Quando ele afasta o cálice da boca, Victoria pressiona as duas mãos em sua cabeça com força, ele sente o poder emanando de suas mãos e solta o cálice, que faz um barulho alto ao cair. Em alto e bom som ela começa a profanar o feitiço.

“Natura et vires postulo Maiores

Redde mihi non olim memoriae

Et etiam daemones non iuvant

Aliis oculos, manes”

(tradução no fim do capitulo)

A ultima palavra do feitiço foi pronunciada com força no mesmo momento em que todas as luzes apagaram, os que estavam na parede se desencostaram alarmados, mas Victoria continuou com as mãos na cabeça de Ivan, que pendia para trás. Os olhos do homem se revirando, os olhos castanhos sumindo e ficando apenas dois glóbulos brancos virados para o teto. As luzes acenderam a tempo dos presentes verem nitidamente os olhos de Ivan reaparecendo, os mesmos estavam sem expressão alguma, ele parecia dormir de olhos abertos até Victoria pronunciar pela ultima vez a frase.

Ancestrais, ouçam-me... – as mãos se afastaram da cabeça de Ivan, a vida parecendo voltar a eles. Ele se curvou sobre a mão na barriga, ofegante.

– Então, funcionou? – Rebecca perguntou em meio ao silêncio que se instalou na sala.

A campainha tocou. Eles se entreolharam e Azazel se manifestou, dando um passo à frente.

– Eu atendo. – diz, os braços cruzados enquanto se dirigia ao hall, o sorriso nos lábios sugeria que ele sabia quem era. Quando abriu a porta seu sorriso se alargou ainda mais, a mulher de cabelos loiros se assustou. – Amber.

– Boa noite. – o cumprimentou. Um grito vindo da sala a fez dar um pulo, era um grito de Ivan. Ainda sorrindo ele deu espaço pra que ela entrasse e disse:

– Entre, a festa já começou.

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Tradução do feitiço:

Aos ancestrais e as forças da natureza eu peço

Devolvam as memórias que um dia não foram minhas

Os demônios não posso mais carregar

Em outros olhos deve se hospedar

Autora: Ju Mikaellteli, vulgo bruxa ninja.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo. Já sei, já sei. " Como vocês terminam um capítulo assim?". Simples, somos más u.u A Julia é braba demais. Eu adorei a parte do feitiço. Vai ali em baixo e comenta ok? Pode dizer o quanto adorou sem dó rs É isso, abraço da Hunter.



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