Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 3
Capítulo III: Favores


Notas iniciais do capítulo

Hi! Obrigada para quem comentou, acompanhou ou favoritou *-*! E quem não deixou, deixe! Esse capítulo e o próximo é inspirado no filme "Três Metros Acima Do Céu" porém só inspirado, quem já viu o filme notará a diferença. Enjoy!



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Annabeth abriu a porta do armário e encontrou o meu bilhete. Era uma palavra simples e impossivelmente difícil para eu dizer, por isso o bilhete com a palavra "desculpa" colado no fundo do armário dela.

Ela sorriu e colocou o cartão dentro do livro.

– Desculpa. - falou me dando um abraço estrangulador - Aliás, vou precisar de um favor seu. Sei que você já está cheia de problemas, mas falei para o meu pai que iria dormir na sua casa na sexta, pode ... hum ... me encobrir?

Eu ergui as sobrancelhas.

Annabeth nunca mentia para o pai dela. Quando acabávamos nos atrasando no cinema ela ligava para ele para avisar, se ia passar em casa depois da aula ela comunicava o pai, se tropeçasse na rua ela ligava para o pai. Imaginá-la dizendo que iria dormir na minha casa, quando não iria era surpreendente.

Soltei um sorriso.

– E onde você vai dormir? - perguntei - Porque na sua casa não vai ser e, pelo visto, na minha também não.

Ela me deu um tapa no braço.

– O Percy me chamou para sair com ele na sexta, na volta ele me deixa na sua casa.

Se imaginá-la mentindo para o pai era surpreendente não conseguia imaginar ela mentindo para sair com Percy Jackson.

Os dois nunca se deram bem, são antônimos. Annabeth é toda preocupada com os estudos, Percy nunca tirou mais de 7 na vida, ela está sempre envolvida em causas sociais e problemas ambientais, Percy se envolve com carros de luxo, natação e o único problema ambiental que ele tenta resolver é a escolha de combustível.

Balancei a cabeça evitando imaginá-los juntos.

– Você aceitou sair com ele?

– Ele não é tão ruim assim, Thalia. Quer dizer, ele não é tão burro, um pouco lerdo talvez. É másculo - ela protestou, e foi a primeira pessoal que vi descrevendo um garoto com a palavra másculo no lugar de gostoso - tem olhos bonitos, um sorriso fofo ... E ele está vindo para cá.

Olhei na direção em que ela estava olhando.

Percy Jackson realmente caminhava na minha direção.

Annabeth estava certa na questão dele ser "másculo". Percy tem olhos verdes penetrantes, o rosto é anguloso e o cabelo preto é liso e bagunçado. Ele tem um corpo bem bacana, os músculos definidos do braço saltavam através da camisa.

Atrás dele, estava Nico Di Ângelo.

Nico não parecia nada empolgado em estar caminhando na minha direção, mas também não parecia preocupado em o estar fazendo. Provavelmente ele tinha mais sucesso do que eu em utilizar a máscara de indiferença.

Os dois sempre foram grandes amigos, o que diminuía os pontos do Jackson comigo em - 1.000.000.

Ele sorriu abobado para Annabeth.

– Annie .... e Thalia. - a empolgação dele diminuiu quando ele pronunciou o meu nome.

Fingi que não estava a acompanhando, coloquei meus livros dentro da bolsa sem jeito. Não ficaria segurando vela para eles, muito menos com o imbecil do Di Ângelo junto. Comecei andar pelo corredor em direção a saída.

Vi Nico me olhar rapidamente enquanto mexia no celular, ignorando a conversa entretida de Percy e Annabeth.

O corredor do colégio estava lotado, todo mundo apoiado nos armários enquanto conversavam, davam risada ou faziam o dever de última hora. Dentre essas pessoas estava ele, com o braço no ombro de Quione enquanto os dois conversavam animados.

Luke era irritantemente bonito. A pele bronzeada, o cabelo loiro e os músculos o tornavam o garoto mais cobiçado do colégio. Ele estava abraçando Quione como se fossem íntimos, e a piranha sorria entrelaçando os dedos nos dele e colocando a mão de Luke na bunda dela sem cerimonias.

Ela me olhou de cima a baixo.

– Sua ex. - sussurrou no ouvido de Luke.

E ele revirou os olhos.

– Nem me lembre.

Eu não precisava de mais motivos para vazar daquele colégio.

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Eu já tinha passado sextas-feiras melhores.

Estava atirada no sofá da sala, usando uma camisa velha de Nova York e shorts do pijama, o cabelo preso em um rabo malfeito e uma caixa de chocolate no colo. A televisão estava ligada no National Geographic.

O telefone tocou.

Quase todos os funcionários já tinham ido embora, meu pai estava trancado na escritório como sempre, Hera, minha madrasta, nunca atendia o telefone porque achava deselegante, Jason tinha saído com uns caras do colégio e eu não mexi um músculo para atende-lo.

Uma das empregadas surgiu na sala e atendeu o maldito do telefone.

– Senhor Chase ...

Senti um click na minha cabeça. Lembrei-me de Annabeth dizendo que tinha falado para o pai que passaria a noite em minha casa e me pedindo para encobri-la. Dei um salto do sofá.

– Deixa que eu atendo! - gritei puxando o telefone a tempo. - Senhor Chase, como vai?

– Vou bem, Thalia, obrigado. - ele parecia um pouco nervoso no telefone e tive que planejar mentalmente uma estratégia para ele não descobrir que Annabeth não estava comigo - Posso falar com a Annie?

Gelei.

Annabeth mentira tantas vezes para salvar minha pele que não podia falhar com ela na primeira vez que ela me pedia o mesmo favor. Precisava ser convincente.

– Ela está tomando banho. - menti, tentando parecer o mais honesta possível - É importante, eu posso chama-la ...

– Não é necessário. É que o Michael sofreu um pequeno acidente, nada sério e eu queria que ela chegasse cedo em casa amanhã, entende? - tive que segurar o suspiro de alivio por ele não concordar que eu chamasse Annabeth - De qualquer maneira pede para ela me ligar quando sair do banho?

Assenti.

– Obrigado, Thalia.

Desliguei o telefone tremendo.

Subi as escadas correndo e entrei no meu quarto procurando o telefone celular. Depois de vasculhar metade do quarto o encontrei atirado entre a coberta e o travesseiro e digitei na discagem rápida o número de Annabeth.

Tum... Tum... Tum...

– Você ligou para Annabeth Chase, não estou disponível no momento, retorno assim que puder e ... hum... Tchau.

Droga.

Atirei o telefone na cama e comecei a pensar em uma solução.

Não tinha o telefone de Percy Jackson e nunca pensei que poderia precisar, não sabia onde os dois tinham ido e, se o senhor Chase ligasse outra vez, tinha certeza que ele não acreditaria em mim de novo.

Procurei o número da melhor amiga de Percy e rezei pra que essa atendesse.

– Rachel!

– Desculpe, quem é? - ela perguntou.

– Thalia, Thalia Grace. - respondi - É urgente, você tem ideia de onde o Jack... Percy levaria a Annabeth hoje?

Ela deveria estar me achando uma maluca.

– Hoje tem corrida no porto, geralmente o Percy frequenta ... Não sei se ele levaria a Annabeth para lá, você sabe ela é tão santinha, mas pode ser que eles tenham ido, hoje é a disputa é de número ...

Não fazia ideia do que ela estava falando, tinha outros problemas para resolver.

– Que ponto do porto? - perguntei enquanto calçava um tênis e trocava de roupa o mais rápido possível.

– Essas corridas acontecem no porto desativado ...

– Obrigado.

Desliguei o telefone.

Precisava tirar a minha Mercedes Benz da garagem sem ser pega e dirigir até um porto onde estava acontecendo uma corrida ilegal. Annabeth ficaria me devendo um favor, um grande favor.

 

 


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Notas finais do capítulo

Estou achando que os papéis se inverteram, Thalia muito certinha e Annabeth só na gandaia! *-* E vocês o que acham? Enfim, leitores fantasmas que me deixam entristecida, apareçam! Curiosa ... QUEM É O PAI OLIMPIANO DE VOCÊS? E TEM BENÇÃOS? SE SIM, DE QUEM? Só adiantando que o próximo capítulo é um dos meus preferidos ... Porque a Thalia não encontraria só o Percy e Annabeth no lá, não é mesmo? Precisava dar de cara com a sua "maldição" ! Beijos!