O Legado de Lily Potter escrita por O Coração Negro, Lana


Capítulo 31
Capítulo 30 – Grande alquimista e esposa encontrados mortos


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!

Gostaria de me desculpar, pois disse nos comentários que postaria este capítulo no domingo passado... Ocorre que fiquei doente, e melhorei há pouco.

Boa leituraa!



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Capítulo 30 – Grande alquimista e esposa encontrados mortos

“Grande alquimista e esposa encontrados mortos”

Li a noticia mortificada, a morte de Flamel se revelou um mal pressagio, li o artigo em parceria com Tabitha.

Faleceu essa manhã em sua residência no beco diagonal o grande alquimista Nicolau Flamel, famoso pelos diversos trabalhos de alquimia, a se destacar o feito em parceria com o lendário bruxo Alvo Dumbledore. Flamel sem dúvida era um dos maiores nomes da magia em nosso tempo. O corpo foi encontrado pelo próprio chefe da seção dos aurores, Harry Potter.

“Eu havia formado uma amizade com o senhor Flamel há algum tempo. Como ele parou de responder minhas corujas... fiquei preocupado e resolvi checar” disse o Sr. Potter.

Lembrei-me da longa conversa entre meu pai e Flamel dois anos atrás, fazia sentido depois eles terem mantido algum contato. Continuei a ler o artigo.

Já muito idoso o Sr. Nicolau e esposa Penelope morreram, pelo que afirmam os medibruxos, de causas naturais.

Seguia-se uma foto de onde os corpos foram encontrados, o corpo de Flamel estava estirado no chão como se tivesse acabado de abrir a porta e o da mulher parecia estar tentando fugir... caída próxima a uma janela. Seria possível que Voldemort finalmente havia vindo atrás de Flamel? Faria sentido, isso significaria que o bruxo das trevas estava mais próximo da imortalidade e sem dúvida alguma começando a sair das sombras, afinal matar um bruxo como Flamel era algo a se notar.

Já ia comentar meus pensamentos quando Tabitha deu um gritinho.

– Lily, olha! – disse minha amiga chocada.

Bem ao lado da primeira manchete havia outra de igual peso, tanto que eu até mesmo me surpreendi de não ter notado.

“O preço da coragem”

O famoso errante Córmaco MacLaggen, conquistador de várias medalhas na luta contras as artes das trevas foi contaminado pela mordida de um lobisomem. Ex professor de DCAT na escola de magia e bruxaria, saiu da aposentadoria a dois anos para voltar a luta contra as forças do mal.

Segundo depoimento de testemunhas, principalmente errantes, o bruxo liderou uma busca nos arredores de um bairro trouxa com base em uma dica que haviam recebido. A perseguição se estendeu noite adentro e os bruxos deram de cara com uma gangue hostil de lobisomens, depois de uma luta em que o ministério foi acionado, o incidente terminou com a contaminação do grande errante e diversos feridos. Os lobisomens conseguiram escapar.

Em meio ao caos algumas das vitimas alegam que houve bruxos lutando ao lado das bestas. Sobre a veracidade dessas declarações nada foi confirmado.

“É tudo culpa do Potter, ele não nos prestou o devido suporte” disse Córmaco de sua cama no Saint Mungus...

– Não dá para acreditar! – exclamou Tabita. – Ele ainda quer colocar a culpa no seu pai!

– Acho que se ele pudesse, diria que meu pai mordeu-o – respondi. Nunca fui o tipo de garota que ri da desgraça alheia e não tinha o hábito de me sentir bem com essas situações, porém se abateu sobre mim um estranho sentido de justiça, como se o meu ex-professor houvesse de alguma forma merecido o destino e na minha opinião ele havia de fato merecido.

Ficamos bons minutos conversando sobre possíveis teorias que envolviam desde a morte de Flamel, ao fato de bruxos terem lutado ao lado dos lobisomens... Pelo que tudo indicava Voldemort estava mais ativo do que no últimos tempos, porém o que ele pretendia? Eu não conseguia chegar a uma resposta. Tabitha me cutucou e apontou eu me virei, Alexander e Escórpio passavam apressados por mim. Me lembrei de uma das minhas resoluções para esse início de ano e me levantei, não havia melhor momento para resolver os problemas do que logo.

Fui até ele antes que ele saísse e segurei seu braço, ele se virou de súbito.

– Preciso falar com você.

– Está quase na hora da aula...

– Mais um motivo para você vir comigo conversar em particular e calar a boca.

Ele pareceu ligeiramente irritado e me encarou, como se fosse tentar me fazer desistir com o olhar. O encarei em resposta, ficamos nos encarando alguns minutos até que ele cedeu.

– Tudo bem... Mas espero que seja importante.

– Vem comigo – disse e ele me seguiu até uma passagem secreta que ficava ao lado da entrada do castelo. A melhor coisas sobre estudar em um grande castelo antigo é que existem passagens secretas em todos os lugares, então não era difícil conseguir um pouco de privacidade.

– Certo, o que foi? – Alex me perguntou, estávamos sozinhos em uma das muitas passagens secretas que existiam na escola, ele se escorou em uma parede, mas parecia desconfortável e se recusava a me olhar.

– Por que você está sendo um babaca? – Perguntei, não havia uma boa forma de perguntar, às vezes devia se chegar na lata e falar, eu sentia que se desse muitas voltas no assunto no fim nada ficaria resolvido.

– Eu estou agindo normal, é impressão sua.

– Seu normal é uma pessoa completamente insuportável.

– Não é meu problema – ele respondeu e me encarou, eu comecei a me irritar, mas me esforcei para manter a voz calma.

– Olha eu sou muito agradecida por ter me ajudado... Quando tentavam me matar e tudo, mas depois disso você virou um completo idiota, achei que devíamos nos dar melhor, estamos do mesmo lado... E do jeito que você está qualquer dia eu transformo suas orelhas em rabanetes, achei que depois de tudo que passamos, poderíamos no mínimo nos dar bem.

Ele pareceu considerar isso por alguns minutos, então me encarou, sem duvida estava escondendo algo.

– É impressão sua, estou apenas... – ele fez uma pausa antes de completar – sendo eu mesmo e á propósito, eu não vou mais ir naquelas reuniões. Não tem utilidade e vocês claramente não tem a capacidade para descobrir algo, é uma perda de tempo.

– Então ótimo, até outro dia, pode ser melhor mesmo você não ir – respondi e saí espumando de raiva. Garotos conseguem ser verdadeiros idiotas.

Eu ainda estava furiosa durante todo o período da manhã. Não fui bem em Poções, consegui derreter um caldeirão. Por outro lado apesar de ter ido mal em Defesa Contra as Artes das Trevas, eu não fiquei chateada, acertei a professora por acidente e cresceram chifres de veado nela. Não foi difícil consertar, mas ela não ficou feliz e a turma deu boas risadas.

Por volta da hora do almoço eu ainda estava irritada, porém havia outros assuntos para resolver, precisava falar com minha amiga sobre Hugo. Escolhi justamente o almoço para abordá-la, esperava que a boa comida de Hogwarts fosse deixá-la de bom humor e tínhamos alguns minutos vagos, que já era de praxe gastar perto do lago com uma pilha de livros em uma busca infernalmente infrutífera, afinal não é fácil virar para a melhor amiga e dizer “oi, o garoto que você gosta me convidou para sair”.

– Tabitha? – perguntei enquanto lia um livro, tentei ser casual.

– Hum? – ela respondeu, igualmente obcecada por encontrar qualquer informação que nos ajudasse. Ela parecia ter levado para o lado pessoal o fato de não conseguirmos encontrar nenhuma pista sobre os fundadores.

– O Hugo me convidou para ir a Hogsmead com ele – disse, olhei por cima do livro para ver a reação

– E você? – ela perguntou ligeiramente fria, olhei para ela, minha amiga havia ficado com o corpo meio rígido.

– Eu nada, ele me disse para pensar no assunto.

– E você... quer ir? – ela insistiu.

– Honestamente... não tenho certeza, é meu priminho Hugo, que cresci junto.

– O que você vai responder? – ela perguntou novamente.

– Que não – me decidi finalmente.

– Sabe... eu acho que talvez seja melhor você aceitar – disse tabita.

– Como assim? Você não gosta dele? – perguntei confusa.

– Eu gosto dele, mas ele gosta de você, talvez seja bom ele finalmente desencanar – ponderou ela, eu não tive tanta certeza, mas era um fato que eu não gostava dele.

– Mas eu não gosto dele – respondi e não sem duvida não queria ir com Hugo sozinha em Hogsmead.

– Só pense nisso – ela disse e voltou a leitura do livro.

Naquele dia eu tive certeza que Tabitha pareceu meio avoada, parecia realmente gostar de meu primo. Assisti as aulas com um estranho sentimento de desânimo, quando elas finalmente terminaram disse a Hugo e Tabitha que não me sentia bem e pela primeira vez em muito tempo não fiz uma visita à biblioteca, apenas me sentei em uma cadeira na sala comunal com a cabeça apoiada em uma mesa.

Devo ter cochilado alguns minutos, quando senti algo macio se esfregar em meu braço. Levantei a cabeça com os olhos sonolentos. A Sala Comunal estava lotada e ali na minha frente estava prima Rose com seu gato Bichento. O animal me fitou meu rosto estranhamente, era quase humano.

– Qual o problema priminha? – perguntou Rose, minha prima havia ficado muito bonita, havia herdado o rosto da mãe e uma combinação dos cabelos ruivos a lá Weasley com o encaracolado de tia Hermione, porém não era espesso, caia em cachos simples enquadrando bem seu rosto. Para completar o jogo era ela esbelta, havia herdado a altura de Rony, com olhos castanhos que pareciam casca de árvore.

– Nenhum – menti rápido, Bichento saltou para cima da mesa e se sentou ali, minha prima sentou em uma cadeira próxima a minha.

– É tudo por que meu irmão te convidou para sair? – perguntou ela.

– Como você sabe? – perguntei, lógico que não era a única coisa que me incomodava, mas se eu falasse muito poderia acabar envolvendo-a na situação dos fundadores e na busca, não que ela não fosse ficar feliz em ajudar, mas quanto menos pessoas soubessem melhor.

– Hugo me pediu conselhos – ela deu de ombros – se você não quiser ir, é só dizer não, não é razão para ficar triste.

– Hum – eu respondi, mas eu queria gritar, não é por isso que eu estou chateada.

– Se você quiser ir, porque não aceitar? – ela continuou – Quero dizer, o que de pior pode acontecer? Se você não gostar, é só falar para ele, vocês cresceram juntos, ele entende... e acho que pode servir para ele te tirar da cabeça se não for o certo, de toda forma você vai ter que lidar com isso, por que não dar uma chance?

– Não sei – admiti – apenas não sinto que quero ir e não estou triste por isso.

– Então por quê? – ela perguntou, eu não respondi. Rose bancou os ombros e se levantou.

– Quando quiser conversar é só falar comigo – e saiu, Bichento pulou da mesa e a seguiu.

Respirei fundo e continuei no meu desânimo, em dado momento eu cochilei de novo, sonhei que estava em um Hogwarts antiga, perseguido quatro sombras que se revelavam ser dos fundadores, os brilhantes bruxos me desafiavam, como se quisessem descobrir se eu era capaz de descobrir seus segredos, acordei de novo com a sala comunal cheia.

Não tive certeza de por quanto tempo dormi, mas o sono realmente foi ótimo para acalmar meu espírito, retomaria as buscas no dia seguinte e dessa vez iria procurar na seção reservada, algo me dizia que as buscas por ali podiam ser diferentes, claro que precisaria de autorização, mas achei que o professor Slughorn poderia me dar.

Virei-me para o buraco do retrato, no momento que Hugo entrava junto com Escórpio e Alexander, me lembrei das palavras do garoto “eu não vou mais ir naquelas reuniões, não tem utilidade e vocês claramente não tem a capacidade para descobrir algo, é uma perda de tempo”.

– Eu vou mostrar para ele, juro que vou – disse para mim mesma e me levantei tomando de súbito uma decisão, fui diretamente até Hugo e o abordei.

– Eu aceito – disse para ele. Meu primo me olhou meio confuso, então a compreensão se espalhou pelo rosto dele e eu completei – Aceito ir com você no próximo fim de semana em Hogsmeade.

Não estava realmente animada, mas meu primo pareceu ter ficado muito feliz e eu não via em que isso poderia dar errado, foi meu primeiro erro aquele ano, aquela visita ao povoado seria um completo desastre.


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