O Legado de Lily Potter escrita por O Coração Negro, Lana


Capítulo 3
Capítulo 2 - O Triste Adeus Na Plataforma 9 e 1/2.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite!

Conforme o prometido, mais um capítulo postado.
Enfim, o embarque para Hogwarts!

Esperamos que gostem =)



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Capítulo 2 – O Triste Adeus Na Plataforma 9 e 1/2

Não havia nada, simplesmente não havia nada em lugar algum sobre a prática de magia por menores. Na manhã seguinte à minha experiência quase mortal eu havia perguntado a meu pai sobre o trabalho e ainda havia pedido a Hugo que ajudasse perguntando a tia Hermione, ambos meu pai e tia simplesmente não haviam dito nada. Eu esperava que houvesse rumores ou conversas de trabalho, meu pai apenas achou suspeito meu interesse e contou seu dia casualmente, mas no fim era como se nem houvesse acontecido. Meu primo havia simplesmente aceito a conclusão de que o garoto era búlgaro, mas eu não aceitava, talvez fosse apenas intuição feminina ou teimosia, mas achava que aquele garoto frequentava Hogwarts. Hugo não ficou satisfeito com a teoria.

Minha última semana antes de finalmente ser uma estudante de magia foi particularmente divertida. Fomos para a Toca em família, passamos o dia jogando quadribol no quintal e agora que estava armada com uma varinha, havia me disposto a aprender azarações em meu livro. Todos os dias antigos amigos de minha mãe e pai nos visitávamos, o professor Slugorn havia se convidado para um jantar onde teve o prazer de contar sobre novos alunos promissores e ouvir as histórias de meu pai. Aparentemente o velho professor havia largado a aposentadoria anos atrás e até hoje estava no cargo, era o diretor da Sonserina, estava encantado de ter ficado com Alvo que parecia ser um de seus favoritos e não parava de deixar comentários de que eu devia ir para a mesma casa. O primo Ted que hoje era jogador profissional de quadribol nos visitava sempre (ele no geral era minha visita favorita, não pelas histórias, mas sim porque ele havia entrado para os Cannos a apenas três anos e eu almejava me tornar profissional algum dia).

Hoje havia sido um dia particularmente bom, havíamos jogado quadribol em times, sorteamos os times e posições (como era uma das raras ocasiões em que a família estava toda reunida ambos os times tiveram sete membros) eu joguei como apanhadora, claro que no fim perdemos por pontos, nosso time era consideravelmente mais fraco, sendo o goleiro do time adversário tio Rony e os artilheiros meu pai e mãe, enquanto meu time contava com o goleiro mão furada Hugo, tio Ted um bom batedor, Rose que achava mais interessante fugir do balaço do que tentar fazer gols. Enfim eu acredito que meu pai poderia ter finalizado o jogo antes, mas ele parecia interessado em saber se eu conseguiria encontrar o pomo, na verdade eu cheguei a ver o reflexo dourado algumas vezes próximo ao time adversário, não tive a chance de me aproximar sem que Harry Potter me bloqueasse totalmente sem me dar chance de finalizar a captura, e terminamos o jogo com vovó chamando para o jantar.

Havia tantas pessoas na mesa aquela noite que movemos tudo para o quintal, foi um jantar animado em que tio Jorge e Ted conversavam com James sobre estratégias de quadribol. Se estão se perguntando porque meu irmão estava quieto em uma conversa a resposta é simples, ele era o atual capitão do time de quadribol da Grifinória; acreditem se quiser ele era um completo novato. Segundo me contaram, o capitão geralmente escolhido era o membro mais responsável e em caso de empate o mais antigo, porém James havia entrado no time em seu primeiro ano como batedor e conseguiram chegar na final, contudo perderam. No seu segundo ano tiveram uma despedida de mão cheia ganhando a taça, mas todos os outros cinco membros haviam se formado e o outro se transferido em razão da mudança dos pais, e sendo assim, meu irmão era o único que podia receber o distintivo de capitão. Nas primeiras semanas ele ficou cheio de si, contava que formaria o time mais forte da história, comemorou soltando uma grande quantidade de fogos de artifícios no gramado (sendo castigado por minha mãe), mas com o passar do tempo até mesmo meu confiante e brincalhão irmão havia percebido algo: ele simplesmente não servia para ser o capitão, não era sério o bastante e nem tinha a experiência necessária, então nessa última semana de férias seu animo começou a esfriar aos poucos, e ficou desesperado por pedir conselhos à minha mãe (que já havia sido jogadora profissional), meu pai - que diziam que poderia ter jogado profissionalmente - e hoje ele incomodava tio Jorge que havia sido um grande jogador e Ted, que jogava profissionalmente (a namorada de tio Ted, prima Victoire não pode vir dessa vez).

Como todos na família eu amava a idéia de Ted ser formalmente meu primo, desde pequena eu havia crescido com ele em casa, sendo o garoto afilhado de meu pai e além disso ele era particularmente divertido com suas transformações de metamorfomago.

Victoire, apesar de ter se formado recentemente na escola, era a atual professora de Transfiguração em Hogwarts e lembrava um pouco tia Fleur, linda e gentil, talvez um pouco arrogante e me tratava como se eu tivesse sete anos, mas eu gostava dela, principalmente porque ela era uma excelente ouvinte sobre determinados problemas. Quando Beatriz foi passar o primeiro e único final de semana em minha casa, prima Victoire havia estado lá e sua presença realmente tornou tudo mais divertido (Beatriz inicialmente havia ficado pasma achando que Victoire era uma modelo ou algo assim).

Hoje tínhamos também a visita de tio Percy e família, sem mencionar a velha Minerva MacGonagall, que havia se aposentado anos atrás do cargo de diretora e era uma antiga amiga da família. Mesmo a idade não havia tirado o fio de memória da anciã, ela continuava com o ar severo que diziam ser sua marca como professora,olhava tudo com um rigidamente e até James maneirava quando estava sob seu olhar atento e vigilante.

- Não vejo Potter – disse a professora Minerva olhando em volta – o grande chefe da seção dos aurores não tem tempo para esta velha? – disse Minerva em tom que se podia confundir com uma brincadeira, era incrível como alguém de tanta idade ainda podia ter um ar de autoridade tão forte.

- Aqui professora McGonagall – disse Gina passando chá à velha senhora – Harry teve problemas no trabalho... Ele deve se atrasar.

- Obrigado Gina, mas é claro, aqueles tolos da marca – disse Minerva. – Anos atrás as pessoas teriam mais medo de conjurar a marca negra, ainda era punível com prisão perpétua em Askaban.

- Já faz anos que o partido das trevas caiu e todos viram Lord Voldemort morrer, poucos são os que ainda tem medo ou pelo menos respeito com o passado – disse minha mãe – não aprovo conjurar algo tão horrível levianamente, existem coisas que não são brinquedos.

Eu ouvia atenta, sabia melhor do que ninguém o assunto, depois da queda de Lord Voldermort as coisas se aquietaram e os poucos seguidores que não foram mandados para Askaban se esconderam, porém todos haviam visto o lorde das trevas ter seu fim. Então perderam o medo pelo nome, pela marca e eventualmente pela coisa. Com o passar dos anos alguns bruxos fanáticos por violência haviam tentado inquietar as pessoas, então a marca negra perdia mais e mais do medo que inspirava, e embora não fosse comum, alguns a conjurava acima da casa de pessoas que queriam incomodar, ou apenas para chamar a atenção e em casos mais graves de assassinato, todavia era realmente difícil pegar essas pessoas.

- Também não é nada grave dessa vez, – disse Gina – apenas uma brincadeira de mal gosto. Conjuraram a marca acima da casa de um funcionário aposentado da prisão de Askaban que desapareceu, nem consigo imaginar o que isso deve ter causado a família...

- Existem brincadeiras que não deviam ser feitas – disse Minerva severamente dando ênfase a frase dita por minha mãe -, por mais que as coisas estejam nos eixos esse tipo de coisas atraem problemas, lembra daquele bruxo daquele país... Como se chamava? Branil... não era isso, Brasil... que conjurava a marca e tentou fazer todos acharem ser o retorno do partido das trevas?

- Mas no fim ele teve um terrível fim – disse minha mãe como se tentasse encerrar o assunto.

- Morto pelos seguidores que tentava enganar, um verdadeiro tolo – disse Macgonagal –, mas antes de ter um fim ele causou alguns problemas... No Haiti e na cidade do Rio de Janeiro, acho que encobriram com um terremoto e deslizamento, se me lembro bem.

Este comentário era a única prova de que a lendária professora havia ficado velha, não se podia dizer que ela era gagá, mas eu tinha certeza de que em sua forma plena ela jamais discutiria esse tipo de informação na frente de crianças, e ela pareceu perceber o erro, pois acrescentou – Aqui está a jovem Potter, espero que entre na minha casa em breve. Detestaria perder mais um para a Sonserina.

- Farei o possível – disse em tom sério, eu realmente queria ir para a mesma casa em que meus pais haviam ficado, podia jurar que a vi um pequeno sorriso passar pelo rosto da professora. Segundo meu pai havia me contado, ela tinha um amor muito forte pela Grifinória e sempre o havia apoiado muito, razão esta que continuava sendo uma amiga íntima na família, até mais do que o professor Slugorn que nos visitava com freqüência anormal.

Terminei o dia jogando xadrez de bruxo com Hugo, resultando em várias derrotas desagradáveis. Fui dormir eufórica, afinal, amanhã eu estaria colocando o chapéu seletor e seria teria a chance de estudar em Hogwarts.

***

O dia do embarque foi uma correria em que cada um procurava suas coisas, James foi pego tentando contrabandear uma grande quantidade de artigos das Gemialidades Weasley em sua mala, normalmente eu achei que minha mãe perderia mais tempo com o sermão, porém tínhamos tão pouco tempo que ela se absteve a confiscar os artigos. Eu sabia que isso de nada valia, afinal tio Jorge sempre lhe enviava os artigos por correio e ele também possuía um estoque particular em Hogwarts.

No fim conseguimos chegar à estação com tempo de sobra, estava me dirigindo a plataforma 9 e ½ quando escuto alguém chamar meu nome. Inicialmente achei ser algum primo, mas era...

- Beatriz! – eu disse espantada enquanto minha amiga me alcançava.

- Liliii! – disse Beatriz me abraçando – Você não esperava mudar de escola sem se despedir de mim não é?

- Não... – menti, odiavam que me chamassem de Lili, simplesmente não combinava comigo, me fazia sentir uma criança, mas Beatriz era a única que cismava com o apelido. Fiquei extremamente desconfortável com a presença dela, sinceramente não sabia como a garota havia descoberto o dia de minha partida. Tive o cuidado de não revelar muito sobre o lugar para onde eu iria, apenas havia dito que era um internato, odiava a idéia de contar tantas mentiras para ela e também não queria deixá-la.

Durante o último mês fui propositalmente uma péssima amiga, esperava que isso tornasse mais fácil a separação, mas esse tipo de coisa não funcionava, pelo menos não com Beatriz. Minha amiga tinha um dom especial de saber quando eu mentia e de fazer eu me abrir, ela apenas tinha aquele jeito simples e sincero de pensar que no fim fez com que meu plano falhasse. Meu pai havia oferecido a todos os meus irmãos e a mim de apagar a memória dos trouxas que nos relacionávamos (no meu caso apenas Beatriz), isso tornava mais fácil a separação, mas nenhum de nós havia aceito, eu desconhecia os motivos de meus irmãos, mas o meu era simples, não suportava a idéia de o tempo com minha amiga simplesmente desaparecer da mente dela, gostava de pensar que ela me considerava da forma como eu a considerava.

- Oh Beatriz, você não devia ter vindo – disse para minha amiga, por algum motivo aquele momento em que a separação se tornava ainda mais eminente minha voz ficou ligeiramente mais aguda e meus olhos úmidos.

- Ah Lili, não fique assim, podemos nos falar por telefone, irei te contar tudo, nada irá mudar, iremos nos falar todos os dias e nos ver nas férias. – disse Beatriz como se fosse algo simples e bobo, mas não era.

- Em Hogwarts não se pode usar telefone. – disse para ela, Beatriz me olhou com uma ligeira suspeita, aquela não era uma expressão que a garota me mostrava.

- Por carta então. - disse Beatriz, aquela era uma das razões que não queria me despedir, a despedida significava contar uma parcela da verdade que poderia abalar permanentemente minha amizade – Em que lugar do país fica esse internato?

- Acho que não vai ser possível... – Disse para ela, essa conversa não estava indo por um bom caminho.

- Lily? Como assim? Você não quer mais falar comigo? – perguntou Beatriz se separando e olhando para mim como se me avaliasse pela primeira vez.

- Beatriz, não é isso! Em Hogwarts não se pode receber cartas e são proibidos os telefones! – disse para ela.

- Que tal pela internet então? – perguntou Beatriz com uma voz anormalmente fria, eu sabia o que aconteceria.

- Não tem internet – disse por fim, não havia mais o que dizer, honestamente adoraria contar que fui forte, que não derramei nenhuma lágrima, mas meu esforço foi inútil quanto ao que aconteceu em seguida.

- Você sempre foi uma péssima mentirosa! Se você não quer ser mais minha amiga é só dizer! – disse Beatriz – Todos da escola estavam certos! Você não passa de uma mentirosa esnobe! Como eu pude ser idiota a achar que éramos amigas? Você vai para uma escola de elite para ricos e esnobes e não tem tempo para os velhos amigos não é? Adeus.

- Beatriz não é isso!!! – eu tentei ir até ela, mas minha amiga foi sempre foi rápida, ela se distanciou de mim e foi de encontro aos pais e eu simplesmente não pude fazer nada.

- Deixe Lily, vai ser melhor assim. Eu e seu pai tentaremos contornar a situação mais tarde. – disse minha mãe me abraçando, eu honestamente esperava não me despedir de Beatriz porque sabia que chegaria a isso, como dizer a sua melhor amiga que você vai ir para uma escola e não conseguirá se comunicar com ela?

Quando finalmente atravessamos para a plataforma eu finalmente entendi o que deixava para trás, a vida que eu havia tido estudando com trouxas não me pertencia, tinha esperanças de continuar amiga de Beatriz, mas aparentemente até isso me foi negado, naquele momento eu apenas queria ficar junto da minha amiga.

Enquanto estávamos na plataforma nove e meia minha mãe foi abordada por tio Percy, que aparamente queria a opinião dela sobre uma possível regulamentação do comprimento dos cabos das vassouras, me sentei em um dos bancos esperando pelos outros para finalmente embarcar no expresso para Hogwarts.

- Beatriz... – disse para mim mesma, sabia que em meio aquela confusão de alunos para embarcar ninguém me veria, até minha mãe estava ocupada e meus irmãos já cuidavam de suas vidas, uma lágrima solitária escorreu pelo meu olho, eu já havia chorado depois da briga, mas a tristeza simplesmente havia se apoderado novamente de mim.

- Se você for chorar vá para outro lugar, estou lendo. – disse uma voz atrás de mim.

Eu não me virei, a plataforma nove e meia era cheia de colunas grandes e redondas, em volta das mesmas havia alguns bancos, ou seja, se eu não me virasse ninguém saberia se eu chorei ou não, o estranho não saberia nem mesmo meu nome.

- Eu não estou chorando – disse, fiquei satisfeita que minha voz saiu firme.

- Ok, então “não chore” em silencio, este lugar já é barulhento o bastante. – disse o estranho. – Quem é Beatriz?

- Minha amiga, eu e ela acabamos de brigar... EPA! – Disse de súbito, que é isso? Eu não iria simplesmente sair falando com estranhos que eu nem mesmo conhecia o rosto e muito menos me abrir – Não te interessa.

- Bem, me deu uma certa curiosidade, mas no fim realmente não me interessa. - disse a voz – Então vá não chorar em outro lugar, eu cheguei primeiro e estou tentando terminar de memorizar o livro padrão de feitiços do segundo ano.

- Grosso! – respondi.

- Chorona. – disse a voz.

- Palhaço! Eu acabei de brigar com minha amiga trouxa, porque não poderei mais me comunicar com ela quando estiver em Hogwarts! E ela acha que não quero mais ser amiga dela! – eu respondi irritada e me defendendo – Qualquer pessoa com um pingo de amor no coração choraria por isso!

- Ahá! Então você estava mesmo chorando? Tsc – disse a voz – Nessa idade? Bem eu não choraria por algo assim, teria a inteligência de dizer que estou indo para um internato e que tinha regras restritas de comunicação, de forma que poderia escrever apenas para meus pais, então sempre mandaria cartas para ela por intermédio deles!

- Eu não tenho culpa de não ser uma falsa e fingida nata como você! – disse para o estranho, comecei a me sentir irritada ao ponto de querer levantar e azarar o sujeito (já conhecia algumas boas azarações), mas a idéia de conseguir algum castigo antes mesmo de entrar em uma casa me segurava.

- Azar o seu, não? – disse a voz, senti movimento do meu lado e barulho da capa de um livro fechando com violência – Em todo o caso, até logo.

Eu me virei, vi um garoto se afastar e começar a falar com um garoto de cabelos loiros lisos, rosto ligeiramente pontudo e óculos de aros de tartaruga sem pezinhos. Seria possível? Eu teria ido até eles, não para agradecer, mas para tirar satisfações, mas duas coisas bloquearam meu caminho: a primeira foi Hugo que entrou na minha frente no meio da corrida gerando uma grande trombada e minha mãe me pegou pelo braço.

- Lily Luna Potter! – disse Gina – Trate já de embarcar logo ou irá perder o trem! E não saia correndo em lugares lotados! Fui clara?

- Sim... – eu me abstive a não discutir que a culpa havia sido de Hugo, olhei para onde os estranhos estavam, mas eles haviam sumido, porém agora eu sabia, sem duvida alguma eram estudantes de Hogwarts.

- Lily, vamos procurar nossos lugares! – disse primo Hugo já usando as roupas de Hogwarts, a se ele soubesse como eu queria dar um bom soco nele! Uma coisa que havia acontecido de bom, eu já sabia como me desculpar com Beatriz, minha amiga sempre havia sido compreensiva, necessitaria de outra mentira, mas a idéia daquele idiota intrometido realmente era boa. A raiva tomou lugar da tristeza e foi aos poucos sumindo, por algum motivo aquela briga havia melhorado um pouco meu humor.

Quando finalmente embarcamos no trem mudei de vestes no banheiro e contei a Hugo o que havia acontecido.

- Você acha que encontrou o cara da Bulgária? – perguntou Hugo serio e incrédulo enquanto procurávamos uma cabine livre.

- Eu não acho que encontrei – respondi me sentindo ligeiramente convencida – Eu encontrei, te disse que ele era de Hogwarts. – Hugo ficou em silencio, então acrescentei – O que foi?

- Isso não parece... estranho de mais? Acho melhor esquecer isso... – continuou Hugo.

- Se você não quiser me ajudar a encontrar o babaca, eu irei sozinha. – eu respondi cortante.

- Não! Eu vou! De forma alguma vou te deixar sozinha – respondeu Hugo, me contentei em fazer “hum” e continuamos a procurar uma cabine vaga, mas a maioria dos compartimentos estavam lotados, até que finalmente achamos uma que misteriosamente era ocupada apenas por duas pessoas.

Ambos eram garotos aproximadamente da mesma idade e conversavam como se tramassem algo, eu conhecia bem a expressão, era a que normalmente James tinha ao conversar com tio Jorge. Um deles tinha os cabelos loiros e lisos, usava óculos de aros de tartaruga sem pezinhos, sem dúvidas eu os conhecia, o outro tinha cabelos pretos e olhos negros frios, rosto frágil e usava roupas que deviam ser de segunda mão.

- É ele – disse para Hugo apontando pela janela da cabine e me preparando para entrar – quero dizer, são eles!


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