Fix You. escrita por Autumn


Capítulo 1
Capítulo 1 – Outra consultá diária à psicologa


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui vocês conhecem um pouco a Annabeth que eu criei e eu entro um pouquinho no passado dela :3 Então, divirtam-se!
Ah, sim; Annabeth tem consultas à psicologa todos os dias >< Não tem problema, não? Tem? ;-;



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Todo dia era a mesma rotina: eu deitada naquele sofá estranho da minha psicologa, ignorando as perguntas que a doutora me fazia. Não me entenda mal, mas tente se colocar no meu lugar, o.k.? Se fosse você que tivesse que acordar todos os dias da semana (todos mesmo) as cinco da manhã para ficar duas horas ouvindo o mesmo teatro mau encenado há cinco anos... Sim, você estaria sem paciência, se comportando como eu – ou de um jeito pior.

O consultório da Dra. Jackson – a minha psicóloga – era em noventa por cento madeira; haviam estantes repletas de todos os livros que você possa imaginar, desde os primórdios da escrita até hoje em dia. Uma mesa cascalho (como as estantes, paredes e o chão) bem organizada, com uma daquelas luminárias verdes com detalhes em dourado, parecida com as dos filmes de investigação e com uma pilha alta de papéis repletos de textos, os quais não conseguia entender.

Quadros estavam emoldurados nas paredes, nas estantes e até que alguns na mesa de cascalho da doutora – um mesmo garotinho aparecendo na maioria das fotos –, e no centro da sala estávamos nós; ela numa cadeira de couro antiga e eu numa divã também antiga. Não havia nenhuma luz acesa; as janelas, por trás da cadeira sob a mesa com aquela luminária e a pilha de papéis, iluminavam completamente o comodo. Sinceramente, aquele era o melhor consultório psicológico do mundo. Sei lá, deve existir um ditado como: confie nos conturbados quando o assunto é psicólogo.

Aquele lugar estava com um leve aroma hortelã e limão hoje, diferente da ultima vez que a doutora tentou me deixar confortável com cheiro de alcaçus – se cheiro de alcaçus não for cheiro de açúcar ou se, pelo menos, existir. Ela dizia que aquilo lembrava seu filho, mas sempre hesitava quando nós entravamos nesse assunto.

A Dra. Jackson usava um jaleco branco, obrigatório para os funcionários do hospital particular da Virginia, estava com o cabelo preso em um coque, deixando bem a mostra seus olhos verdes. Meia hora de questionário encenado e ela finalmente havia encerrado as perguntas comuns.

– Annie... - começou, como sempre, quando ela já estava satisfeita em ser ignorada. - Sua mãe me disse que você anda passando muito tempo no banheiro, que anda sempre com blusas de manga cumprida...

Assenti, sem expressão no rosto.

– Você quer conversar comigo sobre isso? - falou, ajeitando-se na poltrona. - Eu estou aqui isso.

Uma das coisas que eu mais gostava na Dra. Jackson era a sua paciência comigo, ela era a única que me aturava, desde que as síndromes tinham começado. Eu ia a psicólogos desde os cinco anos por causa das síndromes, e nunca havia ficado tanto tempo com um só psicólogo como com a doutora.

– Não - respondi. - Muito obrigada. Ela pelo menos sorriu. Dei os ombros.

– Annabeth, não se esqueça - disse ela, tentando me confortar - que você não precisa se preocupar com aquelas garotas.

– H-Hum... - Suspirei. Falar sobre elas sempre fora algo desconfortável, aquelas garotas não eram coisa boa. Eram três; Clary, Vivian e Julia. Aquele tipo de pessoa metida que esnoba os nerds até que o colegial termine. Se bem que elas tinham morrido antes mesmo de terminar o colegial.- O.k. - continuei, sem expressão.

– Anda tendo sonhos com elas, não é?

Pesadelos, corrigi. Mas resolvi ficar calada também, observando os detalhes do tapete.

– Amanhã nós vamos conversar sobre eles se ocorrerem de novo, o.k.? - Ela sorriu, reconfortante. Era esse tipo de profissionalismo que eu gostava, mas odiava quando ela fala assim, como todo mundo.

– Você sabe que vão - falei. - Não tem simplesmente como não acontecer, já acontecem há três meses, Sally.

– Annie - interrompeu-me. - Você sabe que vão, e eu sei disso tanto quanto você sabe. Mas, não é esse o problema. Você não tem medo deles, não é? Você...

Lembrei do que viria após essa fala, mas não veio; o celular vibrou em seu bolso e ela não me disse nada, apenas pegou aquele telefone móvel e checou as mensagens dele. Seus olhos arregalaram-se em surpresa mas ao mesmo tempo em horror, após isso ela me olhou, suspirando fundo, e voltou a guardar o celular no bolso.

– Vamos continuar - disse ela.

– Não, a consulta já acabou. - Apontei para o relógio na parede. - São nove horas.

– Você é a única paciente de sábado; não se preocupe, eu ainda não encerrei a seção com você. Eu adorava passar horas e horas com minha psicologa no sábado ao invés de estar lendo ou fazendo algo que não fosse ser incentivada a melhor e ser uma adolescente comum, sabe? Mas hoje não. Aquele olhar que ela estava no rosto dela a cinco minutos me incomodará, e muito. Era melhor ela resolver os problemas ao invés de ficar se preocupando com uma adolescente problemática.

Ao invés de responder eu me levantei, desamassando a minha camisa e fazendo uma reverência à doutora. Passei pelo consultório, observando as estantes preenchidas por colunas e mais colunas de livros que instigavam os olhos, tocando na maçaneta da porta. Era engraçado, sentia velho cheiro de madeira e de livros que deviam estar a mais de vinte anos nas estantes. Era diferente, e, na verdade, eu preferia assim.

– Ei - disse enquanto saindo do consultório e ajeitava meu boné. - Esse cheiro é mais gostoso. Mais... real, sei lá. É pinheiro?

Sai enquanto dava os ombros e ignorava a possível resposta que a doutora poderia me dar, ouvindo o barulho dá porta fechando-se contra o consultório da minha psicóloga querida.


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Notas finais do capítulo

Aceitável? :3



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