O pacto de Sangue.

Noite 4.

 Ruka e eu ficamos sentadas um bom tempo á mesa conversando.

-... Então eu vim pra cá. Yuuki eu amo muito ele, pode me chamar de idiota, mas eu nunca pretendo desistir dele.

- Idiota? Não, não Ruka. Eu acho você corajosa e muito decidida.

 Ela apenas sorriu para mim, acho que em todo esse tempo foi a primeira vez que consegui vir seu sorriso. Peguei em sua mão e sorri para ela dizendo.

- Ruka... Eu quero que você seja a garota mais feliz do mundo.

 Os olhos da garota começaram a se encher de lagrimas e ela soltou a sua mão da minha e abaixou a cabeça começando a chorar.

- Yuuki... Eu não gostava de você, mas você é tão legal!

 Meio que fiquei sem jeito com aquela cena, mas apenas sorri enquanto ela fazia uma enchente na cozinha.

 Naquela noite Ruka começou com o seu plano. Enquanto os dois estavam vendo um filme na sala, eu sai para o pátio me sentando em um banco.

  Ouvi um barulho e quando olhei para o lado vi que era Zero sentado na grama lendo um livro. Levantei-me e fui até ele, mas burra como sou não vi uma pedrinha – Baita pedregulho – e cai, mas Zero foi rápido e me segurou em seus braços ainda sentado.

- Zero... Brigada!

 Simplesmente no mesmo momento ele me soltou me fazendo cair pra trás e quase quebrar as costas em suas pernas.

- Zero!

 Olhei seu rosto e ele estava com um enorme bico, igual àquela criança que quer algo e a mãe não dá. Sentei-me em seu lado e fiquei olhando sua cara fechada.

- Me perdoe Zero. Por favor, não fica brabo comigo.

 Fiz uma carinha tão fofa que o gatinho do ogro verde – não vamos fazer propagandas aqui – sentiria inveja.

 Fui surpreendida por um abraço forte de Zero. O seu perfume estava tão gostoso e ele me abraçou com tanto carinho.

- Eu morro de ciúme dele... Você me faz quase... Quase ter vontade de morrer.

- Se você morrer... Não terei motivos para estar viva.

 Zero me olhou nos olhos e eu já fiz biquinho esperando um beijo lindo dele. Mas ele me deu um tapinha na testa e falou :

- Sua bajuladora.

 Fiquei totalmente “no vácuo”. Mas comecei a rir, foi então que Zero me deu o esperado beijo. Seus lábios tocavam os meus tão carinhosamente e seu abraço era tão gostoso.

- Vamos entrar... Papai deve já ter feito um lanchinho antes de dormir para nós.

 Entramos rindo e conversando. Quando chegamos à sala, Kaname estava apagado como se tivesse desmaiado e Ruka estava em cima dele como se estivesse se aproveitando do momento.

- R-r-uka?!

- O-O-oi gente!

 Tirei-a de cima do Kaname e comecei a bater o pé.

- Quando você disse que não iria desistir, eu achei que não tivesse falando que ia droga ele e fazer tudo que quisesse com ele!

- Eu não o droguei. Quando eu fui pegar o suco dele, apenas caiu sem querer um remedinho dentro... Ou a caixa inteira...

- RUKA! Você podia ter matado meu irmão sabia?!

- Ta, Ta... Mas não matei. Ele só desmaiou.

 Não posso nem dizer aqui o que o Kaname disse quando acordou... Mas ele ficou totalmente bravo com ela.

 No outro dia na hora do café, Ruka continuava pedindo desculpas para o Kaname... Acho que ela passou toda a noite fazendo isso.

- Desculpa... Desculpa... Desculpa...

- Já perdoei Ruka!

- Mas desculpa... Desculpa...

- Eu já to cansando.

 Eu e Zero só conseguíamos rir e Papai não parava de nós entupi de comida. Olhei o rosto de Zero e notei uma mecha de cabelo fora do lugar, tampando aquele lindo rosto. Carinhosamente, tirei a mecha de seu rosto e Zero olhou meus olhos.

- Você poderia ter ficado vesgo...

 Zero caiu da cadeira, mas quando voltou ao seu lugar inclinou a cabeça a deitando em meu ombro.

 O sorriso sozinho apareceu de novo.

- Yuuki...

 Procurei quem havia chamado meu nome, mas já conhecia aquela voz há muito tempo.

- O que foi Kaname?

 Ele me olhava serio, parecia que eu conseguia ler seus pensamentos. – Eu não perdi Yuuki – mas eu preferia pensar que era bobagem minha.

- Gostaria de falar com você a sós.

 Apenas concordei com a cabeça, mas naquele pequeno ato, Zero tirou sua cabeça de meu ombro e não me olhou mais.

 Kaname e eu seguimos para umas arvores ali perto mesmo, me sentei embaixo de uma delas e Kaname logo ao meu lado.

- Eu não amo a Ruka Yuuki... Por que você esta tentando me juntar com ela?

 Ouvi algo atrás e notei que era Ruka, mas não comentei nada e parecia que Kaname não tinha notado.

- Kaname... Ela te ama demais.

- Mas eu amo você Yuuki.

 Senti a dor que Ruka deveria estar sentindo agora, e totalmente em um impulso de ódio por ele ser tão insensível com ela disse em alto e claro som.

- Mas eu amo o Zero...

 Ouvi uma pequena risadinha abafada, alem de Ruka, Zero também estava aqui?

- Eu sei que está mentindo.

- Por quê? Por que você não sabe perder? Por que sou seu premio?

 Kaname não respondeu, apenas levantou-se e saiu de perto de mim, senti aquele pequeno vento que passava por mim, me cortar em pedaços. Mas eu não suportava que a Ruka sofresse tanto.

 Ruka apareceu entre as arvores e sentou-se ao meu lado com uma expressão de dor. Eu não sabia o que fazer apenas fiquei quieta.

- Eu não sei Yuuki... Acho que nunca Kaname ira me amar.

- Não fale assim Ruka. Ele vai sim... Eu tenho uma idéia.

 Encontrei com Zero lá dentro, fingindo que não saiu aquela hora.

- Zero!

 Ele se virou com um sorriso enorme e eu notei ai que ele estava ouvindo mesmo.

- O que Yuuki?

- Eu quero fazer uma pequena festa.

- Por quê?

 Puxei Zero para baixo e comecei a sussurrar em sua orelha. Ele deu outro sorriso e concordou. Só faltava falar com o meu pai e meu pequeno baile estava pronto.

- Não!

- Por que papai?

- Yuuki fazer um baile não é assim. Tem que arruma o salão, compra vestido pra você, mandar convites, fazer o bufe e sem contar que depois a bagunça é enorme.

- Mas papai assim você faz o baile que foi cancelado por causa dos vampiros que atacaram aqui.

 Meu pai fez uma cara de pensativo, andou de um lado para o outro e depois enfiou o dedo na minha cara.

- Tudo bem mocinha, mas depois você e Zero terão que me ajudar a arrumar.

- Pra mim tudo bem.

 Estava tudo combinado, eu e Zero iríamos cuidar da comida, Ruka e Kaname iriam cuidar da decoração, meu pai dos convites e o resto todo mundo junto iria fazer.

 Eu e Zero estávamos na cozinha olhando o caderno gigante de receitas do meu pai. Nós não sabíamos por onde começar.

- Que tal você fazer o bolo e eu fazer uns salgadinhos? – propôs Zero.

- Ok. Mas qual bolo? Aqui tem mais de 100 sabores...

- Você gosta de bolo... Faz um que você adoraria comer.

 Eu e Zero começamos a por a mão na massa. -literalmente - Enquanto isso Ruka e Kaname estavam parados olhando o salão.

- Eu acho que ficaria mais legal se fosse com flores e laços.

- Não... Isso é muito adolescente. Que tal agente fazer com um tema?

- Que tal romance?

 Kaname concordou com a cabeça e os dois saíram para a cidade vizinha compras as coisas.

 Na cozinha Zero e eu estávamos totalmente brancos da farinha. Zero sabia cozinhar muito bem. Por isso desde pequena eu tinha que agüentar ele me ensinando como fazer.

- Não Yuuki. Você ta batendo muito lento essa massa. Força nesse braço!

- Calma Zero.

 Zero estava no fogão fazendo o recheio dos salgadinhos, então ficou com calor e tirou sua camisa. Vocês não tem idéia do quanto vermelha eu fiquei.

- Espera então, eu vou te mostra como se faz.

 Eu ia lhe dando o pote e ele segurou minha mão vindo por trás tentando me ensinar.

- Espera ai! O que você vai fazer?

 Eu estava encima da mesa apontando uma colher de pau para Zero como se fosse pra me defender daquele corpo perfeito.

 Zero fez uma cara de serio e veio até a mesa, segurou minha mão e olhou nos meus olhos.

- Confie em mim.

 Eu meio que fiquei hipnotizada por aqueles olhos. Então eu ia descendo da mesa quando entra Kaname e Ruka brigando com uma sacola na mão.

- Eu já falei é vermelho! – Dizia Ruka gritando.

- Pode ter vermelho, mas eu quero vermelho e branco.

- Gente o que houve?! – me meti na briga.

 Ruka tirou corações de papel da sacola me mostrando.

- Yuuki eu quero que os corações sejam somente vermelhos. E ele quer um branco e um vermelho.

- Eu prefiro só vermelho também. – disse Zero mostrando a língua pro Kaname.

 Kaname tocou uma rodinha de fita de cetim na testa de Zero.

- A decoração é com vocês. Eu e Zero estamos indo muito bem aqui com a comida.

- Hum... Eu estou vendo.

 Ruka olhou Zero de cima a baixo. Fiquei vermelha e corri pra frente dele. O tampando com os braços.

- Não é nada que você ta imaginando!

- Vamos Ruka, no salão agente vê qual fica melhor.

 Os dois saíram e Zero começou a rir. Dei-lhe uma colherada e ele me puxou de novo para a cozinha.

 Ele segurou minha mão e mostrou como eu devia bater o bolo, o meu ouvido ficou encostado em seu peito e eu ouvia um coração ali. Mesmo morto por minha culpa...