Desejo escrita por sweetstrawberrygirl


Capítulo 1
Azul




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Desejo

Chapter One: Azul

“O azul é uma das três cores-luz primárias, e cor-pigmento secundária, resultado da sobreposição dos pigmentos ciano e magenta. O azul costuma estar associado à frieza, depressão, monotonia. E, por isso mesmo, também à paz, à ordem, à harmonia.”*

Sua respiração estava descompassada. Ela respirava o mais devagar que podia, sentindo seus pulmões queimarem a cada inalada de ar.

Estava se odiando por ser tão fraca.

O gosto metálico de sangue encharcava seu paladar, depois de anos naquela profissão arriscada você acharia que ela estava acostumada. Mas não era esse o caso. Nunca se acostumaria com o gosto do seu próprio sangue, era desgostoso.

O homem a encarou. Encontrava-se estirado, tão cansado quanto ela. Havia sangue na boca dele também, e essa era a única coisa que a animava. Os músculos de seus corpos vibravam com as endorfinas, o extremo esforço causava sensações de choque.

Sabia que uma plateia os assistia. Podia sentir a pulsação, não importava se tentassem ocultar o chakra.

Seu treinamento do ano anterior a ensinou a reconhecer vestígios de sangue a quilômetros de distância. Foi muito difícil, custou-lhe noites mal dormidas e dores absurdas. Ainda assim, lá estava ela, identificando gênios escondidos como lobos a espera de sua presa.

Gostaria de saber o que seus pais diriam se a vissem daquela maneira: cabelo sujo, unhas rachadas até a carne, roxos em cada centímetro de pele e roupas destroçadas.

Sentiu vontade de chorar, porque nunca mais conseguiria descobrir a resposta dessa pergunta.

Fora capaz de provar o quão forte seu genjutsu era. Tão forte a ponto de fazer duas pessoas esquecerem sua única filha, a ponto de instigar sua vontade sobre a delas. Eles estão salvos agora. Disse para si mesma, convicta de que se continuasse a repetir essas palavras em sua mente, elas se tornariam a mais pura verdade.

Ou ao menos uma mentira acreditável.

Fechou os olhos e afastou os rostos sorridentes e levemente enrugados de seus pensamentos. Concentrou-se mais uma vez nos seus batimentos, desacelerando-os, acalmando, relaxando cada músculo do seu corpo.

Focou-se na estrutura de sua fisionomia, imaginou energia reabastecendo cada célula, reconstruindo cada tecido destruído. Pôde sentir um formigamento na testa, o selo se desenhando no rosto, poucos minutos depois não precisou imaginar mais nada, porque era exatamente aquilo que acontecia.

A visão se focou no teto cavernoso.

Sentou-se abruptamente, uma lâmina perfurou o chão, no mesmo ponto onde sua cabeça descansava há milésimos de segundo.

A menina da uma cambalhota no ar, e fugiu de mais um golpe de seu adversário. A carne que se restaurava ardeu pelo esforço, praguejou, desejando ter mais alguns minutos para se recuperar.

Deslizou os pés no chão úmido e escorregadio, evitando que outra kunai a acertasse. Sabia que ele estava acabado, mas continuava a brincar com ela.

Tinha que fazer algo, terminar com aquela luta o mais rápido possível.

Lembrou-se do motivo de estar lutando com aquele homem, do flash de azul e dourado, e forçou a imagem de um sorriso de dentes brancos perfeitos. Era definitivamente uma boa causa. Tão boa que custou o amor dos pais que nunca mais a reconheceriam, tão boa a ponto de decepcionar todos que a admiravam e confiavam nela. Valia tanto a pena que estava apostando sua vida, lutando com um oponente temido e incalculável.

O homem era um mestre em genjutsu, mas até agora não havia tentado prendê-la em um. Ou talvez já estivesse dentro da ilusão, mas não fora capaz de registrá-la.

Concentrou chackra nas pontas dos dedos dos pés, e saltou, cada centímetro de chão começando a se destruir. Sumiu, envolta da escuridão do teto. Esperava ter algum tipo de “tempestade de ideias”, que uma imagem de como vencer aquela luta se formasse em sua cabeça.

Mas nada de brilhante aconteceu.

Ele tinha desaparecido no momento em que piscara.

Sinta o sangue.

Mordeu o lábio involuntariamente, praguejando baixinho.

Tum.

Tum.

Tum.

Cinco metros a sua esquerda!

Algo estava errado.

Só agora percebeu que seu oponente estava com danos internos, o sangue não fluía corretamente no seu corpo, e aquele tipo de lesão não podia ser recente.

Talvez se...

Foi mais reflexo do que qualquer outra coisa. Quando o vulto apareceu ao seu lado, fisicamente diferente, ela simplesmente segurou seu pulso e antebraço, deslocando-os no corpo do rapaz de forma dolorosa.

Ouviu-se um estralo, e apesar do fluxo de raiva, acabou notando que a pele dele era mais áspera do que parecia. Não se surpreendeu com aquele detalhe, eram ninjas, naquela vida não se existia muito tempo para vaidade.

Quando isso vai acabar?

Uma voz gritava dentro da sua cabeça.

Ela não tinha ideias. Estava lutando há horas, ninguém se movimentou durante todo aquele tempo. Eram só os dois, a menina e o seu atacante.

Enquanto ele grunhia, o estômago sangrando, e cada um de seus ossos sendo deslocados por ela, sentiu-se enojada. Como alguém podia ser capaz daquele tipo de brutalidade? Como podia ser cruel, acabando com a estrutura óssea de uma pessoa?

Tinha se dedicado tanto a ser boa o suficiente, a ajudar os feridos. Era tão hipócrita! Nunca deveria ter se metido naquela emboscada, deveria ter recusado o convite, não importava o quão tentador ele fosse.

Se tivesse ficado em casa, seu motivo e ela poderiam estar trabalhando juntos, a fim de proteger um ao outro e trazer seu amigo de volta. Ela poderia ter voltado para casa cansada e se deparado com a mãe na confeitaria, fazendo os melhores doces de toda a cidade. Lembrar-se-ia de coisas desagradáveis quando fosse dormir, no entanto, as boas lembranças também a consumiriam antes de o sono a dominar.

Mas, “casa” era um lugar distante agora, e Kami sabia que não havia mais ninguém a culpar além dela.

Foi convidada para um teste, se o concluísse de forma bem sucedida, Konoha nunca mais precisaria se preocupar com ataques dos mais perigosos nukenins.

Ficou dizendo para si mesma que o homem que ela torturava era mau, tinha matado diversas pessoas por diversão, atacado cidades e saqueado famílias por gostar disso. Sakura tinha que esquecer que ela também seria considerada uma assassina agora, uma traidora.

Porém, por Naruto, valeria a pena.

Quando o corpo do rapaz atingiu o chão de terra lisa, ela levantou a cabeça e fitou seu novo mestre.

Cada shinobi que antes a observava se aproximou, alguns deles tinham aprendizes, e esses homens e mulheres mais novos ou mais velhos que ela, nenhum deles reagiu quando Uchiha Itachi caminhou até ela.

Nenhum deles, membros ou não, fez alguma espécie de comentário, nada de “bem-vinda” ou “espero que você morra”.

Nada.

Foi então que o homem lhe estendeu a mão, e ela ergueu a dela. Em seu indicador um anel foi posto, um anel idêntico ao de seu novo professor. Ele colocou a mão no ombro dela, e a moça abaixou a cabeça. Tinha conseguido, mas não adquirira nenhum tipo de alegria com aquilo.

- Haruno Sakura, bem-vinda a Akatsuki.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Nota:

Gostaria, primeiramente, lhes dizer obrigada por terem lido até aqui.

Esse é um projeto para esse ano, e vai ser uma short-fic no estilo Aguentar (caso não tenham lido, acessem o link no meu perfil, porque, honestamente falando, dos meus escritos, Aguentar é meu favorito). Hum... Essa será minha primeira tentativa de escrever um triangulo amoroso, espero que gostem.

Se você leu outra fic minha chamada Between Truths and Lies, esqueça-a. Pretendo termina-la um dia, mas fora o fato de Sakura estar envolvida com a Akatsuki, as duas fics não terão muita coisa em comum.

É isso. Cada capítulo vai ser nomeado com uma cor. Quem adivinhar a próxima ganhará uma dedicatória! EBA! Kkk

Estava com saudades de vocês gatas.

Beijões

Sami

PS: Esse * é da Santa Wikipédia.

N/b:

Hey pessoas, estava com saudades de vocês!! E então, o que acharam do novo projeto da Samy?? Eu já estou super curiosa pelo desenrolar da fic... Comentem, please!!

Beijos

Bella



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