O Legado de Lily Potter escrita por O Coração Negro, Lana


Capítulo 19
Capítulo 18 – O Traidor


Notas iniciais do capítulo

Sempre leiam as notas finais, tem satisfações e coisas importantes lá.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/428781/chapter/19

Capítulo 18 – O Traidor

O dia seguinte foi um dos mais barulhentos que a escola já teve. Os alunos mantinham luto pela falecida, mas cochichavam a plenos pulmões sobre o assunto, sem nenhuma consideração com os amigos que foram afetados com a notícia. Em todos os lugares que eu passava, o único assunto era o assassino Alexander Miller e as milhares teorias mirabolantes para o motivo do crime, nenhuma chega nem meramente perto da realidade, porém todos pareciam saber que James estava lá e devido a fama ruim que Alexander Miller possuía ninguém parecia duvidar que ele era um assassino louco e perigoso.

– Ouvi dizer que ele tem dezenas de corpos enterrados no quintal de casa – ouvi alguém dizer enquanto andava pelos corredores.

– Dizem que ele matou a garota porque ela não quis ir sair com ele, depois tentou matar o irmão da atual namorada! Tudo porque ele foi testemunha do crime.

– Eu sabia que ele não prestava!

Eu não podia deixar de amarrar a cara, afinal eles não sabiam do que estavam falando. Alex podia ser um idiota e insuportável, mas ele não era assassino e esse tempo todo vinha tentando impedir que os verdadeiros criminosos ferissem alguém. Hugo, apesar de ainda estar em luto pelo ocorrido, parecia um pouco feliz de termos nos livrado do Alexander e de alguma forma parecia achar que deveria ter uma nova chance de duelar com ele, como se fosse vencer da segunda vez.

Minha colega de dormitório teve a mais surpreendente atitude, eu achei que ela gostava do garoto, mas foi só ele passar a procurado pelo crime e ela fingia que nunca tinha ouvido falar do nome, até mesmo ajudava com os boatos de fofoca em uma atitude tão hipócrita que me fez jogar tinta roxa em sua mala de roupas.

O pior era não ter certeza de como agir com Tabitha e Hugo. Eu devia contar a eles o que descobri? Tudo o que Alexander havia me contado? Afinal eu confiava neles e sabia que ambos tinham grande vontade ajudar-me, porém ainda assim estaria colocando suas vidas ainda mais em risco. E tinha o fator imprevisível Hugo, ele odiava tanto Alexander que me deixava em dúvida se ele realmente acreditaria que o garoto era inocente.

Meu pai e mãe vieram à escola ver como James estava logo depois do acidente. Foi uma cena desagradável, James teve um desmaio e madame Pomfrey disse que ele tivera com uma concussão pela batida na cabeça, mas que ficaria bem logo. Ela disse que suspeitava que ele foi atingido por algum feitiço além de ter batido a cabeça, e com isso, meu pai me disse para manter a capa da invisibilidade sempre comigo.

Passei o dia em dúvida sobre se devia ou não contar, tive certeza que meu desempenho nas aulas foi terrível. Córmaco foi especialmente maldoso na aula daquele dia, parecia estar de mau humor. Comentei isso com Tabitha enquanto fazíamos o dever de casa na biblioteca.

– O Frei Gorducho me contou que o ouviu discutindo com o diretor, aparentemente ele queria que o caso do assassinato a sangue frio fosse noticiado, quis fazer um grande alarde, mas a notícia foi abafada e não saiu com o ângulo que ele queria – contou ela.

– Que ângulo ele queria? – perguntou Hugo.

– Já até imagino – comentei.

– Que a culpa era do diretor, que ele devia ter imaginado que o aluno era um mau elemento – Tabitha revirou os olhos antes de continuar – que ele devia ter carta branca para liderar as perseguições, acha que pode ter mais sucesso que os aurores.

– Tenho certeza que ele adoraria a chance de noticiar como ele faz o trabalho melhor que todo mundo, inclusive meu pai, – disse com raiva – sendo o maníaco sedento por popularidade que é.

– Tem mais, tem boatos circulando de que ele quer o cargo do Neville, ele acha que pode ser um grande diretor – continuou Tabitha. – Acha que se conseguir pegar o culpado vai fazer com que demitam o Neville e se colocar em uma boa posição para ser promovido.

– Só se a escola se tornar o picadeiro de um circo – disse Hugo sabiamente.

Ficamos algumas horas fazendo o dever. Bem, na verdade Tabitha fazia o dever e eu copiava, não que eu normalmente fosse preguiçosa, mas naquele dia eu estava com a cabeça em outro lugar, meus pensamentos vagavam para a sala precisa e o terrível e insuportável tédio que Alexander devia estar passando. Assustei-me quando Hugo e Tabitha estavam discutindo as teorias sobre o método de fuga de Alexander, havíamos terminado o trabalho e eu nem me dei conta.

– Eu acho que ele está na Casa dos Gritos – disse Hugo – é perto e ninguém vai lá, pode ter passado pelo salgueiro lutador.

– E virado patê, eu ainda acho que ele está na Floresta Proibida – disse Tabitha.

Nem todos da escola sabiam que dava para imobilizar o salgueiro lutador, a teoria de Hugo era furada, mas a teoria de Tabitha não era muito melhor, afinal eu sabia que ele estava na sala precisa. Eu me recusei a participar da discussão, ainda dividida entre contar e não contar. Afinal, se eu contasse estaria correndo o risco de eles não acreditarem e estragarem o precário esconderijo.

Senti algo roçar minha perna, vi um filhote de gato preto que havia visto outro dia, ele estava exatamente como eu me lembrava, pelo preto fofo e lustroso e barriga branca. O peguei no colo, o gato lutou inicialmente, mas depois se aquietou.

– Que você acha,Lily? – perguntou Tabitha, eu me sobressaltei.

– O que? – Perguntei, completamente alheia ao que eles falavam.

– Do que levou aquele idiota a cometer um crime – disse Hugo estendendo a mão para pegar o gato do meu colo .– Não sabia que você tinha um gato, ele parece aqueles gatos vadios... Ai! – O animal mordeu o dedo de Hugo quando ele chegou perto demais. – Esse bicho é um monstro!

– Não é não, você o ofendeu – disse defendendo o animal, o ergui com umas mãos, era tão miúdo... O gatinho deu um pequeno miado. – Fico imaginando de quem seria, não tem nenhuma coleira.

– Lily é um animal, ele não entende – disse Hugo esfregando o dedo. – O que você acha dessa história toda do assassinato? – insistiu Hugo.

– Escutem... eu não quero falar disso, chega, ta legal? – Disse um pouco irritada, fiquei fazendo carinho no pelo do gato, Hugo e Tabitha se olharam com rostos igualmente surpresos.

– Achei que você acima de todos estaria interessada nisso – disse Tabitha.

– É? Por quê...? – perguntei, eles tornaram a se olhar, fiquei imaginando que tipo de assuntos eles deviam ter conversado enquanto eu não prestava atenção.

– Por causa dos assassinatos... O retorno de Voldemort e tudo... – disse Hugo incerto, percebi que eu estava com o cenho franzido e que simplesmente não dava para deixar eles de fora, eles já estavam nisso eu querendo ou não, o pior era que eu havia colocado eles nisso. Lembrei-me das consequências que Alexander sofreu por não confiar em mim, eu não cometeria o mesmo erro, Hugo e Tabitha sempre saberiam de tudo. Eu contaria a eles.

– Não surtem... Mas eu meio que descobri umas coisas novas... – comecei a falar em sussurros. Falardesse tipo de assunto é difícil, mas uma vez que se começa não da mais para parar. Surpreendi-me quando terminei de falar e ambos me olharam chocados.

– Caramba, a Kirche! – exclamou Tabitha.

– Shiii! – Fiz para ela. – Eu também demorei para acreditar, mas a história se encaixa.

– Lily você não vai cair nessa, é tudo um truque! Devemos contar para alguém! – disse Hugo.

– Não é um truque, eu achei que ele queria me matar antes, mas me convenceu do contrário – disse com firmeza.

– Lily escute a voz da razão, a minha voz! – Discutiu Hugo. – Esse cara não presta, ele está te enganado para se aproveitar de você!

– Se aproveitar de mim como? – perguntei com o cenho franzido, Hugo não soube o que responder.

– Vamos apenas contar onde ele está escondido e terminar o problema, sem mais tentativas de assassinato... – começou Hugo.

– Hugo Weasley, te proíbo terminantemente de contar qualquer coisa disso para alguém! A via de um inocente depende desse segredo! – Disse para ele, tive certeza de que eu devia estar parecendo muito com a vovó Molly. Sem notar, apertei muito o abraço ao gatinho sem dono, o pobre animal miou alto e escapuliu por entre os meus braços, indignado.

– Lily... Os aurores podem investigar... Se ele for mesmo inocente, o que eu duvido... – Hugo se calou frente ao meu olhar.

– Já te disse, algum dos capangas da Kirchealterou as memórias do James e o Alex acha que ela pode colocar pessoas para mentir e depor contra ele. – Respondi, pondo fim a discussão. Hugo não parecia nada feliz.

Levantei-me e peguei alguns livros. Saí deixando Hugo e Tabitha sozinhos. Pelo menos eu soube que Tabitha não contaria, ela confiava em meu julgamento, já Hugo não contaria porque sabia que eu conseguia azarar muito bem.

Depois de sair da biblioteca fui direto para a sala precisa. “Preciso de um lugar para me esconder e não ser encontrada” foi o pensamento que usei para entrar. Deixei alguns dos livros que peguei na biblioteca com Alexander, conversamos, ele parecia realmente interessado sobre as notícias do que acontecia na escola. Quando dei por mim já passava da hora de dormir, me cobri com a capa da invisibilidade que sempre carregava comigo e voltei para o dormitório.

A primeira coisa que eu noto ao chegar na sala comunal é Hugo dormindo deitado em frente à lareira, subi o dormitório das garotas de fininho para não despertá-lo.

***

Eu esperava que o assunto do assassinato tivesse perdido força depois de um dia, mas pelo contrario, tudo pareceu aumentar de intensidade. Três esquadrões de aurores foram vistos entrando e saindo da escola, vasculhando a propriedade, podia ser só uma impressão, mas eu sentia um ar tenso sempre que passava próximo a um deles, como se fossem eles os criminosos.

Existe um ditado trouxa que diz “Quando o gato sai, os ratos fazem a festa”. Pude testemunhar que era um ditado verídico, um número bem maior de distintivos do FOOP começou a surgir na escola ultimamente e mesmo com os aurores rondando muitos estudantes sofriam acidentes. Uma aluna do quinto ano foi encontrada presa pela cintura em um dos degraus sumidouros; um calouro foi encontrado preso em uma armadura e um aluno do terceiro ano de alguma forma caiu na lareira da sala comunal. – O coitado ainda estava na ala hospitalar para tirar as marcas da queimadura. – Kirche desfilava pela escola como uma espécie de rainha.

Depois de tudo que eu sabia, comecei a achar que as pessoas do FOOP eram um grupo sinistro. Podia ser algo psicológico, mas eu achava que o distintivo dava um armacabro aos seus possuidores. Desde que Alexander desapareceu, notei como Escórpio Malfoy era tratado de forma hostil e preconceituosa, como se ele tivesse uma doença, era como se ele fosse o alvo prioritário para chumbinhos fedorentos, frisbees dentados e etc..., como se todos o odiassem por ser neto de um comensal da morte, e sem a fama de delinquente de Alexander, os outros não tinham receio de manifestar sua desaprovação.

Um episódio particularmente desagradável em que três alunos mais velhos tentaram pressionar o Malfoy, eu quase intervi, por sorte o professor Slughorn estava por perto e separou a briga antes que eu pudesse fazer algo. Escórpio me lançou um olhar de aviso, como se dissesse para não me aproximar. Não precisei de muito tempo para descobrir a razão, se do nada ficássemos amigos ele perderia a validade como espião. Então fiz um juramento solene e silencioso de que não tentaria me meter outra vez, continuaria a fingir que não me importava.

Bocejei em todas as aulas, durante os intervalos eu corri na sala precisa para ter certeza de que tudo estava bem. Pude respirar aliviada, ele estava lendo um dos livros que eu trouxe e parecia entediado, prometi voltar depois e corri para a próxima aula.

– Onde você esteve? – exclamou Tabitha depois de eu derrapar na entrada da sala de feitiços – Está em cima da hora.

– No sétimo andar – disse para Tabitha e Hugo, eles entenderiam.

Tive que me forçar a me concentrar nas aulas, apesar de estar com a cabeça cheia, pois os exames foram marcados e eu estava mal em Defesa Contraas Artes das Trevas e Astronomia. Poções minha nota era mediana, mas eu não estava confiante para prestar os exames sem uma grande preparação.Tabitha prometeu me ajudar e em troca eu daria umas dicas em transfiguração e feitiços, que eram, sem duvida alguma, minhas melhores matérias.

Antes das revisões começarem eu decidi dar um pulo no sétimo andar e levar um pouco de comida que peguei nas cozinhas. Não precisei de muito esforço, os elfos domésticos ficavam absolutamente felizes de preparar algo.

– Obrigado – disse Alexander ao receber a comida. – Que tem acontecido na escola? Ainda tem aurores por ai?

– Sim, você vai ter que ficar fora de circulação por um tempo. Acho que quando as coisas se acalmarem você consegue sair sem ser visto – disse para ele e completei falando como foi meu dia. Falei das novidades sobre o FOOP, sobre o jeito que as pessoas tratavam Escórpio e completei falando dos exames, a partir daí ele ficou encantado com a possibilidade de me ajudar a estudar, simplesmente não pude recusar e ficamos estudando até tarde, quando eu finalmente voltei para o dormitório e tive um ótimo descanso.

No dia seguinte me encontrei com Hugo e Tabitha no grande salão.

– Onde você estava ontem? Não íamos estudar juntos? – perguntou Hugo.

– Eu estudei sozinha – respondi enquanto passava manteiga em uma torrada.

– Achei que você queria ajuda em algumas matérias – respondeu Hugo como se fosse ele o professor.

– E tive, no sétimo andar – respondi reprimindo um bocejo.

– Entendi – Tabitha teve uma crise de risinhos.

Na hora do almoço fui á ala hospitalar visitar James, Madame Pomfrey disse que ele receberia alta amanhã. Não pude deixar de notar que havia uma grande variedade de doces e presentes na sua mesa de cabeceira, cada uma com um cartão diferente.

– James, você está bem? – perguntei.

– Sim – disse ele se servindo. – Madame Pomfrey me consertou, aquele desgraçado me fez um bom estrago.

– Ahhh – Foi o que pude dizer e percebi o quanto a memória dele foi alterada, ele parecia se lembrar de ter sido atacado por Alexander.

Peguei um pacote de sapos de chocolate e me retirei, dando de cara com uma Giovanna que passava convenientemente pela entrada da enfermaria com o rosto virado para dentro. Resolvi ignorar, não sabia como agir com a garota depois de saber que ela esteve sobre o comando da Maldição Imperius.

No fim das aulas repeti o mesmo processo do dia anterior, peguei o máximo de comida que pude nas cozinhas e fui para a sala precisa. Topei com Escórpio e Alexander estudandoe sem nenhuma cerimônia me juntei a eles. As dicas em Poções foram realmente úteis, aprendi alguns truques que ajudavam os ingredientes a se misturarem maisrápido e melhores formas de extrair o sumo de algumas plantas, matéria que cairia sem dúvida na prova. Consegui completar com perfeição a poção anticoceira. Também consegui adiantar a aula de DCAT, fato que me possibilitou pela primeira vez não perder pontos com Córmarco, o que fez o professor ficar ainda mais irritado. Ao que parecia ele tentou liderar os aurores na busca pela propriedade e foi recusado, ou melhor, foi ridicularizado segundo se contava.

No dia seguinte eu acordei mais cedo, apesar da minha exaustão, e ajudei Tabitha com Transfiguração como havia prometido.A convidei para estudar comigo no sétimo andar, onde as seções de estudo estavam indo de vento em popa. Hugo não gostou da idéia.

– Lily, vai parecer suspeito se você rondar muito você-sabe-onde muitas vezes – disse Hugo depressa, eu tive que concordar, mas senti um impulso de contrariedade e tive uma rápida idéia.

– Só temos que começar a usar a capa da invisibilidade! – Respondi feliz.

Depois das aulas eu me encontrei com Tabitha na entrada das cozinhas, ela já vinha com a mochila com os livros que iria precisar.

– Onde está o Hugo? – perguntei.

– Ele disse que não se sentia bem e que vai repassar a matéria hoje, sozinho, depois– disse Tabitha dando de ombros. Repetimos o ritual, fomos a cozinha pegamos o máximo de comida e fomos ao sétimo andar, onde eu Tabitha, Alexander e Escórpio estudamos, porém dessa vez fomos embora mais cedo quando minha amiga disse estar muito cansada.

Repeti o processo todos os dias e fiquei satisfeita com os resultados das seções intensivas de estudo, minhas notas melhoraram.Tabithaàs vezes tirava o dia de folga para estudar com Hugo que dizia preferir repassar a matéria na biblioteca. Quando finalmente deu o dia dos exames eu constatei que se eu não tirasse a nota máxima seria algum engano, consegui me lembrar de todos os ingredientes e preparar as poções com perfeição, transformei os fósforos em agulhas e consegui transformar a água em vinho como devia ser e tudo de primeira tentativa. Meu mapa estelar de astronomia também ficou bem detalhado, embora não fosse especialmente boa com desenhos e pude respirar aliviada por ter terminado os exames do meio do período.

– Os exames acabaram – disse Hugo que parecia ainda mais satisfeito do que eu – Viva!!!

– Você foi bem? – perguntei.

– Melhor impossível – respondeu Hugo como se acabasse de ganhar na loteria.

Eu sorri aproveitando a nova liberdade que o fim dos exames causava, apesar de que um estranho desapontamento começou a se apoderar de mim. Fui às cozinhas, como de hábito, e levei comida para o fugitivo, embora um pouco mais tarde do que o habitual. Tive que passar parte da noite com Alex jogando xadrez de bruxo, passamos um bom tempo conversando até que eu me cobri com a capa e fui dormir.

As visitas a sala precisa se tornaram um ritual que eu fazia sempre que sobrava um tempo, não apenas para levar comida, como também para jogar conversa fora e porque eu me sentia segura ali, era altamente improvável algo de estranho acontecer. Porém, àquela altura a falta de sono começou a me afetar e era frequente eu cochilar durante as aulas, especialmente Defesa Contra as Artes das Trevas e História da Magia.

– Lily Potter, menos dez pontos para a Grifinória por dormir na minha aula outra vez – disse um triunfante Córmaco, era a segunda vez que ele me descontava pontos por isso. – Minha aula é assim tão desinteressante assim, senhorita Potter?

Eu pensei em responder com um petulante sim, mas Petra se adiantou e respondeu por mim.

– Não é isso professor é que ela tem chego tarde todos os diasno dormitório – então ela fez uma cara de riso hipócrita. - Depois da meia-noite. – Ela acrescentou.– O que ela tem feito e com quem?

Eu corei e passei o resto da aula de cabeça baixa, soube de cara que estavam rindo de mim, contudo, mesmo essa situação não podia estragar meu bom humor. A história do assassinato havia perdido força e os aurores já não se encontravam em todas as portas, apenasCórmaco continuava com uma vigilância de águia e começou a interrogar os alunos. Não que alguém tivesse algo a lhe dizer, fiquei agradecida quando chegou a hora do almoço e eu pude descansar dos risos e gozações (fiz uma anotação mental de me vingar de PetraDobembolt de alguma forma).

– Lily – Hugo me chamou, eu já descia apressada para pegar algo nas cozinhas.

– O que foi? – perguntei ansiosa, Hugo tinha o dom de me irritar quando eu estava ansiosa para algo.

– Você continua indo ao sétimo andar? Mesmo depois dos exames acabarem?

– Sim – respondi normalmente.

– Para...? – Hugo perguntou.

– Te interessa? – perguntei secamente, Hugo ficou rubro.

– Lily... Acho que não é uma boa idéia, você vai se encrencar.

– Cuida da sua vida – o cortei e ele se afastou.

Levei comida para Alexander na hora do almoço e descobri que Escórpio havia feito o mesmo. Dormi alguns minutos antes das aulas da tarde que passaram voando e a noite fui correndo ao meu dormitório guardar minhas coisas, depois fiz meu ritual, ou era o que eu pretendia, pois tive meu caminho barrado por Hugo.

– Onde você vai? – perguntou ele.

– Cozinhas e depois sétimo andar.

– Lily não vá – disse ele pegando minha mão – vai ser melhor.

Eu puxei minha mão e antes que ele pudesse fazer algo me cobri com a capa e me afastei. Ele parecia estranhamente mais alvoroçado que o normal, mas não me importei. Corri para o sétimo andar encoberta pela capa, e chegando lá tive uma surpresa: dois aurores e CórmarcoMcLággen se encontravam na entrada da sala precisa e a porta estava aberta.

– Bom trabalho professor Córmaco – disse um deles – o esperado do famoso bruxo errante.

– Como o senhor descobriu o esconderijo dele? – perguntou o outro.

– Eu tive um informante – disse o professor cheio de si. – Mal posso esperar para ver as reportagens, “Professor encontra esconderijo de assassino”.

Eu estava em choque, me adiantei e passei entre eles para ver o que havia dentro da sala, Alexander estava no chão amarrado com cordas incapaz de se mexer.Sem pensar duas vezes, apontei minha varinha para as cordas e disse “Diffindo”, as cordas se romperam e o bruxo ficou livre. Os aurores e Córmaco não esperavam por isso. Ainda coberta pela capa eu desarmei o primeiro e auror, o segundo teve tempo de tirar a varinha das vestes antes de Alexander pular nele e arrancar a varinha de sua mão.

O tão aclamado professor de Defesa Contra as Artes das Trevas não teve tempo de se mover antes de Alexander disparar um feitiço estuporante nele e nos dois outros aurores, ele se virou procurando a fonte de ajuda, mas não ficou tempo o bastante para eu me revelar, ele apenas recuperou a própria varinha e correu pelas escadas para, fugindo para algum lugar desconhecido, um lugar que eu provavelmente não poderia encontrar.

Voltei para a sala comunal antes que os aurores acordassem, entrei pelo buraco do retrato e deparei com um Hugo em pânico. “Eu tive um informante” havia dito o professor. Eu arranquei a capa da cabeça com um movimento brusco, estava furiosa.

– Hugo, como você pode? – perguntei com lágrimas de raiva nos olhos, suas ações quase haviam mandado um inocente para a cadeia.

– Lily! Graças a Deus eu estava morrendo de preocupação! – disse ele se adiantando como se fosse me abraçar, eu o empurrei, não me importava que metade dos alunos da Grifinóriaestivesseolhando, dentre eles meu irmão. Mais e mais alunos pareciam surgir das escadarias para ver a briga, mas eu estava cega para eles, tudo que eu via era o traidor na minha frente.

– VOCÊ ME ENTREGOU! –eu rugi, Hugo deu um passo para trás, eu nunca havia gritado com ele dessa forma, não com tanta raiva.

– Lilyeu não te entreguei, eu entreguei ele, foi melhor assim, ele era um problema... – Hugo disse.

– Não era não! – respondi, ele fez algo que eu não esperava, ao invés de recuar ele me enfrentou.

– Sim, você não devia ter confiado nele para começo de conversa! Por que você não enxerga? Ele estava te enganando! – disse Hugo, eu estava incrédula. – Você não se lembra de tudo que ele fez?! Eu não confio nele.

– Não foi ele! Por que você não acreditou em mim? Por que não confiou em mim? – rebati.

– Eu confio em você! – ele respondeu – Eu só queria te proteger!

– Que bela maneira de demonstrar! Por que você fez isso?! Você me traiu! – mais lágrimas escapavam contra a minha vontade – Eu não quero te ver nunca mais e você não tem motivos para querer me proteger!

– Eu sempre vou te proteger, porque eu... – disse Hugo, mas não terminou a frase.

Então Hugo fez algo que eu nunca achei possível, ele avançou em mim e me beijou a força, sem se importar que toda a sala comunal estava olhando. Eu lutei para me afastar, nunca havia reparado como Hugo era forte, ele se separou de mim e eu estava furiosa, ainda mais furiosa do que antes.

Eu reuni toda a minha fúria e força na minha mão direita, desferi um gancho no rosto dele que o derrubou de bunda no chão, ao mesmo que eu me lembrava da pequena parte da profecia de Giovanna “antes do fim do ano você irá depositar sua confiança em alguém, porém será traída por amor...” e eu entendi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Devo satisfações a vocês de porque não postei antes mesmo com o capítulo pronto, tipo muitas coisas aconteceram, desculpem. =)
Lembrem-se comentar motiva, comentar é bom, comentar agrada os autores e principalmente comentar não mata, eu mato è.é



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Legado de Lily Potter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.