Liliam Stark ; O Começo De Uma Era escrita por LadyStormborn


Capítulo 11
Three Wishes


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, espero que gostem :)

Roupa de Liliam: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=133839242&.locale=pt-br

Musica: https://www.youtube.com/watch?v=RyUkQWk29jY



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Nós seriamos tão menos fragéis

se fossemos feitos de metal

nossos corações de ferro

e nossas mentes de aço

E se construíssemos um exército

para nossos ternos corpos

poderíamos amar uns aos outros?

Pararíamos de sentir?

Three Wishes - The Pierce

A família Stark partiu da S.H.I.E.L.D em silencio sobre o acontecido. Howard e Maria tinham um acordo em comum de não discutir na frente de Liliam, para eles ela já tinha preso demais nas costas. Não era típico do casal fazer alarde sobre sua relação, o que quer que Maria tinha para dizer ao Howard era tudo com olhares ou caretas. Em todo o caminho as mau vezes que Maria se limitava ao olhar para o marido o olhar transmitia puro ódio e desgosto. O que aconteceu na S.H.I.E.L.D não permaneceria apenas lá.

Para Liliam a volta representava liberdade. Sem poderes não teria porque os pais temerem que ela saísse, nem que a prendessem mais. Por mais que um vazio parecia estar em seu interior, ela podia sentir que as coisas seriam diferentes; Liliam poderia não temer mais a si mesma.

A rotina da Stark voltou ao normal rapidamente; aulas sobre tudo, de matemática a mitologia, e as aulas de luta e claro. Howard e George, professor de Liliam/agente disfarçado da S.H.I.E.L.D, pensaram que o bloqueio dos poderes de Liliam talvez pudesse ter remediado seus reflexos e habilidade, e não deixa-la ser tão boa quanto antes. Ele tinha se afeiçoado a jovem, mesmo sendo um legitimo inglês, não tinha medo que a jovem soubesse disso. Do jeito que o pai era os únicos amigos que Liliam tinham era seu professor, Rosa; a empregada e Grace.

–Olhe para ela, Howard. – Pediu George aos sussurros enquanto olhavam uma sequencia de chutes da jovem da jovem. – Ela não perdeu nenhum sentido depois da retirada de seus poderes. Isso não afetou seu desempenho na luta.

–Isso é bom. – Respondeu Howard com um sorriso orgulhoso da filha. – Liliam tem tudo para ser uma das melhores agente que a S.H.I.E.L.D pode ter. Ela é erudita, paciente, consegue usar sua habilidade de manipulação quando quer...

–Ela é uma criança. – Corrigiu George fixando seus olhos azuis no seu chefe.

George McGrove era um dos ótimos agentes que Howard confiaria para cuidar de sua filha. Ele era cauteloso, disciplinado e estranhamente mais paciente do que os outros. Foram oito anos ensinando a herdeira Stark mais do que qualquer escola ensinaria, a tornando mais erudita do que qualquer garota da sua idade ou melhor, de todas as jovens de Malibu. Durante esses anos ele se encantou com a doce garota que Liliam era e não podia aceitar o que Howard colocava em cima dessa criança. George sabia que Howard amava a filha, mas não era porque a amava que deveria explora-la do jeito que fazia. Liliam não era uma maquina, e seu pai parecia esquecer isso.

–Howard, sua filha não pode continuar vivendo assim. – Continuou. – Liliam é ótima, porém é uma garota. Uma adolescente de quinze anos que mal sabe como voltar para casa se acabar se perdendo. Como então quer que ela seja uma agente?

–Não posso joga-la no mundo e esperar que ela cuide de si mesma. Como disse ela é uma criança, não esta preparada para conhecer o mundo. – Howard continuou olhando a filha treinar e não deu o braço a torcer, mesmo sabendo que George tinha razão.

–Uma criança que sabe matar uma pessoa em segundos com as próprias mãos! Não é Liliam que tem medo de viver, é você que tem medo de que ela faça isso.

O agente não esperou o homem responder e voltou para a sala de treinamento, onmde uma garota de quinze anos derrubava um saco de areia de cinquenta quilos com seu chute.

Howard ficou estático vendo sua filhar iniciar uma briga com seu professor. Geniosa, Howard pensou, assim como o pai.

–Howard. – Chamou a doce voz de sua mulher na porta. – Quero falar com você.

O Stark deu as costas para a luta e seguiu a mulher até o quarto do casal, e só parando quando ela se virou e disse:

–Eu quero o divorcio. – Aquelas palavras foi o pesadelo de Howard acontecendo. Ela não podia ter dito aquilo.

–Maria pare de falar isso. – Howard pediu.

–Eu já me decidi assim que saímos da base.Não vou mais viver da maneira que você decide, nem eu e nem minha filha. Acredito que Tony...

[...]

–O que esta acontecendo lá em cima? – Perguntou Liliam curiosa quando ouviu os gritos do pai ecoarem pela casa e chegar aonde Liliam e George treinavam.

–Seus pais e suas discussões... – Disse George despreocupado. – Pensa rápido!

O anúncio fez com que Liliam girasse surpresa e encontrasse o pé de George indo até sua cara;. A garota interrompeu o golpe segurando o tornozelo do agente e o jogando no chão com sua força.

–Te disse que meus reflexos são os mesmos. – Avisou a Stark dando um sorriso convencido. – Ainda me preocupa o modo como ele brigam. Estão sendo cada vez mais constantes e sempre o motivo sou eu.

–As vezes revezam e discutem sobre Tony e suas festas. – George tentou tirar aquela ruga de preocupação que cresceu na testa da garota. – Pais brigam todo tempo e sua família não é perfeita.

–Nunca foi. – Comentou cabisbaixa.

–E aquele seu namorado? O do cabelo engraçado. – Ele mudou de assunto tentando desviar o foco de Liliam na briga, e evitar que ela escute a mãe gritar “Pare de fingir que tudo esta perfeito, seus filhos são o que são por sua culpa!”

O assunto fez com que o rosto da Stark se iluminasse, como em uma manha de natal. O amor jovem... tão inocente.

–Eu quero vê-lo de novo. – Declarou com as bochechas vermelhas. – Sei que Grace o odeia e Tony também. Mas, George, eu não consigo pensar nele da maneira que eles pensam... Quer dizer, o jeito que falam dele é como se fosse um monstro.

–Ele não é? – Perguntou interessado. Os dois se sentaram no tatame na posição de índio.

–Não! Como uma pessoa que sorri como anjo pode ser tão mal quanto julgam?

–Seu irmão é um cafajeste, mas você o vê assim?

–Não! – Defendeu a garota. – Tony não pode ser o que as revistas dizem. Ele é... bem... ele é meu irmão.

–E sempre será. Só que isso não o impede de sair com uma mulher a cada dia. Isso é o eu eles querem te dizer; você tem toda essa ilusão de amor a primeira vista e pra você Mark é seu príncipe encantado. Entretanto Grace e Tony devem ter visto que ele não passa de um idiota.

–Como posso conhecer ele de verdade se mal o vejo? – Ela fez um beicinho triste, mas rapidamente seu semblante mudou e um sorriso animado apareceu em seu rosto. -Vamos brincar de três desejos?

–Não, Liliam! – Exclamou George revirando os olhos para a garota.

–Vamos, Geo! Por mim! – Pedia Liliam com aqueles olhinhos castanhos brilhantes como de um cachorrinho. George não conseguiu resistir aquela garota.

–Ok! – Exclamou o homem vencido. – Primeiro desejo?

–Sair daqui. – Respondeu sem hesitar. – Agora o que você fará por mim, gênio?

Três desejos era uma brincadeira que George e Liliam inventaram quando a garota não conseguia mais treinar. Ele perguntava seus desejos e tentava realizados com a condição que treinaria melhor no outro dia. Era divertido para Liliam porque George cumpria com a sua promessa.

–Você não pode pedir isso pra mim, precisa pedir pra sua mãe. – Disse George fingindo ser um gênio da lâmpada.

–Então você não me serve de nada.

Ele ia comentar quando os dois escutaram o estrondo da porta da frente, provavelmente feito pelo o pai da garota.

–Preciso ir ver minha mãe. – Disse não pedindo permissão e se dirigindo ao quarto de Maria.

– Mamãe, eu posso entrar? - Liliam não tinha entrado totalmente no quarto, mas pode escutar as lágrimas de Maria enquanto estava na porta.

Aquilo dilacerou seu coração. Por mais que a mãe mentisse sobre o.motivo das brigas não ser Liliam, a garota via a verdade. A forma como seu pai suspirava cansado quando via Liliam vagar pela casa, talvez pensando que se ela nunca existisse as coisas seria mais fáceis, pensava ela. Juntando com os sentimentos embaralhados da adolescência e os sentimentos abalados da infância, ela odiava, amava, xingava, respeitava e temia o pai ao mesmo tempo. Achava que ele não podia coloca-lá como culpada na situação que o próprio criou, mas também sentia que ele tinha razão e que deveria odia-lá por ser um problema.

Mas Liliam não sabia os verdadeiros sentimentos de Howard, talvez nunca descobriria. O patriarca nunca culpava Liliam, nem um minuto que fosse. Claro que as constantes brigas vem sendo por sua causa, mas culpar a filha de quinze anos de abalar um casamento de anos é lhe dar créditos demais. A garota não fizera nada de errado, e era exatamente esse o problema, porque o culpado era Howard. Como sempre era ele que tinha acabado com a vida da filha de maneira irremediável e toda vez que tinha que olhar em seus olhos ele se lembrava que tinha um demônio interior que quase tinha a matado. Ele tinha discutido muito com Norman, quase fazendo com que perdesse os escrúpulos e sujasse sua mão com o sangue sujo do Osborn. Claro que Norman alegou a inocência mais depois de muitos gritos e ameaças de Howard o autor de tal maracutaia começou a abrir a boca:

Lilith tinha estado na Terra por volta do século XVIII , bem antes dos registros nazistas, mas por sua força avassaladora ela matava qualquer corpo que habitava em questões de horas e assim tem sido dês de então. Em alguns corpos ela durou mais do que um dia, porem isso não a impedia de precisar de outro corpo e assim matar os humanos que possuía através dos anos. Foi nos anos 40 que ela conseguiu se aliar aos nazistas e assim eles procurarem alguém capaz de suportar seu poder. Assim tem sido até que ela entrou em Liliam e assim foi à única possessão que sobreviveu.

E ainda pode se dizer no controle.

–Claro, querida. – Respondeu Maria limpando as lagrimas que escorriam por sua face.

Liliam foi ate ela e se ajoelhou aos seus pés.

–Mamãe, eu não sei o que eu posso fazer por você odeio te ver assim, odeio ser o motivo. – A filha acariciou o rosto triste da mãe e sentiu todo o peso da culpa nela.

–Lily, amor, me escute. – Maria também passou a mão no rosto das menina. - Nunca pense que você é o motivo pelo qual eu e seu pai brigamos. Meu casamento não é afeto por uma garota de quinze anos, essa garota de quinze anos nem precisa estar preocupada com isso!

Ela sorriu para Liliam e enquanto vi a filha ali toda preocupada percebeu que ela devia uma folga para Liliam daquela casa.

–Que tal você ir passear na casa do lago nesse final de semana?

–Não, mãe eu...

–Liliam, eu estou te permitindo viajar com a sua melhor amiga para passar um final de semana sozinha... Tem certeza que vai recusar?

A garota pensou bem e viu que não tinha como recusar. Ficou tão animada que beijou a mão da mãe e saiu animada para seu quarto. Seu celular vibrava em sua cama e ela atendeu.

–Alo?

–Liliam, é o Mark...

–Mark? Oi! – Seu sorriso quase rasgava seu rosto ao reconhecer aquela voz.

–Então eu queria marcar um dia pra gente se encontrar e conversar, né? Parece que todas as vezes você escapa de mim...

–Sabe Mark,acho que nosso encontro pode ser mais cedo do que espera...

[...]

–Ola, ola ruiva!- Cantarolou Lily colocando peças de roupas em sua mala.

O que aconteceu, santa Liliam, para estar tão feliz desse jeito?– Perguntou Grace do outro lado da linha.

–Tenho uma oferta irrecusável a você, e mesmo que pense só por um segundo em não aceitar terá que ir do mesmo jeito. - Liliam bateu os pés no chão, sempre animada e sonhadora. Ela finalmente seria liberta, mesmo que fosse em apenas uma condicional, mas ainda sim saberia o que é estar longe de casa. - Você quer ir para a casa de campo da minha família nesse final de semana?

Como assim, sozinhas?– Perguntou Grace animada. Era o sonho dela se ver livre dos seguranças de seu pai ao menos um final de semana.

–Sim! - Respondeu sorrindo. - Apenas nós duas, longe de Malibu e completamente isoladas do mundo. Meu pai e minha mãe estão brigados e como minha mãe quer evitar de me colocar no meu ela me despachou pra longe. Mas temos muitas regras; nada de rapazes, nada de bebida, ficar apenas na casa de Campo, e voltar no anoitecer do domingo.

O que sua mãe acha que faremos? Uma festa no meio do mato? Convidaremos os esquilinhos para tomarem um Martini com a gente?– Brincou Grace.

Liliam riu do humor sarcástico de Grace, depois respondeu:

–Você conhece Howard Stark, a paranoia é uma característica marcante nele. – Comentou gargalhando um pouco mais. – Me pega aqui as três e vamos juntas, ok?

–Então falou! – Exclamou animada. – Mal vejo a hora.

Quando as três horas chegou, Liliam estava na frente da mansão já segurando suas malas.

–Mãe, eu vou ficar bem. – Repetiu Liliam tentando se desviar dos beijos da mãe. – Estou preocupada com você, o papai não vai ficar irritado?

–Eu me entendo com seu pai. – Respondeu Maria colocando um dedo na boca da filha para interrompe-la.

–VAMOS LOGO, STARK, EU NÃO VOU FICAR TE ESPERANDO! – Gritou Grace buzinando na frente da mansão.

A Stark então se despediu da mãe e foi para seu final de semana. No caminho ela contou para Grace o que tinha descobrindo sobre si mesma e seus poderes.

–O que ele disse sobre isso? – Perguntou Grace ainda se mantendo concentrada na estrada.

–Disse que foram meus poderes que me salvaram e por isso eu sobrevivi. – Liliam ligou o radio do radio. – Eu só quero esquecer o que me aconteceu, ok? Estou sem poderes, curtindo um final de semana com a minha melhor amiga e não quero que nada me atrapalhe.

–Concordo com você! – A ruiva aumentou mais o som do carro e justas começaram a cantar.

[...]

A casa do lago era grande, uma casa de acampamento. Liliam olhou para o lago onde sua vida foi perdida uma vez e se sentiu mais impotente do que antes. Se seus poderes a salvou da morte será que poderia fazer isso novamente? Eles estão trancados em algum lugar de sua mente, será que eram capaz de escapar para resgata-la do fim?

–Acho melhor ficarmos afastadas do lago hoje, concorda? – Perguntou Grace entrelaçando sua mão na da amiga.

A Stark concordou e juntas foram ver o resto da casa. Passaram a tarde toda limpando a velha casa e quando chegaram ao porão, Liliam ficou animada ao encontrar uma caixa.

–Minha vó era historiadora, então sempre gostava de guardar cada coisa que encontrava. – Ela abriu a caixa e pegou um vestido medieval que estava dobrado. – Quando ela morreu meu pai despachou toda essa “tralha” pra cá. Eu costumava vestir esses vestidos e brincar, as vezes até Tony brincava comigo.

–Seu irmão brincava de princesa? – Grace sorriu ao ver a imagem do então “galinha” Tony Stark vestido com um vestido daqueles.

–Ele não era assim antes... Por mais que odiasse brincar disso ele fazia por mim. – Liliam abraçou o vestido vermelho e sorriu ao se lembrar o quanto ela e o irmão eram unidos antes.

–Que tal eu e você brincarmos agora? – A ruiva tomou o vestido da mão de Liliam e o vestiu fazendo com que Liliam também vestisse outro vestido.

Liliam olhou para Grace e pegou sua mão com uma inocência sensual. Claro que Liliam nunca tivera a intenção de sugerir algo a mais a Grace, ela tinha a ruiva como sua melhor amiga, mas isso não significava que a intenção da ruiva era a mesma. A pequena Nikolavitch sentia-se de forma diferente com Liliam ultimamente, um ciúmes diferente, um sentimento diferente, um amor diferente... Entrava em conflito quando estava perto de Liliam e não dizia aquilo que estava sentindo, afinal de contas elas são melhores amigas e amigas contam tudo uma pra outra. Mas se dissesse, as duas ainda seriam as mesmas? Os sentimentos de Grace eram recíprocos? Liliam prestava atenção em Grace de outra forma?

A morena começou a guiar a amiga em uma lenta dança medieval, uma dança que aprendeu quando criança antes de sua avó materna morrer. A mãe de Maria Stark era uma historiadora do Texas, era fascinada pela monarquia europeia e compartilhava com a neta esse fascínio. Então aprendeu por horas todas as danças que sua avó podia ensinar, e ao som daquela musica lenta e aproveitando os vestidos, Liliam quis mostrar isso a Grace.

Sua mão passava pelo corpo de Grace, lentamente, a guiando para suas mãos e a fazendo fechar os olhos para poder aproveitar do momento. Aos poucos Liliam fazia com que Grace a acompanhasse nos passos, sempre a guiando com a mão, e assim criavam passos, seguiam passos e dançavam sozinhas. Para Grace aquele era o melhor momento da vida dela, ter Liliam ali, perto e apenas para si, onde podia ser quem ela quisesse que nunca importaria. As duas gargalhavam quando erravam e depois tentavam fazer tudo isso de novo.

Quando pararam, seus rostos estavam próximos uma da outra e Grace percebeu que aquela era a oportunidade. Ela se inclinou mais um pouco, deixando Liliam transmitir um olhar confuso, mas não recuou e continuou... até que foi interrompida por um grito masculino no lado de fora.

Liliam correu animada para a janela e viu Mark acenar para ela. Não teve como a Stark quase não rasgar seu rosto com o sorriso, ela não esperava que ele viesse. Ficou tão distraída que não viu que Grace também se inclinou na janela para vê-lo.

–O que ele faz aqui?! – Vociferou Grace colocando a cabeça para dentro e empurrando Liliam junto.

–Eu o chamei para se conhecerem melhor. – Liliam falou com medo da face vermelha de Grace.

–Eu conheço muito bem Mark Sloder! E prefiro não ter o desprazer de conhecer de novo. Agora manda ele embora! – Gritava Grace apontando pra fora.

–Por que você implica tanto com ele? - Questionou Lilaim irritada.

–Porque ele é misterioso e tal, mas ao contrario de voc. eu não me cego com isso e percebo o quão perigoso ele pode ser! - Respondeu Grace gesticulando com as mãos para a amiga tentar entender sua preocupação. - Eu sinto que ele não gosta de você, e como sua amiga não quero vê-la sofrer!

–Pare de se meter em minha vida! Não sou uma garotinha que não sabe absolutamente nada, então coloque isso em sua mente! - Apontou Liliam para a cabeça da amiga. Liliam já estava se irritando com o jeito pegajoso de Grace, e não era apenas com Mark, era com qualquer pessoa com quem ela dizia fazer algum plano.

–Viu? Você esta cega e idiota por um garoto que quer apenas levar você pra cama! - Grace também já estava irritada com o jeito ingênuo de Liliam de acreditar que o mundo não era tão perigoso quanto é, e que talvez Mark Sloder queria realmente ficar com ela. Liliam não entendia nada do mundo, porque não tinha visto nenhum décimo dele.

–Talvez eu queira ir! - Respondeu Liliam cruzando os braços.

–Como é? - Perguntou indignada. Grace sentiu um sentimento ruim subir em sua pele, não era raiva nem nada que ela já tivesse sentido. Era algo protetor, possessivo, como se so a possibilidade de ver Liliam na cama com Mark a enojasse.

–Não haja como meus pais! Não ache que tem algum poder sobre mim ou sobre o que eu faço!Porque eu não te dei essa liberdade de mandar em minha vida, e nunca terá! Eu vou sair com quem eu quiser, e namorar com quem eu quiser! Não me importa o que pensa sobre isso. - Declarou se virando para a escada do porão e descendo para recebê-lo.

Goste Grace ou não.

[...]

– Filme favorito?

Mark e Liliam estavam deitados na grama admirados com o brilho das estrelas. Uma típica cena clichê de adolescentes, mas para Liliam aquele era um momento mágico.

– A noiva cadáver. – Respondeu sorrindo.

– Eu disse filme, não desenho. - Corrigiu se virando para me olhar.

– Essas são as únicas coisas que me deixam ver. Desenhos. - Respondi sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha.

– Eles acham que você tem quantos anos?

– Na maioria das vezes eu acho que eles pensam que eu tenho cinco anos. Mas uma criança não tem que ter quase quinze aulas ao dia e horário de dormir e acordar.

– Uau, que prisão! A princesa escondida no grande castelo Stark, e atarefada por professores do mal... Daria uma boa história. Meu tio quer produzir um filme assim, eu posso mandar sua história. – Brincava.

– Meu pai o processaria e seu tio nunca mais iria produzir um filme. Meu pai não é muito tolerante a pessoas se intrometendo nas nossas vidas.

Mark engoliu seco com o comentário. Não podia fingir que não tinha medo do poder que Howard Stark tinha, o cara comandava quase todas as empresas na palma da mão. O que faria com ele se soubesse o que Mark estava fazendo com sua filha?

– Você não me explicou porque seu filme/desenho favorito é a noiva cadáver. – Ele mudou de assunto rapidamente para continuar distraindo a garota.

– Acho mágico a maneira como ela espera por tanto tempo por um amor, mas quando o encontra ela o deixa livre. Qual é? Ela enfrentou a morte e não perdeu a fé em um amor verdadeiro. Deve ser o filme mais romântico que já assisti.

– Lembre-me de nunca assistir Titanic com você.

– Então vai assistir um filme comigo?

– Claro! Quem mais poderia resgatar a donzela Stark se não o vagabundo do Sloder.

– Você é meu príncipe?

– Só se for minha princesa. Mas ser príncipe não é comigo, prefiro Robin Wood.

– De qualquer jeito será um idiota pra mim. – Os dois riram e continuaram a olhar para a lua.

– Vivi tanto tempo na escuridão que quase me esqueci de como é linda a luz do luar. – Citou Liliam sentindo aquelas palavras terem um alto significado pra ela e para a noiva cadáver.

– Ah, entendi... você é melancólica. - Comentou Mark estendeu a mão para a garota se levantar. Ela o olhou confusa. - Se é pra ter uma noite clichê eu quero tudo completo. - Respondeu fazendo uma careta. - Você, oh bela dama de olhos chocolate, gostaria de dançar a luz desse belo luar.

– Oh, misterioso e belo rapaz, eu aceito esta oferta com todo meu coração.

Parecia que tudo nele era tão perfeito, como se as estrelas tivessem moldados seus olhos, fantasiava a garota. Ela era jovem e Mark foi o único rapaz que a fez sentir como se ela não estivesse na Terra. Era uma sensação estranha aquela, como se qualquer coisa que ele fizesse tivesse um resultado diferente nela. Ter suas mãos em seu corpo, e ele tão perto... A vontade de beija-lo voltou e quando percebeu seu rosto estava mais próximo ao dele. Como se algo mágico os unisse.

– Mark... - Sussurrou com sua mão na bochecha do garoto e levantado seus pés.

– Eu entendi.
Mark a apertou mais contra si e então teve a atitude que Liliam não teve. Os dois se beijavam tão sincronicamente, deixando que a inexperiência de Liliam deixasse de ser um problema. Aquele tinha sido bem melhor que o primeiro, muito melhor, dessa vez ela tinha sentido o que era um beijo. Era como sentir fogos de artifícios dentro de si, ou sentir que seu coração não vai poder resistir a tantas batidas frequentes... Era poder beijar os lábios de alguém e desejar mais.

Mark foi embora depois de muito tempo, e Liliam teve que voltar para o quarto e resolver os problemas com Grace.

–Você cobra demais. – Liliam falou quando chegou no quarto.

Grace continuou virada, mas escutava cada palavra que Liliam dizia.

–Você não pode escolher por quem eu me apaixono, Grace. – Liliam balançou a cabeça negativamente. – Eu sei que é pra me proteger, mas não pode escolher por mim. Se ele me machucar será eu, não você. Por mais que magoe, e por mais que tenha medo que eu saia machucada não pode interferir nas minhas escolhas.

–Esta sendo uma idiota. – Comentou com raiva.

–Não... estou sendo adolescente. – A morena tomou coragem para ir até a cama e se sentar perto da ruiva. – Grace eu amo você, de verdade. Mas eu não quero deixar de viver minha vida por sua causa, nem você deveria fazer isso por mim.

–Como assim? – Grace se virou para encarar Liliam.

–Eu soube que você recusou sua viagem só porque eu não posso ir...

–Liliam...

–Não, Grace, não esta certo! Você tem a oportunidade de sair de Malibu, de ir pra Grécia! Não deve ficar aqui só porque eu não posso ir, se manter presa por minha causa! Você não tem culpa de eu ter essa vida, de eu me apaixonar pelo cara que julga ser errado. Você mais do que todos sabe como é ter sua vida dominada por outras pessoas, suas decisões, seus gostos... Então, por favor, não faça isso comigo.

Liliam se deitou ao lado dela e alisou seu rosto.

–Quando você voltar, ainda estarei aqui esperando por você. Porque você é minha melhor amiga, e eu desejo que você seja feliz, independe de suas escolhas.


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Notas finais do capítulo

Uma pequena discussão sobre a sexualidade de Grace: Sim, ela é homossexual. Queria entrar em um tema mais polemico do que apenas me centralizar em super-heróis e a tortura de Liliam, queria colocar algo mais adolescente... Acho que essa confusão de sexualidade acontece com muitas garotas e gostaria de colocar alguém perto de Liliam que sofresse com isso. mas relaxem, isso não vai alterar a amizade de Liliam e Grace.

Próximo capitulo: Valley of the Dolls
A imagem que Liliam tinha de sua mãe sempre foi a mais fútil possível, pois essa era a imagem que Maria transmitia. Com suas roupas de grifes e encontros com mulheres da alta sociedade, Maria nunca deixou que seu passado destruísse seu glamour na frente da alta sociedade que vivia, em seu mundo de ilusões. Porém quando a filha é posta nesse ramo de aparências a mãe precisa protege-la e mostrar que o dinheiro não é a qualidade de um Stark, que na verdade é a destruição.



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