Crônicas Di Angelo escrita por log dot com


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Ok, esse demorou um pouco para sair, mas aproveitem, porque eu terminei ele com um pouco de suspense!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/428366/chapter/5

Bianca acordou lentamente, olhando para todos os lados. Estava com o corpo encostado na parede de um beco, um filete de sangue escorrendo por sua testa. Mas o braço estava enfaixado, e sua boca tinha gosto de remédio.

Um homem estava parado perto dela, comendo alguns cookies. Ele tinha cabelos negros e olhos castanhos, era alto e musculoso, e parecia ter uns quinze anos. Encarava Bianca fixamente. A Di Angelo se remexeu no chão, um pouco desconfortável. Tentava falar alguma coisa, mas sua boca estava seca e seus lábios, colados.

O garoto se levantou, e Bianca percebeu que ele era bem alto. Olhava para ela calmamente, dando sorrisinhos bobos de vez em quando. Então se encaminhou para o lado dela e pegou uma garrafa de plástico, colocando-a na boca da garota.

_Toma aqui, garota. Você deve estar com sede. Bem, antes que você pergunte, meu nome é Valentin. – Bianca tomou a água, engasgando em cada gole. Seu corpo todo estava dolorido.

_B-Bianca.

_Oi? – Perguntou Valentin, erguendo as sobrancelhas.

_Prazer. Meu nome é Bianca. – Disse ela, tossindo um pouco depois. Valentin sorriu, e pegou a garrafa da garota.

_Prazer, Bianca. Filha de quem? – Bianca tossiu novamente. Será que não tinha tomado um tapa muito forte nos ouvidos e tivesse escutado errado?

_Oi? – Perguntou ela, arqueando as sobrancelhas. Valentin deu um daqueles sorrisinhos bobos que ele dava constantemente. Bianca não sabia o por que, mas seu coração disparava quando ele o fazia.

_De que deus ou deusa você é filha? Eu sou filho de Apolo. – Apolo. O deus do sol, da poesia, das músicas e da medicina. Bianca tinha estudado há alguns anos sobre a Grécia Antiga, sobre seus deuses antigos, talz e talz. Hades sempre fora o seu favorito. O deus dos mortos. Haveria coisa mais linda no mundo que a morte?

Bianca sacudiu a cabeça. Como poderia estar pensando naquelas barbaridades? Então, seu olhar cruzou com o de Valentin. O garoto ainda sorria para ela, mas não mais de um jeito bobo. Agora de um jeito sedutor, encantador...

_Você está olhando para mim de um jeito estranho. – Disse Valentin, sorridente. Bianca sentiu um rubor invadir sua face. O que ele estava pensando?

_Foi você quem começou. – Disse ela, na defensiva. Valentin sorriu mais uma vez.

_Lógico. Coisas lindas foram feitas para serem observadas.

Bianca sentiu sua face ficar ruborizada. Valentin continuou sorrindo, mas desviou o olhar. A garota então decidiu mudar de assunto.

_Você não pode ser filho de Apolo. – Disse ela. Valentin ergueu as sobrancelhas.

_Por quê não?

_Porque os deuses gregos não existem. Nunca existiram nem existirão. Sendo assim, Apolo é só um mito. E você não pode ser filho de um mito.

Nesse momento, um trovão ribombou no céu, fazendo Bianca se arrepiar.

_Se eu fosse você, não irritaria os deuses do Olimpo. Eles ficam bravos quando um semideus decide não crer neles.

Algo em Bianca começou a vir à tona. Seria ela mesmo uma semideusa? Não, ela só poderia estar viajando. Os deuses não existiam. Nunca existiram.

_Isso é praticamente... Impossível. – Disse ela. Sua visão se anuviou. Seus braços começaram a ficar moles, e Bianca sentiu sua mente se fechar.

_Ótimo. O remédio está fazendo efeito. – Disse Valentin, indo até Bianca. A última visão da garota foi dele caminhando até ela e fechando seus olhos delicadamente, dizendo:

_Durma, semideusa, durma. Logo teremos um longo dia.

***

Nico di Angelo estava muito contente com seu novo lar. Era apenas uma casa senhorial no meio de tantas outras em Las Vegas, embora estivesse abandonada. Mattew tinha contado ao garoto que o seu dono pagava as contas de luz e água, e fazia uma visita anual à casa, mas não morava lá.

O lugar era grande e bem espaçoso, e não era só Mattew que morava lá. Havia também uma filha de Afrodite, Milena; uma filha de Iris, Lois; dois filhos de Atena, Lucki e Morrison; e também uma filha de Hécate, Pati.

Depois de ver tantos semideuses reunidos em um só lugar, Nico não conseguiu mais duvidar: os deuses gregos existiam e ele era um filho de um deles. Um filho de Hades, segundo Mattew.

O garoto estava na casa fazia três dias, e tinha aprendido muitas coisas desde então. Os monstros antigos existiam, e eles caçavam semideuses e não podiam morrer, embora morressem (exato, essa parte da morte-nada-morta Nico não havia compreendido muito bem, mas não se importava. O que importava para ele era que constantemente a vida dele estava em perigo).

Mattew, Pati e Lucki tinham tentado ensinar Nico a lutar com sua espada de ferro estígio, e o garoto fazia consideráveis avanços na área. De certa forma, naquela casa, Nico tinha encontrado um lar.

Só faltava uma coisa para ele: Bianca. Embora sua irmã às vezes agisse como uma maluca fugitiva de um sanatório, Nico a amava e a queria com ele naquele lugar.

Três dias sem a irmã. Isso era o máximo de tempo que Nico queria ficar longe dela. Mas, embora não soubesse por quê, Nico não queria ir embora daquela casa. Não queria ficar longe de Mattew.

No terceiro dia, no meio do jantar, Nico finalmente interrogou Mattew quanto sua irmã. Afinal, ele era o líder. Ele quem decidia.

_Sua irmã? Sério que você quer traze-la para cá, para nosso lar? – Perguntou Mattew após ouvir Nico. O garoto deu de ombros.

_Ela é minha irmã. Uma chata, mas ainda assim, minha irmã.

Mattew assentiu vagarosamente, arqueando as sobrancelhas de vez em quando.

_O que você pretende fazer para achá-la? Vagar por Las Vegas sem rumo feito um mendigo até se deparar com ela?

Nico assentiu, um pouco envergonhado. Não imporatava para ele se tivesse que andar por toda Las Vegas por mais de dez vezes apenas para char Bianca. Só lhe importava achar Bianca.

_É por aí. – Respondeu Nico. Mattew assentiu silenciosamente, e depois sorriu.

_Bem, afinal... Aqui é Las Vegas. Bianca corre perigo andando sozinha por aí, sem proteção. Você está certo, Nico. Vamos ter que salva-la e traze-la para cá.

Nico gaguejou.

_Nós? Como assim?

Mattew sorriu.

_Oras, nós... Eu e você. Somos amigos, não somos? Vamos salvá-la, Nico. E vamos traze-la para cá.

Mattew deu alguns tapinhas no ombro de Nico e se afastou. O Di Angelo não pode evitar dar um sorriso.

____

Era de manhã quando Mattew e Nico saíram da casa. Pati, Lois e Morrisson insistiam que queriam ir, mas Mattew não as deixou acompanhá-los. Dizia que alguém precisa cuidar da casa. De certa forma, Nico ficou feliz por ser só ele e Mattew. Apenas os dois.

A dupla de semideuses andou por Las Vegas por algumas horas, sem muito sucesso na missão. Mas foi à tarde, um pouquihno depois do meio-dia, que as coisas começaram a acontecer.

A cada esquina que eles andavam, uma vulto aparecia alguns metros atrás deles, parecendo estar observando-os. No começo, Nico não se importou, mas depois ele começou a se perguntar se aquilo não seria um monstro. Mas não falou nada.

Alguns minutos depois, Nico olhou para trás. O vulto os estava seguindo, parando disfarçadamente a cada dois passos.

_Mattew, hum... Você percebeu aquele vulto nos perseguindo?

Mattew olhou para trás e franziu o cenho.

_Não é costume dos monstros se esconderem e seguirem as suas vítimas. Deixe quieto, Nico. Deve ser somente impressão sua.

Nico deu de ombros, e os dois continuaram sua viagem. Mattew arrancou um maço de dinheiro de seu bolso e entrou numa lanchonete, fazendo um gesto para Nico o seguir.

O almoço dos dois não demorou mais que alguns minutos, mas Mattew parecia inquieto. Ele se remexia no seu assento, olhando para todos os lados e todas as pessoas que entravam na lanchonete.

Assim que saíram, Nico perguntou qual era o motivo da inquietação.

_Não fale nada, Nico. Apenas corra! – E após essa fala ultra-esclarecedora, Mattew se pôs a correr. Nico deu de ombros e o seguiu, inquieto. Alguma coisa muito estranha estava acontecendo.

Os dois correram por algumas ruas, até que chegaram numa praça praticamente deserta. As únicas pessoas ali eram alguns garotinhos, correndo para lá e para cá, e um casal de namorados, que se beijava num banco.

Mattew sacou sua espada, e fez sinal para Nico fazer o mesmo.

_Por que? – Perguntou Nico, apreensivo. Mattew olhou para ele, sério, com um olhar de “apenas-faça”. Mas não demorou muito para o filho de Hades saber o porque de tudo aquilo.

Um garoto alto e robusto, que também estava na lanchonete um pouco antes, se aproximava da dupla. Ele tinha traços pesados e até feios, e um fedor horrendo. Além disso, ele tinha um sorriso perverso no rosto.

_Ciclope. – Disse Mattew, abanando a cabeça e brandindo a espada. Nico então percebeu que, no lugar dos olhos, havia apenas um único e gigantesco olho roxo na testa do monstro. Nico começou a suar frio, e desembaiou a espada.

_Oras, oras... Semideuses por aqui! Venham para o papai... – O ciclope atacou, avançando nos dois. Nico e Mattew saltaram, cada um para um lado diferente. A lâmina de Mattew acertou o flanco esquerdo do monstro, deixando-o tonto. Nico deu um soco no rosto dele, fazendo-o cambalear.

_AAAAARGH! – Grunhiu o monstro, agarrando Nico pela gola da camiseta e jogando-o para o lado. Nico bateu as costas com força no chão, arquejando devagar. Mattew grunhiu, avançando no monstro, mas foi facilmente vencido.

Nico olhou ao redor, arfando. O casal de namorados praticamente se engoliam no banco. As crianças mal pareciam notar a presença dos semideuses. Mattew estava no chão, sangrando. Nico estava ali, incapacitado. Os semideuses tinham encontrado seu fim nas mãos do ciclope. Estavam perdidos.

E foi aí que o vulto misterioso que os perseguia há muito se aproximou, dando uma rasteira no ciclope e levando-o ao chão. O monstro tentou reagir, mas o vulto tinha uma bengala, que lançou bem no olho da Coisa.

O ciclope rugiu, tapando o olho com as mãos, e se desintegrou no chão. Nico olhou então para seu salvador, agora não mais apenas um vulto. Era baixo, esquelético e tinha um barbicha no queixo. Parecia ter uns dezessete anos, e tinha a pele morena. Quando ele andava, parecia mais trotar. Isso mesmo, trotar.

Mattew suspirou, aliviado.

_Nico, tenha o prazer de conhecer Ferdinando Underwood, o melhor sátiro de todos os tempos!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram da surpresa no final? O tio do Grover é o Ferdinando, para quem não lembra. Bem, enfim, saberemos muito mais da vida de Ferdinando no próximo capítulo. Aguardem!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Crônicas Di Angelo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.