Forever Young escrita por Dafne Federico


Capítulo 16
Capítulo XVI: Familiares


Notas iniciais do capítulo

Olá terráqueos!
Alguém já ouviu aquela música - não eu não gosto de Ivete Sangalo, okay? - Cadê Dadila? Eu estava pensando em uma versão assim: Cadê Thalia? Mas para funcionar teria que pronunciar ThaLÍA, invés de THAlia.

Vai buscar Thalia... vai buscar a cara de pinheiro !
Vai buscar Thalia... vai buscar a cara de pinheiro!
Pinheiro! Pinheiro! Pinheiro!

Me matem!

Capítulo dedicado a FehRockSC ( E Feh, se o Nico tem a habilidade da ironia, você então ... Deve ser fruto dos filhos de Hades) e a Á Caçadora (Que gosta de Thaluke, mas gostou de F.Y)
Enjoy!



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– Thalia!

Todos os convidados das bodas de prata de Zeus e Hera viraram os rostos na minha direção, olhando atônitos para a minha aparência.

A sala de estar transformara-se em um salão de visitas com decoração enjoada. Os entalhes do bolo e do vestido da minha madrasta eram prateados, as rendas das mesas tinham cor salmão e os inúmeros vasos espalhados pelo ambiente carregavam rosas vermelhas.

Olhar toda aquela cor, que remetia mais a hospitais do que a festas, me deixava com ânsia de vomito. Se visse mais um detalhe em tom alaranjado teria um colapso.

Enquanto descia as escadarias que levavam a sala eu comecei a cogitar a possibilidade de desistir daquela ideia louca. O que eu tinha na cabeça? Estava tremendo de nervoso somente de imaginar a reação do meu querido pai. Porém, já tinha chegado até ali e não iria desistir.

Respirei.

Os convidados, que nunca tinham sido íntimos da família e que bajulavam Hera, levaram um susto ao ouvirem meu pai gritando o meu nome.

– Deus. - Hera disse quase tão baixo que fiz linguagem labial para tentar compreender - Que isso nela seja de henna.

Sorri.

Meu pai havia ordenado que não estragasse a noite de Hera. Mas o que era uma noite comparado a todos os "bastarda" que eu tinha ouvido? Uma noite por uma vida inteira de humilhações. Era mais do que justo.

– Querido papai, quero falar algumas palavras sobre essa mulher de desempenhou com competência o papel de mãe para mim. - eu sentei sobre uma das mesas com renda salmão, nada elegante.

As encaradas indignadas continuavam. Não podia culpa-los, eu estava estilosa.

A camiseta curta e larga do Aerosmith mostrava um pedaço considerável da minha cintura e, consequentemente, a frase tatuada nela. Forever Young. Combinando com a falta de tecido usava uma saia de couro e botas de salto que vinham quase a metade da coxa.

Meus olhos azuis estavam contornados em excesso por lápis, sombra e delineador preto. Era, sem dúvida, o máximo de maquiagem que já tinha usado em toda a minha vida.

Jason enfrentava seus próprios dilemas, porém olhou para mim com repreensão, me aconselhando a dar meia volta e não dizer nada.

Ao lado dele estava Reyna Avila Ramírez-Arellano.

Em relação a aparência eles formavam um casal perfeito, Reyna tinha bom gosto. O cabelo castanho caia em uma trança lateral despojada, ela deveria estar usando maquiagem, embora não parecesse. O vestido roxo era comprido e elegante.

E, olhando furiosa para Reyna, estava Piper McLean.

Tinha esquecido completamente que Piper era filha de Afrodite, uma das colegas fúteis e sofisticadas da minha madrasta, por tanto era normal ter vindo com a mãe.

Ela também estava impecável, mesmo sendo diferente de Reyna no quesito aparência. O cabelo tinha um corte moderno e assimétrico, não havia passado maquiagem e usava um vestido preto básico.

Precisava admitir, Jason tinha ótimo gosto para mulheres.

– Thalia ... - Zeus disse com os dentes cerrados - Por favor.

Cínico.

Zeus Grace não pedia por favor, ele ordenava. Não lembrava de tê-lo visto ser educado uma única vez, estava sempre enfiado no escritório, trabalhando e se gabando das façanhas de Jason.

Quem o ouvia implorar que eu parasse, acreditaria que era sincero, talvez fosse, não me importava. A imagem dele gritando comigo era clara, ele tinha me chamado dos piores nomes possíveis e me culpado.

– Não se preocupe, serei breve, da mesma maneira que você foi na minha criação - peguei um dos canapés colocados na mesa em uma bandeja de prata - Hera, ou devo chama-la de mamãe?

Hera estava catatonia, sem expressar nenhuma reação. O cabelo perfeito, os saltos caros e o vestido elegante não pareciam mais tão glamorosos.

Fingi uma indignação com a situação.

– Realmente, a ideia de dizer uma ou outra palavra sobre a minha madrasta é péssima. Seria monótono e chato para vocês ouvirem minhas criticas, ofensas e revelações sobre essa vadia, fascista e empenhada em gastar cada dólar do meu nada presente pai. Não se preocupe, papai, vocês merecem um ao outro. Feliz aniversário de casamento!

Ergui a taça de champanhe para o brinde e para minha surpresa Hera ergueu a dela constrangida. Em poucos instantes todos os convidados brindaram sem entender o motivo, apenas para não deixa-la fazer papel de idiota.

Meu pai não estava melhor. Ele mexeu na incomoda gravata prateada que usava, deu um gole em sua taça de champanhe e pigarreou.

Hera tomou as rédeas.

– Thalia, não desconte seu adolescentismo em nossos convidados. - disse dominando a situação - Tem algo a acrescentar? Se não, por favor, pode se retirar para o seu quarto.

Desci da mesa.

– Tenho sim. - respondi, embora fosse óbvia a não intenção dela em que eu respondesse - Roupa não veste caráter, se você veio de algum bordel chinfrim, usar Chanel não fara de você uma lady.

Eu olhei fixamente nos olhos dela, eram impenetráveis e me lembraram por um instante os olhos de Nico Di Ângelo, mas nele ficava sensual e misterioso e nela cínico.

Pensei que ela fosse perder a classe e tentar me agredir verbal e fisicamente, contudo ela fechou os olhos e respirou fundo, controlando a raiva.

Aproveitei a deixa e caminhei na direção da porta.

Deveria estar me sentindo vingada e relaxada, deveria pois não estava. Não podia negar que tirara um peso enorme das minhas costas dizendo tudo o que eu pensava sobre eles, porém o meio que tinha escolhido para fazê-lo não tinha sido o melhor.

Estou enlouquecendo.

Finalmente eles tiveram uma humilhação equivalente as que me fizeram todos esses anos.

Eu tinha colocado-a no lugar de onde ela tinha saído, de algum bordel nojento de onde meu pai a tinha tirado. E tinha cometido uma grande hipocrisia, a garota que odiava intimidações, grosserias desnecessárias e escândalos havia dado um show.

– Não é hora para crise de consciência. - me repreendi.

Minha Mercedes estava sem combustível, meu pai tinha aprendido a lição desde a última vez que sai sorrateiramente e, mesmo que tentasse, não conseguiria tirar outros carros da garagem. Tinham, no mínimo, cinquenta automóveis estacionados ao longo da nossa rua.

Droga.

Não fiquei me culpando, o que estava feito, estava feito. E tudo o que eu precisava era de uma distração, algo mais forte do que bebida para me fazer ter uma pequena amnésia.

Peguei meu celular no bolso da saia e mandei uma mensagem.

"Está afim de sair comigo?"

Poucos minutos depois meu celular começou a tocar. Nico era uma das poucas pessoas que, ao invés de responder com uma simples mensagem, retornava com uma ligação.

– Grace. Estou acostumado a receber propostas assim das garotas com quem me relaciono, não de você. Surpreendente. - esse foi Nico iniciando a conversa ao telefone.

Admirável os bons modos dele.

Não alimentar o ego de pessoas convencidas chamando-as para sair. Precisa adicionar isso a minha lista de ideais.

Revirei os olhos, sabendo que ele não poderia ver.

– Como você é engraçado. - disse ironicamente. - Quer ou não sair comigo, Di Ângelo?

Sentei na calçada.

Estava impressionada de não terem me impedido de sair de casa ou vindo atrás de mim. Deveria ter ultrapassado os limites dessa vez.

Nico deu uma longa respirada.

– Devo perguntar o que levou você a tomar essa decisão?

Estava perdendo a paciência com ele.

Tinha certeza que se tivesse telefonado para Leo Valdez ele não faria nenhuma indagação e apareceria o mais rápido possível com medo que eu mudasse de ideia. Por que mesmo eu tinha ligado para Nico e não para Leo?

Não ficaria implorando pela companhia dele.

– Se você não está afim ... - comecei.

Ele riu.

– Ao contrário de você, não tenho problemas em dizer que quero sair contigo. - ele disse como se isso o tornasse a pessoa mais espiritualizada e iluminada do universo - Me dê alguns minutos, estou passando aí.

E desligou.

O momento era tão deprimente que, se houvesse de fundo uma música triste e ao piano, ficaria como em um filme adolescente dramático. Não estava me sentindo bem e pretendia usar Nico Di Ângelo como válvula de escape.


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Notas finais do capítulo

Alguém deveria lavar a boca da Thalia com sabão ou dar o Oscar para ela!
Deixem comentários, semideuses
Deixem comentários, mortais
Deixem comentários, bruxos
Deixem comentários, seres racionais!

FELIZ DIA DAS BRUXAS, PARA OS POTTERHEADS DE PLANTÃO!
Beijos ;)