All The Time (HIATUS) escrita por MioBaskerville


Capítulo 3
III


Notas iniciais do capítulo

Então, desculpas ai, mas tava complicado digitar por causa de uns trabalho de escola .-.
Mas espero que gostem :3



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Onde eu estava? Era uma floresta?

– Corre, corre. – Eu ouvi vozes de crianças atrás de mim.

Espera, quando foi que eu tinha saído do hospital? Quando eu tinha vindo parar numa floresta? E como?

Vi três garotos correndo e gritando, parecia que além de gritar eles estavam...chorando.

Corri o mais rápido que eu pude, mas tropecei e caí no chão. Uma das crianças parou, me olhando assustada, mas a outra tinha sumido.

– Levanta, Peter. – O olhar ficou ainda mais assustado.

Arqueei a sobrancelha. Ele estava falando comigo?

– Peter, anda. – Ela ia se abaixar, mas algo atrás de mim o assustou e ele saiu correndo.

Olhei por cima do ombro, vendo uma criança de cabelos negros parada, segurando um estaca de ferro. Ele ergueu a estaca acima de sua cabeça, me fitando com um sorriso.

– Bem Peter, você perdeu o jogo. – O sorriso dele se alargou, macabro.

Ele baixou a estaca de ferro em direção minha cabeça. Fechei os olhos.

Quando os abri de novo, estava sentada no chão, do lado de fora da floresta. Eu ofegava e era...pequena. Como uma criança.

Olhei minhas roupas, vendo um vestido branco, todo bordado. Eu conhecia aquele vestido. Era daquela menina!

Antes que eu pudesse pensar em qualquer reação, avistei o menino com a estaca se aproximando de mim.

Paralisei, assim que ele se aproximou. As roupas dele encharcadas de sangue, assim como seu rosto.

Ele sorriu e me estendeu a mão.

– Pronto, Melissa. Eles não vão querer brincar mais. – Ele disse sem tirar o sorriso do rosto. – Vem, vem brincar!

Comecei a me afastar. Meu coração batia rápido. Instantaneamente comecei a gritar e a tentar me levantar, mas sempre acabava caindo de novo.

– Por que tá fugindo? – Ele fechou a cara. – Tá com medo? – Ele se aproximou e chutou minha barriga. – Vou te dar um motivo para ficar com medo!

Ele bateu a estaca três vezes na minha perna. Gemi de dor mas ele só gargalhou enquanto, dessa vez, batia a estaca em um dos meus braços.

– E ai? – Ele estava ofegante. – Apavorada o suficiente? –Ele jogou a estaca no chão e pegou um canivete do bolso. – Acho que não!

Ele começou a perfurar meu braços. Eu gritava, mas ninguém me ouvia.

– Acho que vou enfiar isso no seu pescoço. – Ele segurou minha cabeça para me deixar parada. – Conta comigo até o 3?

Eu tentava me soltar, mas ele tinha uma força descomunal.

– 1. – Aproximou o canivete. – 2. – Afastou. – 3. – Fechei os olhos. O barulho das árvores parou.

Abri os olhos de novo. Estava suando, com o coração acelerado. Me sentei, olhando em volta. Estava no quarto de hospital.

Senti um frio, se espalhando por minha espinha. Olhei para Jason, mas não me assustei com a garotinha parada ao lado da cama, e sim com ele.

Ele estava sentado ao pé da cama, brincando de novo com o cubo mágico, mas dessa vez me olhando fixamente. Jogou o brinquedo na cama se levantando e veio na minha direção.

– Bianca. – ele sussurrou, se sentando na minha cama. – Eu tenho uma...regra. – Ele hesitou, como se pensasse numa palavra certa. Estava perto do meu ouvido. – Se eu não posso ter, ninguém pode. Então, tome cuidado com o que faz. – Se afastou um pouco. – Durma bem.

Ele voltou para sua cama, deu uma última olhada na minha direção e se deitou. A garota não estava mais ao lado da cama, mas continuava ali, junto ao frio.

Resolvi ignorar e me deitei. Logo o frio passou e eu voltei a dormir. Foi uma noite tranquila, sem sonhos bizarros ou algo do tipo.

Todos lá são obrigados a acordar às 7 da manhã. Me levantei, resolvendo trocar de roupa. Mas onde? Jason arqueou a sobrancelha pra mim e tirou a blusa. Nem pra trocar de roupa ele parava de piscar.

Virei de costas e esperei ele terminar de trocar de roupa.

– Para sua tristeza, Bianca. – Eu senti suas mãos passarem na minha cintura. Eu me afastei o máximo que pude. – Nossa...

– Para Jason, vou chamar a enfermeira, sério. – Me encostei na porta, mas não tinha mais para onde recuar.

– Que medo, a enfermeira. – Ele disse num tom brincalhão.

– Jason, não tem graça! – Tentei abrir a porta, mas estava trancada.

– Não vou fazer nada. – Ele ergueu as mãos e se sentou na cama. – Mas você deveria trocar de roupa antes dos recolhedores chegarem, ou eles vão trocar sua roupa por você. – Ele começou a brincar com o cubo mágico. Sério, aquilo não acabava?

Não discuti com ele, apenas coloquei minha blusa branca. Ficaria com a calça que vim. Ouvi barulhos vindo da porta e a vi sendo destrancada.

Duas pessoas, um homem e a enfermeira que me levou ao quarto ontem, entraram.

– Então, Bianca, você vem comigo e Jason. – Ela apontou para o enfermeiro ao seu lado. – O de sempre.

Ele fez cara feia pra ela e mexeu os lábios, dizendo alguma coisa. Depois se levantou e seguiu o enfermeiro.

– Jason é um problema. – Ela disse, suspirando. – E então? Como foi sua noite? – Ela sorriu.

– Bem mal. – Disse com desânimo.

– Relaxa. – Ela saiu do quarto, me esperando para segui-la. – Vamos?

Eu a segui. Subimos mais dois andares de escada. O segundo andar tinha várias salinhas que, de acordo a enfermeira, serviam para ver a melhora do paciente com outras pessoas.

No terceiro andar tinham várias salas fechadas. Entrei na primeira sala à direita.

– Bem, vamos fazer um teste com você, para ver o que você precisa e todo esse tipo de coisa. – Ela abriu a porta da sala para mim. – Pode sentar ao lado dela.

A enfermeira apontou para uma garota com metade dos cabelos brancos e a outra metade preta. Ela era meio pálida e parecia estar cantando alguma coisa.

Apenas afirmei com a cabeça e me sentei ao lado da garota. Eu olhei para suas mãos. Ela arrancava a própria pele com a unha. A garota começou a cantarolar “Twinkle Twinkle, Little Star”, mas de um jeito mais sombrio.

Ela parou de repente e começou a arranhar os próprios pulsos.

– Senhorita Nashville? – A garota olhou para o homem que a chamou. – Vamos?

Ela não disse nada, só entrou na sala. Fiquei sentada na cadeira, vegetando por uns 30 minutos, até que ouvi alguma coisa se quebrando dentro da sala.

Me encolhi, eu ouvia gritos de dentro da sala e mais coisas se quebrando. Uns médicos entraram correndo na sala. Pude ver o chão cheio de cacos de vidro e os médicos segurando a garota.

Ela se remexia, tentando se soltar, mas os médicos pegaram uma seringa e injetaram no pescoço dela. Aos poucos ela parava de se mover, até que seus olhos se fecharam. Ela estava horrível, toda cortada e sangrando.

Os médicos passaram de novo por mim, carregando a menina consigo.

– Bianca? – Um senhor calvo saiu da sala e ficou me fitando.

– Eu. – Arqueei as sobrancelhas.

– Vamos. – Ele entrou na sala. Hesitei por um momento, mas sabia que seria pior se não entrasse por conta própria.

A sala era grande. A cada passo que eu dava, podia sentir os cacos de vidro.

– Sente-se – Ele apontou uma cadeira a sua frente.

– Tá. – Forcei um sorriso e me sentei.

– Então, por que está aqui? – Ele começou a escrever algo em uma folha.

– Bem, eu... – Mordi o lábio inferior e comecei a olhar a sala.

– Deixa eu ser mais claro. – Ele colocou o óculos e olhou para mim. – Qual o seu problema? Por que foi mandada para cá?

– Porque eu,bem...

– Sem cerimônias, por favor. – Ele franziu o cenho.

– Eu vejo pessoas mortas. – O fitei.

– Tipo fantasmas? – Ele voltou a anotar algo na folha.

– É.

– E quando você vê eles? – Ele voltou a me fitar.

– O tempo todo. – Comecei a estralar os dedos.

– Tem algum em particular? – Ele apoiou os braços na mesa.

– Uma criança. – Senti o frio de sempre bater contra o meu corpo.

– E essa criança, ela está aqui? Digo, agora, com a gente. – Ele não parava de me olhar.

Fiz que sim com a cabeça, sem tirar os olhos da garotinha, que estava atrás do doutor.

– Desde quando você vê essa menina em especial?

– Faz... – Comecei a contar nos dedos. – 6 anos.

– Você tinha 11 anos, certo? Pois bem, já pensou em mandá-la embora? Conversar com ela? – Ele pegou outra folha de papel.

Fiz que não com a cabeça e ele apenas suspirou.

– Vamos tentar então. – Ele se ajeitou na cadeira. – Mande ela ir embora!

Eu olhei para a menina. Ela apenas sorriu, mas dessa vez tinha mais sangue escorrendo por seu rosto. Então ela começou a quicar a bola no chão. Cada vez que a bola voltava para suas mãos, ficava cada vez mais manchada.

– Vamos. Mande ela ir embora! – Ele disse sério. A garota começou a gargalhar, e sangue começou a sair de sua boca.

Eu me levantei da cadeira, me afastando o mais rápido que pude.

– Mande, Bianca! – Ele gritou dessa vez.

Meu coração começou a bater depressa, comecei a suar. A risada dela ocupava a sala. Eu não aguentava mais. Queria que ela fosse embora, não me segurei.

– Vai embora! – Gritei. – Me deixa em paz. – Tampei meus olhos e deixei que as lágrimas caíssem. – Vai embora. – Falei, soluçando dessa vez.

Logo o frio passou e a sala voltou a se encher de um ar morno. Aos poucos fui me acalmando.

– Muito bem. – Ele se levantou. – Pode voltar para seu quarto, já tenho tudo o que preciso.

Concordei com a cabeça e sai da sala, sem hesitar.

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Deitei na minha cama. Jason não estava no quarto. Resolvi sair e beber água. Vi uma correria de vários enfermeiros no corredor, subindo as escadas.

Jason estava subindo também. Não deveria, mas o segui.

– Jason! – Corri, conseguindo ficar ao seu lado. – O que aconteceu?

– Parece que o doutorzinho foi para o além. – Ele disse, sorrindo.

Não entendi o que ele disse, até chegar na sala. O doutor estava caído no chão, com o osso do pescoço para fora, totalmente exposto, e suas pernas quebradas.

Senti uma ânsia de vômito ao ver aquilo, mas não foi o pior. Fiquei ainda mais enjoada quando vi o que estava escrito na parede, com sangue.

Não se intrometa onde não é chamado. Fique feliz, quem morre é sortudo.

Comecei a ter uma grande dor de cabeça e meus olhos começaram a se fechar. Desmaiei ali mesmo. Só me lembro do som da gargalhada de Jason.


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Notas finais do capítulo

Tenso -q
O que acharam?
Bjs



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