O Legado de Lily Potter escrita por O Coração Negro, Lana


Capítulo 8
Capítulo 7 – Meu Nome é Lily Luna Potter




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Capítulo 7 – Meu Nome é Lily Luna Potter

Eu me sentia absolutamente em pânico.

Tudo começou e cresceu de maneira gradativa: fui salva por um garoto que não conhecia, depois a música do chapéu seletor que alertava sobre perigos internos, um acidente com uma aluna de Hogwarts, meu nome aparecendo no tal livro dos herois, um artigo trouxa relatando magias negras, uma garota que parecia ter visto meu futuro e agora núcleos gêmeos... Para mim estava tudo interligado.

Mas o que realmente me perturbava era a seguinte questão: seria Alexander a sombra que crescia em Hogwarts? Pensei em tudo que sabia sobre ele, era realmente muito pouco. Nick havia me prevenido que ele era perigoso... Seria isso de nossas varinhas serem gêmeas a prova de que ele se tornaria um poderoso bruxo das trevas que eu devia enfrentar? Senti que essa possibilidade era grande, mas se era verdade, porque ele havia me salvo do caminhão na Bulgária?

“Talvez ele precise de você para alguma coisa” disse uma voz na minha cabeça...

– Lily Potter! – chamou a voz de Córmaco no meio da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas – A resposta Srta. Potter!

– Não sei... – respondi abaixando a cabeça me fingindo de envergonhada.

– Menos cinco pontos para a Grifinória, cortesia da Srta. Potter... – disse Córmaco.

Eu não me preocupei com esses pontos e tampouco os outros alunos da Grifinória.CórmacoMcLággen havia assumido o cargo há exatamente um mês e era um péssimo professor, suas aulas basicamente se resumiam em trinta intermináveis minutos lendo um capítulo, depois perguntas e se desse tempo, demonstrações de luta contra as Artes das Trevas que ao invés de usarmos feitiços tínhamos que vencer na força, tivemos até que tentar superar uma camisa enfeitiçada para enfocar quem tentasse vesti-la, sem usar magia.Enquanto estávamos nos primeiros cinco capítulos conseguimos responder perfeitamente as perguntas devido as aulas do professor anterior, mas chegando ao capítulo seis,ninguém conseguia responder as perguntas que envolviam um conhecimento mais aprofundado do assunto, por isso era frequente todos perderem pontos por errarmos as perguntas. Eu e Hugo perdíamos no geral cinco, os outros, três pontos.

Eu já havia ouvido falar de péssimos professores de Defesa Contra as Artes das Trevas antes, mas Córmaco parecia a terrível junção de Quirell, Lockrart e Umbridge, ele se recusava terminantemente a nos deixar usar magia, se achava o melhor e dava castigos severos, segundo ele precisávamos estar treinados fisicamente e que os feitiços seriam praticados no quinto e depois no sétimo ano, bem na época dos exames, embora o professor ressaltasse que não achasse que fosse necessário devido a seu inovador método de ensino.

O clube de duelos que a maioria adorava se tornou sinônimo de sofrimento, a recusa de usar magia se estendeu até as reuniões, em que sem usar magia se resumia a lutas físicas ou em desviar de bolas de queimada enfeitiçadas para nos perseguir e atingir como balaços. Com o passar do tempo os alunos começaram a desistir do clube, eu obviamente estava entre os primeiros, então o nosso querido professor CórmacoMcLággen resolveu dar parte da nota com base na participação no clube, e obviamente ninguém podia recusar a nota com ele, então o clube de duelos ficou lotado de estudantes , fato que segundo o professor se devia ao seu método de ensino dar resultado.

– Devíamos procurar nossos pais! – disse Hugo após sairmos da aula – Eles são funcionários do ministério e são muito amigos do diretor!

– Não Hugo! Não vamos pedir ajuda! – eu estava estressada, no decorrer do mês, Hugo sempre dava essa sugestão e me irritava, não que isso não era tentador, mas eu sempre pensava: o que nossos pais fariam? Talvez nada, ou pedir a substituição do professor, e ao pensar isso eu já via uma manchete “Harry Potter se sente ameaçado por rival e pede que professor seja afastado” por Rita Skeeter. Pedir ajuda certamente estava fora de questão, mas não apenas pelo risco de virar notícia, mas também porque em algum ponto comecei a sentir que aquela era minha batalha, a minha luta particular contra um professor desprezível, assim como meu pai havia encarado Snape, Umbridge, Quirell e Lockhart.

– Vamos logo, temos que chegar cedono salão comunal, quero começar os deveres para chegar adiantadaao clube de duelos – disse Tabitha já acostumada a abrandar nossas discussões.

– Nerd – disse Hugo fingindo uma tossida.

Chegar cedo ao clube de duelos era a grande carta na manga dos alunos que queriam aprender algo, uma vez que o professor nos proibia de usar um simples “Expelliarmus”, era frequente chegarmos todos antes que ele e treinarmos sob a orientação dos mais velhos, exatamente como fazíamos com o professor Adelfo, a diferença era que agora isso era proibido e tínhamos que parar religiosamente no horário antes do professor chegar, se todos colaborassem o atual professor nunca saberia.

Quando chegamos ao salão comunal nos deparamos com um lugar lotado e a maioria empolgada, não foi difícil ver o motivo, depois de um mês James finalmente havia marcado os testes para ser membro do time de Quadribol da Grifinória. O problema é que faltava apenas duas semanas para o jogo, eu fui logo me inscrever para apanhadora. Olhei para James com um pouco de pena, por mais que ele gostasse de quadribol, ele não servia para capitão, o tempo que ele demorou para marcar os testes era a prova disso. As aulas de voo haviam acontecido e ido, todos os outros times formados, mas meu irmão simplesmente não lida bem com a pressão e nervosismo, ao invés de fazer logo os testes preferiu lidar com isso criando problemas pela escola, dentre eles explodir um banheiro. Se fosse eu, teria marcado os treinos para a primeira semana, assim poderíamos voar juntos mais vezes e nos preparar para o jogo. Agora, faltando duas semanas, não teríamos tempo de praticar jogadas ensaiadas e tampouco teríamos bom entrosamento.

A sala estava tão cheia que tivemos dificuldade de conseguir lugares, por fim dois garotos que comiam bolinhos de queijo e tomavam suco de abóbora desocuparam os lugares, ocupamos a mesa nos sentindo sortudos, pois além do lugar estar cheio os garotos haviam deixado uma jarra cheia de suco.

– Que sorte! – disse Hugo enquanto eu me adiantava e segurava a jarra para nos servir, nossa sorte virou azar quando a jarra explodiu na minha mão espirrando suco para todo lado, senti minhas mãos doerem e notei que estavam cheias de furúnculos vermelhos que soltavam pus e sangue.

– A azaraçãofurúnculos? – perguntou Tabithaexaminando minha mão enquanto a maioria ria achando que era uma pegadinha brilhante de uma jarra que explodia, olhei para os lados para notar Alexander mexer nas vestes como se guardasse a varinha. Desde nosso duelo o garoto e Escórpio pareciam aparecer aonde eu ia e pequenas pegadinhas começaram a acontecer comigo, o que apenas reforçava minha raiva deles e minhas suspeita de eles serem pessoas ruins.

– Foi ele de novo, eu sei que foi – disse Hugo como uma criança mimada, senti meus olhos lacrimejarem e me levantei.

– Vou para a enfermaria – disse, não iria dar o gostinho a ninguém de me olhar daquele jeito e sai pelo buraco do retrato com Tabitha e Hugo me seguindo.

Durante todo o percurso para a enfermaria, Hugo e Tabitha conversavam sobre quadribol e eu ficava inquieta com a crueldade de Alexander, eu já havia sofrido muito mais além da maldita maldição furúnculos. Já tinha sido derrubada da escada, uma estátua até mesmo quase me atingiu, nessa última consegui o ver usando o feitiço redutor que desprendeu a estatua da parede, mas como Nick havia me dito na abertura era realmente difícil provar e eu ainda estava insegura.

– Lili? – chamou Hugo quando finalmente me dei conta de que falavam comigo.

– Que foi? – disse e acrescentei – não me chame de Lili! – Ninguém me chamava assim além de Beatriz, eu já havia enviado uma carta a ela por intermédio de meus pais, mas até agora não tive resposta.

– Estávamos falando que você vai ser apanhadora da Grifinória, com certeza – disse Tabitha. – Hugo disse que você voa bem.

– Bem? Ela é ótima, tio Harry diz que ela já subia em cima da vassoura de brinquedo do James antes mesmo de começar a andar – disse Hugo animado.

Eu não conseguia entender de onde Hugo tirava esse humor, eu me sentia cheia de dúvidas, até um pouco assustada. Mas Hugo não se preocupava, ou pelo menos não deixava transparecer, eu compartilhei tudo com Tabitha e ele,e mesmo assim ele agia como se não fosse nada, como se ignorando o problema o mesmo fosse desaparecer sozinho. Tabitha já era mais preocupada, me dava ideias e teorias, me sentia bem mais a vontade com ela.

Forcei-me a pensar em tudo menos o Quadribol. Eu voava bem, isso era um fato, porém minhas mãos melhorariam o bastante para segurar uma vassoura essa tarde? Fora que havia uma certa pressão quanto a me juntar ao time, meu pai havia sido o mais novo apanhador da historia, sua habilidade foi tanta que mudaram as regras sobre alunos do primeiro ano não poderem fazer parte do time. Minha mãe também não ficava atrás, ela foi artilheira do harpias.

Quando finalmente fui examinada por madame Pomfrey,Tabitha e Hugo permaneciam ao meu lado.

– Andou brincando com pus de bubotúberas para as espinhas? – disse ela examinando minhas mãos cheias de furúnculos ensangüentadas e cheias de pus.

– Não, foi uma azaração furúnculos – disse para ela.

– Nesse caso não poderá usar as mãos até amanhã... – começou ela a dizer.

– Mas e o teste para o quadribol?! É hoje! A senhora não pode fazer nada? – disse para ela ao mesmo que ela me olhou feio.

– Lógico que posso, mas a azaração furúnculos demora para desaparecer os efeitos, se fosse o caso de pus de burbotúberasseria mais simples, um pouco de pomada e algumas horas de descanso e você estaria nova – disse madame Pomfrey. – Mas no caso da azaração deve-se esperar a magia perder o efeito, vou colocar um pouco de pomada e bandagens para a dor e está proibida de usar essas mãos até amanhã.

Pensei “Como se você pudesse me impedir de tentar”, eu iria fazer teste para o quadribol mesmo que para isso tivesse que segurar a vassoura com os dentes.Porém ainda sentia minhas mãos dormentes e doloridas... Jurei para mim mesma fazer Alexander pagar caso eu não entrasse para o time.

Quando finalmente chegou a hora do teste me dirigi para o campo de quadribol e não fui a única, as aulas acabaram mais cedo naquele dia para todos que fossem fazer o teste. O campo já estava cheio, o quadribol sempre foi popular e meu irmão sempre chamou atenção, não apenas por causa de meu pai, mas também por sua irreverência e jeito descolado que lembrava a tio Fred.

Eu já mencionei como James era uma má escolha para capitão, mas tenho que dizer que o teste foi péssimo, beirando um fiasco. James começou mandando os alunos voarem, eu segurei minha vassoura firmemente, sem nem sentir dor pelos furúnculos e levantei voou e circulei a quadra, foi quando vi que seu jeito de dar a ordem foi horrível, os candidatos deviam seguir meu exemplo e circular a quadra para mostrar suas habilidades na vassouras. Os que sabiam voar apenas dispararam para cima e ficaram voando desordenadamente, James conseguiu eliminar todos que não podiam voar, mas demorou para ver quem conseguia segurar a vassoura.

A primeira parte do teste foi para escolher o apanhador, e James não separou em grupos para ver quem queria ser o que, apenas soltou o pomo de ouro e disse que quem conseguisse pegar seria o apanhador. Isso era demente, afinal apanhador era uma função muito importante e tinha uma certa glória, todos tentariam e com tanta gente voando seria quase impossível pegar o pomo, além de ter o risco de alguém que não tivesse habilidades o pegar por acidente.

Voei o melhor que pude e deixei de procurar o pomo, preferi manter o olho nos outros candidatos que voavam desordenadamente, caso algum deles se aproximasse eu agiria, era muito mais eficiente do que procurar algo no emaranhado de dezenas de pessoas. Depois de trinta minutos voando eu simplesmente assumi que o pomo não podia ser encontrado, não daquela maneira, algumas vezes vi o minúsculo ponto dourado e me movijunto com a maioria para descobrir que era apenas um reflexo em um relógio.

Uma idéia louca me surgiu: empinei a vassoura para cima a toda velocidade e disparei como uma bala, então olhei para trás para ver que todos me seguiram. Fiquei satisfeita, seria constrangedor se em uma finta alguém conseguisse pegar o pomo. Voei para cima o mais alto possível desacelerando, queria que me alcançassem e quando finalmente alguns me passaram guiei a vassoura para baixo, sempre a toda velocidade e depois desacelerando, quando todos me alcançaram eu disparei de novo, vi o chão, mas mesmo olhando para os lados não vi nada do pomo. Desfiz o mergulho no último segundo, porém a maioria não teve tanta destreza. Sem dúvida esse deve ter sido o teste de quadribol mais sanguinário da história, a maioria provavelmente quebrou um ou dois ossos, alguns conseguiram desfazer o mergulho, mas mesmo assim ficaram desnorteados, mas não iria me preocupar com isso, me aproveitei deste tempo para procurar o pomo.

Olhei para cada canto em cada direção em cima e em baixo até que vi o pomo e disparei, a maioria que já havia se recuperado ficou incerta de me seguir de novo, eu ri para mim mesma, alguns me acompanharam, mas já era tarde, logo minhas mãos se fecharam na bolinha dourada e eu aterrissava vitoriosa.

– Nova apanhadora da Grifinória é Lily Potter – disse James satisfeito, alguns alunos de narizes sangrando me olharam carrancudos,aterrissaram e foram embora. – Agora o teste de goleiro, quero que vocês...

– Formem um grupo! Todos que não quiserem ser goleiro aterrissem e se preparem para os testes de artilheiros e batedores! Quero os goleiros separados em dois grupos! – disse carrancuda, não iria aturar outro teste mal organizado, todos me olharam incertos, até James.

– Vocês ouviram minha irmã! – gritou ele, eu sabia que seria péssimo para sua autoridade ele me obedecer assim, mas eu sabia que ele tinha algo mal organizado em mente e eu simplesmente não iria permitir.

O resto do teste foi mais organizado, os goleiros se organizaram na mesma trave que usamos os candidatos a artilheiros para lances livres, foi ótimo que já separamos os bons artilheiros dos ruins. Alguns erravam por metros. Depois que a elite dos goleiros e artilheiros estavam selecionados fiz eles se organizarem em dois times de vinte membros e tentarem fazer gols enquanto eu e James fingíamos de batedores únicos para cada time e capitães rivais. Quando o jogo falso chegou ao fim em dez minutos, tínhamos os três artilheiros e o goleiro, então colocamos os batedores por último para tentar rebater os balaços e atingir determinados alvos. Foi o teste mais mole, mas o time foi formado.

As artilheiras foram alunas do quarto e terceiro ano, JeskaAlbarn uma garota morena de pele bronzeada e pouco maior que eu, porém muito rápida e habilidosa, as outras foram Lizz e Patty Tompson que eramirmãs (Lizz um ano mais velha); os batedores foram um garoto musculoso do sexto ano chamado Harvar D. Éclair e Daniel Gregory; a goleira era Kim Diehl, a garota era tão pequena que não parecia ser capaz de defender os aros, porém sua aparência era enganosa, ela era rápida para se mover e tinha mãos firmes.

Tivemos um pequeno brinde de comemoração em que James soltou alguns fogos de artifício, embora ninguém quisesse admitir a um mal humorado Filch, que incrivelmente ainda estava no castelo, que havíamos sido nos os responsáveis pelos fogos. Quando fomos para o salão comunal eu me adiantei para terminar os deveres, queria praticar magia antes do professor chegar ao clube de duelos. Fiquei feliz de minhas mãos serem capazes de escrever, mas não tirei as bandagens, pois não sabia em que estado estariam o furúnculos estourados de segurar o cabo da vassoura.

Nos dirigimos para a sala onde aconteciam os “duelos” de Córmaco, no caminho passei pela garota que havia dito que previra meu futuro que agora eu já sabia seu nome. Ela era do terceiro ano da Lufa-Lufa e se chamava Giovanna Trelawney. A garota vinha na direção oposta conversando com um grupinho de garotas risonhas e algumas pareciam mais novas.

– Gi, lê minha sorte hoje! – disse uma delas.

– Não a minha! – disse a outra.

– Depois – respondia Giovanna satisfeita enquanto as garotas murmuravam de como ela havia acertado as predições. Quando passou por mim ela murmurou no meu ouvido bem baixinho “Cuidado”.

Eu me virei,a única vez que ela falou comigo foi no dia em que descobri sobre minha varinha e a do Alexander, deveria me preocupar? Bem, independente de minha vontade eu me preocupei, só segui meu caminho quando senti Hugo me puxando.

Tentei esvaziar a mente, sabia que não seria bom entrar em um duelo com a cabeça cheia de preocupações, no decorrer do mês eu havia adquirido alguma experiência em combate e era frequente vencer meus duelos, embora ainda perdesse alguns, principalmente contra alunos mais velhos.

Quando chegamos ao clube a maioria das duplas já estava feita, Tabitha foi imposta a duelar com Hugo pelos alunos do sétimo ano, olhei em volta esperando para ver quem colocariam para eu praticar. Notei Kirche conversando com os amigos, ela me deu um olhar seco, ela e seu grupo me odiavam desde que eu havia recusado entrar no maldito FOOP. No fim eu iria ser adversária de um aluno do sétimo ano chamado Joriel.

– A filhinha do Harry Potter... – disse ele baixinho quando nos cumprimentamos.

Senti-me irritada antes mesmo de o duelo terminar, não era a primeira vez que me chamavam assim e eu não gostava, era pior do que Lili. Ouvi a contagem e respirei fundo, um, dois e três e o duelo teve inicio.

– Expelliarmus!– disse mais rápido do que ele, era meu melhor feitiço de ataque, porém foi desviado por magia não verbal, Joriel deu um olhar zombeteiro e vi os lábios dele se movendo como se dissesse “É o seu melhor?”

O próximo feitiço que ele jogou foi um raio vermelho claro que inicialmente achei que fosse um feitiço estuporante mal feito, porém quando eu desviei senti a ponta dos meus cabelos queimarem e a parede onde o feitiço atingiu pegou fogo.

Fazia algum tempo que eu não seria uma adrenalina como aquela, meus sentidos pareceram ligar quando senti o perigo e uma idéia repentina passou por mim, “Ele estava duelando sério”, porém ainda não tinha certeza e fiz o mais lógico e óbvio que pude, continue desviando e atacando, meus feitiços incluíam trava língua, furúnculos e o clássico feitiço pra desarmar, mas eram todos desviados com magia enquanto eu tinha que sair da frente dos do meu inimigo, sem duvida estava em desvantagem e por isso odiava lutar contra alunos mais velhos.

Tentei a mesma estratégia que usei contra Alexander e tentei circular ele, mas Joriel andou na direção contraria que eu ia e atacou com um feitiço de luz verde, que tive que parar derrapandocom um chiado e rolar para não me atingir no rosto, vi o feitiço atingir uma armadura atrás de mim e o peito da mesma começou a rachar, foi quando notei que a maioria dos outros duelos já haviam terminado e que Joriel estava duelando para matar.

Um medo gelado passou por mim. O que eu faria? Se ele estava serio eu teria alguma chance? Por quê ninguém fazia nada? Rolei e corri com os pés escorregando para desviar do próximo feitiço que incluía um movimento cortante como se desembainhasse uma espada, “isso foi o Sectumsempra”.

Praguejei baixinho e senti um pouco de sangue escorrer, o feitiço havia aranhado minha orelha, mas duvidei que havia feito algum grande dano ou o duelo teria terminado comigo ficando inconsciente, mas eu sabia que se tivesse pego no pescoço eu teria morrido, por quê ele estava fazendo isso? Ele não tinha medo de ser expulso? Talvez preso? Enquanto fugia e desviava com minha vida em risco percebi que seria fácil fazer parecer um acidente, ele podia até mesmo ter pedido uma varinha emprestada e me matar com ela, quando averiguassem a varinha dele não encontrariam nada fora do normal. Não era impossível criarem um acidente em um duelo sem a supervisão do professor.

Enquanto fugia corri entre os alunos que haviam acabado de duelar, as filas abriam caminho aparentemente com medo de serem atingidos. “Babacas, se vocês perceberam, porque ninguém faz nada? Ou será que estão fingindo não ver? Ou não acreditam que alguém esteja tentando me matar?”. Eu sabia que mesmo que alguém tivesse percebido a maioria teria medo e receio de parar o duelo, pois correria o risco de receber em cheio um feitiço que seria direcionado a mim; apontei a varinha pelas costas e gritei “Expelliarmus”, e soube que havia atingido alguém errado quando outro feitiço de luz roxa passou voando pela minha cabeça abrindo um buraco para o corredor.

Eu não sabia o que fazer, não senti que aquele havia sido meu mais forte adversário, mas sabia que de todos os meus duelos aquele era o único que eu verdadeiramente estava em risco. Pensei em me render, mas me lembrei das palavras dele: “a filhinha de Harry Potter” e uma onda de fúria passou por mim, foi como se tudo de ruim que havia acontecido em Hogwarts tivesse vindo a tona e eu queria extravasar.

Uma idéia maluca veio na minha cabeça, corri para uma das grandes estátuas que havia perto das janelas na sala. Hogwarts era cheia de estátuas de bruxos famosos e cortinas velhas que ficavam sempre abertas, com um feitiço cortante desprendi a cortina e puxei jogando nele. O pano abriu como uma rede, se ele notou ou não deu importância não sei, mas o pano o distraiu durante o tempo que eu precisei para me esconder atrás da estátua.

Escalei a estátua por traz mirando feitiços em Joriel, sabia que a cobertura não era o bastante para me dar vantagem no duelo, mas eu tinha que tentar. Um dos feitiços de contra ataque do meu inimigo atingiram a janela que explodiu em cacos, senti a estátua começar a quebrar com um dos feitiços que o garoto lançou. “Idiota, ainda bem que ele não pensou em usar de cara o Bombarda ou o feitiço redutor”. Graças àestupidez do meu inimigo, eu tinha uma chance e a agarrei com unhas e dentes.

Quando cheguei ao topo da estatua a mesma já balançava com um dos pés quebrados, mas não me importei, isso fazia parte dos meus planos, mirei a varinha para baixo entre os contra ataques e disse “bombarda”, a estatua desabou, mas era isso que queria, eu iria cair com tudo em Joriel, o garoto mal finalmente pareceu se lembrar do feitiço redutor, pois o peito da estátua explodiu em baixo de mim com tudo, mas já era tarde, eu pulei gritando.

– Lumos!!! – gritei o feitiço, era algo tão básico que a maioria não daria atenção, porém que já olhou diretamente e subitamente para uma luz forte sabe como isso incomoda os olhos, Jorielfechou os olhos lacrimejantes e até mesmo abaixou a cabeça lançando feitiços que achei que fariam estrago se tivessem me atingido, enquanto caia eu parecia ouvir ele falando, ou talvez tivesse sido alguém que assistia “A filhinha de Harry Potter”, então gritei enquanto caia – MEU NOME É LILY LUNA POTTER- , então eu o atingi como uma pedra que o derrubou, cai por cima dele e agi rápido, apontei a varinha para a garganta dele gritando.

– Bocadepimenta! – disse usando uma azaração infantil, porém o rosto dele ficou vermelho, ao mesmo que ele sentia a ardência extrema do feitiço na garganta, senti o braço dele que segurava a varinha se movendo e agi mais rápido usando a azaração furúnculos na sua mão dominante, as mãos dele incharam tanto que ele não conseguiu segurar a varinha e eu a recolhi.

Me levantei me sentindo vitoriosa. Estava com arranhões, cortes e o corpo dolorido da queda e pancadas, mas me senti viva e bem, olhei para a os alunos que assistiam e senti sangue escorrer por meu olho esquerdo embaçando minha visão, mas continuei procurando na platéia, o primeiro rosto que vi foi o de Alexander antes de ouvir um grito. Virei-me e me deparei com Córmaco me olhando, ele olhou para Joriel que gemia no chão com a mão cheia de furúnculos e o rosto vermelho como se engasgasse com comida, pimenta na verdade, depois para mim com as duas varinhas na mão.

– Lily Luna Potter! – rugiu ele, embora sue rosto parecesse estranhamente feliz.


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Notas finais do capítulo

Acredito que da para ter uma melhorada no número de comentários, então que tal fazermos assim, se esse capitulo tiver 10 comentários, o próximo sai mais cedo e ninguém precisa morrer, se não só daqui a 7 dias.
=)



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