Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 24
Capítulo XXIV: On Call


Notas iniciais do capítulo

Hey, brother ....
Aqui estou eu postando para vocês, sexta a noite, porque não tenho vida social! kk
Capítulo DEDICADO a Sabidinha que deixou recomendação no cap anterior! FOR YOU, BABY!
Título do capítulo é o nome de uma música do KOL - sim, amo eles - que tirando o nome e o primeiro verso não tem absolutamente NADA a ver com os fatos do capítulo.
Thalia paranoica pra vcs!
Enjoy!



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Guerra.

Aquela sexta-feira era sinônimo de guerra. E eu não precisei de muito tempo para perceber que não eram Nico e Luke que a começariam. Ela começaria dentro da minha casa.

Let us die young or let us live forever

– Porra, Leo, você não pode mudar essa droga de música? - gritei para Leo que estava espalhado entre cabos, pen drives, CD's e aparelhos de som.

Eu realmente gostava daquela música, gostava ao ponto de ter marcado seu nome na minha pele, porém, naquele momento, eu só conseguia pensar naquele verso. Nos deixe morrer jovem ou viver para sempre. Morrer jovem. Morrer.

O.K. eu definitivamente estou ficando paranoica.

Não me diga que o desafeto de Zeus por mim passou para você, Lia? - Leo disse aumentando o volume do som para me irritar.

Ele não iria mudar de música.

– ... seu pai só não gosta de mim porque eu fiz o Jason tomar aquele porre em Memphis e tivemos que carrega-lo até aqui completamente chapado. - ele relembrou o episódio.

Revirei os olhos.

– Zeus não gosta de você porque deflorou a filha dela. - expliquei mal humorada, pegando a garrafa de whisky que estava entre os cabos de som e indo embora.

Valdez gritou algo sobre perguntar a Jason se eu tinha o costume de roubar a bebida dos amigos dele.

Nunca tinha visto tantas pessoas dentro da minha casa.

Depois que o jantar entediante terminou e Zeus e Hera subiram para arrumar as coisas e poderem viajar, o que era apenas uma desculpa para não verem adolescentes destruindo a casa deles, a verdadeira festa começou. Amigos e colegas de Jason espalhados pela casa inteira, bebidas, pessoas prensadas contra as paredes aos beijos e Leo tentando fazer uma trilha sonora decente.

Meu celular vibrou na minha mão. Eu o estava carregando para todo o lugar que ia e como vestidos não tem bolsos, precisava segurá-lo na mão.

Exato, vestido. Mesmo eu tendo recusado a oferta de Hera, minha amável madrasta fizera questão de me comprar um vestido. Felizmente, ele não era tão terrível como todos os outros que ela me comprara. Eu tinha gostado dele porque 1) não tinha babados e detalhes com nomes chiques 2) era preto 3) não era curto demais, mas também não fazia com que eu me sentisse uma freira e 4) combinou com meu All Star vermelho.

Conferi a mensagem. Era de Nico.

" Gosto quando é direta. O que quer saber? "

Ele precisava usar a palavra "gosto" como se eu tivesse que tomar atitudes com o intuito de agradá-lo. O egocentrismo de Nico Di Ângelo ainda conseguia me impressionar. Contudo, ele estava certo, eu não estava sendo direta.

Senti algo me tocando e me deparei com Annabeth ofegante atrás de mim.

– Vamos dançar ou você vai ficar trocando mensagens eróticas com Nico? - ela perguntou irônica.

Gargalhei.

Ela realmente acreditava que eu trocava mensagens eróticas?

– Que bom que você apareceu, preciso que me ajude. O que eu respondo? Ele acabou de me enviar que está louco para me ... Esquece. - dessa vez ela percebeu que era uma piada e sorriu ao me dar um empurrão.

– Roupas vulgares, palavras vulgares. Thalia, estou começando a achar que minha filha é uma péssima influência para você. - disse Atena parando na nossa frente inesperadamente.

Arregalei os olhos ao ver o estado de Atena.

A mão de Annabeth não estava elegantemente vestida como há algumas horas durante o jantar, pelo contrário. Suas unhas compridas e vermelhas seguravam uma taça de champanhe que tinha uma marca vermelha do batom da mesma e ela andava descalça.

Annabeth bateu a mão no rosto.

– Mãe. - repreendeu Annabeth - O que você ainda está fazendo aqui?

– Annabeth não seja descortês. - Atena ralhou colocando a taça de champanhe na bandeja de um garçom e pegando um copo de caipirinha- Acredita que ela está chateada comigo porque eu e o pai da gracinha de olhos verdes que é o namorado dela nos demos bem?

Mordi o lábio para não rir.

Atena estava bêbada.

E eu nunca havia ouvido ninguém se referir a Percy Jackson como gracinha de olhos verdes.

– Você praticamente se atirou no colo de Poseidon, Atena. - Annie retrucou tirando o copo de caipirinha das mãos da mãe e virando-o de uma vez só - Onde você deixou seus sapatos? Bem, vamos ter que procura-los para eu te colocar dentro de um táxi para casa.

A loira segurou a mãe pelos ombros guiando-a entre a multidão. Era uma cena deprimente se considerasse que Annabeth é que era a filha e Atena é quem deveria estar levando-a para casa.

– Lia! - Jason me chamou aproximando-se com Leo. - Falávamos de você agora. Léo me contou que você fazia parte do grupinho que resolveu fazer um tour noturno pelo escola.

Leo Valdez era o melhor amigo do meu irmão e fazia parte do "clube do bolinha" que estava conosco na noite em que entramos na escola para beber e ouvir música.

Leo sorriu.

– Sim, estava falando para o seu irmão que você, ao dar uns pegar em Nico Di Ângelo, estragou o presente de aniversário que pretendia dar para ele: um cunhado incrivelmente foda, conhecido como eu. - disse fazendo Jason gargalhar.

Leo e eu tínhamos ficado algumas vezes, nada sério, éramos mais como o lanchinho um do outro.

– Falando no seu boy magia, pensei que estaria com ele hoje. - não consegui tirar a atenção do termo extremamente gay que Valdez usara.

Franzi as sobrancelhas.

– Por que achou isso? - perguntei apenas para ser educada.

– Porque é uma noite épica e Luke está no topo há quase dois anos. - ele dizer isso me deixou um pouco chocada, eu namorava Luke nessa época e sequer sabia que andava de moto - E o cara anda dizendo por aí que não era para o garoto ter batido naquela noite, era Nico quem ele queria com a cabeça estourada.

Senti um arrepio.

De manhã eu tinha pesquisado no Google Imagens sobre acidentes com motos e aparecera a imagem de um cara com a cabeça literalmente estourada. A pele da nuca rasgada e sangue e miolos escorrendo pelo asfalto. Não sei porque mas a imagem do sangue e da pele me fez lembrar de hemorragia cerebral alienígena e, por um momento, era como se eu não houvesse tomado a bebida e sim os restos da cabeça do homem.

Meu estomago vibrou, contorcendo-se com o pensado.

O filho da mãe precisava ter dito isso?

– Desculpe, isso não foi muito bacana de dizer agora que você e ele estão transando, não é? - Leo perguntou ao notar minha expressão.

Não, não foi.

Leo, obrigada por encher a minha cabeça de mais idiotices.

(---)

Analisei o caminho menos cheio e mais rápido até o meu quarto quando vi meu irmão abraçado com ela pela cintura. Os dois subiam as escadas apressados e aos beijos.

Não precisava ser um gênio para saber que Jason estava sendo exatamente o contrário. Eles estavam tão entretidos um com o outro que não notavam que Reyna e a festa inteira observavam ele e Piper agarrados indo em direção ao quarto dele, muito menos notaram Reyna olhando-os com raiva e se misturando entre a multidão.

Meu irmão era burro em subestimá-la.

Revirei os olhos.

O celular vibrou contra a palma da minha mão outra vez.

De: Nico

???

Subi as escadas em que minutos antes Jason e Piper passaram e caminhei pelos corredores até chegar ao meu quarto. Eu o tinha trancado para garantir que ninguém o faria de motel, abri a porta e me atirei no colchão.

O volume da música chegava com menos intensidade, mas ainda conseguia ouvi-la.

"... era Nico quem ele queria com a cabeça estourada."

O que está acontecendo comigo? Eu estou surtando.

Procurei o número de Nico na lista de chamada e fiz a ligação. Não tinha paciência para digitar mensagens ou para continuar naquela paranoia de que alguma coisa aconteceria com ele.

Formulei um pensamento positivo a partir do principio de que pessoas morrem de maneiras inúteis todos os dias, como naquela lista de mortes bizarras. Esse pensamento não me acalmou. Se pessoas morrem sem se expor imagina quem se expõe?

– Grace? - ouvi a voz de Nico atendendo o telefone.

– Di Ângelo. - respondi.

Nossas conversas nunca começavam de outra maneira. Ele dizia meu sobrenome como se dissesse um insulto e eu devolvia da mesma maneira.

Nico soltou aquela risada divertida.

– Pensei que você não fosse me responder, Thalia. - ele mudou a entonação ao dizer meu primeiro nome - O que, exatamente, você quer saber?

Boa pergunta.

Refleti sobre o que eu queria saber, de verdade. Quais as possibilidades de ser o interior da cabeça dele escorrendo? Quais as possibilidades de ser a de Luke? Quais as possibilidades de não ser a de nenhum dos dois? Quais as possibilidades de eu estar ficando louca?

Três perguntas que nem ele teria a resposta. Uma pergunta que eu sabia responder. Eu estava sendo louca, porque é assim que agimos quando vemos uma pessoa que gostamos fazendo alguma merda.

Suspirei.

– Thalia? - Nico chamou. - Ainda tá aí?

– Que horas vai ser? - perguntei sem muita certeza de que queria saber - Digo, você e Luke.

A risada dele preencheu a ligação outra vez.

– Isso te preocupa?

– Ao ponto de jogar acidentes com motocicletas no google. - falei sincera.

Mais risadas.

– Isso é mórbido. - através da ligação dava para ouvir vozes e a música do ambiente onde ele estava - Você fuma?

– O que isso tem a ver com o assunto? - indaguei.

– Você já fumou? Sim ou não?

– Você sabe que sim.

– Por que?

Analisei a pergunta e escolhi a resposta engraçada e honesta.

– Para te irritar seria o mais próximo da verdade.

– É um péssimo motivo para se arriscar a ter câncer, contrair hepatite e uma série de doenças.

Entendi a onde ele estava querendo chegar. Todos nos arriscamos por algum motivo, alguns melhores que outros, mas no final é tudo a mesma coisa. Eu lembrava da expressão contente no rosto dele e em como aproveitava tudo ao máximo.

É, eu estava sendo paranoica.

Ele tinha respondido todas as minhas perguntas, exceto a que eu fiz.

– Mais alguma pergunta? - ele quis saber.

Ri.

– Me diga, você tem hepatite?

Nico gargalhou com a brincadeira e eu fiquei com o celular prensado contra a minha orelha, ouvindo ele gargalhar.

Quando ele finalmente se recuperou, disse:

– Zero horas.

E desligou.

Continuei deitada na cama por um tempo antes de tomar coragem para levantar. Procurei a jaqueta de couro que tinha roubado dele no guarda roupa e a vesti grata por ter um lugar para guardar meu celular.

Com vestido, jaqueta de couro e tênis eu era um atentado ambulante contra a moda.

Procurava as chaves do meu carro quando ouvi o barulho agudo seguido de gritos e algo gelado na minha nuca. Toquei o lugar e observei meus dedos. Era água. Primeiro pensei que fosse chuva, entretanto lembrei que eu estava dentro de casa.

Era água sim, água caindo do teto.

– Alarme de incêndio. - deduzi.

Onde está a porcaria da chave?

Atravessei o quarto e abri todas as gavetas, apalpando os objetos com pressa. Finalmente encontrei a chave do meu carro e a atirei dentro do bolso da jaqueta, pulando sobre a cama para poupar tempo e saindo do quarto.

Corri os olhos pelo corredor tentando entender o que tinha acontecido. Pessoas corriam. Vi um cara com um cigarro de maconha descendo as escadas as pressas e uma garota segurando uma muda de roupas antes de se misturar com a multidão.

Céus. O que está acontecendo aqui?

– Fogo. - ouvi a frase ao mesmo tempo que alguém passou por mim me empurrando.

Não foi uma pessoa que me empurrou, foram duas.

Um loiro atravessava apressado o corredor, vestido com uma cueca box branca e de mãos dadas com uma garota que corria de calcinha e com os seios de fora.

Me diz que esse aí não é o ...

– Aquele ali de cueca não é o Jason? - gritou um cara no andar de baixo.


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Notas finais do capítulo

Alguém mais já ouviu falar em listas de mortes bizarras? Simplesmente adoro isso.
Não aconselho a pesquisarem sobre acidentes de moto no google imagens, sério. Muito menos sobre miolos ...
É isso! O.O Próximo capítulo tem "peitinhos", mais pais bêbados, mortes talvez ... Bem, se alguém morrer em F.Y eu também morro, já que minha prima que lê a fic me ameaçou, vamos correr o risco kkk
Comentem! *-*