Hunger Games Mockingjay II-Again Catching Fire escrita por White Rabbit, Maegor


Capítulo 36
Ágape


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, sei que eu demorei muito pra postar, mas foi uma demora necessária, desculpem pelas mortes- foram seis ao todo- mas espero que continuem acompanhando, estamos entrando em nossa reta final, até mais e espero que gostem!



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Trista Waldorf

Viu o obelisco ao longe, se não tivesse escutado as palavras do idealizador nunca o teria visto, mas como poderia não ter notado aquela coisa gigantesca no meio do deserto? Na verdade ninguém notara, então foi colocada ali de propósito. Geralmente os ágapes ocorriam na Cornucópia, porque aquele tinha de ocorrer em um local tão distante da mesma? Talvez fosse apenas um chamado para matança, muitos tributos ainda viviam e isso preocupava a Capital.

Aquele jogo fora feito para se livrar das possíveis ameaças, dos que eram considerados perigosos pela Capital. Tudo o que os tributos iriam encontrar ali eram a morte, sangue sendo derramado, a audiência com toda certeza aumentaria, mas ela poderia vingar Khalil e como poderia. Ria da própria sorte ou seria azar? Ela nunca soube. Mas também preferia ficar sem saber, aproveitar a oportunidade era crucial.

Segurava a foice com firmeza, não ligava para os seus aliados, por sorte, eles entendiam a dor dela e ficavam em silêncio. Era melhor assim, perder um ente querido era terrível, principalmente quando se tratava do próprio irmão. Ela iria vingar-se daquele que tirou a vida de seu irmão, mesmo que ela não soubesse quem ou o quê fez aquilo. Ela iria atrás deles, caçá-los até o quinto dos infernos.

Não via sinal de nenhum outro tributo por perto, enxergava apenas o obelisco cada vez mais próximo, a bola de fogo cintilava acima dele mostrando sua exata localização. Todos iriam vir, faltar era proibido, mas se os vinte e seis tributos- agora dezoito- conseguiram vencer os seus jogos, não iriam temer um simples “encontro”, talvez ninguém morresse, mas ela iria se certificar de que o responsável pela morte de Khalil fosse morto.

Savannah também fora morta, mais um motivo para ela vingar-se dos outros tributos, os tributos tinham uma desvantagem, quem assistia sabia quem havia matado quem, mas eles não. Só restava sair matando todos que encontrasse pelo caminho, mas ela não queria isso. Criar um massacre não estava em seus propósitos. O que ela queria era simplesmente vingar o seu irmão, e Savannah. Apenas isso.

Sujar as mãos de sangue já não era mais um peso na consciência, mesmo que ela morresse naquela maldita arena morreria com dignidade, morreria vingando o seu irmão que a protegeu todo esse tempo e cuidou para que nada de ruim acontecesse com ele. E se ela conseguisse sair com vida daquela arena, bom, ela seria a primeira a enfiar uma faca nas costas do maldito do Snow, e destruir toda a sua família. Ela já sabia que uma revolta seria iniciada a qualquer momento, todos os distritos estavam inconformados com a situação e já estavam planejando essa revolta a muitos anos atrás. E ela iria acontecer, independentemente de qual fosse o resultado daquela edição.

– Precisamos de uma estratégia- disse ela fincando o cabo da foice na areia quente- não podemos apenas chegar lá e começar a atacar, afinal todos os tributos devem estar indo para lá agora.

– E o que você sugere?- perguntou Derek- uma armadilha?

– Não, algo mais... fatal!

Derek e Élleny se entreolharam sem entender direito o que a mulher queria dizer, mas ainda assim sentaram-se na areia quente, para ouvir qual seria o plano de matança que Trista Waldorf estava tramando.

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Olívia Morgan

O obelisco estava cada vez mais próximo, ela limitou-se a olhar para Jason, em pouco tempo ela teria de lutar mais uma vez pela própria vida, provavelmente veria seus amigos morrerem e tudo poderia acabar ali, naquele simples Ágape. Diversos flashs de sua própria morte passaram em sua cabeça, ela sentia algo estranho dentro de si mesma. Como se soubesse que iria morrer, mas devia ser apenas uma intuição boba, afinal não fora ela que venceu uma vez? Poderia sim, vencer de novo.

Traiçoeira. Cobra. Todos os seus apelidos passavam correndo em sua mente, sentiu-se tontear, jurava que ia desmaiar ali, no meio do deserto. Mas as mãos de Jason a ampararam, ele sorriu para ela. Fora o único esse tempo todo que havia confiado nela mesmo sabendo que ela era uma víbora. Ele gostava dela de verdade, e ela também, embora nenhum dos dois demonstrasse o que sentiam, mas poxa, moravam juntos, viviam juntos, compartilhavam segredos e eram mais do que simples amigos.

Está se sentindo mal?- ele perguntou num tom preocupado.

– Não, é apenas o calor.

– Você está pálida, não acha melhor se esconder durante o ágape?

– Não, eu estou bem. Não vou deixar você na mão num momento tão crítico como esse.

– Tudo bem!

Trevan colocara-se a frente do grupo, agora estavam a poucos metros do obelisco, uma construção gigantesca cheia de símbolos indecifráveis. A frente do obelisco, uma mesa erguia-se do chão, dezoito mochilas postas sobre elas, com itens que eles precisavam para sobreviver. Ela não podia morrer, não ali, não naquele momento. Ela segurou a zarabatana com força.

– Esperem o meu sinal- sussurrou Trevan, como se as palavras pudessem ser levadas pelo tempo, ele ergueu os dedos para cima e no momento certo os desceu- Agora!

Ela correu como nunca tinha corrido antes, sentia-se no Banho de Sangue de seus primeiros jogos, onde o medo e o desespero a deixavam atordoada. Em poucos segundos estavam a apenas cinco metros da mesa, iriam conseguir. Mas os outros tributos também corriam na mesma direção. Eles iriam ter que lutar, não havia escapatória. Era matar ou morrer. Ela pôs um dardo na zarabatana e soprou-o na direção do tributo feminino do distrito 4, a mulher estava desesperada, afinal seu marido havia morrido, ela desviou-se graciosamente, segurando uma faca com força.

Jennifer avançou em sua direção, a faca erguida, cintilando, pronta pra tirar o seu sangue, ela mexeu-se no reflexo, colocando a zarabatana entre ela e a faca. A lâmina chocou-se contra o cabo da zarabatana provocando um pequeno ruído metálico. A face de Jennifer estava enrubescida e sua expressão nada lembrava a extrovertida jovem vitoriosa do distrito 4. Então era assim que era perder um ente querido, tornar-se um matador incontrolável.

Outras lutas aconteciam ao redor deles, mas ela pouco se preocupava, tinha de sobreviver “aquela” luta que estava tendo agora. Seus aliados iriam se virar e ela sabia disso. Deu um impulso para frente livrando-se de Jennifer. A mulher cambaleou alguns centímetros para trás, mas rodopiou, segurando a faca com força, a ponta da faca, passou raspando em seu braço fazendo um pequeno corte.

Olívia girou a zarabatana, apontando a pequena lâmina da mesma na direção de Jennifer, iria matá-la? Ela não poderia prever o que estava pra acontecer. Ela lançou-se na direção da adversária que se desviou. Olívia foi rápida e chutou-a no joelho, a tributa caiu no chão se contorcendo de dor. Ela ergueu a lâmina da zarabatana. Quando ouviu um barulho ensurdecedor. Virou-se na direção do barulho, viu uma manada de bestantes híbridos, três tributos corriam a frente deles, atraindo-os para o Ágape, e o que mais a espantou foi ver que um dos bestantes, ia à direção de Jason.

Ela agiu por loucura, sim, completa loucura. Ela não podia deixar que a única pessoa nessa vida que confiava nela morresse sem auxílio, não sabia se Jennifer a estava perseguindo, aliás pouco se importava, precisava salvar Jason. O bestante vinha rapidamente, era um ser híbrido, cada parte de seu corpo era de um animal diferente que habitava os desertos do Egito.

Tinha o tronco peludo, lembrando um lobo do deserto, mas a cabeça era de crocodilo, tinha os dentes afiados e garras que cintilavam em meio a areia. Ela segurou a zarabatana com força, Jason estava distraído, lutava contra o tributo do distrito 13, que ria ao ver que seu adversário não percebia as chances de morte certa, mas ela havia percebido e iria salvá-lo. Um tiro de canhão soou no ar, um dos bestantes já havia feito uma vítima, ou talvez um tributo.

Ela e o bestante estavam a poucos metros de Jason, ela queria gritar, mas não daria tempo. Então pulou com todas as suas forças e empurrou Jason para longe, e o bestante também havia saltado para matar Jason, mas ele não estava mais ali, agora era ela quem estava em seu lugar.

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Jason Bentley

Ele rolou pela areia, aquele empurrão viera de surpresa, demorou alguns segundos para entender a situação, Luke já vinha em sua direção, rindo e segurando uma espada, com a mochila que pertencia a ele em mãos, atrás de Luke, alguém lutava contra um bestante, ele não sabia identificar quem era, mas aqueles cabelos cor de fogo... Olívia.

Levantou-se rapidamente e correu na direção dela, não importava quem ou o quê estivesse em seu caminho, ele iria salvá-la, então ela devia tê-lo empurrado, provavelmente para safa-lo de algum golpe ou do próprio bestante com o qual ela agora lutava. Outro tiro de canhão fez-se audível na arena, alguns tributos já sumiam no deserto, mas outros ainda lutavam bravamente, uns contra os outros e contra os bestantes recém-chegados.

Luke ergueu a espada em sua direção, ele jogou-se para o lado e lâmina passou a centímetros do seu corpo, ele rodopiou os pés na areia em uma velocidade que o espião não esperava que ele ainda tivesse, Jason segurou sua katana com ambas as mãos e avançou com todas as suas forças na direção do tributo, que parecia ainda meio atordoado.

Ele recebeu o golpe, a katana rasgara o seu corpo, o sangue dele jorrou como uma chuva escarlate, e seu corpo caiu no chão sem vida alguma, outro tiro de canhão se fez ouvir. Olívia. Ele ainda precisava salvá-la, correu na direção da mulher e cortou fora a cabeça do bestante que estava por cima dela, o corpo do bestante tombou para o lado ele ajoelhou-se ao lado dela... Tarde demais. As garras do bestante haviam estraçalhado o seu peito, ela estava agonizando.

– Olívia... Por favor! Eu preciso de você!

Ela abriu os lábios, tentando provavelmente articular uma palavra, mas nenhum som saía, ele pousou a cabeça dela em suas pernas, lágrimas quentes rolaram pelo seu rosto. Olívia deu um pequeno sorriso e usou o que restava de suas forças para poder finalmente dizer:

– Pelo menos... Eu salvei você!

E ela fechou os olhos, sua face tornou-se serena como se ela estivesse apenas adormecida, e um tiro de canhão confirmou a sua morte. Olívia estava morta, ele não conseguiu salvá-la. Onde estava a merda de sua aliança quando ele mais precisava dela, deviam ter fugido e ter deixado os dois para morrer, ele começou a gritar desesperado. Quando duas vozes o tiraram de seu momento de desespero.

– Estou com muita pena- Rupert e Serena estava junto aos dois, ambos seguravam pesados machados, era Serena quem falava- vamos juntar vocês dois!

– Seus desgraçados...

– Que é isso- ironizou Rupert- vamos te fazer um favor não é mesmo? Afinal vocês poderão ficar juntos do outro lado.

Jason continuava a segurar a katana, repousou a cabeça de Olívia na areia e levantou-se, Rupert e Serena apenas riam dele, ele estava esgotado era verdade, mas ainda tinha chances de vencer aqueles dois, e depois... Venceria pela honra de Olívia, e destruiria a Capital em memória dela.

Ruper e Serena avançaram em sua direção, seus machados brandiam, prontos pra acertá-lo, mas ele rodopiou numa velocidade espantosa, a lâmina de sua katana chocou-se contra a lâmina dos machados, a areia esvoaçava por todos os lados, ele virou-se novamente, Rupert vinha pela direita, ele abaixou-se, o machado passou centímetros acima dele. Acertou o cotovelo nas costas do homem derrubando-o.

Serena já corria a auxílio do irmão, ela ergueu o machado o mais alto que podia e ia enterrá-lo em sua cabeça, mas ele jogou-se para o lado e o machado da tributa não cortou nada a não ser o ar. Ela virou-se em sua direção, Rupert arqueava de dor no chão. Serena mais uma vez tentou cortá-lo com o seu potente machado, mas ele já estava acostumado a desviar-se de armas, e ela não era tão rápida como ele, ninguém era. Ele chutou a areia jogando-a nos olhos da mulher que parou atordoada. Enquanto ela enxugava os olhos ele pulou pra cima dela, rolou pelas costas da mulher, poderia matá-la ali, sim, poderia, mas podia fazer algo muito melhor que isso.

Rupert já se erguia, mas ele rapidamente correu na direção do homem enterrando sua katana no corpo dele. O homem arregalou os olhos, o sangue dele fazia uma pequena poça na areia, Rupert morreria, certamente. Ele escutou um grunhido raivoso vindo de Serena e fechou os olhos, sim, iria juntar-se a Olívia do outro lado, porque segundos depois, o machado da mulher decepava sua cabeça e dois tiros de canhão foram escutados na arena, encerrando com eles o Ágape.


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Notas finais do capítulo

E quem serão os outros dois mortos misteriosos? Só no próximo capítulo vocês irão descobrir, até mais!



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